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Introdução Wicca
Introdução Wicca

 

 

Espaço dedicado à Wicca

 

Conheça melhor a Wicca, orações wicca, rituais e feitiços wicca, celebrações wicca, artigos sobre a wicca…

WICCA:

Wych em saxão e Wicce em inglês arcaico significam "girar, dobrar, moldar". Uma palavra radical indo-européia ainda mais antiga, Wic, ou Weik, também significa "dobrar ou moldar". A palavra "Witch" também pode ter a origem na antiga raiz germânica Wit – Saber. A palavra "Wicca", que tem a mesma raiz que "Witch" - vem do inglês antigo "wicce", proveniente da raiz saxônica "wic'" e hoje está relacionada com religião e magia. Assim: Wicca era uma palavra do Inglês Antigo (pronunciava-se 'witcha') que significava homem sábio ou xamã sendo ‘wicce’ a forma feminina.

A Wicca surgiu no período Neolítico, em várias regiões da Europa, onde hoje se localiza a Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, indo até o Sudoeste da Itália e a região da Britânia na França. Quando os Celtas invadiram a Europa, quase mil anos antes de Cristo, trouxeram suas próprias crenças, que, ao se misturarem às crenças da população local, originaram o sistema que deu nascimento à Wicca. Foi somente na Idade Média que a Bruxaria foi relegada às sombras com o domínio da Igreja Católica e a criação da Inquisição, cujo objetivo era eliminar de vez as antigas crenças.

A religião Wicca ressurgiu com o bruxo inglês Gerald B. Gardner que impulsionou o renascimento do culto, com o nome de Wicca, juntamente com outros bruxos e bruxas, em meados dos anos 40 e 50. Após a revogação da última lei britânica sobre bruxaria, em 1954 elelançou o livro “Bruxaria Hoje”, considerado um marco para o renascimento do paganismo mundial. Ele alegou que: a religião, na qual ele fora iniciado, era uma sobrevivente moderna de uma antiga religião da bruxaria, que tinha existido em segredo durante centenas de anos, originária do Paganismo pré-cristão da Europa. A Wicca é, assim, às vezes referida como a Velha Religião, ou a Nova Religião dos Velhos Deuses.


 

Espaço dedicado à Wicca

 

Definição, princípios e práticas

Definição:

 

A Wicca é uma religião Neo-pagã fundamentada nos cultos da fertilidade que se originaram na Europa Antiga. A tradição Wicca e seus termos são baseados em diversas culturas do paganismos antigo.

 

Os seguidores da Religião Wicca são chamados de Wiccanianos, Wiccanos, Wiccans ou Bruxos.

 

Princípios orientadores:

 

Os Wiccans (ou wiccanos) acreditam que as divindades se apresentem tanto nos aspectos masculinos quanto os femininos.

 

Não existem "entidades do mal" nas crenças Wiccans, assim como os Deuses não se encontram separados dos humanos. Eles transcendem toda energia e matéria do universo. Estas energias podem ser tanto positivas como negativas e são utilizadas pelos humanos em cada dia de suas vidas.

 

A Wicca é uma religião orientada para a Natureza, onde os wiccans procuram um equilíbrio espiritual, utilizando as energias, de forma a direccioná-las positivamente para suas vidas e das pessoas em seu redor. O uso destas energias é chamado de magia ou "magick".

 

Os wiccanianos não aceitam o conceito arbitrário do pecado original ou do mal absoluto, e não acreditam em céu ou inferno. Eles crêem que quando morremos, vamos à Terra de Verão (ou Terra da Juventude Eterna), onde recobramos nossas forças e nos tornarmos jovens novamente.

A Wicca é uma religião iniciática, e pode ser praticada tanto de forma tradicional quanto de forma solitária.

-Nas formas tradicionais, os praticantes avançam através de "graus" pré-definidos de iniciação e geralmente trabalham em círculos.

- Nas formas solitárias, os praticantes geralmente se auto-dedicam e auto-iniciam nas práticas da Wicca, e depois normalmente a praticam sozinhos. Algumas vezes, solitários são iniciados por outros sacerdotes ou sacerdotisas antes de estabelecerem sua prática.

 

Várias Tradições & várias práticas:

 

A religião Wiccaniana é formada de várias tradições como: a Gardneriana (tradição que segue os ensinamentos e praticas estabelecidos por Gardner), Alexandrina, Diânica, Tânica, Georgiana, Tradicionalista, Ética e outras, pois existem muitos praticantes que não pertencem a nenhuma tradição estabelecida, mas criam a sua própria forma de culto (ecléticos) aos Antigos Deuses.

Há uma enorme quantidade de variações sobre as crenças e as práticas Wiccanas:

A prática Wiccana mais comum cultua duas Divindades, a Deusa e o Deus, algumas vezes chamado de Deus Verde, Deus Caçador, Deus Criança, etc...

Algumas tradições, principalmente as denominadas Tradições diânicas enfatizam o culto da Deusa, outras dão ênfase ao Deus e a Deusa como complementos de toda a criação, como no caso a Tradição dos Pentáculos. Em alguns casos, o Deus tem um papel diminuído. Alguns praticantes discordam dessa posição, dizendo não haver razão para realizar as celebrações ritualísticas mais importantes sem a presença das duas polaridades. Outros praticantes vêem a Deusa como o Todo, sendo assim o Deus apenas uma parcela da Deusa.

LEI WICCA

 

LEI TRIPLICE:

“TUDO O QUE FIZERES VOLTARÁ EM TRIPLO PARA TI!”

 

CONCELHO WICCA:

“FAÇA O QUE QUISER DESDE QUE NÃO FAÇA MAL A NADA NEM A NINGUÉM”

 

A religiao wicca baseia-se na Lei Triplice, lei essa que é aplicada tanto nos rituais mágicos, quanto no dia a dia, sendo pois um meio de vida da(o) bruxa(o) wicca.

A Lei Triplice ou a Lei de Três, é uma lei de reflexo, uma lei karmica de retribuição, que se aplica a qualquer acção, seja ela boa, seja ela má. Cada energia enviada regressa a quem a enviou (nesta mesma vida) com mais força, seja três vezes mais.

Assim se fizer um acto bom, que se traduz numa energia positiva, essa voltará para si mais dia menos dia. Se enviar uma energia negativa, essa energia, de igual forma fará seu percurso, e retornará ao enviante.

Tal lei em nada impede de exercer a magia, apesar de se entender que a magia por definição é o poder de alterar o estado natural das coisas. Você pode perfeitamente agir mágicamente no quotidiano, sem causar mal. A Lei triplice é uma noção ética da magia, é um limite moral, ainda que pessoal, ao lidar com os poderes mágicos: exercer a magia, viver a magia, fazer da magia o seu “way of life”, dentro de certos limites toleráveis. A intenção inicial, ao actuar mágicamente deverá então ser positiva e construtiva.

Outras regras wicca derivadas desta principal serão: “faça o que quiser, desde que para o bem”, “faça o que quiser desde que não cause mal a nada nem a ninguém”. Não existe um mal absoluto. Mas existem coisas indiscutivelmente ruins pelo senso comum: matar, privar de liberdade, causar danos físicos e emocionais a qualquer pessoa. Será a este tipo de “males” que a lei se refere.

Claudiney Pietro, no livro “Wicca – Ritos e Mistérios da bruxaria moderna”, diz que:  “Quando interferimos no livre arbítrio de uma pessoa estamos efetuando um acto negativo contra a pessoa e contra nós mesmos. Quando um Bruxo faz isso, está trabalhando com a Baixa Magia, e ele pagará caro, pois o Universo nos retribui tudo o que emitimos aos outros numa escala de 3.”

Claudiney afirma igualmente que os feitiços são parte integrante do núcleo operacional da Wicca. O feitiço é “um conjunto de técnicas e conhecimentos específicos que quando colocados em prática, enviam uma projeção mental ao Universo”...”Um feitiço age directamente com a natureza”... “Tudo na natureza é vivo e possui energias específicas acumuladas”...”quando canalizadas corretamente, passam à agir em benefício daqueles que sabem utilizá-las”.

 

 

Lei Triplice:

A Lei Wiccana respeita,
Perfeito amor, confiança perfeita.
Viva e deixa viver,
Dá o justo para assim receber.
Três vezes o círculo traça
E assim o mal afasta.
E para firmar bem o encanto
Entoa em verso ou em canto.
Olhos brandos, toque leve,
Fala pouco, muito ouve.
Pelo horário a crescente se levanta
E a Runa da Bruxa canta.
Pelo anti-horário a minguante vigia
E entoa a Runa Sombria.
Quando está nova a lua da Mãe,
Beija duas vezes Suas mãos.
Quando a lua ao topo chegar,
Teu coração se deixará levar.
Para o poderoso vento norte,
Tranca as portas e boa sorte.
Do sul o vento benfazejo,
Do amor te traz um beijo.
Quando vem do oeste o vento,
Vêm os espíritos sem alento.
E quando do leste ele soprar,
Novidades para comemorar.
Nove madeiras no caldeirão,
Queima com pressa e lentidão.
Mas a árvore anciã, venera,
Se queimares, o mal te espera.
Quando a Roda começa a girar
É hora do fogo de Beltane queimar.
Em Yule, acende tua tora,
O Deus de chifres reina agora.
A flor, a erva, a fruta boa,
É a Deusa que te abençoa.
Para onde a água correr,
Joga uma pedra para tudo ver.
Se precisas de algo com razão,
À cobiça alheia não dá atenção.
E a companhia do tolo, melhor evitar,
Ou arriscas a ele te igualar.
Encontra feliz e feliz despede,
Um bom momento não se mede.
Da Lei Tríplice lembre também,
Três vezes o mal, três vezes o bem.
Quando quer que o mal desponte,
Usa a estrela azul na fronte.
Cultiva no amor a sinceridade,
Para receber igual verdade.
Ou um resumo, se assim preferes estar:
faz o que tu queres,
Sem nenhum mal causar.

 

No livro “Guia Essencial da Bruxa Solitária”, Scott Cunningham indica algumas regras de como utilizar o seu poder mágico, sem ter o triplo retorno, ou seja, para não ser punido pelo mau uso do poder:

1. O Poder não deve ser usado para gerar danos, males ou para controlar os outros. (Se surgir necessidade para tais atos, o Poder deverá ser usado apenas para proteger a sua vida ou de outros);

2. O Poder só deve ser utilizado conforme as necessidades;

3. O Poder pode ser utilizado em seu benefício, desde que ao agir não prejudique ninguém;

4. Não é sábio aceitar dinheiro para utilizar o Poder, pois ele rapidamente controla o que o recebe. Não seja como os de outras religiões;

5. Não utilize o Poder por motivo de orgulho, pois isto desvaloriza os mistérios da Wicca e da magia;

6. Lembre-se sempre de que o Poder é um Dom sagrado da Deusa e do Deus, e não deve JAMAIS ser mal usado ou abusado.

 

ENSINAMENTOS WICCANOS:

 

“1. Somos da Antiga Tradição, daqueles que caminham com a Deusa e com o Deus e recebem seu amor.

2. Conserve o Sabbats e Esbats para melhorar suas habilidades, caso contrário, diminuirá sua conexão com a Deusa e com o Deus.

3. Mal nenhum. Esta é a antiga lei e ela não está aberta para interpretações ou mudanças.

4. Que não jorre ou caia sangue nos rituais; a Deusa e o Deus não precisam de sangue para que sejam adorados de maneira apropriada.

5. Aqueles da nossa Tradição são bons com todas as criaturas, no entanto, aqueles que têm pensamentos negativos e nos esgotam inteiramente, não são dignos de nossa perda de energia. A miséria é auto-imposta, assim sendo, também a alegria, portanto crie alegria e despreze a miséria e a infelicidade. E tudo isto com sua força interior. Não há mal algum.

6. Ensine somente aquilo que você sabe, dê o melhor de si, para aqueles estudantes que você escolheu, mas não passe conhecimento para aqueles que poderiam usar seus ensinamentos para destruir ou controlar. Além disso, ensine sem vangloriar-se, se lembre sempre: aquele que ensinar por vaidade conseguirá somente um pouco de orgulho por seu trabalho; mas aquele que ensinar por amor será envolvido pelos braços da Deusa e do Deus.

7. Sempre se lembre disso se você pretende estar dentro da Tradição, mantenha a Lei próxima a seu coração, pois é a natureza do Wicca manter a Lei.

8. Se a necessidade chegar, nenhuma lei poderá ser modificada ou descartada, e se novas leis forem escritas para substitui-las, contanto que estas novas leis não descaracterizem as antigas: não há mal algum.

9. Bençãos do Deus e da Deusa para todos. “

 

WICCA

HISTÓRIA DA BRUXARIA

 Quando iniciamos o estudo de algo que nos é novo, a primeira pergunta que nos vem
à mente é: "de onde surgiu?".

Portanto, nada mais correto do que usar a história da Arte como ponto de partida.
De onde veio a Wicca? Como tornou-se o que é hoje ? O que ela é hoje ?

Wicca é uma palavra do inglês arcaico que quer dizer "bruxo" (plural wicce). Há quem diga que seu significado é "sábio", mas isso não corresponde à verdade.

A palavra tem sua origem na raiz indo-européia 'wikk-', significando 'magia', 'feitiçaria'. O nome Wicca é o mais usado para denominar nossa religião. Ela também é conhecida como Bruxaria, Feitiçaria, Antiga Religião e Arte dos Sábios, ou simplesmente, a Arte.

As origens da Bruxaria remontam à aurora da humanidade. Nossas crenças começaram a tomar forma no Paleolítico, há aproximadamente vinte e cinco mil anos. Neste período, o ser humano era nômade e suas principais fontes de subsistência eram a caça e a coleta. Tudo era misterioso para o homem e a mulher do paleolítico: o trovão, o sol, a escuridão... Para eles, o mundo era um lugar perigoso, cheio de forças que deveriam ser temidas, respeitadas e reverenciadas. Com o tempo, a idéia das forças foi evoluindo para a idéia de Deuses.

Um dos primeiros e, seguramente, o mais importante Deus primitivo a surgir foi o Deus de Chifres.

Para que o clã nômade sobrevivesse, uma das principais atividades era a caça: dela provinham carne para alimentar-se, peles para vestir-se, ossos e chifres para fazer instrumentos. Assim, tomou forma na mente do ser humano primitivo a idéia de um Deus das Caçadas, dotado de chifres, símbolo de seu poder. Alguns membros do clã iniciaram a prática de atividades de caráter mágico-religioso, compostos por um elemento religioso (esboços de rituais e mitos dedicados à adoração do Deus de Chifres, forças da natureza e espíritos dos antepassados) e por um elemento mágico (práticas que tentavam atrair a benevolência destas divindades e espíritos, a fim de manipulá-la para interesses práticos do clã). Neste momento estava se delineando algo que se assemelhava muito a grosso modo com um a classe sacerdotal. Estes ‘sacerdotes’ realizavam ritos do que hoje é denominado maga simpática, ou seja, práticas baseada na atração dos semelhantes. Pintavam-se cenas de membros do clã vencendo e abatendo animais cobiçados, para garantir o sucesso da próxima caçada. Miniaturas destes mesmos animais eram confeccionadas, em osso, chifre ou barro, e então simulava-se sua caça e abate. Estes ritos eram geralmente dirigidos por um destes 'sacerdotes', geralmente usando a primeira de todas as túnicas: peles de animais e uma máscara dotada de chifres.

Em Trois Frères, na França, existe uma pintura de doze mil anos, conhecida como "Le Sorcier" ("O Feiticeiro"). É a figura de um homem vestido de peles, com cauda e chifres de cervo. A sua volta, paredes cobertas por pinturas de animais em caçadas. A seus pés, uma saliência na rocha, constituindo um altar. Mas as caçadas não eram a única coisa que faziam o clã sobreviver. Havia um Mistério: o da fertilidade. O clã precisava continuar. De tempos em tempos, a barriga das mulheres crescia, e, ao fim de algumas luas, delas surgia um novo membro da tribo, pequeno, mas que crescia com o passar do tempo. Os animais também tinham filhotes, e isso garantia o alimento das futuras gerações. A chave de todo esse Mistério era a mulher, aquele enigmático ser que, se já não bastasse ser a única responsável pela continuação da tribo (ainda não havia a consciência da participação do homem na reprodução), também alimentava as crianças com leite de seu próprio corpo. Além disso, aquela criatura mágica vertia sangue de dentro de seu corpo em algumas ocasiões, mas mesmo assim não morria.

Todas estas constatações deram origem ao surgimento de uma Deusa da Fertilidade, uma Grande Mãe.

Figuras pré-históricas desta Deusa são incontáveis. Uma das mais famosas é a Vênus de Willendorf: seu corpo parece uma grande massa disforme da qual se destacam um gigantesco par de seios e uma proeminente barriga grávida. Ela não tem pés nem braços, e seu rosto está coberto. Estas características são comuns a várias outras 'Vênus' pré-históricas, e se devem à ênfase que o ser humano primitivo dava ao aspecto de fertilidade da mulher.

A Deusa era a Grande Mãe Natureza, fonte de toda a vida. Com o tempo, os homens foram se conscientizando de seu papel na reprodução, e o aspecto de fertilizador passou a ser mais um dos atributos do Deus de Chifres. Ele tornou-se filho da Deusa, pois dela era nascido, e também seu amante, pois a fertilizava para que um novo ser surgisse. A partir desta concepção, novos ritos foram adicionados às práticas mágico-religiosas, onde esculpiam-se ou pintavam-se animais ou humanos copulando, e todo o clã entregava-se ao ato sexual, já tendo recebido a graça dos Deuses.

No Neolítico, o ser humano desenvolveu a agricultura, e começou a formar aldeias e povoados. Com a descoberta das técnicas de plantio, a Deusa assumiu maior importância, passando a acumular também o aspecto de guardiã da colheita. O Deus de Chifres começou a ganhar uma nova face, a de alegre Deus das Florestas, protetor dos animais e criaturas dos bosques. Quando o homem adquiriu a noção das estações do ano, esboçaram-se as primeiras idéias sobre a Roda do Ano. Havia um período quente e fértil, onde realizavam-se as colheitas e a natureza mostrava todo seu esplendor.
Neste período, reinava a Deusa das árvores secavam e caíam e tudo parecia estar morto. O povo voltava a depender da caça para sobreviver, pois não podia viver só dos alimentos armazenados. Quem regia este período era o Deus das Caçadas, que também adquiria seu novo aspecto de Sombrio Senhor da Morte (nesta época nasceram também os primeiros conceitos sobre a vida após a morte). Surgiram então os primeiros mitos sobre a descida da Deusa ao mundo subterrâneo que, séculos mais tarde, tomaria forma definitiva na Grécia, com o mito de Perséfone, e na Mesopotâmia, com a lenda de Ishtar.

As culturas desenvolveram-se com o passar dos séculos, e novos aspectos dos Deuses foram descobertos. Cultos religiosos se estruturaram, centrados nos ciclos e nascimento, morte e renascimento da natureza. O tempo da plantação e o tempo da colheita eram muito importantes, marcados com festividades, assim como o período do recolhimento do gado e a época de sua liberação ao pasto. Nestas datas, juntamente com as de mudanças de estação, realizavam-se encenações de mitos nos quais um Deus Velho morria para um Deus Jovem nascer, representando a morte da antiga colheita e o nascimento de uma nova.

Estes cultos possibilitaram o refinamento da classe sacerdotal, que chegou ao requinte de gerar representantes como os druidas, sacerdotes celtas que encantaram os gregos e romanos com sua profunda filosofia e integração com a natureza. Sua erudição era admirável, e acumulavam funções como a de legisladores, médicos, poetas, bardos e guardiões da tradição oral. Na Grécia Antiga, floresceram os Cultos de Mistério, dos quais deve destacar-se os Ritos de Elêusis e os Mistérios Órficos. Também foram de grande importância os cultos dionisíacos. Deve-se ter em mente que estas são linhas gerais do início da bruxaria, que confunde-se com o surgimento das primeiras manifestações religiosas humanas.

O que relatei acima aconteceu, em épocas diferentes, nos mais variados lugares. É verdade que nem tudo ocorreu exatamente da mesma maneira em todos os lugares: enquanto no Crescente Fértil da Mesopotâmia nasciam avançadas civilizações, na Europa ainda vivia-se de caça e coleta. Mas o que impressiona e é importante não são as diferenças, e sim as semelhanças dos primeiros esboços de religião. Meu objetivo, com a pequena exposição acima, foi dar ao estudante noções de como foi o surgimento da idéia dos Deuses e seu desenvolvimento.

O Surgimento do Cristianismo

Ao contrário do que se pensa, o cristianismo não foi imediatamente adotado pelo povo europeu ao ser declarado religião oficial do Império Romano.

Esta conversão dos Romanos ao catolicismo teve motivos políticos, e não teve grande penetração fora dos centros urbanos. A grande massa da população permaneceu fiel a seus deuses antigos. Os cultos antigos, então, receberam a denominação pejorativa de "pagãos" ("pagani",plural de paganu, 'morador do campo'), por ter como foco de resistência à nova religião o povo dos campos, longe das cidades e das zonas de comércio e ensino.

Os missionários cristãos, com o tempo, passaram a ter mais aceitação nas cidades, mas continuavam sendo repelidos no campo, nas montanhas e nas regiões distantes, verdadeiros enclaves da Antiga Religião. Houve ainda uma tentativa de reativar o paganismo e o culto aos Deuses antigos como religião oficial do Império Romano.
Esta última esperança deveu-se ao Imperador Juliano (conhecido como "O Apóstata"), que reinou no século IV EC. Mas, como sabemos, essa tentativa não foi frutífera, derrubada pela própria conjuntura da época, onde já se pressentia o poder de manipulação, domínio e intriga do cristianismo, evidenciado nos séculos seguintes.

Um dos ardis utilizados pelos cristãos era o de apropriar-se de festividades pagãs como orações religiosas de sua própria religião.

Assim, por exemplo, o festival do solstício de inverno, onde se comemorava o nascimento do Deus-Sol, transformou-se no Natal cristão.

Também o festival de Samhain, comemorado em intenção dos mortos, recebeu o nome de Dia de Todos os Santos, logo seguido pelo dia de Finados.

A despeito destas tentativas, as tradições pagãs continuaram mantendo sua força. A partir de um decreto do Papa Gregório, os cristãos também se apossaram dos locais sagrados da Antiga Religião e, derrubando os templos ali existentes, erigiram suas igrejas. Os Deuses de cada santuário foram transformados em santos e santas (um exemplo é Santa Brígida, da Irlanda, na verdade a Deusa Bhríd, protetora do fogo e dos partos).

Quando os cristãos deram-se conta da importância da Deusa-Mãe para as pessoas, aumentaram a proeminência da Virgem Maria no culto cristão.

Mitos e práticas pagãs foram, sistematicamente, absorvidas, distorcidas e transformadas em ritos cristãos. Esculturas de temas pagãos foram incluídos em igrejas e capelas.

O maior exemplo de sincretismo entre costumes pagãos e cristãos é o cristianismo irlandês, que ainda hoje conserva hábitos célticos mesclados a liturgias cristãs. Os padres tinham a seu favor o tempo, o poder e a força. Os pagãos tinham que lutar sozinhos contra a profanação de seus templos, crenças e costumes. Desta maneira, o povo simples dos campos foi acostumando-se à nova religião, e gradualmente, foi sendo convertido. Mas os sacerdotes restantes da Antiga Religião não se renderam à nova ordem. Juntamente com pessoas ainda fiéis às antigas crenças, mantiveram o culto ao Deus de Chifres e à Deusa Mãe.

As crenças pagãs, enfatizando a adoração aos Deuses e a realização dos festivais de fertilidade, foram amalgamando-se à magia popular, criando a Bruxaria Européia. A magia popular consistia em um conjunto de feitiços feitos com o uso de ervas, bonecos e diversos outros meios. Estes feitiços tinham como objetivo a cura, a boa sorte, atrair amores, e fins menos nobres, como a morte de algum inimigo. São práticas desenvolvidas a partir do que restara da magia simpática pré-histórica, unidas ao conhecimento xamânico dos povos bárbaros.

Os teólogos cristãos passaram então a sustentar que a Bruxaria não existia. Assim, pretendiam terminar com a credibilidade dos bruxos e anular sua influência. Foi um período de relativa paz para a Arte. Mas logo os cristãos perceberam que seus esforços para exterminar completamente o paganismo não haviam dado resultado.

Fizeram então mais uma tentativa: transformaram o Deus de Chifres na personificação do Mal, do Antideus, do Inimigo.

A natureza dos Deuses pagãos é completamente diferente da do todo-poderoso “senhor de bondade” dos cristãos.

Nossos Deuses são quase “humanos”, pois têm características tanto ‘boas’ quanto ‘más’. A teologia cristã já pressupunha a existência de um antagonista a seu Jeová (o ‘Satan’ hebraico do Antigo Testamento e o ‘diabolos’ do Novo): um Inimigo.

Ele ainda não possuía forma definida e, quando era representado, o era em forma de serpente, como a que persuadiu Adão a comer a fruta da Árvore da Sabedoria. Dando a seu Satã a forma do Deus de Chifres (notadamente de deuses agro-pastoris como Pã e Sileno, dotados de cascos de bode e pequenos cornos), os cristãos conseguiram iniciar um clima de terror e medo em relação aos praticantes da Antiga Religião, o que os forçou a praticarem seus ritos em segredo.

Mas a era mais triste da Arte ainda estava por vir. A Era das Fogueiras.

A situação da Igreja até ao século XIII era caótica. Facções adversárias lutavam entre si, cada uma digladiando-se em favor de um dogma. Nos numerosos concílios realizados, ora, uma das facções impunham sua visão, ora outra. Isso favorecia um desmoralizante 'entra-e-sai' de dogmas, o que desacreditava a Igreja. Algumas destas facções também criticavam a corrupção e o jogo de poder dentro da classe sacerdotal, e levantavam dúvidas sobre o poder espiritual do papado.

Foi então criado um instrumento de repressão: o Tribunal de Santa Inquisição consistia em um corpo investigatório ignorante, brutal e preconceituoso, dirigido pela ordem dos Dominicanos.

Sua função primordial era a de acabar com as facções que se opunham a Igreja (denominadas 'heréticas'), através do extermínio sistemático de seus membros. Exemplos destas facções 'heréticas' eram os cátaros, os gnósticos e os templários. Com o tempo, os cristãos perceberam outro uso para seu Tribunal. Ainda persistiam Cultos aos Deuses Antigos, e, graças a transformação do Deus de Chifres no Demônio Cristãos, eram acusados de delitos absurdos, como o canibalismo, a destruição de lavouras (acusar de tal crime uma Religião dedicada à manutenção da fertilidade das colheitas é, no mínimo, ridículo) e muitos outros. Foi então proclamada, em 1484, a Bula contra os Bruxos, pelo Papa Inocêncio VIII.

Neste documento, ele relacionava os crimes atribuídos aos bruxos e dava plenos poderes à Inquisição para prender, torturar e punir todos aqueles que fossem suspeitos do 'crime de feitiçaria'.

Em 1486 foi publicado o Malleus Malleficarum ('Martelo dos Feiticeiros'), escrito pelos dominicanos Kramer e Sprenger.

O livro, absurdo e miseógino, era um manual de reconhecimento e caça aos bruxos, e, principalmente, às bruxas (o livro trazia afirmações surpreendentes, como: "quando uma mulher pensa sozinha, pensa em malefícios"). A partir daí, a Igreja abandonou completamente a postura de ignorar a Bruxaria: pelo contrário, não acreditar na sua existência era considerada a maior das heresias. Iniciou-se então um período de duzentos anos de terror, conhecido entre os bruxos como "Era das Fogueiras".

Mas os bruxos (e também os hereges e inocentes: doentes mentais, homossexuais, pessoas invejadas por poderosos, mulheres velhas e/ou solitárias) não pereciam só em fogueiras: eram também enforcados e esmagados sob pedras. Isso quando não pereciam nas torturas, as quais são tão cruéis e sádicas que não merecem nem ser mencionadas.
A Inquisição tornou-se uma válvula de escape para as neuroses da época: em época de forte repressão sexual, condenavam-se mulheres jovens, que eram despidas em frente a um grupo de 'investigadores', tinham todo seu corpo revistado diversas vezes, a procura de uma suposta marca do diabo' e, por fim, eram açoitadas, marcadas a ferro e violentadas. Terminavam condenadas e executadas como bruxas. Seu crime: serem mulheres jovens, belas e invejadas. Anciãs que moravam sozinhas, geralmente em companhia de alguns animais, como gatos (daí a lenda da ligação dos gatos com as bruxas), eram alvo de desconfiança e logo declaradas 'feiticeiras', e assim, assassinadas.

A maioria das vítimas dos tribunais de Inquisição não eram verdadeiros praticantes da Arte, mas muitos bruxos pereceram na mão dos cristãos. Aproximadamente nove milhões de crimes como este foram cometidos durante a Inquisição, ironicamente em nome de uma religião que se dizia 'de amor'. Nunca uma religião demonstrou tanta necessidade de exterminar seus antagonistas como o cristianismo.

A perseguição aos bruxos não resumiu-se apenas ao países católicos: espalhou-se pela Europa protestante.

Os protestantes não se guiavam pelo Malleus Malleficarum, mas davam razão à sua paranóia através do uso de uma citação do Antigo Testamento: "não deixarás que nenhum bruxo viva".

Na Era das Fogueiras, os praticantes da Antiga Religião adotaram o único comportamento que lhes possibilitaria a sobrevivência: "foram para o subterrâneo", ou seja, mantiveram o máximo de discrição e segredo possível.

A sabedoria pagã só era passada por tradição oral, e somente entre membros da mesma família ou vizinhos da mesma aldeia.

Como técnica de proteção, os próprios bruxos ajudaram a desacreditar sua imagem, sustentando que a Bruxaria não passava de lenda, ou disseminando idéias de bruxos como figuras cômicas e caricatas, dignas de pena e riso.

Por volta do final do século XVII, a perseguição aos bruxos foi diminuindo gradativamente, estando virtualmente extinta no século XVIII. A Bruxaria parecia, finalmente, ter morrido.

Mas os grupos de bruxos ("covens") resistiam, escondidos nas sombras. Algo que surgiu nos primórdios da humanidade não morreria assim tão facilmente.

O Renascer da Bruxaria.


A partir da metade do século XIX, a Bruxaria tornou-se novamente objeto de discussão, graças ao renascer do interesse em mitologia, folclore e magia.

Em 1862, Jules Michelet lançou sua obra "A Feiticeira", na qual falou sobre a sobrevivência dos cultos pagãos nas Idades Média e Moderna e sobre o surgimento paralelo do satanismo. Apesar de importante, as principais intenções de seu livro eram políticas: pretendia provar que a Bruxaria era um culto surgido nas camadas inferiores da sociedade em protesto à repressão da classe dominante.

Isso pode ser verdadeiro para o satanismo, mas não corresponde à realidade quando se trata de Bruxaria. Mas isso não diminui a importância de seu livro: sua tese da sobrevivência dos cultos pagãos influenciou o trabalho de vários antropólogos e folcloristas do final do século XIX e do início do século XX.

Um deles foi o norte-americano Charles Leland, um folclorista conhecido na época por suas pesquisas sobre cultura cigana.

Em 1899, Leland lançou um livro intitulado "Aradia, ou o Evangelho das Bruxas". Foi a primeira obra de grande importância para o renascimento da Bruxaria no século XX. Neste livro, Leland registrava as crenças reunidas por uma bruxa toscana chamada Maddalena, que ele conhecera em uma viagem pela Itália no ano de 1866. O livro fala davecchia religione praticada naquela região: o culto à Deusa Aradia, filha de Diana com seu irmão Lúcifer. Aradia foi la prima strega ('a primeira bruxa'), enviada à Terra por sua mãe para ensinar as artes da feitiçaria aos humanos.

A idoneidade do livro é contestada atualmente por alguns historiadores da feitiçaria, que argumentam que Leland dirigiu sua pesquisa para enquadrar-se em suas concepções e nas idéias de Michelet. Outros dizem ainda que Maddalena traiu a boa fé do folclorista. O fato é que nada disto tira o mérito do livro, um clássico da Bruxaria moderna.

A década de 20 produziu dois importantes livros para a Bruxaria moderna: um deles foi "O Ramo de Ouro" ('The Golden 'Bough'), gigantesca obra do antropólogo James Frazer, versando sobre rituais de fertilidade.

As idéias que expôs em sua obra, juntamente com o conhecimento passado por Leland em 'Aradia' levaram a antropóloga Margaret Murray a lançar seu importante livro "O Culto de Bruxaria na Europa Ocidental" ('The Witch-Cult in Western Europe'), em 1921. Nele Murray sustentava que a Bruxaria era uma antiqüíssima religião organizada, presente em toda a Europa, baseada no culto a um deus chifrudo da fertilidade, que ela denominou de Dianus (ela falou mais sobre ele em seu livro 'The God of the Witches'). De acordo com ela, essa religião havia sobrevivido à perseguição e continuava com suas práticas, de maneira oculta. Muitas críticas já foram feitas à Murray, e a maioria se baseou na fraqueza de alguns de seus argumentos para defender a suposta 'organização' dessa religião.

Hoje sabemos que ela não era tão organizada nem praticada em tantos lugares quanto Murray sustentava, mas indubitavelmente existia um culto pagão, praticado de formas diferentes em lugares diferentes, que sobreviveu à perseguição.

Em 1948 Robert Graves escreveu sua excelente obra "A Deusa Branca" ('The White Goddess'), no qual concordava com Murray quanto à existência de um culto pagão disseminado pela Europa, mas apoiava a tese de que sua divindade mais importante era uma Deusa-Mãe, e não o Deus de Chifres. Três anos depois, em 1951, caíram as últimas leis anti-feitiçaria da Inglaterra.
A porta estava aberta para os bruxos. Surge então Gerald Gardner, o mais importante personagem do renascimento da Bruxaria como religião. Gardner era um folclorista inglês, amigo pessoal do grande mago Aleister Crowley.

Admirador de Frazer e Murray, realizava profundas pesquisas sobre os cultos de fertilidade pré-cristãos e sua sobrevivência. No decorrer destas pesquisas, em 1939, conheceu um grupo de pessoas que mais tarde descobriu fazerem parte de um Coven secreto (como o eram todos, na época).

Gardner ficou fascinado: a existência destes bruxos confirmava as teses de Margaret Murray. Estabeleceu uma relação de amizade profunda com os membros deste Coven (denominado Coven de New Forest), e acabou por receber Iniciação.

O Coven de New Forest, dirigido por uma bruxa conhecida por 'Old Dorothy', era representante de uma tradição que havia sobrevivido às perseguições.

Há quem insinue que Gardner inventou o Coven para dar bases à seu trabalho posterior, e que Old Dorothy nem ao menos existiu. Essas declarações foram brilhantemente refutadas com evidências históricas por Doreen Valiente, no ensaio "Em Busca de Old Dorothy", publicado no livro 'The Witches' Way"('O Caminho dos Bruxos'), do casal Janet e Stewart Farrar.

Com o passar do tempo, Gardner preocupou-se com o futuro da Tradição, pois todos os membros do Coven eram idosos, e não havia previsão de aceitar novos iniciados. Ele não aceitou esse destino, e pediu permissão para publicar algumas práticas da religião. Relutantes, os Sábios do Coven negaram. Mesmo assim, Gardner publicou, em 1948, "High Magic's Aid", um romance no qual descrevia, sutilmente, alguns rituais da Arte. A publicação do livro causou polêmica entre o Coven de New Forest, e Gardner quase foi banido. Mas, com a queda das leis anti-feitiçaria, os Sábios do Coven reviram sua posição e deram permissão a Gardner para afirmar que a Bruxaria estava viva, desde que não revelasse nenhum segredo.

Então, em 1954, Gerald Gardner publicou o primeiro livro da Bruxaria Moderna: "Witchcraft Today", seguido de "The Meaning of Witchcraft"(1959). Neles, Gardner afirmava estarem certas as teorias de Murray, pois ele mesmo era um bruxo iniciado.

Os livros falavam apenas superficialmente sobre a Tradição que lhe havia sido confiada, concentrando-se mais no aspecto histórico da religião. Paralelamente à publicação dos livros, Gardner saiu do Coven de New Forest e iniciou seu próprio Coven, iniciando pessoas que lhe pareciam sinceras e dedicadas. A essas pessoas, transmitia integralmente o conteúdo de um manuscrito, por ele denominado de "Livro das Sombras". Este livro continha integralmente a Tradição do Coven de New Forest, mesclada a práticas mágicas retiradas da Clavícula de Salomão e dos escritos de Crowley. Seu conteúdo, copiado por todo iniciado, passou a ser denominado de Tradição Gardneriana, a primeira Tradição da Bruxaria Moderna. O 'Livro das Sombras' Gardneriano teve três versões, conhecidas pelas letras A, B e C. O texto que é utilizado atualmente pelos Covens Gardnerianos é o C, escrito por Gardner em conjunto com uma de suas iniciadas, Doreen Valiente, responsável por grandes mudanças no texto original.

Valiente "paganizou" ao máximo os ritos e textos, retirando qualquer influência de magia judaico-cristã ou textos escritos por Crowley.

Atualmente, a Gardneriana é a mais sigilosa de todas as Tradições modernas. Gardner morreu em 1964, e o comando de seus Covens foi passado à Monique Wilson, conhecida como Lady Olwen.

Na década de 60, surgiu outro personagem importante na história moderna da Arte: Alex Sanders, que recebeu o título de "Rei dos Bruxos". Sanders era um grande interessado em bruxaria, que nunca havia conseguido ingressar em um dos Covens Gardnerianos.

De algum modo que até hoje não está bem esclarecido, conseguiu tomar posse de um 'Livro das Sombras' Gardneriano. Uniu o conhecimento do livro (provavelmente cópia do texto A) ao que afirmava ter sido transmitido por sua avó, uma bruxa familiar.

    Sanders possuía um temperamento completamente antagônico ao de Gardner. Era um especialista em marketing pessoal, o que lhe deu extrema notoriedade. Milhares de pessoas foram iniciadas em seus Covens, e ele aparecia em entrevistas em TV, rádio e jornais. Era tão público que foi ameaçado de maldição por bruxos mais tradicionais, temendo que ele revelasse algum grande segredo da Arte. Mas isto nunca ocorreu: Sanders era um "show-man", mas não era burro.

A Tradição Alexandriana, fundada por Alex Sanders, é muito semelhante à Gardneriana. Sua principal diferença é a maior ênfase mágico-cabalística, quase inexistente na Tradição de Gardner. Sanders morreu em 1988, mas sua Tradição é uma das mais difundidas no mundo.

Existe também uma Tradição moderna denominada Alexandriana-Gardneriana (Al-Gard), que tenta conciliar os ensinamentos de ambas, com a inclusão de novos elementos, em sua maioria de origem céltica.

Os maiores representantes públicos atuais da Al-Gard são Janet e Stewart Farrar, da Irlanda.

Nos EUA, o primeiro bruxo a se manifestar publicamente foi o anglo-gitano Raymond Buckland, iniciado por Gardner e Lady Olwen.

Considerado pelo próprio Gardner um de seus herdeiros, Buckland migrou para os Estados Unidos logo após a morte do bruxo. Lá, ganhou notoriedade por seus livros sobre Ocultismo e por ser o fundador da Tradição Saxônica da Bruxaria, a Seax-Wica.

Nos Estados Unidos, com raras exceções, a Arte ganhou um novo aspecto, inexistente na Bruxaria Européia: o aspecto político. A Bruxaria uniu-se ao feminismo para gerar uma nova forma da Religião. Surgiram então Covens denominados "Diânicos", formados só por bruxas.

Algumas das representantes da Bruxaria feminista americana são Starwahk, Zsuzsana Budapest e Laurie Cabot. Com exceção da primeira, nenhuma delas é levada muito a sério pelos bruxos tradicionalistas europeus, que julgam-nas produtoras de distorções no verdadeiro espírito da Arte.


Bruxaria wicca, orações á Lua

 INVOCAÇÃO A LUA ORVALHADA

Ó pregnante, orvalhada lua a navegar pelos céus,
Que brilha para todos
Que flui através de todos
Luz do mundo
Donzela, mãe, anciã
Ser criativo ser refrescante
Isis, Asarteia, Ishtar
Aradia, Diana, Cibele
Kore, Ceridwen, Levanah
Luna, Mari, Ana
Rhiannon, Selena, Demeter, Mah
Olhe com nosso solhos, ouça com nossos ouvidos
Toque com suas mãos, respire com nossas narinas
Beije com nossos lábios, abra nossos corações
Penetre em nos!
Toque-nos, transforme-nos, faça-nos um todo!

 

 

Bruxaria wicca, orações á Lua

 INVOCAÇÃO A LUA ORVALHADA

Ó pregnante, orvalhada lua a navegar pelos céus,
Que brilha para todos
Que flui através de todos
Luz do mundo
Donzela, mãe, anciã
Ser criativo ser refrescante
Isis, Asarteia, Ishtar
Aradia, Diana, Cibele
Kore, Ceridwen, Levanah
Luna, Mari, Ana
Rhiannon, Selena, Demeter, Mah
Olhe com nosso solhos, ouça com nossos ouvidos
Toque com suas mãos, respire com nossas narinas
Beije com nossos lábios, abra nossos corações
Penetre em nos!
Toque-nos, transforme-nos, faça-nos um todo!

 

 

Wicca Feitiçaria Moderna 

 

Introdução

 

Wicca (nome alternativo para a arte da feitiçaria moderna) é uma religião de natureza xamanístíca, positi­va, com duas deidades reverenciadas e adoradas em seus ritos: a Deusa (o aspecto feminino e deidade ligada à antiga Deusa Mãe em seu aspecto triplo de Virgem, Mãe e Anciã) e seu consorte, o Deus Chifrudo (o aspecto masculino). Seus nomes variam de uma tradição wiccaniana para outra, e algumas delas usam nomes de deidades diferentes, tanto em seus graus mais elevados como nos inferiores.

Frequentemente, Wicca inclui a prática de várias formas de magia branca (geralmente com propósitos de cura ou para neutralizar a negatividade) e ritos para harmonização pessoal com o ritmo natural das forças da vida marcadas pelas fases da lua e pelas quatro estações do ano.

Wicca (que também é conhecida como "Arte dos Sá-bios^ou, muitas vezes, somente como "A Arte") é considerada por muitos uma religião monista, assim como panteísta, e faz parte do ressurgimento atual do paganismo ou movi­mento neopagão, como muitos preferem chamar.

 

"Hoje em dia muitas pessoas que se definem como Pagãs utilizam a palavra como termo ge-nérico para as "religiões naturais e nativas, em geral politeístas, e também para seus adeptos".

Em termos simples, é uma religião positiva, baseada na natureza, que prega o amor fraterno e a harmonia, e o respeito por todas as formas de vida. É muito semelhante à espiritualidade dos nativos americanos. Suas origens estão no início do desenvolvimento humano da religião: deidades animistas gradualmente assumem uma nova definição, transformando-se em Deus ou Deusa de toda a Natureza. Esse Deus ou essa Deusa — sob nomes diferentes em épocas e locais diferentes — pode ser encontrado em quase todos os sistemas religiosos históricos do mundo.

O Paganismo não se opõe e nem nega qualquer outra religião. Ele é, simplesmente, uma fé pré-cristã.

A maioria dos Pagãos parece concordar com várias dessas crençascomumente sustentadas:

"(l) A divindade é imanente ou interna, bem como transcendente ou externa. Isso é expresso com frequência nas frases Tu és Deus e Tu és Deusa'. (2) A divindade costuma manifestar-se sob a forma feminina, o que resultou num grande número de mulheres atraídas para a fé e ingressando no clero. (3) Uma multiplicidade de deuses e deusas, como deidades individuais ou como facetas de um ou de alguns arquétipos, originou sistemas de lógica de valores múltiplos e aumentou a tolerância em relação às outras religiões. (4) O respeito e o amor pela Natureza como algo divino por direito próprio fazem da conscientização ecológica e dessa atividade uma obrigação religiosa. (5) Descontentamento com asorganizações religiosas monolíticas e desconfiança de

supostos messias e gurus. Isso dificulta a organização entre os Pagãos, mesmo"para o seu próprio bem9, e leva a mutações constantes e ao crescimento do movimento. (6) A convicção de que os seres humanos foram feitos para viver vidas repletas de alegria, amor, prazer e humor. Os conceitos ocidentais tradicionais de pecado, culpa e retribuição divina são vistos como uma interpretação errada das experiências naturais de crescimento. (7) Um simples conjunto de ética e de moralidade para evitar prejudicar outras pessoas. Uns ampliam esse conceito para alguns ou todos os seres vivos e o planeta como um todo. (8) O conhecimento de que, com treinamento e intenção apropriados, as mentes e os corações humanos são totalmente capazes de realizar toda magia e milagres de que, provavelmente, necessitarão por meio do uso dos poderes psíquicos naturais que todos possuem. (9) A importância da conscientização e celebração dos ciclos solar e lunar e também de outros em nossas vidas. Isso provocou uma investigação e a renovação de vários costumes antigos, e, também, uma pesquisa sobre alguns novos. (10) O mínimo de dogma e o máximo de ecletismo. Isso significa que os Pagãos relutam em aceitar qualquer ideia sem uma investigação pessoal e que desejam adotar e usar qualquer conceito que considerem útil, independente da sua origem. (11) Uma grande fé na capacidade das pessoas de resolverem seus próprios problemas atuais em todos os níveis, públicos e particulares. Isso conduz a... (12) Um total compromisso com o crescimento, evolução e equilíbrio pessoais e universais. Espera-se que os Pagãos realizem esforços intermitentes nessas direçÕes. (13) Crença em que cada um pode progredir para atingir esse crescimento, essa evolução e esse equilíbrio mediante alteração cuidadosamente planejada da sua consciência, utilizando tanto os métodos antigos como os atuais para auxiliar em concentração, meditação, reprogramação e êxtase. (14) O conhecimento de que a interdependência humana implica uma cooperação de comunidade. Encoraja-se os Pagãos a utilizarem seus talentos para se ajudarem ativamente e também a comunidade. (15) A conscdentização de que, se quiserem atingir qualquer um de seus ideais, deverão praticar o que pregam. Isso os leva a observarem e adotaremum estilo de vida consistente com as crenças naquilo que proclamam". (Extraído de um panfleto distribuído na vizinhança, intitulado O Que, em Nome dos Céus,Está AcontecendoAqui?

Copyright 1989 do Centro de Religião Não-Tradidonal, usado com autorização. Para mais informações, consulte o título Panegyria, na página 193, no capítulo sobre Publicações Pagãs.)



A religião wiccaniana é formada de várias seitas (ou "tradições"), como aGardneriana, Alexandrina, Diânica, Tâniea, Georgiana, Tradicionalista ética e outras. Várias dessas tradições foram formadas e introduzidas nos anos 60, e, embora seus rituais, costumes, ciclos místicos e simbolismos possam ser diferentes uns dos outros, todas se apoiam nos princípios comuns da lei da Arte. O dogma principal da Arte Wicca é o Conselho Wiccaniano, um código moral simples e benevolente:

 

SEM PREJUDICAR NINGUÉM, REALIZE SUA VONTADE.

 

Ou, em outras palavras, você é livre para fazer o que quiser, contanto que, de forma alguma, prejudique alguém — nem você mesmo. (O Conselho Wiccaniano é extremamente importante e não pode ser esquecido na realização de qualquer encantamento ou ritual mágico, especialmente naqueles que podem ser considerados como não-éticos ou de natureza manipuladora.)

A Lei Tripla (ou a Lei dos Três) é uma lei cármica de retribuição tripla que se aplica sempre que você faz alguma coisa boa ou má. Por exemplo, se você usa a magia branca (ou energia positiva) para fazer bem a alguém, por três vezes ele voltará para você durante a sua vida. Da mesma forma, se você usar a magia negra (ou energia negativa) para prejudicar alguém, o mal ou "pecado" também retomará a você três vezes durante a mesma vida. Os seguidores da religião Wicca são chamados de Wiceanianos ou Bruxos. A palavra Bruxo(a) aplica-se aos praticantes do sexo masculino e do sexo feminino da Arte. (Os Bruxos muito raramente são chamados de feiticeiros [warlocks]. A palavra warlock^ considerada um insulto na maioria dos círculos wiccanianos, origina-se do inglês arcaico WAERLOGA, que significa "aquele que rompe o juramento” e foi utilizado pela Igreja cristã de maneira aviltante, como termo correspondente ao masculino de bruxa.)

Embora as Bruxas se orgulhem de fazer parte da Arte, existem algumas que se opõem fortemente ao uso do termo truxa", considerando que a palavra possui determinadas conotações negativas e incitando imagens estranhas e conceitosmal-entendidos nas mentes dos que não estão familiarizados com a Arte e que talvez se mostrem um pouco relutantes em aceitar aquilo que não compreendem claramente.

Como a Arte Wicca é uma religião orientada para a Natureza, a maioria doS seus membros está envolvida de uma maneira ou de outra com o movimento ecológico e com as reivindicações ambientais atuais.

Os Wiccanianos não aceitam o conceito arbitrário do pecado original ou domal absoluto, e não acreditam num Céu ou num Inferno, mas somente naqueles que são as suas criações próprias.

Os Wiccanianos não praticam qualquer forma de magia negra ou "mal", não cultuam os diabos, demónios ou qualquer entidade do mal, e não tentam converter membros de outras fés para o Paganismo. Respeitam todas as outras religiões positivas e acham que a pessoa deve ouvir o "chamado da Deusa" e desejar verdadeiramente, dentro de seu coração, sem qualquer influência externa ou proselitismo, seguir o caminho wiccaniano. Muitos Wiccanianos usam um ou mais nomes secretos (também conhecidos como "nomes de iniciação para significar o renascimento espiritual e uma nova vida dentro da Arte Wicca. Os nomes de iniciação são muito sagrados e usados somente entre os irmãos e as irmãs do mesmo caminho. Quando um Bruxo ou Bruxa assume um novo nome, ele ou ela deve ser extremamente cuidadoso em escolher algum que se harmonize de uma maneira ou de outra com o aspecto numerológico do nome, do número do nascimento ou do número das ninas. Um nome bem escolhido vibra com o indivíduo e o une diretamente à Arte.

Muitos Wiccanianos trabalham juntos em pequenos grupos que são chamados de covens. Um coven (que pode consistir de até 13 membros) é dirigido pela Alta Sacerdotisa e/ou um Alto Sacerdote, e reúne-se para adorar a Deusa, realizar trabalhos mágicos e cerimónias nos Sabás e Esbás. Os membros de umcoven são chamados de coveners e o lugar de reunião do coven  covenstead.

Os que trabalham por si só, tanto por escolha pessoal como por circunstâncias, são chamados de bruxos solitários.

Os Wiccanianos celebram oito Sabás anuais, destacando as transições entre as estações. Existem quatro principais (ou grandes) Sabás e quatro menores (ou menos importantes). Os Sabás maiores são Candiemas, Beltane, Laminas eSamhain. Os Sabás menores são Equinócio da Primavera, Soistício de Verão,Equinócio do Outono e Soistício de Inverno. (Esses festivais são descritos em detalhes no Capítulo Dois.)

O Esbá é uma reunião mensal do coven, realizada pelo menos 13 vezes ao ano, durante a lua cheia. No Esbá, os Wiccamanos trocam ideias, discutem problemas, realizam rituais especiais, trabalhos mágicos e de cura, e agradecem à Deusa e ao Deus Chifrudo. Uma cerimónia tradicional, a dos "Bolos e Vinhos" ou "Bolos e Cerveja", acontece também em cada Esbá. Nelas são servidas comidas e refrescos consagrados, e os coveners relaxam e discutem assuntos mágicos importantes. (O "Bolos e Vinho" ou "Bolos e Cerveja" é um costume tradicional sempre que acontece um ritual wiccaniano e se traça um círculo mágico.)

Num couen a Deusa é representada pela Alta Sacerdotisa, e o Deus Chifrudo, pelo Alto Sacerdote.

A Deusa é conhecida por vários nomes diferentes. Ela é chamada frequentemente de Diana, Cerridwen, Freya, Ísis, Isthar, a Senhora ou qualquer outro nome que o coven escolher para usar ou que um Wiccaniano sinta que corresponde à sua própria visão mitopoética.

A Deusa é um princípio feminino. Ela representa a fertilidade, a criação, os poderes regeneradores da Natureza, e a sabedoria. Seu símbolo é a Lua, e, nas artes, é  muitas vezes representada como possuidora de três faces — cada uma representando uma fase lunar diferente. Na

Sua fase de lua nova. Ela é a Virgem; na lua cheia, é a Mãe; e, na Sua fase minguante, é a Anciã.

O Deus Chifrudo é uma deidade fálica da fertilidade e da criatividade intelectual que simboliza os poderes dos crescentes lunares do quarto crescente e do quarto minguante. Geralmente é representado como um homem hirsuto, barbado, com os cascos e os chifres de um bode. É o deus da Natureza e a contraparte masculina da imagem da Deusa. Na época primitiva, era adorado como o Deus Chifrudo da Caça.

Como a Deusa, o Deus Chifrudo é também conhecido por vários nomes diferentes. Em algumas tradições wiccanianas, é chamado de Cemunnos, que é o nome latino para "o Chifrudo". Em outras, é conhecido como Pa, Woden e outros nomes.

O culto à Deusa e ao Deus Chifrudo simboliza a crença wiccaniana de que tudo que existe no universo está dividido em dois opostos: feminino e masculino, negativo e positivo, luz e trevas, vida e morte, yin e yang — o equilíbrio da Natureza.

Fm certas tradições wiccanianas, a Deusa é adorada durante os Sabás da Primavera e do Verão, pois simboliza a fertilidade da terra na época do crescimento, e o Deus Chifrudo, durante os Sabás do Outono e do Inverno, pois representa a metade escura do ano.

Outras tradições adoram a Deusa em Seus vários aspectos durante todo o ano e observam o nascimento (na verdade o renascimento) do Deus Chifrudo noSabá do Soistício de Inverno; Seu crescimento, puberdade e maturidade, durante, respectivamente, os Sabás da Primavera, do Verão e do Outono; e a Sua morte, no Sabá Samhain.

Após a morte, diz-se que Seu espírito retorna ao ventre divino da Deusa Mãe até o Soistído de Inverno seguinte, quando, mais uma vez, renasce. Esse antigoeido mítico de nascimento-morte-renascimento se repete a cada ano.

O Deus Chifrudo tem sido adorado desde os tempos antigos em quase todas as culturas; entretanto, a Igreja Católica Romana, numa tentativa de erradicar a adoração do antigo deus pagão da caça e da fertilidade, perverteuo em seu símbolo do mal e o chamou de Diabo.

 

Bruxaria: Passado e Presente

A BRUXARIA E O DIABO

As raízes espirituais de Wicca remontam à era paleolítica, quando as deidades da Natureza eram adoradas por todos. Contudo, como resultado da influência do Cristianismo, da propaganda antibruxaria da Igreja e com modificação da tradição folclórica, os sacerdotes e sacerdotisas dos primeiros tempos foram transformados em feiticeiros e feiticeiras do diabo da Idade Média. Como a História claramente comprova, era comum o fato de os deuses e deusas de uma religião serem transformados em diabos e demónios da seguinte. Sem dúvida alguma, este foi o caso da Religião Antiga e do Cristianismo.

Infelizmente, como resultado das concepções deliberadamente erradas, popularizadas pelo domínio cristão, dos meios de comunicação atuais, dos filmes de horror, das conferências e outros eventos, muitas pessoas mal-informadas e que não estão familiarizadas com as práticas atuais e a filosofia de Wicca acreditam que todos os Bruxos são maus. (Algumas até não acreditam que as Bruxas existem.) Várias pessoas, vítimas de ignorância e/ou de uma lavagem cerebral religiosa, acreditam que os Bruxos e os Pagãos modernos estão envolvidos de uma maneira ou de outra com o Satanismo e que realizam sacrifícios sangrentos aos deuses antigos ou ao Diabo cristão. Isso é um absurdo, e, de forma alguma, é verdadeiro! Os Wiccanianos definitivamente não defendem o sacrifício humano ou animal e nem a morte de qualquer ser vivo como oferenda a uma divindade, e, até onde existe uma relação entre os Bruxos e o Satanismo, a verdade é que os Bruxos verdadeiros não o adoram, não recebem seus poderes, não assinam pactos ou vendem sua alma ao Diabo. Na verdade, os Bruxos nem sequer compreendem a existência do Diabo como ela é definida pela religião cristã! O Diabo é um instrumento de propaganda antipagã inventada pela igreja cristã. Ele nunca existiu na literatura escrita antes do Novo Testamento. A Arte é uma religião pré-cristã que já existia há muito tempo antes da Igreja ou do seu conceito de Satã, o qual nunca foi adorado como deidade da Religião Antiga. O Diabo é estritamente parte do sistema de crença cristão e não da religião telúrica e de amor à Natureza deWicca.

O TEMPO DAS FOGUEIRAS

 

Após a Igreja Cristã ter sido formada e haver adquirido poder, os costumes dos Pagãos foram vistos como uma ameaça ao sistema religioso recentemente estabelecido, e a adoração aos deuses da Religião Antiga foi banida. Os antigos festivais foram superados pêlos novos feriados religiosos da Igreja, e os antigos deuses da natureza e da fertilidade, transformados em terríveis e maléficos demónios e diabos. (A igreja patriarcal chegou até a transformar várias deusas pagas em diabos masculinos e maus não somente para corromper as deidades da Religião Antiga como, também, para apagar o fato de o aspecto feminino ter sido um objeto de adoração.

No ano de 1233, o Papa Gregário IX instituiu o Tri­bunal Católico Romano conhecido como Inquisição, numa tentativa de terminar com a heresia. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXII) declarou oficialmente que a Bruxaria e a Religião Antiga dos Pagãos constituíam um movimento herético e uma "ameaça hostil" ao Cristianismo. Os bruxos tornaram-se heréticos, e a perseguição contra todos os Pagãos espalhou-se como fogo selvagem por toda a Europa. (É interessante notar que, antes de uma pessoa ser considerada herética, ela tem, primeiro, que ser cristã, e os Pagãos nunca foram cristãos. Eles sempre foram Pagãos.)

Os Bruxos (Junto com um número incalculável de ho­mens, mulheres e crianças u inocentes" que não eram Bru­xos) foram perseguidos, brutalmente torturados, muitas vezes sexualmente violados ou molestados e, então, execu­tados pelas autoridades sádicas, sedentas de sangue da Igreja, que ensinavam que o seu Deus era um deus de amor e compaixão.

A Bruxaria na Inglaterra tornou-se uma ofensa ilegal no ano de 1541 e, em 1604, foi adotada uma lei que de­cretou a pena capital para os Bruxos e Pagãos. Quarenta anos mais tarde, as 13 colónias na América decretaram também a pena de morte para o "crime" de Bruxaria. No final do século 17, os seguidores que permaneciam leais à Religião Antiga viviam escondidos, e a Bruxaria tomou-se uma religião subterrânea secreta após uma estimativa de um milhão de pessoas ter sido levado à morte na Europa e mais de 30 condenadas em Salem, Massachusetts, em nome do Cristianismo.

Embora os infames julgamentos das Bruxas de Sa­lem, em 1692, sejam os mais conhecidos e bem-docu-mentados da história dos Estados Unidos da América, o primeiro enforcamento de um Bruxo na Nova Inglaterra realmente aconteceu emConnectieut, em 1647, 45 anos antes que a histeria contra a Bruxaria se abatesse na Vila de Salem. Ocorreram outras execuções pré-Salem, em Providence, RhodeIsland, em 1662.

O método mais popular de extermínio dos Bruxos na Nova Inglaterra era a forca. Na Europa, a fogueira. Outros métodos incluíam a prensagem até a morte, o afogamento, a decapitação e o esquartejamento.

Durante 260 anos, após a última execução de um Bruxo, os seguidores da Religião Antiga mantiveram suas práticas pagãs ocultas nas sombras do segredo, e, somente após as leis contra a Bruxaria terem sido finalmente revogadas na Inglaterra, foi que Bruxos e Pagãos, em 1951, oficialmente saíram do quarto das vassouras.

 

A LIBERAÇÃO DOS BRUXOS

 

O estereótipo da Bruxa — uma velha feia, voando numa vassoura, que come criancinhas e transforma pes­soas em sapos por meio da magia negra — é uma imagem extremamente negativa, cujos responsáveis foram muitas histórias infantis e filmes de horror de Holiywood. Muitos Bruxos se cansaram e se zangaram com esses estereótipos degradantes e lutaram contra a difamação deles e da Arte, revelando-se em público, proferindo conferências, escre­vendo livros (como este que você está lendo agora) e protes­tando contra os filmes, programas de televisão, livros e outros instrumentos que os retraíam de maneira negativa e reforçam essas imagens estereotipadas. Muitos Wicca-nianos estão batalhando legalmente pêlos seus direitos constitucionais, levando à Corte vários casos de discrimi­nação e difamação religiosa.

O movimento de liberação dos Bruxos (que consiste de mulheres e homens com várias heranças étnicas e de todos os vários caminhos diferentes de vida) conquistou grande espaço nos últimos 10 anos. Várias universidades e escolas por correspondência oferecem atualmente cursos sobre Wicca e filosofia oculta. Surgiram grupos wiccanianos de apoio, trabalhos correlacionados, ligas antidiscri-minação e publicações por todo o país. Igrejas e oovens wiccanianos estão sendo reconhecidos em vários estados como grupos religiosos legítimos, com direito a isenção de impostos. As Forças Armadas já reconhecem Wicca como uma religião válida, e muita&s cristãos (incluindo sacer­dotes) defenderam Wicca publicamente como uma "reli­gião telúrica positiva".

A Bruxaria (que foi oficialmente chamada de "Religião Antiga após o advento do Cristianismo) percorreu um longo caminho desde os primeiros tempos; contudo, a longa e dura luta pela liberdade religiosa e pela aceitação social está longe de ter acabado. Muitos Wiccanianos continuam a ser discriminados em seus empregos e em suas comuni­dades por suas crenças religiosas não-cristãs. Algumas crianças de pais wiccanianos são forçadas a manter a sua religião em segredo ou, do contrário, correm o risco de serem discriminadas e até expulsas da escola. Existem casos isolados de violência física contra Wiccanianos, e, em muitas partes do mundo (incluindo, surpreendentemente, certas regiões dos Estados Unidos), ainda é considerado atentado à lei um indivíduo praticar magia, adivinhação e previsão. Por exemplo, no Estado de Nova York e em alguns outros, qualquer tipo de previsão paga é ilegal, e, desde 1915, o Estado de Connecticuttem uma lei antioeul-tismo ridícula que toma ilegal qualquer tipo de atividade ocultista, envolvendo ou não dinheiro. Em alguns estados é ilegal até alguém admitir que possui poderes psíquicos (que todos os seres humanos possuem, desenvolvidos ou não).

Em vários sistemas penitenciários nos Estados Uni­dos tem ocorrido um problema crescente para os prisionei­ros que praticam os rituais antigos. A Constituição dos Estados Unidos supostamente protege o direito do indiví- duo de ter suas próprias crenças e práticas religiosas, mas existem vários dirigentes que ocupam uma posição vanta­josa e censuram a correspondência de tudo que pertence à Wicca,como publicações pagãs, livros e lições da Arte das escolas wiccanianas por correspondência. Existem casos em que os prisioneiros Pagãos não tiveram o direito de receber ou usar as jóias religiosas wiccanianas.

 

A NOVA ERA DE WICCA



 

Chegou o momento de todos os Wiccanianos do mundo se unirem! Orgulhem-se! Fiquem felizes! Sejam fortes! Alegrem-se de ter coragem de seguir um caminho dife­rente de todos os outros do mundo. Sintam-se confortados com a certeza de que vocês não estão sós. O mais impor­tante é que não tenham medo de levantar e lutar por seus direitos constitucionais e por suas crenças religiosas. Vocês são seres humanos com o direito legal de adorar a Deusa e o Deus de sua escolha.

Abençoadas sejam as crianças

da nova era que se aproxima,

pois tudo que foi criado

pelas mãos da Deusa

será delas

por toda a eternidade

— do Circie ofShadows de Gerina Dunwich (1990)

 

Celebrações dos Sabás

Os oito Sabás, celebrados a cada ano pêlos covens dos Bruxos e pêlos Bruxos Solitários, são belas cerimonias religiosas derivadas dos antigos festivais que celebravam, originalmente, a mudança das estações do ano.

Os Sabás, também conhecidos como a "Grande Roda Solar do Ano" e"Mandala da Natureza", têm sido celebra­dos sob formas diferentes por quase todas as culturas no mundo. São conhecidos sob vários nomes e aparecem com frequência na mitologia.

Os quatro Sabás principais (ou grandes) correspon­dem ao antigo ano gaélicoe são chamados de Candiemas, Beltane, Lammas e Samhain. Os quatro menores são Equinócio da Primavera, Soistício de Verão, Equinócio do Outono e Soistíciode Inverno.

Ao contrário da imagem que muitas pessoas têm do Sabá dos Bruxos, eles não constituem uma ocasião em que as Bruxas se reúnem para realizar orgias, lançar encan­tamentos ou preparar poções misteriosas. (A magia rara mente é realizada,se é que isso acontece, num Sabá de Bruxos.)

O Sabá, infelizmente, tem sido confundido também com a "Missa Negra"Satânica ou "Sabá Negro", sendo esse outro conceito errado que muitas pessoas têm e que é decorrente de séculos de propaganda antipaga da Igreja, do medo, da ignorância e da imaginação excessiva dos escritores desde a Idade Média.

Uma Missa Negra não é um Sabá de Bruxos, mas uma prática satânica que parodia o principal ritual do Catoli­cismo e que incluiu supostamente o sacrifício de bebés não batizados, orgias sexuais pervertidas e a recitação de trás para frente doPai Nosso.

Nada disso jamais acontece nos Sabás dos Bruxos. Não há sacrifícios (humano ou animal), não há magia negra, não há rituais anticatólicos. Os Sabás são simples­mente uma ocasião em que os Bruxos celebram a Nature­za, dançam, cantam, deleitam-se com alimentes pagãos e honram as deidades da Religião Antiga — principalmente a Deusa da Fertilidade e Seu consorte, o Deus Chifrudo. Em certas tradições wiccanianas, a Deusa é adorada nos Sabás da Primavera e do Verão, enquanto o Deus Chifrudo é homenageado nos Sabás do Outono e do Inverno.

A celebração de cada Sabá é uma experiência espiri­tual intensa e sublime que permite aos Wiccanianos per­manecerem em equilíbrio harmonioso com as forças da Mãe Natureza.

As datas nas quais os oito Sabás são celebrados são as seguintes:*

SABÁ CANDLEMAS (também conhecido como Imbole, Oimelc e Dia da Senhora) é celebrado a 2 de fevereiro.

  • O leitor deverá levar em consideração a oposição das estações do ano entre os hemisférios norte e sul. Exemplo, quando no hemisfério norte se realiza o Sabá do Equinócio da Primavera, no hemisfério sul ocorre o Sabá do Equinócio de Outono e, assim, sucessivamente.

 

SABÁ DO EQUINÓCIO DA PRIMAVERA: (também conhecido como Sabá do Equinócio Vernal, Festival das Árvores, Alban Eilir, Ostara e Rito de Eostre) é celebrado no primeiro dia da Primavera.

SABÁ BELTANE (também conhecido como Dia 1° de Maio, Dia da Cruz,Rudemas e Walpurgisnacht) é celebrado na véspera de maio e y de maio.

SABÁ DO SOLSTÍCIO DE VERÃO (também conhecido como Meio do Verão, Alban Hefin e Litha) é celebrado no primeiro dia do Verão.

SABÁ LAMMAS (também conhecido como Lughnasadh, Vés­pera de Agosto e Primeiro Festival da Coilheita) é celebrado a 1^ de agosto.

SABÁ DOEQUICÓCIO DE OUTONO (também conhecido como Sabá de Outono, Alban Elfed e Segundo Festival da Colheita) é celebrado no primeiro dia do Outono.

SABÁ SAMHAIN (também conhecido como Halloween, Hal-lowmas. Véspera de Todos os Sagrados, Véspera de Todos os Santos, Festival dos Mortos e Terceiro Fes­tival da Colheita) é celebrado a 31 de outubro.

SABÁ DO SOLSTÍCIO DE INVERNO (também conhecido como Natal, Ritual de Inverno, Meio do Inverno e Alban Arthan) é celebrado no primeiro dia do Inverno.

(NOTA: A cada ano as datas astronómicas dos quatro Sabás menores mudam. Para descobrir a data exata de cada festival, consulte um calendárioastrológico atualiza-do ou qualquer outro calendário comum que mostre as datas exalas dos equinócios e soistícios.)

CandIemcLS é o Festival do Fogo que celebra a che­gada da Primavera. O aspecto invocado da Deusa nesse Sabá é o de Erigida, a deusa celta do fogo, da sabedoria, da poesia e das fontes sagradas. Ela também é deidade associada à profecia, à divinação e à cura.

Esse Sabá representa também os novos começos e o crescimento individual,sendo o "afastamento do antigo" simbolizado pela varredura do círculo com uma vassoura, ou vassoura da Bruxa, tradicionalmente realizado pela Alta Sacerdotisa do coven^ que usa uma brilhante coroa de 13 velas no topo de sua cabeça.

Na Europa, o Sabá Candiemas era celebrado nos tempos antigos com uma procissão à luz de archotes para purificar e fertilizar os campos antes da estação do plantio das sementes e para glorificar as várias deidades e os espíritos associados a esse aspecto, agradecendo-lhes.

A versão cristianizada da procissão de Candiemas honra a Virgem Maria, e, no México, ela corresponde ao Ano-Novo Asteca.

Sabá do Equinócio chi Primavera é o rito de fertilidade que celebra o nascimento da Primavera e o redespertar da vida na terra. Nesse dia sagrado, os Bruxos acendem fogueiras novas ao nascer do sol, se rejubilam, tocam sinos e decoram ovos cozidos — um antigo costume pagão associado à Deusa da Fertilidade.

Os ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertili­dade. Pintados com vários símbolos mágicos, eram lança­dos ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa. Em certas partes do mundo pintavam-se os ovos do Equinócio da Primavera de amarelo ou dourado (cores solares sagra­das), utilizando-os em rituais para honrar o Deus Sol.

Os aspectos da Deusa, invocados nesse Sabá, são Eostre (a deusa saxônicada fertilidade) e Ostara (a deusa alemã da fertilidade). Em algumas tradiçõeswiccanianas, as deidades da fertilidade adoradas nesse dia são a Deusa das Plantas e o Senhor das Matas.

Como a maioria dos antigos festivais pagãos, o Equi­nócio da Primavera foi cristianizado pela Igreja na Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo.

A Páscoa (em inglês Easter^ nome derivado da dei­dade saxônica da fertilidade, Eostre) só recebeu oficial­mente esse nome da Deusa após o fim da Idade Média.

Até hoje, o Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema do calendário lunar, que estabelece o dia santo no primeiro domingo após a primeira lua cheia, no ou após o Equinócio da Primavera. (Formalmente isso marca a fase de "gravidez" da Deusa Tripla, atravessando a estação fértil.)

A Páscoa, como quase todas as festividades religiosas cristãs, é enriquecida com inúmeros características, cos­tumes e tradições pagãos, como os ovos de Páscoa e o coelho. Os ovos, como mencionado, eram símbolos antigos de fertilidade oferecidos à deusa dos Pagãos. A lebre era um símbolo de renascimento e ressurreição, sendo animal sagrado para várias deusas lunares, tanto na cultura oriental como na ocidental, incluindo a deusa Ostara, cujo animal era o coelho.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá do Equinó­cio da Primavera são os ovos cozidos, os bolos de mel, as primeiras frutas da estação em ponche de leite. Na Suécia, os waffles eram o prato tradicional da época.

Sabá Beltane é derivado do antigo Festival Drui­da do Fogo, que celebrava a união da Deusa ao seu con­sorte, o Deus Chifrudo, sendo também um festival de fertilidade. (Na Religião Antiga, a palavra "fertilidade" significa o desejo de produzir mais nas fazendas e nos campos e não a atívidade erótica por si só.)

Beltane celebra também o retomo do sol (ou Deus Sol), e é um dos poucos festivais pagãos que sobreviveu da época pré-cristã até hoje e, em sua maior parte, na forma original. É baseado na Floralia, um antigo festival romano dedicado a Flora, a deusa sagrada das flores. Em tempos mais antigos, esse festival era dedicado a Plutão, o senhor romano do Submundo, correspondente do deus Hades da mitologia grega. O primeiro dia de maio era também aquele em que os antigos romanos queimavam olíbano e selo-de-salomão e penduravam guirlandas de flores diante de seus altares em honra aos espíritos guardiães que olhavam e protegiam suas famílias e suas casas.

No dia de Beltane o sol está astrologicamente no signo de Taurus, o Touro,que marca a "morte" do Inverno, o "nascimento" da Primavera e o começo da estação do plantio.

Beltane inida-se, acendendo-se, segundo a tradição, as fogueiras de Beltane ao nascer da lua na véspera de lde maio para iluminar o caminho para o Verão. Realiza-se o ritual do Sabá em honra à Deusa e ao Deus Chifrudo, seguido da celebração da Natureza, que consiste de ban­quetes, antigos jogos pagãos, leitura de poesias e canto de canções sagradas. São realizadas várias oferendas aos espíritos dementais, e os membros do couen dançam de maneira muito alegre, no sentido destrógiro, em tomo do Mastro (símbolo fálico da fertilidade). Eles também entre­laçam várias fitas coloridas e brilhantes para simbolizar a união do masculino com o feminino e para celebrar o grande poder fertilizador do Deus Chifrudo. A alegria e o divertimento costumam estender-se até a primeiras horas da manhã, e, ao amanhecer do dia 1^ o orvalho da manhã é coletadp das flores e da grama para ser usado em porções místicas de boa sorte.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá Beltane são frutas vermelhas (como cerejas e morangos), saladas de ervas, ponche de vinho rosado ou tinto e bolos redondos de aveia ou cevada, conhecidos como bolos de Beltane.

Na época dos antigos druidas, os bolos de Beltane eram divididos em porções iguais, retirados em lotes e consumidos como parte do rito do Sabá. Antes da cerimó­nia, uma porção do bolo era escurecida com carvão, e o infeliz que a retirava era chamado de "bruxo de Beltane" e tomava-se a vítima sacrificial a ser atirada na fogueira ardente.

Nas Terras Altas da Escócia, os bolos de Beltane são usados para adivinhação, sendo atirados pedaços deles da fogueira como oferenda aos espíritos e deidades protetores.

Soistício de Verão (também conhecido como Dia de São João, na Europa) marca o dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zénite. Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol, que marca um importante ponto decisivo na Grande Roda Solar do Ano, pois, após o Soistício de Verão, os dias se tomam visivelmente mais curtos.

Em certas tradições wiccanianas, o Soistícdo de Verão simboliza o término do reinado do ano crescente do Deus Carvalho, que é, então, substituído pelo seu sucessor, o Deus Azevinho do ano decrescente. (O Deus Azevinho reinará até oSabá do Inverno do Natal, o dia mais curto do ano.)

O Soistício de Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as ervas mágicas para encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder inato das ervas é mais forte nesse dia. É o momento ideal para as divinaçÕes, os rituais de cura e o corte das varinhas divinas e dos bastões. Todas as formas de magia (especialmente as do amor) são também extremamente potentes na Véspera doSoistício de Verão, e acredita-se que aquilo que for sonhado nessa noite se tornará verdade para quem sonhar.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá do Soistício de Verão são vegetaisfrescos, frutas do Verão, pão de centeio integral, cerveja* e hidromel.

Laminas é o Festival da Colheita. Nesse Sabá (que marca o início da estação da colheita e é dedicado ao pão), os Bruxos agradecem aos deuses pela colheita com várias oferendas às deidades para assegurar a continuação da fertilidade da terra) e honram o aspecto da fertilidade da união sagrada da Deusa e seu consorte, o Deus Chifrudo.

 

* Em inglês, ale, cerveja inglesa de sabor amargo e cor clara, bebida nas festas folclóricas. (N.T.)

 

Laminas era originalmente celebrado pêlos antigos sacerdotes druidas como o festival de Lughnasadh. Nesse dia sagrado, eles realizavam rituais de proteção e home­nageavam Lugh, o deus celta do sol. Em outras culturas pré-cristãs, Laminas era celebrado como o festival dos grãos e o dia para cultuar a morte do Rei Sagrado.

A confecção de bonecas de milho (pequenas figuras feitas com palha trançada) é um antigo costume pagão realizado por muitos Bruxos modernos como parte do rito do Sabá Laminas. As bonecas (ou bebés da colheita, como são chamadas algumas vezes) são colocadas no altar do Sabá para simbolizar a Deusa Mãe da colheita. É costume, em cada Lammas, fazer (ou comprar) uma nova boneca de milho e queimar a anterior (do ano passado) para dar boa sorte.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá T^mnnfla são pães caseiros (trigo, aveia e, especialmente, milho), bolos de cevada, nozes, cerejas silvestres, maçãs, arroz, cordeiro assado, tortas de cereja, vinho de sabugueiro, cerveja e chá de olmo.

Sabá do Equinócio do Outono é o segundo Festival da Colheita e a época de celebrar o término da colheita dos grãos que começou em Lammas. Também é a época de agradecer, meditar e fazer uma introspecção.

Nesse dia sagrado, os Bruxos dedicam-se novamente à Arte, sendo realizadas cerimónias de iniciação pela Alta Sacerdotisa e pêlos Sacerdotes doscovens.

Muitas tradições wiccanianas realizam um rito espe­cial para a descida da deusaPerséfone ao Submundo, como parte da celebração do Equinócio do Outono. De acordo com o mito antigo, no dia do Equinócio do Outono, Hades (o deus grego do Submundo) encontrou-se com Perséfone, que colhia flores. Ficou tão encantado com sua beleza jovem, que instantaneamente se apaixonou por ela. Agar rou-a,raptou-a e levou-a em sua carruagem para a escu­ridão do seu reino a fim de governar eternamente ao seu lado como sua imortal Rainha do Submundo. A deusaDeméter procurou, por todos os lugares, sua filha levada à força, e, não a encontrando, seu sofrimento foi tão intenso que as flores e as árvores murcharam e morreram. Os grandes deuses do Olimpo negociaram o retomo de Persé-fone;porém, enquanto ela estava com Hades, foi enganada e comeu uma pequena semente de romã, tendo, então, que passar metade de cada ano com Hades no Submundo, por toda a eternidade.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá do Equinó-do do Outono são os produtos do milho e do trigo, pães nozes, vegetais, maçãs, raízes (cenouras, cebolas, batatas, ete.), cidra e romãs (para abençoar a jornada de Perséfone ao tenebroso reino do Submundo).

Samhain (pronunciado "sou-en") é o mais impor­tante dos oito Sabás dos Bruxos. Como Halloween, é um dos mais conhecidos de todos os Sabás fora dacomunidade wiccaniana e o mais mal-interpretado e temido.

Samhain celebra o final do Verão, governado pela Deusa, e marca a chegada do Inverno, governado pelo Deus. (O nome Samhain significa "Final do Verão".)

Samhain é também o antigo Ano-Novo celtq/druida, o início da estação da cidra, um rito solene e o festival dos mortos. É o momento em que os espíritos dos seres amados e dos amigos já falecidos devem ser honrados. Houve uma época na história em que muitos acreditavam que era a noite em que os mortos retomavam para passear entre os vivos. A noite de Samhain é o momento ideal para fazercontato e receber mensagens do mundo dos espíritos.

A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos (3^ de novembro), que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século 7, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai a 2 de novembro) é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos. É observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.

Em várias regiões da Inglaterra acredita-se que os fantasmas de todas as pessoas destinadas a morrer na­quele ano podem ser vistos andando entre as sepulturas à meia-noite de Samham. Pensava-se que alguns fantasmas tinlimnnatureza má e, para proteção, faziam-se lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas como lanternas para afastar os espíritos malé­volos. Na Escócia, as tradicionais lanternas Hallows eram esculpidas em nabos.

Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de "Bolos para os Mortos" especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse,mais os mortos o abençoariam.

Outro antigo costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos mor­ros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.

Era no Samhain que os druidas marcavam o seu gado e acasalavam as ovelhas para a Primavera seguinte. O excesso da criação era sacrificado às deidades da fertili­dade, e queimavam-se efígies de vime de pessoas e cavalos, como oferendas sacrificiais.

Diz-se que acender uma vela de cor laranja à meia-noite no Samhain e deixá-la queimar até o nascer do sol traz boa sorte; entretanto, de acordo com uma lenda anti­ga, a má sorte cairá sobre todo aquele que fizer pão nesse dia ou viajar após o pôr-do-sol.

As artes divinatórias, como a observação de bola de cristal e o jogo de ninas, na noite mágica de Samhain, são tradições wiccanianas, assim como ficar diante de um espelho e fazer um pedido secreto.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá Samham são maças, tortas de abóbora, avelãs. Bolos para os Mortos, milho, sonhos e bolos de amoras silvestres, cerveja, sidra e chás de ervas.

Sabá do Soistício de Inverno (Natal) é a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão, a rtirmmnr-É o festival do renascimento do sol e o tempo de glorificar o Deus Chifrudo. (O aspecto do Deus invocado nesse Sabá por certas tradições wiccanianas é Frey, o deus escandina­vo da fertilidade, deidade associada à paz e à prosperi­dade.) São também celebrados o amor, a união da família e as realizações do ano que passou.

Nesse Sabá os Bruxos dão adeus à Grande Mãe e bendizem o Deus Chifrudo renascido que governa a "me­tade escura do ano".

Nos tempos antigos, o Soistício de Inverno correspon­dia à Satumália romana (17 a 24 de dezembro), a ritos de fertilidade pagãos e a vários ritos de adoração ao sol.

Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como a decoração da árvore, o ato de pendurar o visco e o azevinho queimar a acha de Natal, são belos costumes pagãos que datam da era pré-cristà. (O Natal, que acontece alguns dias após o Soistício de Inverno e que celebra o nascimento espiritual de Jesus Cristo, é realmente a versão cristianizada da antiga festa pagã da época do Natal.)

A queima da acha de Natal originou-se do antigo costume da fogueira de Natal que era acesa para dar vida e poder ao sol, que, pensava-se, renascia no Soistício de Inverno. Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa de uma acha e por longas velas vermelhas gravadas com escultu­ras de motivos solares e outros símbolos mágicos. Como o carvalho era considerado a Árvore Cósmica da Vida pêlos antigos druidas, a acha de Natal é tradicionalmente de carvalho. Algumas tradições wiccanianas usam a acha de pinheiro para simbolizar os deuses agonizantes Attis, Dio-nísio ou Woden.Antigamente as cinzas da acha de Natal eram misturadas à ração das vacas, para auxiliar numa reprodução simbólica, e eram espargidas sobre os campos para assegurar uma nova vida e uma Primavera fértil.

Pendurar visco sobre a porta é uma das tradições favoritas do Natal, repleta desimbolismo pagão, e outro exemplo de como o Cristianismo moderno adaptou vários dos costumes antigos da religião Antiga dos Pagãos.

O visco era considerado extremamente mágico pêlos druidas, que o chamavam de ^Árvore Dourada". Eles acre­ditavam que ela possuía grandes poderes curadores e concedia aos mortais o acesso ao Submundo. Houve um tempo em que se pensava que a planta viva, que é, na verdade, um arbusto parasita com folhas coriáceas sempre verdes e frutos brancos revestidos de cera, era a genitália do grande deus Zeus, cuja árvore sagrada é o carvalho. O significado fálico do visco originou-se da ideia de que seus frutos brancos eram gotas do sémen divino do Deus em contraste com os frutos vermelhos do azevinho, iguais ao sangue menstrual sagrado da Deusa. A essência doadora de vida que o visco sugere fornece uma substância divina simbólica e um sentido de imortalidade para aqueles que o seguram na época do Natal. Nos tempos antigos, as orgias de êxtase sexual acompanhavam frequentemente os ritos do deus-carvalho; hoje, contudo, o costume de beijar sob o visco é tudo o que restou desse rito.

A tradição relativamente moderna de decorar árvores de Natal é costume que se desenvolveu dos bosques de pinheiro associados à Grande Deusa Mãe. As luzes e os enfeites pendurados na árvore como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na Árvore Cósmica da Vida. Representam tam­bém as almas que já partiram e que são lembradas no final do ano. Os presentes sagrados (que evoluíram nos atuais presentes de Natal) eram também pendurados na árvore como oferendas a várias deidades, como Attis eDionísio.

O outro exemplo das raízes pagãs das festas do Natal está na moderna personificação do espírito de Natal, conhecido como Santa Claus, que foi, em determinada época, o deus pagão do Natal. Para os escandinavos, ele já foi conhecido como o "Cristo na Roda", um antigo título nórdico para o Deus Sol, que renascia na época do Soistício de Inverno.

Colocar bolos nos galhos das macieiras mais velhas do pomar e derramar sidra como uma libação consistiam num antigo costume pagão da época do Natal praticado na Inglaterra e conhecido como "Beber à Saúde das Árvores do Pomar". Diz-se que a cidra era um substituto do sangue humano ou animal oferecido nos tempos primitivos como parte de um rito de fertilidade do Soistício de Inverno. Após oferecer um brinde à mais saudável das macieiras e agrade­cer a ela por produzir frutos, os fazendeiros ordenavam às árvores que continuassem a produzir abundantemente.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá do Soistício de Inverno são o peru assado, nozes, bolos de fruta, bolos redondos de alcaravia, gemada e vinho quente com espe­ciarias.

 

INCENSOS DOS SABAS

CANDLEMAS: manjericão, mirra e glicínia.

EQUINÓCIO DA PRIMAVERA: violeta africana, jasmim, rosa sálvia e morango.

BELTANE: olíbano, lilás e rosa.

SOLSTÍCIO DE VERÃO: olíbano, limão, mirra, pinho, rosa e glicínia.

 LAMMAS: aloé, rosa e sândalo.

EQUINÓCIO DO OUTONO: benjoim, mirra e sálvia. SAMHAIN: maçã,heliotropo, menta, noz-moseada e sálvia. SOLSTÍCIO DE INVERNO: louro, cedro, pinho e alecrim.

CORES DAS VELAS DOS SABÁS

CANDLEMAS: marrom, rosa, vermelha.

EQUINÓCIO DA PRIMAVERA: dourada, verde, amarela.

BELTANE: verde escuro.

SOLSTÍCIO DE VERÃO: azul, verde.

LAMMAS: laranja, amarela.

EQUINÓCIO DO OUTONO: marrom, verde, laranja, amarela.

SAMHAIN: preta, laranja.

SOLSTÍCIO DE INVERNO: dourada, verde, vermelha, branca.

 

 

PEDRAS PRECIOSAS SAGRADAS DOS SABÁS

CANDLEMAS: ametista, granada, ônix, turquesa.

EQUINÓCIO DA PRIMAVERA: ametista, água-marinha, he-matita, jaspe vermelho.

BELTANE: esmeralda, comalina laranja, safira, quartzo rosa.

SOLSTÍCIO DE VERÃO: todas as pedras verdes, especial­mente a esmeralda e o jade.

LAMMAS: aventurina, citrino, peridoto e sardônia.

EQUINÓCIO DO OUTONO: cornalina, lápis-lázuli, safira, ága­ta amarela.

SAMHAIN: todas as pedras negras, especialmente azeviche, obsidiana e ônix.

SOLSTÍCIO DE INVERNO: olho-de-gato e rubi.

 

 

Ferramentas e Símbolos da Arte Wicca

FERRAMENTAS

O punhal

O punhal (também conhecido como "punhal do ar") é uma faca ritualística com cabo preto e lâmina de fio duplo, tradicionalmente gravada ou cunhada com vários símbo­los mágicos e/ou astrológicos.

Representa o antigo e místico elemento ar, símbolo da Força da Vida, e é usado pêlos Bruxos para traçar círculos, exorcizar o mal e as forças negativas, controlar e banir os espíritos elementais, e guardar e diredonar a energia durante os rituais mágicos.

 

Utiliza-se o punhal com cabo branco somente para cortar varetas, colher ervas para magia ou para cura, esculpir a tradicional lanterna de Samhaine gravar ninas e outros símbolos mágicos ou astrológicos em velas e ta Osino

 

O sino de cristal ou de latão é frequentemente usado pêlos Bruxos para sinalizar o início e/ou o fechamento de um ritual ou Sabá, para invocar um espírito ou deidade em particular e para despertar os membros do coven que estão em meditação. Os sinos são tocados também em vários ritos funerários wiccanianospara abençoar a alma do Bruxo que cruzou o reino dos mortos.

 

Livro das Sombras

 

O Livro das Sombras (também conhecido como "Livro Negro") é o diário secreto no qual o Bruxo registra seus encantamentos, invocações, rituais, sonhos, receitas de várias poções pessoais e outros assuntos.

Um livro desse tipo pode ser mantido por um indiví­duo em separado ou por todo um coven.

Quando ocorre a morte do Bruxo, o Livro das Sombras pode ser passado para seus filhos ou netos, mantido pela Alta Sacerdotisa e pelo Alto Sacerdote do coven( se o Bruxo for membro de um deles no momento de sua morte) ou queimado para proteger os segredos da Arte. Qualquer que seja a decisão tomada, ela naturalmente depende dos costumes daquela determinada tradição wiccaniana e/ouda vontade pessoal do Bruxo.

buril

O buril é um ferro de gravar usado por muitos Bruxos (e Magos Cerimoniais) para marcar ritualisticamente no­mes sagrados, números, runas e vários símbolos mágicos e/ou astrológicos em seus punhais, espadas, sinos de latão do altar,joalheria metálica e outras ferramentas da magia e do ritual.

 

caldeirão

O caldeirão é um pequeno pote escuro, de ferro fundido que combina simbolicamente as influências dos quatro anti­gos e místicos elementos e que representa o ventre divino da Deusa Mãe, sendo utilizado pêlos Bruxos para vários propó­sitos e até para ferver poções, queimar incenso e guardar carvão, flores, ervas ou outros elementos mágicos.

O caldeirão pode ser usado também como instrumen­to para divinação. (Muitos Bruxos enchem seu caldeirão com água na noite de Samhain e os utilizam como espelho mágico para olhar o futuro ou o passado.)

espada cerimonial

A espada cerimonial representa o elemento fogo e é o símbolo da força do Bruxo.

Em certas tradições wiccanianas, a espada cerimo­nial é usada no lugar do punhal de cabo preto pela Alta Sacerdotisa de um coven, para traçar e apagar o círculo.

A espada cerimonial, como o punhal, pode também ser usada para controlar e banir espíritos dementais (especialmente na Magia Cerimonial) e para guardar edirecionar a energia durante os rituais mágicos.

cálice

O cálice (também conhecido como taça ou vaso sagra­do) representa o elemento ar e é usado no altar durante os rituais mágicos e Sabás, como recipiente para a água ou o vinho consagrado.

O cálice sagrado é tradicionalmente feito de prata e decorado com vários símbolos mágicos; entretanto, muitos Bruxos modernos usam cálices feitos de latão, estanho e até de cristal.

 

O pentáculo

 

O pentáculo é um disco chato feito de madeira, cera, metal ou argila. Ostenta a estrela mística de cinco pontas do Bruxo (pentagrama) e é usado em cerimónias mágicas e encantamentos para representar a energia feminina e o elemento terra, para invocar e prender gnomos (espíritos dementais da terra) e também para proteger objetos con­sagrados, como amuletos, ervas, cristais e outros.

vareta

A vareta mágica (também conhecida como "Bastão do fogo") é um bastão fino de madeira, feito de um galho de árvore. Representa o antigo e místico elemento fogo, é símbolo da força, da vontade e do poder mágico do Bruxo que o possui. Na Magia Cerimonial, a vareta representa o elemento ar.

A vareta (que, de acordo com vários compêndios de magia, deve ter aproximadamente 50cm de comprimento) é usada pêlos Bruxos para invocar as salamandras (es­píritos dementais do fogo) em determinados tipos de ri­tuais, traçar círculos, desenhar símbolos mágicos no chão, direcionar a energia e mexer bebidas no caldeirão.

vestes, velas, ferramentas ritualísticas, amuletos e talismãs, e são ritualisticamente usados pêlos Bruxos para alterar sua consciência e produzir energia mágica.

Os signos do zodíaco e dos planetas são muitas vezes utilizados em Wicca, assim como também os símbolos indicados em seguida:

A Lua Crescente é um símbolo sagrado da Deusa e também um símbolo da magia, da energia feminina, da fertilidade, do crescimento abundante e dos poderes secre­tos da Natureza. É utilizado nas invocações à Deusa e a todas as deidades lunares (tanto masculinas quanto femi­ninas), na magia da lua, nas celebrações dosSabás e nos rituais de cura das mulheres.

Pentagrama é dos símbolos pagãos mais poderosos e mais populares utilizados pêlos Bruxos e na Magia Cerimonial de natureza afim. O pentagrama(uma estrela de cinco pontas circunscrita num círculo) representa os quatro antigos e místicos elementos, fogo, água, ar e terra, superados pela Espírito.

Km Wicca, o símbolo do pentagrama é geralmente de­senhado com a ponta voltada para cima, a fim de simbolizar as aspirações espirituais humanas. Um pentagrama com a ponta voltada para baixo é um símbolo do Deus Chifrudo.

Triângulo é um símbolo da manifestação finita na magia ocidental, sendo usado em rituais para invocar os espíritos quando o selo ou sinal da entidade a ser invocada está colocado no centro do triângulo.

O triângulo, equivalente ao número três (número mágico poderoso), é também um símbolo sagrado da Deusa Tripla: Virgem, Mãe, Anciã. Invertido, ele representa o princípio masculino.

Selo de Salomão (antigo e poderoso símbolo mágico) é um hexagrama que consiste de dois triângulos entrelaçados, um voltado para cima, e o outro, para baixo. Simboliza a alma humana, sendo usado por vários Bruxos e Magos Cerimoniais em encantamentos e rituais que envolvem comunicação com espíritos, sabedoria, purificações e reforço de poderes psíquicos.

O Tridente é um símbolo sagrado de três falos, ostentado por qualquer deidade masculina cuja função é unir-se sexualmente à Deusa Tripla. É utilizado principalmente em Cirandes Rituais, Magia Sexual e rituais de fertilidade.

O Ankh é um antigo símbolo egípcio que lembra uma cruz com um laço no topo. Simboliza ávida, o conhecimento cósmico, o intercurso sexual e o renascimento. (Qualquer deus ou deusa maior do antigo panteão egípcio é representado portando esse símbolo.) Também conhecido como "Cruz Ansata", é usado por vários Bruxos contemporâneos em encantamentos e rituais que envolvem saúde, fertilidade e divinaçào.

O Olho de Horas é outro antigo símbolo egípcio muitas vezes utilizado na Feitiçaria moderna. Representa o olho divino do deus Hórus, as energias solar e lunar, e frequentemente é usado para simbolizar a proteção espiritual e também o poder clarividente do Terceiro Olho.

O Pentalfa é um desenho mágico formado pela interseção de cinco letras Â. É usado por vários Bruxos e Magos Cerimoniais tanto na divinaçào como na conjuração de espíritos.

O Círculo (imagem altamente potente que não possui princípio e nem fim) é usado por muitos Bruxos e Neopagãos como símbolo sagrado de íoní, da energia mágica, da protecão, do infinito, da perfeição e da renovação constante.

 

Suástica é um antigo símbolo religioso formado pela cruz grega com os braços em ângulos retos tanto na direçào destrógira quanto levógira. Antes de ter sido adotada e pervertida em 1935 como o emblema oficial infame da Ale­manha nazista, a suástica era um símbolo sagrado de boa sorte e de saúde na Europapré-cristã e em muitas outras culturas pagãs em todo o mundo, incluindo asorientais, egípcias e tribos nativas das Américas do Norte, Central e do Sul.

A palavra "suástica" origina-se do sânscrito svastika, que significa "um sinal de boa sorte". Existem mais de 1.200 desenhos conhecidos da suástica, e o mais antigo data do ano 12.000 aC.

Além dos mencionados, existem centenas de outros símbolos antigos, e modernos, usados em Wicca, como os de fertilidade masculina e feminina, cruzes, sinais de paz, números, flores, animais, criaturas mitológicas (dragões, fénix, unicórnio, etc.), a Árvore do Mundo e outros.

 

ALGUNS SÍMBOLOS DA ARTE WICCA

 

Suástica

Ankh        

 

 

Olho de Horus

 

 

 

Selo de Salomão     

Triângulo     

Pentagrama

 

 

 

 

4

Rituais Pagãos

RITO DA AUTODEDICAÇÃO

(para Bruxos Solitários)

(NOTA: Antes da auto-iniciação na Arte, é imprescin­dível que a pessoa primeiro estude a filosofia básica de Wicca e sinta sinceramente em seu coração que a Religião Antiga é o caminho correio a seguir.)

Se você deseja se tornar um Bruxo e não pode ser iniciado por um coven (ou se prefere trabalhar como um Solitário), pode iniciar-se na Arte e dedicar-se à Deusa e ao Seu consorte, realizando o ritual da Auto-iniciação em uma noite de lua cheia ou crescente, em qualquer um dos oito Sabás ou no seu aniversário.

Comece despindo suas roupas e tomando um banho ritualístico perfumado ou de ervas (simbolizando o ele­mento água) para purificar seu corpo e seu espírito de qualquer vibração negativa. Durante o banho, limpe com-pletamente sua mente de todos os pensamentos inunda nos, negativos e desagradáveis, e medite até seu corpo ficar totalmente relaxado.

Após o banho, trace no chão um círculo com cerca de l,5m de diâmetro, usando giz ou tinta branca. Salpique um pouco de sal (simbolizando o elemento terra) sobre o círculo para consagrá-lo, dizendo:

COM O O SAL EU CONSAGRO

E ABENÇOO ESTE CÍRCULO

SOB OS NOMES DIVINOS DA DEUSA

E DO SEU CONSORTE, O DEUS CHIFRUDO.

ABENÇOADO SEJA!

 

Sente-se no centro do círculo, voltado para o norte, com duas velas brancas (simbolizando o elemento fogo) e um incensório de olíbano com incenso de mirra (simboli­zando o elemento ar) diante de você. (É melhor realizar esse ritual a sós e nu; entretanto, se você não se sentir à vontade para trabalhar sem roupa, poderá usar uma veste cerimonial branca.)

Acenda o incenso, em seguida, a primeira vela e repita:

EU TE INVOCO E TE CHAMO,

OH DEUSA MÃE, CRIADORA DE VIDA

E ALMA DO UNIVERSO INFINITO.

PELA CHAMA DA VELA E PELA FUMAÇA DO INCENSO

EU TE INVOCO PARA ABENÇOAR ESTE RITUAL

E PARA GARANTIR A MINHA ADMISSÃO

NA COMPANHIA DOS TEUS FILHOS AMADOS.

OH BELA DEUSA DA VIDA E DO RENASCIMENTO, QUE É CONHECIDA COMO CERRIDWEN, ASTARTE,

ATENAS, BRÍGIDA, DIANA, ÍSIS, MELUSINE, AFRODITE E POR MUITOS OUTROS NOMES DIVINOS, NESTE CÍRCULO CONSAGRADO À LUZ DE VELAS

EU ME COMPROMETO A TE HONRAR,

A TE AMAR E A TE SERVIR.

ENQUANTO EU VIVER

PROMETO RESPEITAR E OBEDECER À TUA LEI

DE AMOR A TODOS OS SERES VIVOS.

PROMETO NUNCA REVELAR OS SEGREDOS DA ARTE

A QUALQUER HOMEM OU MULHER QUE NÃO

PERTENÇA AO MESMO CAMINHO;

E JURO ACEITAR O CONSELHO WICCANIANO DE "NÃO PREJUDICAR NINGUÉM, FAÇAM O QUE QUISEREM."

OH DEUSA, RAINHA DE TODAS AS BRUXAS, ABRO MEU CORAÇÃO E MINHA ALMA PARA TI. ASSIM SEJA.

Acenda a segunda vela e diga:

EU TE INVOCO E TE CHAMO,

OH GRANDE DEUS CHIFRUDO DOS PAGÃOS,

SENHOR DAS MATAS VERDES

E PAI DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES.

PELA CHAMA DA VELA E PELA FUMAÇA DO INCENSO

EU TE INVOCO PARA ABENÇOAR ESTE RITUAL.

OH GRANDE DEUS CHIFRUDO DA MORTE

E DE TUDO O QUE VEM DEPOIS,

QUE É CONHECIDO COMO CERNUNNOS, ATTIS, PA,

DAGHDA, FAUNO, FREY, ODIN, LUPERCUS

E POR MUITOS OUTROS NOMES,

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO À LUZ DE VELAS

EU ME COMPROMETO A TE HONRAR,

A TE AMAR E A TE BEM SERVIR

ENQUANTO EU VIVER.

OH GRANDE DEUS CHIFRUDO DA PAZ E DO AMOR ABRO MEU CORAÇÃO E MINHA ALMA PARA TI. ASSIM SEJA.

 

Mantenha suas mãos abertas e voltadas para os céus. Feche os olhos e visualize dois raios brancos de luz bri­lhante descendo dos céus e penetrando a palma de suas mãos. Uma sensação morna de formigamento se espalhará pelo seu corpo à medida que o poder do amor da Deusa e do Deus purificar sua alma.

Não se assuste se começar a ouvir uma voz (ou vozes) falando dentro de sua mente, como por telepatia. São a Deusa e o Deus dentro de você, revelando sua presença. (Embora nem todos os Wiccanianos ouçam ou percebam as verdadeiras palavras ditas pela Deusa e pelo Deus Chifrudo — alguns sentem sua presença divina e seu amor —, não é incomum que as deidades pagãs falem direta-mentecom um Bruxo recentemente auto-iniciado, espe­cialmente se ele ou ela for sensitivo.)

Permaneça no círculo sagrado até que as velas e o incenso terminem.

E, então, encerra-se o Ritual de Auto-iniciação.

 

 

RITUAL DA CONSAGRAÇÃO DO CRISTAL

Realize esse ritual numa noite de lua cheia para limpar o cristal das influências negativas e para carregá-lo de poder curativo.

Comece acendendo duas velas brancas de altar (uma em cada lado do altar). Coloque uma pequena tigela ou xícara com água fresca de chuva e um prato de areia, terra ou sal sobre o altar. No centro desse, coloque um incensório contendo um dos seguintes incensos: olíbano, mirra, noz-moscada, patchuli, rosa, açafrão ou sândalo.

Pegue o cristal com sua mão direita e passe-o pela fumaça do incenso, enquanto diz:

nize com sua aura e sua consciência espiritual. Respire gentilmente sobre ele enquanto lhe dirige seus pensamen­tos e intenções. O cristal imantado responderá à energia da sua vontade.

 

INVOCAÇÃO E RITUAL DE HÉCATE

Hécate, a misteriosa Deusa das Trevas e protetora de todos os Bruxos, é a personificação da lua e do lado escuro do princípio feminino. Seu nome é grego e significa "aquela que tem êxito de longe", o que a liga a Diana (Artemis), a virgem caçadora da lua.

Na mitologia, Hécate era filha dos titãs Perses e Asteria, e acreditava-se que vagava pela terra e assombra­va as encruzilhadas nas noites sem lua com uma matilha de cães fantasmagóricos e uivantes.

Como Diana, Hécate pertence à classe das deidades portadoras de archote, sendo retratada portando um, a fim de se ajustar à crença de que era a deusa lunarnoturna e poderosa caçadora que conhecia seu caminho no reino dos espíritos. Controlava as fases de nascimento, vida e morte, e dizia-se que os poderes secretos da Natureza estavam sob seu comando.

Embora os cães fossem os animais mais sagrados para ela, Hécate estava associada às lebres na antiga Grécia, como a sua equivalente germânica, a deusa lunar Harek. (A lebre, de acordo com uma série de hieróglifos egípcios, é um "sinal determinador que define o conceito do ser, e simboliza, em consequência, a existência elementar. Para os antigos chineses, a lebre era tida como animal de augú­rio, e dizia-se que vivia na lua.)

Na arte, Hécate é muitas vezes representada como uma mulher com três cabeças, com serpentes sibilantes entrelaçadas em seu pescoço. Por essa razão, ela é chama­da de Triforme — símbolo que pode estar ligado aos três níveis. Nascimento, Vida e Morte (representando o Passa­do, o Presente e o Futuro) e à trindade da Deusa Tripla:

Virgem, Mãe e Anciã.

Hécate é uma poderosa deidade lunar, e todos os rituais realizados em sua honra devem ser feitos à meia-noite, em noites sem lua ou ao nascer da lua do dia 13 de agosto, o principal festival pagão de Hécate.

Antes de começar a invocação e o ritual, escolha um local retirado numa clareira escura, calma e cercada de árvores, e trace um círculo de pedras com cerca de 3 a 4m de diâmetro. No ponto norte do círculo, monte um pequeno altar. Coloque um símbolo da Deusa (alguma estatueta ou figura feminina, por exemplo) no topo do altar e acenda um incenso de olíbano, mirra ou jasmim diante dela. A esquerda do símbolo da Deusa, coloque uma vela preta e um cálice com vinho branco. À direita, outra vela preta, um punhal consagrado, um sino de latão, uma tigela com água e um prato com sal marinho. Velas dementais bran­cas deverão ser colocadas nos pontos leste, sul e oeste do círculo. Um vela elementalrepresentando o norte deverá ser colocada por trás da figura da Deusa no altar.

A Alta Sacerdotisa (ou o Solitário) acenderá as velas e, então, abençoará a água, mergulhando a lâmina do punhal na tigela com água, dizendo:

EU TE EXORCIZO, OH CRIATURA DA ÁGUA,

SOB O NOME DIVINO DE HÉCATE

E RETIRO DE TI

TODAS AS IMPUREZAS E ESPÍRITOS IMUNDOS.

ASSIM SEJA.

A Alta Sacerdotisa colocará a ponta do punhal no sal e o purificará, dizendo:

 

ABENÇOADO SEJA ESTE SAL

EM NOME DA DEUSA HÉCATE.

QUE TODA A MALIGNIDADE E TODOS OS OBSTÁCULOS

SEJAM AFASTADOS DAQUI PARA A FRENTE

E QUE PENETRE TODO O BEM.

ASSIM SEJA.

 

O punhal voltará para o altar, e o sal será, então, despejado na tigela com água.

A Alta Sacedotisa traçará o círculo com a sua espada na direção destrógira,dizendo:

EU TE CONJURO, OH CÍRCULO DE PODER,

PARA QUE TU SEJAS UM ANEL DE PROTEÇÃO

QUE PRESERVE E CONTENHA

O PODER QUE SURGIRÁ DENTRO DELE,

UM ESCUDO CONTRA TODA A INIQUIDADE E TODO O MAL

PARA O QUE TE ABENÇOO

E CONSAGRO EM NOME DE HÉCATE,

DEUSA DAS TREVAS,

DEUSA DA LUA.

 

A Alta Sacerdotisa acenderá um fogo no centro do círculo e colocará sobre ele o caldeirão pintado com símbo­los lunares e cheio de uma mistura perfumada de água da fonte, óleo de rosa e mel. A bebida deverá ser colocada para ferver e, então, a Alta Sacerdotisa adicionará uma pitada de pedra lunar em pó, penas de corvo preto, um pouco de geada colhida à luz da lua e plantas místicas governadas pela lua: erva-moura e lunária. (Os ingredientes originais do caldeirão na antiga versão do ritual de Hécate falava nas vísceras de um lobo juntamente com os outros mencio­nados; entretanto, esse ingrediente foi omitido na versão moderna, pois seria extremamente difícil, além de perigo­so, de ser obtido pelo Bruxo.)

Após todos os ingredientes terem sido colocados, a mistura fervente será mexida com um galho seco de olivei­ra. A Alta Sacerdotisa ficará de pé diante do caldeirão, voltada para o norte, com os braços estendidos, e dirá:

EU VOS CONVOCO,

OH FORÇAS INVISÍVEIS DA NATUREZA,

A SE REUNIREM EM TORNO DE MIM NESTE CÍRCULO,

POIS NA HORA MÍSTICA DA NOITE

INVOCO A DEUSA ESCURA

DA LUA.

INVOCO E CONJURO A TI, HÉCATE,

DEUSA DO SUBMUNDO

E PROTETORA DE TODOS OS BRUXOS.

VEM AGORA PARA ESTE CÍRCULO DE FOGO,

POIS EU REALIZO ESTE RITUAL

EM TUA HONRA.

 

Todo o coven deverá ajoelhar-se diante do altar, vol­tado para a imagem da Deusa, enquanto a Alta Sacerdo­tisa tomará o cálice de vinho com ambas as mãos e dirá:

EM TUA HONRA,

OH GRANDE DEUSA HÉCATE,

EU FAÇO ESTA LIBAÇÃO E TOMO ESTE BRINDE.

 

A Alta Sacerdotisa derramará algumas gotas de vi­nho no chão diante do altar, como oferenda à Deusa. Levará o cálice aos lábios, tomará um gole do vinho e o entregará ao Alto Sacerdote, que beberá um pequeno gole e o colocará de volta em seu lugar no altar. Ele pegará o sino e o tocará três vezes, enquanto a Alta Sacerdotisa segurará o punhal com a mão direita, apontará com ele o céu, dizendo:

 

NESTA HORA ESCURA E MÍSTICA DA NOITE

A DEUSA HÉCATE REINA

SUPREMA E EM TEU NOME EU LOUVO AGORA:

EU TE SAÚDO, OH HÉCATE!

EU TE SAÚDO, OH HÉCATE!

BENDITA SEJAS!

A Alta Sacerdotisa beijará a lâmina do punhal e o colocará de volta no altar, enquanto o coven repetirá o cântico:

EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! BENDITA SEJAS!

Em seguida, todo o coven deverá relaxar e meditar sobre a imagem da Deusa. Poderão ser entoadas músicas folclóricas em sua honra ou recitadas poesias místicas nela inspiradas.

Após o término do ritual, o coven agradecerá à Deusa pela presença, e a Alta Sacerdotisa desfará o círculo com a espada em movimento levógiro.

 

RITUAL DO TERCEIRO OLHO

 

Realize esse ritual neopagão para aprimorar os po­deres psíquicos três dias antes da lua cheia e, preferi­velmente, quando ela estiver nos signos astrológicos de Câncer, Peixes ou Escorpião.

Comece preparando um chá mágico bem forte de artemísia ou mil-folhas(ervas que estimulam os sentidos psíquicos) e acenda 13 velas votivas de cor púrpura para ajudar a atrair as influências psíquicas.

Tome o chá e olhe fixamente para um espelho mágico, uma bola de cristal ou uma pirâmide de cristal enquanto entoa três vezes o seguinte encantamento:

EU TE INVOCO, OH ASARIEL,

ARCANJO DE NETUNO

E GOVERNANTE DOS PODERES DA CLARIVIDÊNCIA.

EU TE PEÇO QUE ABRAS O MEU TERCEIRO OLHO

E QUE ME MOSTRES A LUZ OCULTA.

PERMITE-ME VER O FUTURO.

PERMITE-ME VER O PASSADO.

PERMITE-ME PERCEBER OS DIVINOS

REINOS DO DESCONHECIDO.

PERMITE-ME COMPREENDERA SABEDORIA

DO SAGRADO UNIVERSO.

ASSIM SEJA.

Após isso, relaxe, respire lentamente e se concentre para abrir o seu Terceiro Olho. Não permita que pensa­mentos negativos contaminem sua mente.

O Terceiro Olho, chakra invisível localizado no centro de sua testa, acima do espaço entre as sobrancelhas, é a fonte de poder mais elevada do corpo humano, da visão sobrenatural e da clarividência.

 

O GRANDE RITUAL

O Grande Ritual (também conhecido como "casamen­to sagrado") é ointercurso sexual ritualístico, realizado realmente ou somente de maneira simbólica, como expe­riência religiosa sublime.

Esse grande ritual de "polaridade^masculin^/femini-na é, muitas vezes, realizado nos Sabás principais (espe cialmente em Samhain pela Alta Sacerdotisa e pelo Alto Sacerdote, que trazem para dentro de si os espíritos da Deusa e do Deus Chifrudo, respectivamente, e experimen­tam a união divina, tanto espiritual quanto física).

Em certas tradições wiccanianas (como a Gardneria-na), o Grande Ritual é realizado como parte da Iniciação do Terceiro Grau, que eleva um Bruxo ao mais alto dos três graus da Arte.

Grande Ritual Verdadeiro: após a invocação da Deusa ter sido realizada pelo Alto Sacerdote, os membros do coven deixam o círculo e a sala, e a Alta Sacerdotisa e o Alto Sacerdote realizam particularmente o ato do amor. Após o seu término, os membros do coven são readmitidos no círculo, e servem-se bolos consagrados e vinho (ou cerveja).

Grande Ritual Simbólico: após a invocação da Deusa ter sido realizada pelo Alto Sacerdote, ele mergulha a lâmina do punhal numa taça de vinho (ou de suco de fruta) que a Alta Sacerdotisa está segurando. O vinho é, então, passado entre todos os membros do coven para ser bebido.

 

ATRAIR A LUA

 

Atrair a Lua (também conhecido como "Chamar a Lua") é um ritual de invocação da força-espírito da Deusa para a Alta Sacerdotisa, realizado pelo Alto Sacerdote, que utiliza sua polaridade masculina para conjurar a essência divina na polaridade feminina da Alta Sacerdotisa.

Durante o ritual moderno de Wicca, a Alta Sacerdo­tisa entra num estado alterado de consciência, semelhante a um transe, e atrai o poder da Deusa para dentro de si. A Alta Sacerdotisa funciona, então, como um canal da Deusa ou como a Deusa encarnada, dentro do círculo, até que ele seja desfeito.

ATRAIR O SOL

Atrair o Sol (também conhecido como "Chamar o SoFou "Atrair o Deus Chifrudo") é o ritual de invocação da força-espírito do Deus Chifrudo para o Alto Sacerdote pela Alta Sacerdotisa, que utiliza sua polaridade feminina para conjurar a essência divina na polaridade masculina do Alto Sacerdote.

Durante o ritual moderno de Wicca, o Alto Sacerdote entra num estado alterado de consciência semelhante a um transe e atrai o poder do Deus Chifrudo para dentro de si. O Alto Sacerdote funciona como um canal do Deus ou como o Deus Chifrudo encarnado dentro do círculo, até que esse seja desfeito.

 

RITUAL PAGÃO DE COMPROMISSO

 

O Compromisso é uma cerimónia de noivado wicca-niana na qual as mãos do noivo e da noiva são unidas com uma laçada consagrada para significar que eles foram unidos em matrimónio. O ritual geralmente é realizado tanto pela Alta Sacerdotisa como pelo Alto Sacerdote do coven (se o casamento não for legal) ou por um ministro legalmente reconhecido, se for preferida uma união legal. (Antes de se casarem legalmente, muitos wiccanianos preferem viver numa lei comum de"tentativa" de casa­mento, que pode ser dissolvida pela Alta Sacerdotisa  final do ano, se o marido ou a esposa estiver insatisfeito com o arranjo.)

Atradição pagã de "Pular a Vassoura", na qual o noivo e a noiva pulam j untos por cima do cabo da vassoura é uma antiga forma de cerimónia comum de casamento, pratica­da em certas regiões da Escócia, Dinamarca e China, e muito popular entre os ciganos. O Pulo da Vassoura é realizado ao término do Ritual de Compromisso.

A cerimónia de casamento apresentada a seguir é um rito de comprometimento de ligação espiritual, não legal, que pode ser realizado pela Alta Sacerdotisa ou pelo Alto Sacerdote do coven.

Antes da cerimónia, é extremamente importante que toda a área onde será realizado o compromisso seja consa­grada com sal, água e qualquer incenso purificador, como o de cedro, olíbano, sálvia ou sândalo.

Monte o altar e coloque nele tudo que será necessário para a cerimónia: duas velas brancas, um incensório, um prato com sal ou terra, um sino de altar de latão, uma vareta, um cálice com água, uma xícara com óleo de rosa para consagração, um cristal de quartzo, as alianças de casamento e duas cordas brancas. Próximo ao altar, colo­que uma grande vassoura de palha para ser usada no tradicional Pulo da Vassoura no final do rito.

Trace um círculo na direção destrógira, usando um punhal ou a espada cerimonial, e, após cada convidado ter sido abençoado com saudações e incenso, faça soar o sino do altar para dar início à cerimónia.

O noivo e a noiva devem entrar no círculo de mãos dadas. Abençoe-os com incenso e saudações, e coloque-os defronte de você e do altar (norte), enquanto os convidados para o casamento estarão reunidos em tomo do perímetro do círculo, dando-se as mãos para formar uma corrente humana. De frente para o noivo e para a noiva, levante as suas mãos para o céu e diga:

 

NESTE SAGRADO CÍRCULO DE LUZ

REUNIMO-NOS EM PERFEITO AMOR

E PERFEITA VERDADE.

OH DEUSA DO AMOR DIVINO,

EU TE PEÇO QUE ABENÇOES ESTE CASAL,

O SEU AMOR E O SEU CASAMENTO

PELO TEMPO EM QUE VIVEREM

JUNTOS NO AMOR.

POSSA CADA UM DESFRUTAR DE UMA VIDA SAUDÁVEL,

CHEIA DE ALEGRIA, AMOR, ESTABILIDADE

E FERTILIDADE.

Segure o prato com sal ou terra diante deles para que os dois coloquem a mão direita sobre o mesmo, enquanto você diz:

 

ABENÇOADOS SEJAM PELO ANTIGO E MÍSTICO ELEMENTO TERRA. QUE A DEUSA DO AMOR EM TODA A SUA GLÓRIA ABENÇOE-OS COM AMOR, TERNURA, FELICIDADE E COMPAIXÃO PELO TEMPO QUE VIVEREM AMBOS.

Coloque novamente o prato sobre o altar. O casal deverá se voltar para o leste. Soe o sino do altar três vezes e, então, envolva-os com o incenso e diga:

ABENÇOADOS SEJAM PELA FUMAÇA E PELO SINO

SÍMBOLOS DO ANTIGO E MÍSTICO

ELEMENTO AR.

QUE A DEUSA DO AMOR

EM TODA A SUA GLÓRIA

ABENÇOE-OS COM A COMUNICAÇÃO,

CRESCIMENTO INTELECTUAL E SABEDORIA

PELO TEMPO QUE VIVEREM AMBOS.

 

Coloque novamente o incenso no altar. O casal deve­rá, agora, se voltar para o sul. Dê, a cada um, uma vela branca, a qual deverão segurar com a mão direita. Acenda as velas, pegue a vareta do altar e segure-a acima dos dois, enquanto diz:

ABENÇOADOS SEJAM PELA VARETA E PELA CHAMA,

SÍMBOLOS DO ANTIGO E MÍSTICO

ELEMENTO FOGO.

QUE A DEUSA DO AMOR

EM TODA A SUA GLÓRIA

ABENÇOE-OS COM HARMONIA, VITALIDADE,

CRIATIVIDADE E PAIXÃO

PELO TEMPO QUE VIVEREM AMBOS.

Coloque novamente as velas e a vareta no altar. O casal deverá, então, se voltar para o oeste. Tome o cálice com água e salpique algumas gotas sobre a cabeça deles, enquanto diz:

ABENÇOADOS SEJAM

PELO ANTIGO E MÍSTICO

ELEMENTO ÁGUA

QUE A DEUSA DO AMOR

EM TODA A SUA GLÓRIA

ABENÇOE-OS COM A AMIZADE, A INTUIÇÃO

O CARINHO E A COMPREENSÃO

PELO TEMPO QUE VIVEREM AMBOS.

Coloque o cálice com água novamente no altar. O casal mais uma vez deverá se voltar para o norte. Unte a testa deles com o óleo de rosa e segure o cristal de quartzo sobre eles, como símbolo sagrado do reino espiritual, en­quanto diz:

 

QUE A DEUSA DO AMOR

EM TODA A SUA GLÓRIA

ABENÇOE-OS COM A UNIÃO,

HONESTIDADE E CRESCIMENTO ESPIRITUAL

PELO TEMPO QUE VIVEREM AMBOS.

QUE O DEUS E A DEUSA INTERIOR DE CADA UM

GUIE-OS NO CAMINHO RETO

E QUE A MAGIA DO SEU AMOR

CONTINUE A CRESCER PELO TEMPO

QUE PERMANECEREM JUNTOS NO AMOR,

POIS O SEU CASAMENTO É UMA UNIÃO SAGRADA

DOS ASPECTOS FEMININO E MASCULINO

DA DIVINDADE.

Coloque o cristal novamente no altar e consagre as alianças do casamento com uma pitada de sal e gotas de água, enquanto diz:

PELO SAL E PELA ÁGUA

EU PURIFICO E LIMPO

ESTES BELOS SÍMBOLOS DO AMOR.

QUE TODAS AS VIBRAÇÕES NEGATIVAS,

IMPUREZAS E OBSTÁCULOS

SEJAM AFASTADOS DAQUI!

E QUE PENETRE TUDO

O QUE É POSITIVO,

TERNO E BOM.

ABENÇOADAS SEJAM ESTAS ALIANÇAS

NO NOME DIVINO DA DEUSA.

ASSIM SEJA.

O noivo coloca a aliança no dedo da noiva, e ela, por sua vez, coloca a aliança no dedo dele. Agora podem trocar as promessas que escreveram com suas próprias palavras antes da cerimónia.

Após o casal haver proferido suas promessas de amor, consagre as cordas da mesma maneira que fez com as alianças, e, então, segurando-as lado a lado, faça com que o homem e a mulher segurem uma extremidade e dêem um nó enquanto expressam o seu amor um pelo outro. Amarre-as pelo meio e diga:

PÊLOS NÓS NESTA CORDA SEJA O SEU AMOR UNIDO.

Pegue a corda com os nós e amarre juntas aos mãos do noivo e da noiva. Visualize uma luz branca de energia da Deusa e de proteção circundando o casal, enquanto suas auras se unem em uma só e todos os presentes à cerimónia emitem energia, cantando repetidamente com alegria:

 

AMOR! AMOR! AMOR!

 

Após haver centralizado o poder trazido para os noi­vos e para o casamento deles, permaneça alguns minutos em silêncio e, depois, retire a corda das mãos deles, dizendo:

PELO PODER DA DEUSA

E DE SEU CONSORTE CHIFRUDO

EU OS DECLARO

MARIDO E MULHER

PELO TEMPO QUE VIVEREM AMBOS.

QUE VIVAM JUNTOS NO AMOR.

ASSIM SEJA.

Os convidados agora podem aclamar, aplaudir e con­gratular-se com osrecém-casados. Agradeça à Deusa e ao Deus e desfaça o círculo. Coloque a vassoura de palha horizontalmente no chão e faça com que os noivos pulem por cima dela juntos e de mãos dadas.

Termina assim o Ritual Pagão de Compromisso, que deve ser festejado por todos com vinho consagrado e o bolo do compromisso, que é tradicionalmente partido com a espada cerimonial do coven. (Ver à página 146 a receita de Bolo do Compromisso.)

 

SABÁCANDLEMAS

2 de fevereiro

Comece erigindo o altar voltado para o norte. Diante dele coloque uma vassoura de palha. Prepare uma coroa com 13 velas vermelhas e coloque-a no centro do altar. Em cada lado da coluna, coloque uma vela da cor apropriada doSabá. À esquerda, um incensório com incenso apropria­do e um ramo de sempre-viva. (Pode também ser usado um galho da árvore ou da guirlanda do Natal anterior como decoração do altar). A direita coloque um cálice com água (água fresca de chuva ou neve derretida, se possível), um pequeno prato com pó ou areia e um punhal consagrado.

Marque um círculo com cerca de 3m de diâmetro em torno do altar, usando giz ou tinta branca. Salpique um pouco de sal dentro do círculo e, então, trace o círculo na direção destrógira com a espada cerimonial sagrada ou com uma vara de salgueiro, dizendo:

COM O SAL E A ESPADA SAGRADA

EU TE CONSAGRO E TE INVOCO,

OH CÍRCULO DE SABÁ DE MAGIA E LUZ.

NO NOME SAGRADO DE BRÍGIDA

E SOB A SUA PROTEÇÃO

ESTE RITUAL DE SABÁ AGORA SE INICIA.

Coloque a espada cerimonial no altar diante da coroa de velas. Acenda as duas velas do altar e diga:

OH DEUSA DO FOGO DA PRIMAVERA,

A TI OFEREÇO

ESTE SÍMBOLO DO FOGO.

ASSIM SEJA.

Acenda o incenso e diga:

OH DEUSA DO FOGO DA PRIMAVERA,

A TI OFEREÇO

ESTE SÍMBOLO DO AR.

ASSIM SEJA.

 

Pegue o punhal com a mão direita e, com a ponta da lâmina, trace umpentáculo (estrela de cinco pontas) no pó ou areia e diga:

OH DEUSA DO FOGO DA PRIMAVERA,

A TI OFEREÇO

ESTE SÍMBOLO DA TERRA.

ASSIM SEJA.

Mergulhe a lâmina do punhal no cálice com água e diga:

OH DEUSA DO FOGO DA PRIMAVERA,

A TI OFEREÇO

ESTE SÍMBOLO DA ÁGUA.

ASSIM SEJA.

 

Coloque o punhal de volta no altar. Acenda o ramo de sempre-viva e visualize na sua mente a escuridão do Inverno se desfazendo, sendo substituída pela luz agradá­vel da nova Primavera. Coloque o ramo ardente no incen­sório e diga:

 

ASSIM COMO ESTE SÍMBOLO DO INVERNO

É CONSUMADO PELO FOGO,

DA MESMA FORMA A ESCURIDÃO

É CONSUMIDA PELA LUZ.

ASSIM SEJA.

 

Acenda a coroa de velas e coloque-a cuidadosamente no topo de sua cabeça. (Quando esse ritual de Sabá é realizado por um coven, é costume o Alto Sacerdote acen­der as velas e colocar a coroa sobre a cabeça da Alta Sacerdotisa.) Pegue o punhal com a mão direita e segure-o sobre seu coração, enquanto diz:

COMO A DOCE CIBELE, EU USO UMA COROA

DE FOGO EM TORNO DA MINHA CABEÇA.

COMO DIANA, ABENÇOADA DEUSA DA SABEDORIA,

EU ACENDO AS VELAS VERMELHAS

PARA FAZER BRILHAR UMA LUZ SOBRE A MINHA PRECE

DE PAZ E AMOR SOBRE A TERRA.

OUÇAM-ME, OH, ESPÍRITOS DO AR,

OS ESPÍRITOS ABAIXO E OS ESPÍRITOS ACIMA.

ASSIM SEJA.

 

Coloque o punhal de volta no altar e termine o rito varrendo o círculo emdireção levógira com uma vassoura para desfazê-lo e simbolizar a "destruição" das coisas ve­lhas. Apague as velas e devolva a coroa ao altar.

 

SABA DO EQUINÓCIO DA PRIMAVERA

 

Primeiro Dia da Primavera

Comece marcando um círculo de 3m de diâmetro, usando giz ou tinta branca. Monte um altar no centro do círculo, voltado para o norte. Coloque uma vela da cor apropriada do Sabá no centro do altar. À direita (leste), coloque um incensório com o incenso apropriado do Sabá ou um turíbulo contendo pedaços de carvão aquecidos, sobre o qual a sálvia será queimada. À esquerda (oeste) da vela, coloque uma tigela com ovos cozidos decorados com runas, desenhos de fertilidade e outros símbolos mágicos.

Diante da vela (sul), coloque um punhal e uma espada cerimonial consagrados.

Após salpicar um pouco de sal sobre o círculo para purificá-lo, pegue a espada cerimonial e trace o círculo em movimento destrógiro, começando no leste. Enquanto tra­ça, diga:

ABENÇOADO SEJA ESTE CÍRCULO DO SABÁ

SOB O NOME DIVINO DE OSTARA,

ANTIGA DEUSA DA FERTILIDADE E DA PRIMAVERA.

SOB SEU SAGRADO NOME

E SOB A SUA PROTEÇÂO

ESTE RITUAL DE SABÁ AGORA SE INICIA.

Coloque a espada de volta no altar e, então, acenda a vela e o incenso. Pegue o punhal com a mão direita e ajoelhe-se diante do altar com a lâmina sobre o coração, dizendo:

ABENÇOADA SEJA A DEUSA DA FERTILIDADE, ABENÇOADO SEJA O SEU RITUAL DA ÉPOCA DA PRIMAVERA.

ABENÇOADO SEJA O REI-DEUS SOL, ABENÇOADA SEJA A SUA LUZ SAGRADA.

Coloque a lâmina da espada sobre a região do Terceiro Olho em sua testa e diga:

O SOL CRUZOU O EQUADOR CELESTE, TRAZENDO O SOL E A LUA COM A MESMA DURAÇÃO

DE HORAS.

FINALMENTE A DEUSA DA PRIMAVERA RENASCEU. A SUA BELEZA DÁ VIDA ÀS ÁRVORES E ÀS FLORES.

ABENÇOADA SEJA A DIVINA DEUSA DAS MATAS. ELA É A CRIADORA DE TODAS AS COISAS VIVAS. ABENÇOADO SEJA O SENHOR DAS MATAS. EUCANTO ESTA CANÇÃO PARA A DEUSA E PARA O DEUS.

DESPERTEM, DESPERTEM TODOS E OUÇAM A VOZ DO CHAMADO DA DEUSA. ABENÇOADA SEJA A NOSSA MÃE TERRA, QUE ELA SEJA PREENCHIDA COM PAZ, MAGIA E AMOR.

A DEUSA RESPIRA A VIDA. A DEUSA DÁ A VIDA. A DEUSA É A VIDA. ELA REINA SUPREMA. ASSIM SEJA!

Encerre o ritual apagando a vela e desfazendo o círculo com a espada cerimonial em movimento levógiro.

Os ovos podem ser comidos como parte do banquete do Sabá do Equinócio da Primavera, e jogam-se conchas numa fogueira ao ar livre ou enterram-nas no chão como oferenda à Mãe Terra.

 

SABÁBELTANE

1° de maio

O S aba Beltane dos Bruxos começa oficialmente ao nascer da lua da Véspera de 1^ de maio, sendo tradicional­mente realizado no alto de uma montanha onde são acesas as imensas fogueiras de Beltane para iluminar o caminho para o Verão e aumentar a fertilidade nos animais, nas sementes e nas casas. (Antigamente as grandes fogueiras da Irlanda, que simbolizavam o Deus Sol doador de vida, eram acesas com a centelha de uma pederneira ou pela fricção de duas varetas.)

Se você planeja festejar Beltane em ambiente fecha­do, deverá acender o fogo em um local apropriado. (Certi­fique-se de colocar um galho ou ramo de sorveirasobre o fogo para reverenciar os espíritos guardiães de sua casa e sua família, trazendo boa sorte para a casa e mantendo afastados os fantasmas, duendes e fadas malévolos.) Se você não tiver lugar apropriado, poderá acender 13 velasverdes-escuras para simbolizar a fogueira de Beltane.

Vista-se com as cores brilhantes da Primavera (a não ser que prefira trabalhar sem roupa) e use muitas flores coloridas e de odor forte nos cabelos. (Antes de vestir-se para a cerimónia, medite e banhe-se à luz de velas com ervas para limpar seu corpo e sua alma de quaisquer impurezas ou energias negativas.)

Comece traçando um círculo de 3m de diâmetro e monte um altar no centro, voltado para o leste. No topo do altar, coloque duas estatuetas para representar a Deusa da Fertilidade e Seu consorte, o Deus Chifrudo. Ao lado de cada uma delas, um incensório contendo olíbano e selo-de-salomão. No lado direito do altar, coloque um punhal consagrado e um cálice cheio de vinho. Acenda 13 velas verdes-escuras em torno do círculo.

Prepare uma coroa de flores do campo que florescem na Primavera, tais como margaridas, prímulas, primave­ras ou malmequeres, e coloque-a no altar diante dos sím­bolos da Deusa e do Deus.

Pode ser colocado um pequeno mastro decorado (com cerca de Im de altura) à direita do altar, enfeitado com flores e fítas de cores brilhantes.

Ajoelhe-se diante do altar. Acenda as velas e o incen­so. Feche os olhos, concentre-se na imagem divina da Deusa e do Deus, e diga:

EM HONRA À DEUSA E AO DEUS CHIFRUDO,

E SOB A SUA PROTEÇÃO,

INICIA-SE AGORA ESTE RITUAL DO SABÁ.

Abra os olhos. Pegue o punhal que está no altar, cumprimente com ele o leste, e diga:

OH, DEUSA DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES, A TI EU CONSAGRO ESTE CÍRCULO.

Segure o punhal em saudação na direção sul, e diga:

ABENÇOADA SEJA A VIRGEM DA PRIMAVERA, PARA ELA EU CANTO ESTA PRECE DE AMOR. ELA TORNA VERDE AS FLORESTAS E OS PRADOS, OH DEUSA DA NATUREZA, ELA REINA SUPREMA.

Segure o seu punhal em saudação ao oeste, e diga:

OLÍBANO E SELO-DE-SALOMÃO, GRAÇAS A ELA QUE FAZ GIRAR A RODA!

Segure o punhal e saúde o norte, dizendo:

ABENÇOADO SEJA O SENHOR DA PRIMAVERA,

PARA ELE EU CANTO A PRECE DO AMOR.

DEUS DIVINO DAS TREVAS,

DEUS DIVINO DA LUZ,

ESTA NOITE EU CELEBRO

OS SEUS PODERES FERTILIZANTES.

 

Coloque o punhal de volta no altar. Pegue a coroa de flores do campo e coloque-a no alto de sua cabeça. (Quando esse ritual é realizado por um coven, ocostume é que o Alto Sacerdote a coloque sobre a cabeça da Alta Sacerdotisa.) Ajoelhe-se diante do altar, olhando para as imagens das deidades pagãs da fertilidade. Abra os braços e diga:

ESPÍRITOS DA ÁGUA E DO AR EU PEÇO QUE OUÇAM A MINHA PRECE:

QUE O CÉU E O MAR PERMANEÇAM LIMPOS,

QUE A TERRA SEJA FÉRTIL E VERDE.

ESPÍRITOS DO FOGO,

ESPÍRITOS DA MÃE TERRA,

QUE O MUNDO SEJA ABENÇOADO

COM PAZ. AMOR E ALEGRIA.

 

Pegue o cálice de vinho e levante-o com o braço esti­cado, e, enquanto derrama algumas gotas no chão, como libação à Deusa e ao Deus Chifrudo, feche os olhos e diga:

QUEIMEM OS FOGOS SAGRADOS DE BELTANE, ILUMINEM O CAMINHO PARA O RETORNO DO SOL. AS TREVAS DO INVERNO DEVEM AGORA TERMINAR, A GRANDE RODA DA VIDA GIROU NOVAMENTE. QUE ASSIM SEJA.

Beba o resto do vinho do cálice e, então, coloque-o de volta no altar. Apague as velas, mas deixe que o incenso termine de queimar.

O ritual está agora completo, devendo ser seguido de um banquete, de cantos e danças na direção do movimento do sol em torno da fogueira de Beltane ou do mastro decorado para simbolizar a união divina da Deusa com Seu consorte, o Deus Chifrudo.

 

SABÁ DO SOLSTÍCIO DE VERÃO

Primeiro Dia do Verão

O ritual que se segue é tradicionalmente realizado pêlos Bruxos numa clareira na floresta, num grande jar­dim afastado, no topo de uma colina ou em qualquer outro lugar da Natureza.

Comece arrumando pedras no chão para formar um grande círculo com cerca de 3m de diâmetro. Com uma espada cerimonial consagrada ou uma longa vareta de madeira (preferivelmente uma vara de sorveira recente­mente cortada), trace o símbolo poderoso e altamente mágico de um pentáculo (estrela de cinco pontas) dentro do círculo de pedras. Acenda cinco velas verdes para sim­bolizar os poderes da Natureza e a fertilidade, e coloque uma em cada ponta do pentagrama,começando pelo leste e continuando em movimento destrógiro.

Monte um altar ou coloque uma pedra grande e acha­tada no centro do pentagrama voltada para o norte, como um altar, e, sobre ela, uma estátua representando a Deusa. Em cada lado dela, acenda uma vela branca de altar. À direita (leste), coloque um sino de latão, consagrado, e um incensório de olíbanocom incenso de mirra. À esquerda (oeste), coloque um cálice com vinho, um pequeno prato com sal e uma pequena tigela com água (preferivelmente água fresca da chuva.) Abençoe o vinho, cobrindo o cálice com as palmas das mãos, enquanto diz:

 

EU CONSAGRO E ABENÇOO ESTE VINHO SOB O NOME DIVINO DA DEUSA.

Salpique um pouco de sal e algumas gotas de água sobre o sino de latão, para abençoá-lo, e diga:

COM SAL E ÁGUA

EU CONSAGRO E ABENÇOO ESTE SINO SOB O NOME DIVINO DA DEUSA. ABENÇOADO SEJA.

Acenda o olíbano e a mirra. Levante os braços para o céu, feche os olhos e preencha a sua mente com pensamen­tos e visões agradáveis da Deusa Mãe, enquanto diz:

OH ABENÇOADA MÃE TERRA,

DEUSA-VENTRE, CRIADORA DE TUDO,

A TI É CONSAGRADO ESTE CÍRCULO SAGRADO.

EM TEU NOME SAGRADO

E SOB A TUA PROTEÇÃO

INICIA-SE AGORA ESTE RITUAL DO SABÁ.

Faça soar o sino três vezes e invoque:

ESPÍRITO FEMININO SAGRADO DO AR, VIRGEM DO FOGO, BELA E FORMOSA, MÃE TERRA, DOADORA DE VIDAS, ANCIÃ DA ÁGUA, SEM IDADE E SÁBIA, EU INVOCO A TUA DIVINA IMAGEM!

Coloque o sino de volta no altar de pedra e, então, com ambas as mãos, leve o cálice de vinho aos lábios. Beba um pouco dele e derrame o restante no centro do pentagrama, como libação à Deusa, enquanto diz:

EU DERRAMO ESTE VINHO ABENÇOADO COMO UMA OFERENDA A TI, OHGRACIOSA DEUSA DO AMOR, DA FERTILIDADE E DA VIDA.

Coloque o cálice vazio de volta no altar. Novamente faça soar o sino três vezes e diga:

COM O SOL NO SEU ZÉNITE

EU REALIZO ESTE RITUAL DO SOLSTÍCIO

EM HONRA A TI, OH, GRANDE DEUSA;

E EM TEU SAGRADO NOME EU AGORA DOU GRAÇAS. À MEDIDA QUE OS DIAS BRILHANTES COMEÇAM A ENFRAQUECER

O TEU AMOR DIVINO E OS TEUS PODERES DE CURA CRESCEM MAIS FORTES.

Ajoelhe-se diante do altar. Ofereça mais incenso. Fa­ça soar o sino em honra à Deusa e, então, diga em voz alta e em tom alegre:

ABENÇOADA SEJA A DEUSA! ABENÇOADA SEJA A DEUSA!

A DEUSA É VIDA.

A DEUSA É AMOR.

ELA FAZ GIRAR A GRANDE RODA SOLAR

QUE MUDA AS ESTAÇÕES

E TRAZ NOVA VIDA PARA O MUNDO.

ABENÇOADA SEJA A DEUSA! ABENÇOADA SEJA A DEUSA!

A DEUSA É A LUA E AS ESTRELAS.

A DEUSA É A O MAR E A TERRA.

A DEUSA É O CICLO DAS ESTAÇÕES

ELA É A VIDA, ELA É A MORTE

ELA É O RENASCIMENTO.

ELA É O DIA, ELA É A NOITE,

ELA É A ESCURIDÃO, ELA É A LUZ,

ELA É TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES

ASSIM SEJA!

 

O Ritual do Soistício de Verão dever ser seguido de um banquete de alegria e do canto feliz de músicas folcló­ricas mágicas pagãs e/ou da recitação de poesia inspirada na Deusa.

O Soistício de Verão é o momento tradicionalmente propício à colheita de ervas mágicas para encantamentos e poções (especialmente as da magia do amor!). E também o tempo ideal para realizar divinaçoes e rituais de cura, e para cortar varetas e bastões de divinação.

 

SABALAMMAS

 

1° de agosto

Comece marcando um círculo com cerca de 3m de diâmetro. Erga um altar no centro do círculo, voltado para o norte. Sobre ele, coloque uma vela da cor apropriada do Sabá. À esquerda (oeste) da vela, coloque um cálice com água (preferivelmente água fresca de chuva ou água de uma fonte de montanha) e uma bandeja ou prato à prova de fogo, contendo uma boneca nova de milho e uma do Sabá Lammas do ano anterior. À direita (leste da vela), coloque

um incensório com incenso de sândalo ou de rosa, e um prato com sal, pó ou areia para representar o elemento terra. Diante da vela (sul) coloque um punhal consagrado e uma espada cerimonial consagrada.

Salpique um pouco de sal para consagrar o círculo e, então, começando pelo leste, trace o círculo com a ponta da espada cerimonial, movendo-a de mododestrógiro, en­quanto diz:

COM O SAL E A ESPADA SAGRADA

EU CONSAGRO E TE INVOCO,

OH CÍRCULO DE MAGIA E LUZ DO SABÁ.

SOB O NOME SAGRADO DA DEUSA

E SOB A SUA PROTEÇÃO

INICIA-SE AGORA ESTE RITUAL DO SABÁ.

Coloque de volta no altar a espada cerimonial. Acenda a vela e diga:

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO DO SABÁ EU VOS CONJURO, AGORA, OH ESPÍRITOS SAGRADOS DO ANTIGO E MÍSTICO ELEMENTO FOGO.

Acenda o incenso e diga:

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO DO SABÁ EU VOS CONJURO, AGORA, OH ESPÍRITOS SAGRADOS DO ANTIGO E MÍSTICO ELEMENTO AR.

Segure o punhal na mão direita e, com a ponta da lâmina, trace um pentáculo(estrela de cinco pontas) no sal, pó ou areia e diga:

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO DO SABÁ EU VOS CONJURO AGORA, OHESPÍRITOS SAGRADOS DO ANTIGO E MÍSTICO ELEMENTO TERRA.

Mergulhe a lâmina do punhal no cálice com água e diga:

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO DO SABÁ EU VOS CONJURO, AGORA, OH ESPÍRITOS SAGRADOS DO ANTIGO E MÍSTICO ELEMENTO ÁGUA.

Coloque o punhal de volta no altar. Pegue a boneca nova de milho e coloque-a à direita da vela, e diga:

OH, SENHORA DA COLHEITA,

EU TE AGRADEÇO

POR NOS SUSTENTAR

NAS PRÓXIMAS ESTAÇÕES E

PELA GENEROSIDADE DESTA COLHEITA.

ASSIM SEJA.

Pegue a antiga boneca de milho e queime-a na chama da vela. Coloque-a na bandeja ou prato à prova de fogo. Enquanto ela queima, recite o seguinte verso mágico do Sabá:

SENHORA DA COLHEITA DO PASSADO, QUEIME AGORA. À DEUSA VÓS DEVEIS VOLTAR. ABENÇOAI-ME COM A SORTE E O AMOR DO DEUS E DA DEUSA ACIMA. ASSIM SEJA!

Encerre o ritual afastando os espíritos elementais, apagando a vela e desfazendo o círculo em movimento levógiro com a espada cerimonial.

Enterre as cinzas da antiga boneca de milho, como oferenda à Mãe Terra, e guarde a boneca nova para o próximo Sabá Lammas.

 

SABÁ DO EQUINÓCIO DO OUTONO

Primeiro Dia de Outono

Comece fazendo um círculo com cerca de 3m de diâ­metro. No centro, erga um altar voltado para o norte. Sobre ele coloque uma vela da cor apropriada do Sabá, um cálice com água, uma faca, um prato de sal, pó ou areia, um sino de altar consagrado e um incensório. (São incenses sagra­dos para esse Sabá: benjoim, mirra, flor do maracujá, papoulas vermelhas e sálvia.)

Enfeite o altar com a decoração tradicional sagrada, como bolotas, pinhas,mal-me-queres, rosas brancas e car­do. As flores poderão ser arrumadas em buques ou guir-landas para o altar ou para o círculo, ou reunidas em uma coroa colocada no alto da cabeça.

Salpique um pouco de sal dentro do círculo e, então, trace-o com uma espada cerimonial consagrada ou com uma vareta, dizendo:

COM SAL E A ESPADA CONSAGRADA

EU CONSAGRO E TRAÇO ESTE CÍRCULO DO SABÁ

SOB O NOME DIVINO DA DEUSA

E SOB A SUA PROTEÇÃO.

INICIA-SE AGORA ESTE RITUAL DO SABÁ.

 

Acenda a vela e o incenso. Toque três vezes o sino do altar com a mão esquerda para iniciar o Ritual do Equinócio e conjurar os espíritos elementais.Pegue o punhal com a mão direita, volte-se para o leste e diga:

OH SAGRADOS SILFOS DO AR

E REIS ELEMENTAIS DO LESTE,

EU VOS CONJURO E ORDENO

A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABÁ

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO.

Volte-se para o sul e diga:

OH SAGRADAS SALAMANDRAS DO FOGO

E REIS ELEMENTAIS DO SUL,

EU VOS CONJURO E ORDENO

A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABÁ

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO.

Volte-se para o oeste e diga:

OH SAGRADAS ONDINAS DA ÁGUA

E REIS ELEMENTAIS DO OESTE,

EU VOS CONJURO E ORDENO

A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABÁ

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO.

Volte-se para o norte e diga:

OH SAGRADOS GNOMOS DA TERRA

E REIS ELEMENTAIS DO NORTE,

EU VOS CONJURO E ORDENO

A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABÁ

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO.

Toque três vezes o sino e coloque-o de volta no altar. Estique o braço direito,aponte a ponta do punhal para o céu e diga:

AR, FOGO, ÁGUA, TERRA,

VENTRE DA VIDA, MORTE PARA RENASCER.

A GRANDE RODA DAS ESTAÇÕES GIRA,

O FOGO SAGRADO DO SABÁ QUEIMA.

SOMOS TODOS CRIANÇAS DA DEUSA.

E PARA ELA DEVEMOS RETORNAR.

Mergulhe a lâmina do punhal no cálice com água e, depois, no prato de sal, pó ou areia e diga:

ABENÇOADA SEJA A DEUSA DO AMOR,

CRIADORA DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES.

O CALOR DO VERÃO

DEVE AGORA TERMINAR.

A GRANDE RODA SOLAR

GIROU NOVAMENTE.

QUE ASSIM SEJA!

Toque três vezes o sino do altar para encerrar o rito, afaste os espíritos dementais e agradeça a Deusa. Desfaça o círculo de maneira levógira com a espada cerimonial ou com a vareta.

 

SABÁ SAMHAIN

 

31 de outubro

Em muitas tradições wiccanianas, é costume o Bruxo jejuar um dia inteiro antes de realizar o Ritual do Sabá Samhain.

 

Após o banho ritual com água salgada para limpar seu corpo e sua alma de todas as impurezas e energias negativas, coloque uma veste cerimonial longa e preta (a menos que prefira trabalhar sem roupa, como fazem mui­tos Bruxos), use um colar de bolotas feito a mão em tomo do pescoço e coloque uma coroa de folhas de carvalho na cabeça.

Comece traçando um círculo de 3m de diâmetro, usan­do giz ou tinta branca. Coloque 13 velas pretas e cor de laranja em tomo do círculo e à medida que for acendendo cada uma, diga:

VELA SAMHAIN DO FOGO TÃO BRILHANTE CONSAGRE ESTE CÍRCULO DE LUZ.

No centro do círculo erga um altar voltado para o norte. No centro do altar, coloque três velas (uma branca, uma vermelha e uma preta) para representar, cada uma, uma fase da Deusa Tripla. À esquerda (oeste) das velas, coloque um cálice com sidra e um prato contendo sal marinho. À direita (leste) das velas, coloque um incensório com incenso de ervas e uma pequena tigela com água. Diante das velas (sul), coloque um sino de altar de latão, um punhal consagrado e uma maçã vermelha.

Faça soar três vezes o sino do altar e diga:

SOB O NOME SAGRADO DA DEUSA

E SOB A SUA PROTEÇÃO,

INICIA-SE AGORA ESTE RITUAL DO SABÁ.

Salpique um pouco de sal e água em cada ponto da circunferência em tomo do círculo para limpar o espaço de qualquer negatividade ou influência malignas. Pegue o punhal com a mão direita e diga:

OUÇAM BEM, ELEMENTOS,

AR, FOGO, ÁGUA, TERRA,

PELO SINO E PELA LÂMINA EU VOS CONVOCO

NESTA SAGRADA NOITE DE ALEGRIA.

Mergulhe a lâmina do punhal no cálice com a sidra e diga:

EU TE OFEREÇO, OH, DEUSA, ESTE NÉCTAR DA ESTAÇÃO.

Coloque o punhal de volta no altar. Acenda o incenso e as três velas do altar e diga:

TRÊS VELAS EU ACENDO EM TUA HONRA, OH, DEUSA:

BRANCA PARA A VIRGEM, VERMELHA PARA A MÃE, PRETA PARA A ANCIÃ.

OH DEUSA DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES,

A TI ERGO ESTE TEMPLO SAGRADO

EM PERFEITO AMOR,

EM PERFEITA CONFIANÇA.

Pegue o cálice com ambas as mãos e derrame algumas gotas da sidra sobre a maçã, dizendo:

AO VENTRE DA DEUSA MÃE

RETORNA AGORA O DEUS CHIFRUDO

ATÉ O DIA EM QUE NOVAMENTE RENASCERÁ.

A GRANDE RODA SOLAR

GIRA MAIS UMA VEZ.

O CICLO DAS ESTAÇÕES NÃO TERMINA NUNCA.

ABENÇOADAS SEJAM AS ALMAS DAQUELES

QUE VIAJARAM ALÉM

PARA O MUNDO ESCURO DOS MORTOS.

EU DERRAMO ESTE NÉCTAR

EM HONRA À SUA MEMÓRIA.

QUE A DEUSA OS ABENÇOE

COM LUZ, BELEZA E ALEGRIA.

ABENÇOADAS SEJAM!

ABENÇOADAS SEJAM!

Beba o restante da sidra e, então, coloque o cálice no seu lugar no altar. Faça soar o sino três vezes, desfaça o círculo apagando as velas de cores laranja e preta, come­çando do leste e movendo em direção levógira.

Pegue a maçã do altar e enterre-a do lado de fora para nutrir as almas dos que morreram no último ano.

O Ritual do Samhain está agora completo e deve ser seguido de meditação,divinação em bola de cristal, recital de poesia mística inspirada na Deusa e uma prece dos Bruxos pelas almas de todos os membros da família e dos amigos que passaram para o Plano Espiritual.

 

SABÁ DO SOLSTÍCIO DE INVERNO

 

Primeiro Dia de Inverno

Comece erguendo um altar voltado para o norte. Em torno dele, trace um círculo com cerca de 3 m de diâmetro, usando giz ou tinta branca. Decore o altar com azevinho, visco ou qualquer outra erva sagrada para esse Sabá.

Coloque uma vela de altar branca no centro do altar. À sua esquerda coloque um cálice com vinho tinto ou sidra e um incensório. (Qualquer uma das seguintes fragrâncias de incenso é apropriada para esse ritual: louro, cedro,

pinho ou alecrim.) À direita da vela coloque um punhal consagrado e um prato com sal. Por trás do altar, um galho de carvalho de Natal com 13 velas vermelhas e verdes enfeitando-o.

Pegue o punhal com a mão direita e tire um pouco de sal com a ponta da lâmina. Deixe-o cair no círculo. Repita três vezes e diga:

ABENÇOADO SEJA ESTE CÍRCULO SAGRADO DO SABÁ

EM NOME DO GRANDE DEUS CHIFRUDO,

O SENHOR DIVINO DAS TREVAS E DA LUZ,

O DEUS DA MORTE E DE TODAS AS COISAS DO ALÉM,

ABENÇOADO SEJA ESTE CÍRCULO SAGRADO DO SABÁ

EM SEU NOME.

Coloque o punhal de volta em seu lugar no altar. Após acender o incenso e a vela, mais uma vez pegue o punhal com a mão direita. Mergulhe a lâmina no cálice e diga:

OH GRANDE DEUSA,

MÃE TERRA DE TODAS AS COISAS VIVAS,

NÓS NOS DESPEDIMOS,

POIS VAMOS DESCANSAR.

ABENÇOADO SEJA!

E NÓS TE DAMOS AS BOAS-VINDAS, OH GRANDE DEUS CHIFRUDO DA CAÇA, PAI TERRA DE TODAS AS COISAS VIVAS. ABENÇOADO SEJA!

ÁGUA, AR, FOGO, TERRA,

NÓS CELEBRAMOS O RENASCIMENTO DO SOL. NESTA NOITE ESCURA, A MAIS LONGA, ACENDEMOS O LUME DAS VELAS SAGRADAS.

Coloque o punhal de volta no altar. Pegue o cálice COID ambas as mãos e, enquanto o leva aos lábios, diga:

BEBO ESTE VINHO EM HONRA A TI,

OH DEUS DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES.

AGRADECEMOS A TI PELA LUZ DO SOL.

SALVE, OH GRANDE CHIFRUDO!

 

Beba o vinho e coloque o cálice no seu lugar no altar. Acenda as 13 velas no ramo da árvore de Natal e encerre o Ritual do Soistício de Inverno, dizendo:

 

O FOGO DO RAMO SAGRADO DO NATAL ARDE, A GRANDE RODA SOLAR GIRA MAIS UMA VEZ. QUE ASSIM SEJA!

 

Celebre, com alegria, num banquete com a família e os amigos até que a última vela da árvore se apague.

5

A Arte da Magia

A prática da magia é de origem antiga, sendo encon­trada em todo o mundo.

A magia é uma força que combina a energia psíquica com os poderes da vontade, para produzir os efeitos "sobre­naturais", provocar as respectivas mudanças e controlar os eventos na Natureza. Aumenta o fluxo de divindade e pode ser usada para propósitos construtivos assim como destrutivos.

A magia é uma força neutra que em si não é boa nem má. A direção do bem ou do mal é determinada pelo praticante. Entretanto, como o carma retoma por três vezes para todas as pessoas pêlos seus atos nesta vida, seria atitude de autodestruição para qualquer Bruxo ou mago utilizar a magia negra para causar danos a alguém.

Como uma ferramenta da Arte Wicca, a forma antiga da palavra magick (em inglês, com o "k" no fínal) é usada muitas vezes pêlos Bruxos para distingui-la def magica, que não pertence à Arte, mas, sim, ao teatro, ao truque com as mãos e à ilusão.

 

A magia (magick) é uma ferramenta poderosa. É parte importante de Wicca,embora secundária na adora­ção à Deusa e ao Seu consorte, o Deus Chifrudo.

Um dos elementos mais importantes na prática da magia é a sensação. É absolutamente essencial que você possua sensações fortes em relação ao que está tentando realizar para produzir o poder necessário para a realização da magia.

É também muito importante usar a visualização cria­tiva, também conhecida como "imaginação desejada". Essa é a arte ou a capacidade mágica de imaginar os resultados finais de sua magia para fazer seus desejos se materiali­zarem. É uma habilidade natural, concedida pela Deusa a determinadas pessoas; contudo, a maioria de nós precisa ativar e cultivar seus poderes por meio de muita prática, exercícios de concentração e meditação. Quando estiver lançando um encantamento, concentre-se sempre profun­damente e coloque na sua mente um claro quadro mental aquilo que você precisa ou deseja.

Sem a sensação e a visualização criativa é extrema­mente difícil (se não totalmente impossível) a magia fun­cionar.

Você também descobrirá que os melhores resultados serão obtidos se você realizar seus próprios encantamentos e/oi criar seus próprios amuletos, talismãs e poções, em vez de confiá-los a alguém (em especial a um estranho) para realizar a magia por você. Quando fizer um encanta­mento, você estará impregnando a magia com as suas vibrações emocionais, espirituais e psíquicas.

Use a magia de maneira sábia, cautelosa e somente de maneira positiva. A magia é algo muito sério e nunca deverá ser abusada ou tratada como um jogo de salão ou brincadeira. Nunca utilize qualquer forma de magia para manipular a vontade ou as emoções de outra pessoa e mantenha sempre em mente o conselhowiccaniano:

NÃO PREJUDIQUE NINGUÉM, FAÇAM ELES O QUE QUISEREM.

A magia negra não lhe trará somente um mau carma por três vezes; ela também desencadeará uma contra-ex-piosão e provocará resultados desastrosos.

Antes de realizar a magia, é sempre aconselhável usar uma forma dedivinação para descobrir se os resulta­dos de sua magia serão positivos ou negativos. Você poderá usar uma bola de cristal, as cartas do taro, velas, runas ou qualquer outro método que preferir. Se não for habilitado na arte da divinação, consulte um Bruxo com experiência ou um mestre respeitável nas artes ocultas.

A magia é poderosa e funciona; entretanto, determi­nados encantamentos devem ser repetidos várias vezes até que funcionem, especialmente se você for novo na arte da magia. Não se sinta desencorajado pelo fracasso. Com o treino e a prática suficientes, você logo "sentirá" a magia, e será capaz de usar os poderes para que eles trabalhem para você.

Assim como existem várias tradições wiccanianas diferentes, a magia também assume várias formas. Existe a magia cerimonial, a magia cabalística, a magia dos nativos americanos (também conhecida como xamanis-mo), o Vudu e muitas outras. A escolha da forma (ou formas) correia da magia a ser praticada depende somente da preferência pessoal do Bruxo e/ou da tradição wiccania-na,embora vários Bruxos escolham praticar a magia fol­clórica de influência europeia.

Alguns Bruxos devotara toda a sua vida ao estudo e à prática de somente uma forma de magia, enquanto outros experimentam e praticam vários tipos diferentes. Isso é questão inteiramente pessoal.

A magia é a ciência dos segredos da natureza, e, para que ela funcione apropriadamente, um Bruxo deve traba­lhar sempre em perfeita harmonia com as leis da Natureza

e da psique. O banho de água com sal e a limpeza interior do corpo mediante jejum de um dia inteiro antes de realizar o ritual mágico é, muitas vezes, necessário, especi­almente na magia cerimonial. Para ser capaz de produzir poder, o corpo físico deve ser mantido em condição saudável.

A lua e cada uma de suas fases são a parte mais essencial da magia, sendo extremamente importante que os encantamentos e os rituais sejam realizados durante a fase lunar apropriada.

A lua crescente (período entre a lua nova durante o primeiro quarto até a lua cheia) é o momento apropriado para realizar a magia positiva e os encantamentos que aumentem o amor, a sorte, o desejo sexual e a riqueza.

A lua cheia aumenta a percepção extra-sensorial e é o momento apropriado para realizar as invocações à Deusa lunar, os rituais de fertilidade e encantamentos que au­mentem as habilidades psíquicas e sonhos proféticos.

A lua minguante (época entre a lua cheia durante o último quarto até a lua nova) é o momento apropriado para realizar a magia destrutiva, os encantamentos negativos e feitiços que retirem as maldições, para terminar maus relacionamentos, reverter encantamentos de amor e afro­disíacos, acabar com maus hábitos e diminuir febres, dores e doenças.

Resumindo, para realizar magia bem-sucedida deve-se estar em harmonia com as leis da Natureza e com a psique. É importante possuir conhecimento mágico, corpo e mente saudáveis e capacidade de aceitar a responsabili­dade pelas suas próprias açÕes. É impossível obter magi­camente resultados positivos se o seu nível de energia estiver baixo ou se o seu corpo estiver contaminado por drogas prejudiciais e/ou quantidades excessivas de álcool. Trabalhe durante a fase lunar apropriada, com convicção, concentração e visualização do resultado final. Esses são os segredos para a magia bem-sucedida!

 

GOVERNANTES PLANETÁRIOS E AS INFLUÊNCIAS DOS DIAS DA SEMANA

 

DOMINGO: (governado pelo Sol) é o dia da semana apropria­do para realizar encantamentos e rituais que envol­vam o exorcismo, a cura e a prosperidade.Cores9laranja, branco, amarelo. Incenso: limão, olíbano.

SEGUNDA-FEIRA: (governado pela Lua) é o dia da semana apropriado para realizar encantamentos e rituais que envolvam a agricultura, os animais, a fertilidade fe­minina, as mensagens, as reconciliações, os roubos e as viagens.Cores: prata, branco, cinza. Incenso: vio-leta-africana, madressilva, murta, salgueiro, absinto.

TERÇA-FEIRA: (governado por Marte) é o dia da semana apropriado para realizar encantamentos e rituais que envolvam a coragem, a força física, a vingança, as honras militares, a cirurgia e a quebra de encanta­mentos negativos. Cores:vermelho, laranja. Incenso:sangue-de-drago.

QUARTA-FEIRA: (governado por Mercúrio) é o dia da sema­na apropriado para realizar encantamentos e rituais que envolvam a comunicação, a divinação, a escrita, o conhecimento e as transações de negócios. Cores:amarelo, cinza, violeta e todas as nuanças opales-centes. Incenso: jasmim, lavanda, ervilha-de-cheiro.

QUINTA-FEIRA: (governado por Júpiter) é o dia da semana apropriado para realizar encantamentos e rituais que envolvam sorte, felicidade, saúde, assuntos legais, fertili­dade masculina, tesouros e riqueza. Cores: azul, púrpura, índigo.Incenso: canela, ^Irmg^r^ noz-moscada, sálvia.

SEXTA-FEIRA: (governado por Vénus) é o dia da semana apropriado para realizar encantamentos e rituais que envolvam amor, romance, casamento, assuntos sexuais, beleza física, amizades e sociedades. Cores:rosa, verde, verde-mar, verde-amarelado. Incenso:morango, sândalo, rosa, açafrão, baunilha.

SÁBADO: (governado por Saturno) é o dia da semana apropriado para realizar encantamentos e rituais que envolvam o espírito de comunicação, meditação, ataque ou defesa psíquica e localização de coisas ou pessoas desapa­recidas ou perdidas. Cores: preto, cinza, índigo. Incenso: sementes de papoula-negra, mirra.

 

ENCANTAÇÃO

 

Embora a palavra "encantação" seja frequentemente usada em relação a um amuleto ou talismã, ela corres­ponde realmente a um canto ou a uma série de palavras mágicas cantadas ou recitadas como encantamento ou entoadas sobre algum amuleto ou talismã para consagrá-lo e carregá-lo de energia mágica.

O uso das encantaçÕes é comum entre os xamãs em várias partes do mundo, especialmente na América do Sul, onde os cantos mágicos acompanham quase todos os ri­tuais mágicos.

As encantaçÕes são geralmente usadas para impedir perigos iminentes, expulsar doenças, afastar espíritos e trazer boa sorte.

Contra-encantação é um canto, amuleto ou talismã mágico e poderoso, usado para neutralizar ou reverter os efeitos de outra encantação ou encantamento.

AMULETOS

 

Amuleto é um objeto consagrado (geralmente uma pedra pequena e colorida, uma pedra preciosa ou parte de uma planta) magicamente carregado com poder para tra­zer amor ou boa sorte. Os amuletos, como as rezas e os talismãs, também podem ser usados para estimular a saúde, impedir os perigos e proteger contra as influências negativas, como o olho-grande.

Os amuletos para o amor são usados pêlos Bruxos como instrumentos mágicos para inspirar o amor e o romance, unir amores distanciados, atrair um cônjuge, evitar que um caso de amor se rompa e outras situações afins.

Quase tudo pode ser usado como amuleto: uma pedra preciosa, uma figura religiosa, uma raiz, uma flor ou um osso. Podem ser levados na mão ou no bolso, usados como jóias, podem ser enterrados ou secretamente colocados em algum lugar dentro de casa, de um celeiro e até de um automóvel. Podem ser comprados, achados ou feitos. Po­dem também ser pintados ou receber inscrições de pa­lavras mágicas ou de poder e/ou símbolos para atrair determinadas influências.

O uso de amuletos é universal em quase todas as culturas, sendo familiar aos europeus e americanos mais modernos sob a forma do pé de coelho para dar boa sorte, dos trevos de quatro folhas, das ferraduras, dos anéis com a pedra do signo e das moedas de boa sorte.

Outro tipo de amuleto é o patuá: uma bolsinha de couro, seda ou algodão cheia de objetos mágicos, usada ou levada junto da pessoa para proteger ou para atrair deter­minadas coisas.

Um patuá com ervas mágicas, folhas, flores ou raízes é chamado de "patuá de ervas para o amor" ou "sache de Bruxo". Os usados para a magia do amor são chamados de "patuás do amor" ou "mojos". Na região sul dos Estados Unidos, são conhecidos como hoodoo haris^ tricks e tricken bags. Os nativos americanos chamam-nos de medicine bundies, e, na África, recebem o nome de gris-gris.

 

TALISMÃS

 

Talismã é um objeto feito a mão, de qualquer feitio ou material, carregado de propriedades mágicas para trazer boa sorte ou fertilidade e para repelir a negativi-dade.

Para carregar formalmente um talismã com poder é preciso primeiro gravá-lo e depois consagrá-lo. Inscrever nele os signos solar, lunar, astrológico, a data do nascimen­to, nome rúnico ou outro símbolo mágico que o personalize e lhe empreste um propósito.

O mais famoso de todos os talismãs mágicos é o triângulo Abracadabra que, nos tempos antigos, se acredi­tava possuir o poder de afastar as doenças e curar a febre quando as suas letras eram arrumadas em forma de pirâ­mide invertida (figura sagrada e símbolo da trindade) num pedaço de pergaminho, usado em torno do pescoço, enro­lado com linho por nove dias e nove noites e, então, atirado sobre o ombro esquerdo num regato que corresse para o lesto. (Diz-se que abracadabra é palavra cabalística deri­vada do nome "Abraxas", deidade gnóstica mística cujo nome significa "não me atinge".)

Na magia de Abramelin, talismãs mágicos poderosos, conhecidos como"quadrados mágicos", são feitos de filas de números ou letras do alfabeto arrumadas de modo que as palavras possam ser lidas vertical e horizontalmente como palíndromos, e o total dos números é o mesmo quan­do somados em ambas as direçoes.

Para que um quadrado mágico de números funcione apropriadamente, devem ser incluídos números consecu­tivos partindo do um até que o quadrado esteja completo e, de acordo com as regras da numerologia, cada número só pode ser usado uma vez em cada quadrado.

 

QUADRADOS MÁGICOS DE LETRAS

Para provocar visões em espelhos mágicos ou em bolas de cristal, inscreva o quadrado gnomótico a seguir num pedaço de pergaminho consagrado e coloque-o sob o vidro ou cristal.

G I L I O N I N

I                      I

L                    N

I                     O

O                     I

N                    L

I                      I

N I N O I L I G

Para proteger contra feitiçarias, encantos e afastar os males do olho-grande,inscreva o quadrado abaixo num pedaço de pergaminho consagrado e use-o como uma corda branca em tomo do pescoço.

L A C H A T

A               A

C                H

H               C

A               A

T A H C A L

Para fazer um espírito aparecer diante de você sob a forma humana, inscreva as palavras de poder num pedaço quadrado de pergaminho consagrado e, então, pegue o símbolo com a mão direita e diga alto três vezes o nome do espírito que você quer convocar:

 

 

L     E     V     I     A     T     A     N ERMOGASA VMI     RTEAT I     O     R     A    N     T     G     A AGTNARO     I TAETRIMV ASAGOMRE N     A     T     A     I    V     E     L

 

Deidades Pagãs

Invocam-se deidades pagãs diferentes para encanta­mentos e rituais que envolvam assuntos particulares. Temos a seguir uma lista de assuntos e suas deidades correspon­dentes:

AGRICULTURA: Adónis, Amon, Aristeus, Baldur, Bónus Eventus, Ceres,Consus, Dagon, Demeter, Dumuzi, Esus, Ghanan, Inari, Osíris, Saturno, Tamuz,Thor, Triptolemus, Vertumnus, Xochipilli, Yumcaax.

ARTES: Ea, Hathor, Odin, Thene, Thor.

ASTROLOGIA: Albion.

GATOS: Bast, Freya.

PARTO: Althea, Bes, Carmenta, Cihuatcoal, Cuchavira, Ísis, Kuan Yin, Laima,Lucina, Meshkent.

COMUNICAÇÕES: Hermes, Hermod, Janus, Mercúrio.

CORAGEM: Tyr.

SONHOS: Geshtinanna, Morfeu, Nasnshe.

TERRA: Ásia, Consus, Daghda, Eniil, Frigga, Frija, Gaia, Ge, Geb, Kronos,Ninhursag, Ops, Prithiv, Rea, Sa­turno, Sif, Tellus.

FERTILIDADE: Amun, Anaitis, Apoio, Arrianrhod, Ashera-li, Astarte, Attis,Baal, Baco, Bast, Bona Dea, Boneca, Centeotie, Cernuno, Cerridwen, Cibele,Daghda, De-meter, Dew, Dionísio, Eostre, Frey, Freya, Frigga, Indra, Isthar,Ishwara, Ísis, Kronos, Lono, Lupercus, Min, Mut, Mylitta, Ningirsu, Ops, Osíris,Ostara, Oya, Pa, Pomona, Quetzalcoati, Rea, Rhiannon, Sa­turno, Selkhet, Sida,Tane, Telepinu, TeUuno, TeUus Mater, Thunor, Tlazolteotl, Yarilo, Zarpanitu.

BOA SORTE E FORTUNA: Bónus Eventus, Daikoku, Fortuna, Ganesa,Jorojin, Laima, Tyche.

CURA: Apoio, Asclepius, Bast, Brígida, Eira, Gula, Ixtiiton, Khons, Paeon.

VIAGENS: Echua, Janus, Min.

LEI, VERDADE E JUSTIÇA: Astrea, Maat, Misharu, Themis.

AMOR: Aizen Myo-o, Alpan, Angus, Afrodite, Asera, As-tarte, Asthoreth,Belili, Creiwy, Cupido, Dzydzilelya, Érato, Eros, Erzulie, Esmeralda, Februa, Freya,Frig-ga, Habondia, Hathor, Inanna, Isthar, Kades, Kama, Kivan-Non, Kubaba,Melusine, Menu, Minne, Nana-ja, Odudua, Olwen, Oxum, Prenda, Sauska, Tlazol­teotl, Turan, Vénus, Xochipilli, Xochiquetzal.

MAGIA LUNAR: Aah, Artemis, Asherali, Astarte, Baiame, Bendis, Diana, Gou,Hathor, Hécate, Ilmaqah, Isthar, Ísis, Jaci, Kabul, Khons, Kilya, Lucina, Luna, Mah,Mama Quilia, Mani, Menu, Metzii, Myestas, Nanna, Pah, Selene, Sin, Soma,Taukiyomi, Thoth, Varuna, Yarikh, Yerak, Zamna.

CASAMENTO: Airyaman, Afrodite, Aryaman, Bes, Bhaga, Ceres, Érato,Frigga, Hathor, Hera, Hymen, Juno, Pattini, Salacia, Svarog, Thalassa, Tutunis,Vor, Xo­chipilli.

MÚSICA E/OU POESIA: Apoio, Benten, Bragi, Brígida, Ha­thor, Orfeu, Odin,Thoth, Vainemuine, Woden, Xochi­pilli.

PROFECIA, DIVINAÇÃO E ARTES MÁGICAS: Anubis, Apo-lo, Brígida, Carmenta,Ea, Exu, Hécate, Ísis, Odin,

Set, Shamash, Simbi, Tages, Thoth, Untunktahe, Woden, Xoloti.

REENCARNAÇÃO: Hera, Khensu, Ra.

MAR: Anfitrite, Benten, Dylan, Ea, Enoil, Glaucus, Leuco-thea, Manannan,Mãe Lar, Netuno, Nereus, Njord, Paldemon, Phoreys, Pontus, Poseidon, Proteus,Sho-ney, Yanun.

CÉU: Aditi, Anshar, Anu, Dyaus, Frigg, Hathor, Horus, Joch-Huva, Júpiter,Kumarbis, Nut, Obatala, Rangi, Svarog, Tane, Thor, Tiwaz, Ukko, Urano, Varuna,Zeus.

MUDANÇA DEFORMA: Freya, Volkh, Xolotl, Zeus.

SONO: Hypnos (ver também as deidades pagãs que gover­nam os SONHOS.)

MAGIA SOLAR: Amaterasu, Apoio, Atum, Baldur, Bochica, Dzahbog, Helios,Hiruku, Horus, Hyperion, Inti, Leg-ba, Lugh, Mandulis, Mão, Marduk, Maui, Melkart,Mitra, Orunjan, Paiva, Perun, Febo, Ra, Sabazius, Samas, Sams, Shamash, Sol,Surya, Tezcatlipoca, Tonatiuh, Torushompek, Utto, Vishnu, Yhi.

VINGANÇA: Nêmesis.

RIQUEZA E PROSPERIDADE: Daikoku, Jambhala, Kubera, Plutão, Thor.

TRABALHO COM O TEMPO ATMOSFÉRICO: Adad, Aeolus, Agni, Amen,Baal, Bragi, Buriash, Catequil, Chac-Mool, Chemobog, Donar, Fomagata, Ilyapa,Indra, Jove, Júpiter, Kami-Nari, Koza, Lei-Kung, Marduk, Nyame, Perkunas, Rllan,Pulung, Quiateot, Raiden, Rammon, Rudra, Xangô, Sobo, Summanus, Taki-Tsu-Hiko, Tawhaki, Tawhiri, Tefhut, Thor, Thunor, Tilo, Tinia, Typhoeus, Tyfon, Yu-Tzu,Zeus, Zu.

SABEDORIA: Aruna, Atena, Atri, Baldur, Brígida, Dainichi, Ea, Enki, Fudo-Myoo,Fugen Bosatsu, Fukurokuju, Ganesa, Minerva, Nebo, Nimir, Oannes, Odin, Ogh-ma, Quetzalcoati, Sia, Sin, Thoth, Vohumano, Zeus.

 

Herbolária

A HISTORIA DAS ERVAS

As ervas têm sido usadas para curar o corpo desde os tempos pré-históricos,e o estudo das ervas medicinais data de mais de cinco mil anos, na época dos antigos sumerianos.

Os remédios de ervas são um sustentáculo na me­dicina tradicional chinesa, e o livro de ervas mais antigo de que se tem conhecimento é o chinês Pen-teüo,escrito pelo imperador Shen-nung (3737-2697 a.C.). Estão re­gistrados nesse livro mais de 300 preparados com ervas medicinais.

Os antigos egípcios também usaram remédios de er­vas, e, de acordo com um registro antigo chamado Papiro Ebers, houve perto de 2.000 doutores em ervas praticando sua arte no Egito por volta do ano 2.000 a.C.

Foram encontrados livros sobre ervas dos antigos gregos, que estudaram suas qualidades medicinais e re­gistraram muitas observações. Segundo o filósofo grego, botânico e autor Teofrasto, mais de 300 ervas medicinais cresciam no jardim deAristóteles.

No primeiro século da era cristã, o primeiro tratado europeu sobre as propriedades e uso medicinal das ervas foi compilado por Dioscórides, médico grego.

A cura pelas ervas foi rito importante em várias religiões pré-cristãs.Referências que se repetem apare­cem até nos Antigo e Novo Testamentos da Bíblia, inde­pendente do fato de a igreja cristã primitiva ter preferido a cura pela fé à prática formal da medicina, a qual tentou proibir.

As tribos indígenas da América do Norte utilizavam ervas tanto para curar como para a prática da magia e descobriram utilidade para quase todas as plantas nati­vas. Seu conhecimento inestimável de inúmeros medica­mentos botânicos foi passado para os colonizadores brancos europeus nos Estados Unidos e no Canadá.

No ano de 1526, o anónimo Grete Herball foi o primei­ro livro sobre ervas publicado em língua inglesa. Em 1597, surgiu um dos mais famosos livros dessa era. Foi chamado de Gerardes Herball e era um trabalho de John Gerard, cirurgião e farmacêutico inglês do rei James I. Em 1640, surgiu o livro Theatrum Botanicum,de John Parkinson, seguido de outro, sobre as influências astrológicas nas ervas, de Nicholas Culpepper.

À medida que a química e outras ciências médicas rapidamente se desenvolveram, nos séculos 18 e 19, a medicina das ervas perdeu popularidade nos Estados Uni­dos e na Europa, cedendo lugar às drogas químicas ativas e à prática da quimioterapia.

Atualmente, nos Estados Unidos, testemunha-se o ressurgimento do interesse popular pelas ervas e pêlos produtos derivados, e algumas pessoas (incluindowicca-nianos, os seguidores da Nova Era e os que se voltam para a natureza) estão começando a se afastar dos medicamentos artificialmente preparados da sociedade moderna para buscar os métodos mais naturais e antigos da cura.

As ervas são naturais. Muitas podem ajudar a preve­nir e a curar doenças. E, para muitas doenças, a cura da Mãe Natureza pode ser muito melhor do que as pílulas sintéticas de sabor desagradável produzidas pelo homem e que proporcionam alívio temporário dos sintomas, mas não erradicam a causa da doença.

NOTA: muitas doenças atuais precisam dos métodos atuais de tratamento. No caso de condições emocionais ou físicas crónicas ou sérias, recomenda-se algum tratamento médico profissional a ser imediatamente procurado.)

Muitos Wiccanianos apreciam plantar seus próprios jardins de ervas; entretanto, a maioria das ervas medici­nais (e mágicas) pode ser obtida também em lojas de produtos naturais, floras, supermercados e até nas flores­tas ao longo das estradas, se você conhecer o que está procurando.

CUIDADO: muitas ervas são venenosas e podem cau­sar doenças brandas ou graves e, em alguns casos, até a morte. Você nunca deverá tentar colher ervas selvagens para uso medicinal, a menos que seja especialista ou esteja acompanhado de um herbalista experimentado e treinado.

As ervas mais esotéricas podem ser obtidas, nos Es­tados Unidos, em lojas que vendem artigos ocultistas ou por reembolso postal (ver meu livro, TheMagick Candie-buming para uma lista alfabética atualizada de fornece­dores ERVAS RITUAUSTICAS TRADICIONAIS DOS SABÁS

SABÁ CANDLEMAS: angélica, manjericão, louro, benjoim, quelidônia, urze, mirra e todas as flores amarelas.

SABÁ DO EQUINÓCIO DA PRIMAVERA: bolota, quelidônia, cin-co-folhas,crocus, narciso, comiso, lírio-da-páscoa, ma­dressilva, íris, jasmim, rosa, morango,atanásia e violetas.

SABÁBELTANE: amêndoa, angélica, freixo, campainha, cin-co-folhas,margarida, olíbano, espinheiro, hera, lilás, malmequer, barba-de-bode, prímula,rosas, raiz saty-rion, aspérula e primaveras amarelas.

SABÁ DO SOLSTÍCIO DE VERÃO: camomila, cinco-folhas, sa­bugueiro, funcho, cânhamo, espora, lavanda, feto masculino, artemísia, pinho, rosas, erva-de-são-joão, tomilho selvagem, glicínia e verbena.

SABÁLAMMAS: flores da acácia, aloé, talo de milho, ciclame, feno grego, olíbano, urze, malva-rosa, murta, folhas do carvalho, girassol e trigo.

-SABÁ DO EQUINÓCIO DO OUTONO: bolota, áster, benjoim, fetos, madressilva, malmequer, plantas de sumo lei­toso, mirra, folhas do carvalho, flor do maracujá, pinho, rosas, salva, selo-de-salomão e cardo.

SABÁ SAMHAIN: bolotas, giesta, maçãs, beladona, dictamo, fetos, linho, fumaria, urze, verbasco, folhas do carva­lho, abóboras, sálvia e palha.

SABÁ DO SOLSTÍCIO DE INVERNO: louro, fruto do loureiro, cardo santo, cedro, camomila, sempre-viva, olíbano, azevinho, junípero, visco, musgo, carvalho, pinhas, alecrim e sálvia.

 

PLANTIO DAS ERVAS LUNARES

 

Um número cada vez maior de Bruxos está cultivando as suas próprias ervas, seja em fazenda, pequeno jardim nos fundos ou alguns vasos de flores na janela da cozinha, e os resultados são sempre favoráveis quando elas são plantadas em harmonia com a Mãe Natureza.

A fase da lua e o signo do zodíaco em que a lua se encontra quando a erva é plantada são extremamente importantes. A maioria das ervas deve ser plantada du­rante a lua nova ou na lua crescente e no signo de Câncer, Peixes ou Escorpião.

São exceçoes:

ALHO: plantar durante a lua cheia ou crescente no signo de Escorpião ou Sagitário.

SALSA: plantar durante a lua nova no signo de Peixes, Câncer, Libra ou Escorpião.

SÁLVIA: plantar durante a lua cheia no signo de Peixes, Escorpião ou Câncer.

VALERIANA: plantar durante a lua nova ou crescente no signo de Gémeos ou Virgem.

Os compostos devem ser iniciados quando a lua min­guante estiver nos signos de Aquário, Aries, Gémeos, Leão ou Virgem.

A melhor época para fertilizar ou transplantar é quando a lua crescente está nos signos de Câncer, Peixes ou Escorpião.

Consulte sempre um calendário lunar atualizado an­tes de plantar as ervas, e evite plantar no primeiro dia da lua nova ou no primeiro dia da lua crescente.

 

ERVAS DOS DEUSES

Essas ervas são sagradas para os deuses e deusas cujos nomes aparecem após cada uma delas.

ACÁCIA: Al-Ozza, Buda, Neith e Osíris.

ACÔNITO: Hécate e Medeia.

PITEIRA: Mayauel.

ERVA-FÉRREA: Hércules.

ANÉMONA: Adónis, Afrodite e Vénus.

ANGÉLICA: Atlantis e Michael.

ANIS: Apoio e Mercúrio.

ÁSTER: todos os deuses e deusas pagãos.

AZALÉIA: Hécates.

CEVADA: Odin.

MANJERICÃO Erzulie, Krishna, Lakshmi e Vishnu.

BELADONA: Atropos, Bellona, Circe e Hécate.

BENJOIM: Afrodite, Mut e Vénus.

ABRUNHEIRO: a Deusa Tripla no Seu aspecto escuro e protetor.

CARDO SANTO: Pa.

GIESTA: Blodeuwedd.

CANDELÁRIA: Afrodite e Vénus.

AMENTILHO: Bast e Sekhmet.

CENTÁUREA-MENOR: o centauro Quíron.

CAMOMILA: Kamayna.

TUSSILAGEM: Epona.

CENTÁUREA AZUL: Flora, e associada aos mitos de Cyanus e Quíron.

PRÍMULA: Freya.

CROCOS: Afrodite e Vénus.

NARCISO: Prosérpina.

MARGARIDA: Afrodite, Artemis, Belides, Freya, Thor, Vé­nus, Zeus e associada a Maria Madalena, São João e Santa Margarida da Etióquia.

DENTE-DE-LEÁCh Erigida.

DICTAMO: Diana, Osíris e Perséfone.

CORNISO: Consus.

ÊNULA: Helena.

EUFRÁSIA: Eufrósina.

FUNCHO: Adónis.

FENO GREGO: Apoio.

FETOS: Kupala.

LINHO: Hulda.

ALHO: Hécate e Marte

ESPINHEIRO: Hymen.

URZE: Ísis e Vénus Ericina.

HELIOTROPO: Apoio, Helios, Ra, Sol e todos os Deuses Solares.

AZEVINHO: Hei, Mãe Holie e o Deus Chifrudo nos seus aspectos minguantes do ano. MARROIO BRANCO: Hórus.

SEMPRE-VIVA DOS TELHADOS: Júpiter e Thor.

JACINTO: Apoio, Artemis e Jacinto.

ÍRIS: Hera, Hórus, Íris e Ísis. HERA: Attis, Baco, Dionísio, Dusares e Osíris. JASMIM: Diana.

ESTRAMÔNIO: Apoio, Chingichnich e Kwawar.

ALQUEMILA (espécie de orquídea): várias Deusas da Terra e associada a Virgem Maria dos mitos cristãos.

LAVANDA: Hécate, Saturno e Vesta.

ALFACE: Adónis.

LÍRIO: Astarte, Hera, Juno, Lilith e Ostara.

LISIMÁQUIA: Kupala.

LÓTUS: Brahma, Buda, Cunti, Hermes, Hórus, Ísis, Juno, Kuan-Yin, Lakshmi,Osíris, Padma, Tara e associado ao mito de Lote e Priapo.

FETO DA AVENCA CABELO-DE-VÊNUS: Dis, Kupala e Vénus.

MANDRÁGORA: Afrodite, Diana, Hécate, Saturno e associada a Circe e à lendária feiticeira teutônica Virgem Airauna.

MALMEQUER: Xochiquitzal.

MANJERONA: Afrodite e Vénus.

MENTAS: Dis, Hécate, Mintha e associada à lenda clássica da ninfa Menthe.

VISCO: Júpiter, Odin, Zeus e associado aos mitos de Balder e Eneas.

ACÔNITO: Hécate e associado a Cérbero.

LUNÁRIA: Aah, Artemis, Diana, Hina, Selene, Sin, Thoth e todas as deidades lunares.

MUSGO: Tapio.

AGRIPALMA: várias figuras de Deusas-Mae.

ARTEMÍSIA: Artemis, Diana e associada à lenda medieval de João Batista.

AMOREIRA: Minerva e associada à lenda clássica dos amantes babilónios,Piramus e Thisbe.

VERBASCO: Circe e Ulisses.

NARCISO: Dis, Hades, Narciso, Perséfone e Vénus.

ORQUÍDEA: Baco e Orchis.

RAIZ DE ÍRIS: Afrodite, Hera, Ísis e Osíris.

VIMEIRO: Hécate.

SALSA: Afrodite, Perséfone, Vénus e associada à morte e ao diabo dos mitos cristãos.

PEÔNIA: associada à lenda de Peônio.

POEJO: Deméter.

HORTELÃ-PIMENTA: Zeus.

PERVINCA: Afrodite.

TANCHAGEM: Vénus.

PAPOULA: Ceres, Diana e Perséfone.

PRÍMULA: Freya e Paralisos.

BELDROEGA: Hermes.

FRAMBOESA: Vénus.

BAMBUS: Inanna e Pa.

ROSA: Afrodite, Aurora, Chioris, Cupido, Deméter, Érato, Eros, Flora, Freya,Hathor, Holda, Ísis, Vénus e as­sociada à Virgem Maria dos mitos cristãos.

ARRUDA: Marte

JUNCOS: Acis

CENTEIO: Ceres.

SÁLVIA: Consus e Zeus. SÂNDALO: Vénus.

PIMPINELA BRANCA: Kupala. TREVO: Trefuilngid Tre-Eochair.

SELO-DE-SALOMÃO: Vor e associado ao lendário rei Salo­mão, de Israel.

MORANGO: Freya, Frigga, Vénus e associado à Virgem Maria dos mitos cristãos.

CANA-DE-AÇÜCAR: Cupido, Eros e Kama.

GIRASSOL: Apoio e Deméter.

ATANÁSIA: associada à Virgem Maria e à lenda clássica de Ganimede.

ESTRAGÃO: Lilith.

CARDO: Thor e associado à Virgem Maria.

TRIFÓLIO: Olwen.

VERBENA: Diana e Hermes.

VERVENA: Aradia, Cerridwen, Deméter, Diana, Hermes, Ísis, Juno, Júpiter, Marte, Mercúrio, Perséfone, Thor e Vénus.

VIOLETA: Afrodite, Attis, Io, Vénus, Zeus e associada à Virgem Maria.

NENÚFAR: Surya e todas as ninfas aquáticas.

AZEDINHA: todas as Deusas Triplas e associada a São Patrício.

ABSINTO: Artemis, Diana, a Grande Mãe e todas as ninfas pagãs da Rússia.

MILEFÓLIO: o Deus Chifrudo dos Bruxos e associado ao herói grego Aquiles.

 

OUTROS NOMES PARA AS ERVAS

Antigamente, várias ervas e plantas, que se supunha possuírem poderes místicos, recebiam apelidos ''bruxos" Alguns desses antigos nomes ainda são usados por muitos Bruxos e herbalistas de hoje, como "grama-de-feiticeira" para agrama-de-ponta (Agropyron repens); "sinos de fei­ticeira" ou "luvas de feiticeira" paradedaleira (Digitalis);"vassoura de feiticeira" para urze (Calluna vulgaris); "er­va de feiticeira" para cicuta venenosa (Çonium macula-tum); "círio de bruxa" ou "vela de feiticeira" para verbasco (Verbascum thapsus); "bolsa de feiticeira" para bolsa-de-pastor (Çapsella bursa-pastoris); "flor de cigano" para cinoglossa (Çynoglossamofficinale); "erva de cigano" para verónica (Verónica officinalis); "pé de druida velho" para estrela resplandecente (Çhamaelirium luteum)*; "violeta de mágico" parapervinca (Vinca minor); e "raiz de feiticei­ra" para ginseng (Panax schin-seng).

Historicamente, a verbena (Verbena) tem sido asso­ciada à bruxaria, magia e feitiçaria; por essa razão recebeu os apelidos bem apropriados de "erva de bruxo" e "planta de encantamento". Na antiga Roma era conhecida como a "erva do bom presságio", sendo utilizada para decorar os altares dos deuses.

Muitas ervas usadas pêlos Bruxos foram colhidas, comidas ou sacrificadas em honra a certas deidades pagãs. Suas associações mitológicas estão refletidasnos apelidos:

"grupo de Júpiter" para o verbasco (Verbascum thapsus);

"raio de Júpiter" para o meimendro (Hyoscyamus níger);

"lágrima de Juno", "planta de Mercúrio" ou "lágrimas de Ísis" para a verbena(Verbena); e "barba de Júpiter" ou "olho de Júpiter" para a sempre-viva dos telhados(Sem-pervivum tectorum).

* Nome popular de três plantas norte-americanas: Alteris farinosa, Çhamaelirium luteum e Liatris squarrosa. (N.T.)

Na Idade Média, quando a Igreja Cristã ganhou po­der, as deidades de natureza pacífica da Religião Antiga foram transformadas nos diabos da nova religião, e muitas ervas, associadas aos pagãos, tomaram-se ervas do diabo e receberam apelidos como "pedaço do diabo" para a estrela resplandecente(Çhamaelirium luteum), "nabo do diabo" para a briônia (Bryonia dioica)} "chapéu do diabo" para a bardana (Petasites); "erva do diabo" para o junípero ÇJuni-per sabina) "provocação do diabo" e "brinquedo do diabo" para o milefólio (Achileamillefolium)9, "vinha do diabo" para a trepadeira (Çonuolvulus sepium)', "maçã de satã" e "vela do diabo" para a mandrágora europeia (Mandragora officinarum);"pedaço do diabo" para o heléboro (Veratrum viride): "ossos do diabo" para o inhame selvagem (Diosco-rea villosa); "maçã do diabo" e "trombeta do diabo" para o estômago (Datara stramonium)} "olho do diabo" para o meimendro (Hyoscyamusniger) ; "excremento do diabo" para a férula (Ferula foetidá); "doce do diabo" para o visco (Viscum álbum); e "raiz do diabo" para o cacto peiote (Lophorora williamsiï).

Na Alemanha e na Holanda, a artemísia (Artemísia vulgaris) era conhecida como "planta de São João", pois acreditava-se que, quando colhida na véspera do dia de São João (Véspera do Soistício do Verão), dava proteção contra feitiçaria, maus espíritos, doenças e infortúnios.

O estragão (Artemísia dracuncuius) é muitas vezes chamado de "erva do dragão" ou "pequeno dragão"; a arruda (Ruta graveolens) é conhecida como "erva da gra­ça", e o manjericão (Ocimum basilicum) é a "erva do amor".

Círculos de cogumelos em áreas gramadas, que mar­cam a periferia do crescimento dos micélios sob o solo, são chamados de "anéis das fadas", em virtude da crença de que os círculos são produzidos por fadas aladas. Muitas ervas estão também associadas a músicas folclóricas e recebem apelidos, como "cavalos das fadas" para a erva-de-santiago (Seneció)', "dedos de fada", "capas de fada", "dedais de fada" e "luva de fada" para a dedaleira (Digita-lis); "fumaça de fada" para cachimbo de índio (Monotropa uniflora); "erva de duende" e "cauda de duende" para a ênula (Inula helenium); e "trevo de duende" para o trevo ou azedinha(Qxalis acetosella).

O visco (Viscum álbum) era erva altamente reveren­ciada nos aspectos mágico e religioso entre os antigos sacerdotes druidas da Bretanha e da Gália pré-cristãs e se tomou conhecido apropriadamente como "erva de druida".

Acreditava-se que a centáurea (Çentaurium umbella-tum) possuía grandes poderes mágicos conhecidos dos druidas, que usavam a planta como amuleto para atrair a boa sorte e repelir o mal. E muitas vezes chamada de "casco de centauro",ligada ao lendário centauro Quíron, que a utilizava para curar ferimentos de flechas.

O absinto (Artemísia absinthium) era sagrado para a Grande Mãe, sendo conhecido como "espírito- mãe".

A alquemila (Alchem illa vulgaris), uma erva silvestre europeia, passou a ser conhecida como planta mágica importante no século 16 com a descoberta do orvalho notumo recolhido das dobras em forma de funil nas suas folhassemifechadas de nove lobos. Cientistas de mentes alquímicas daquela época consideravam o orvalho subs­tância altamente mágica, e a planta logo recebeu o nome de Alchemilia^ que significa "pequeno mago".

A mandrágora, com sua raiz misteriosa com forma humana, é planta associada à feitiçaria medieval e talvez seja a mais mágica entre todas as plantas e ervas. Na Arábia, ela é chamada de "vela do diabo" ou "luz do diabo", pela antiga crença de que suas folhas brilham no escuro, fenómeno, na realidade, causado pêlosvagalumes. Os antigos gregos chamavam a mística mandrágora de "plan­ta deCirce", pois acreditavam que Circe, feiticeira que fazia encantamentos, usava infusão de mandrágora pri­meiro para cativar e, depois, para transformar suas víti­mas. A mandrágora possui vários outros apelidos, incluindo "homem-dragão", "raiz de bruxo", "anão-terra", "raiz do diabo" e "pequeno homem enforcado".

 

ERVAS QUE CURAM

A lista que se segue dos males físicos comuns e as várias ervas usadas ao longo dos tempos para tratá-los é aqui incluída apenas para exemplificar o poder curador das ervas utilizadas pêlos Bruxos, xamas e curandeiros. Não pretende ser um guia completo do autotratamento com ervas (os métodos de tratamento não são descritos). Em caso de qualquer doença física ou emergência médica, você deverá buscar tratamento médico imediatamente.

ACNE: agrimônia, bardana, camomila, amor-de-hortelão, dente-de-leão,sabugueiro, noz-inglesa, feijão roxo, lavanda, frutos do visco, valeriana, morango-silvestre.

ALCOOLISMO: angélica, cânhamo, pimenta-caiena, matri-cária, gengibre,selo-dourado, tomilho, maracujá, quássia, groselha-vermelha, jasmim-amarelo.

ANEMIA: alfafa, alcachofra, bérberis, amora-preta, beca-bunja, pimpinela,cebolinha, confrey, dente-de-leão, ênula, feno, grego-fumária, genciana, hera-rasteira, líquen-islandês, artemísia, malvaísco, milefólio, urti­ga, quássia, erva-de-são-joão, espinafre, cálamo, to­milho, agrião.

ARTEROSCLEROSE (ENDURECIMENTO DAS ARTÉRIAS): arni­ca, alcachofra, cerefólio, dedaleira, alho, espinheiro, visco, noz-moscada, azeitona, cebola, amor-perfeito, arruda, bolsa-de-pastor, agrião, erva-de-feiticeira.

ARTRITE: amieiro, alfafa, aloé, fruto do loureiro, groselha-preta, álamo-preto, fava-dos-pântanos, bardana, bo-tão-de-ouro, pimenta-caiena, morrião-dos-passari nhos,confrey, casca de amora silvestre, filipêndula; violeta-de-jardim, alho, lúpulo, rábano silvestre, j uní-pero, kava-kava, perpétua, açafrão-do-campo, barba-de-bode, acônito,azevinho-do-monte, caruru-de-cacho, briônia-vennelha, salva, sassafrás, repolho,atanásia, tomilho, salgueiro, pírola, erva-de-feiticeira, absinto.

ASMA BRÔNQUICA: amêndoa, anis, copo-de-leite, assaféti-da, erva-cidreira,betônica, erva-impigem, vervena-azul, eupatório, bardana, goma-da-califórnia,cânha­mo, quelidônia, raiz de amora silvestre, tussilagem, confrey, cubeba,margarida, urtiga-de-anão, casca de sabugueiro, ênula, eucalipto, matricária, alho,hera-rasteira, amor-perfeito, marroio comum, rábano sil­vestre, hissopo, tabaco-indiano, estramônio, alface, lobélia, ligústica, imperatória, erva-leitosa, verbasco, mirra, urtiga, chá-de-nova-jersey, salsa, peônia, cin-za-de-espinheiro, faia-preta,trevo a vermelho, pal-meira-serra, repolho, verónica, espicanardo, drósera, verbena, agrião, cereja-preta silvestre, manjerona sil­vestre, erva-santa.

BOLHAS DE CRIANÇAS: angélica, bérberis, calêndula, alho, espinheiro, rábano silvestre, alquemila, milefólio, vis­co, artemísia, cebola, sálvia, cardo-de-são-benedito, bolsa-de-pastor, nabo, agrião.

BRONQUITE: angélica, anis, assafétida, cevada, uva-ursi-na, betônica, bago domirtilo, álamo-preto, fava-dos-pântanos, erva-impigem, borragem, botão-de-ouro, j ataria, aipo, morrião-dos-passarinhos, trevo, cravo-da-índia, tussilagem, confrey,prímula, cubeba, dente-de-leão, ênula, eucalipto, funcho, matricária, violeta-de-jardim, alho, selo-dourado, hera-trepadei-ra, urze, cânhamo, marroio, castanha-da-índia, Uquen-islandês, líquen-irlandês, estramônio, sanguinária, alquemila, lavanda, alcaçuz, lobélia, ligústica, pulmo-nária, malvaísco, serpão, azevinho-da-montanha, orelha-de-macaco, verbasco, chá-da-nova-jersey, ce­bola, raiz de lírio, amor-perfeito,pessegueiro, tancha-gem, pleuris, prímula, rabanete, trevo-vermelho, arruda, açafrão, sálvia, erva-de-são-joão, sândalo, se-gurelha, repolho, olmo, verónica,abeto-vermelho, drósera, mirra-doce, manjerona-doce, verbena, agrião, erva-santa.

CÂIMBRAS: angélica, anis, bálsamo, beladona, betônica, sabugueiro-preto,pimpinela-branca, botão-de-ouro, calêndula, alcaravia, pimenta-caiena, quelidônia,ca­momila, coentro, prímula, casca de amora silvestre, margarida, endro, funcho, alho, meimendro, alquemi-la, lavanda, manjerona, imperatória, milefólio, agri-palma,hortelã-pimenta, rabanete, rosa, alecrim, arruda, segurelha, erva-prata, tonúlho,valeriana, menta-aquática, inhame-selvagem, pírola, aspérula, absinto.

CÂIMBRAS MUSCULARES E ESPASMOS: arnica, óleo de euca­lipto, hortelã-pimenta.

CÂNCER: cevada, erva-impigem, quelidônia, amor-de-horte-Ião, labaça, caruru-de-cacho, trevo-vermelho, eufórbio.

CASPA: piteira, camomila, hera-inglesa, feno-grego, figuei­ra, malvaísco,oliveira, quássia, alecrim, salgueiro.

CATARRO: cardo-santo, borragem, raiz de selo-dourado, língua-de-cão.

CÓLICA: angélica, anis, assafétida, cravoila, gatária, ca­momila, gengibre, hortelã-pimenta, alecrim, arruda, raiz de unicórnio.

CONDIÇÕES NERVOSAS: amendoeira, assafétida, bálsamo, betônia,borragem, gatária, aipo, camomila, espi­nheiro, meimendro, lúpulo, cachimbo-de-índio, jas­mim, lírio-do-vale, agripalma, louro-da-montanha, chá-de-nova-jersey,oliveira, amor-perfeito, maracu­já, hortelã-pimenta, pervinca, rainha-do-pântano,alecrim, arruda, sálvia, erva-de-são-joão, segurelha, scutellaricL) repolho, abeto-vermelho, tomilho, vale-nana, verbena, inhame-bravo, hamamélis, aspérula, absinto.

CONSTIPAÇÃO: piteira, amieiro, aloé, aspargo, manjericão, espadana-azul,eupatório, briônia, fava-dos-pânta-nos, bardana, evônimo-da-américa, nogueira-branca, mamona, quelidônia, centáurea, morrião-dos-passa-rinhos, chicória, pepino,dente-de-leão, apócino, mer-cúrio-de-cão, olmo, matricária, figueira, linhaça,fumitória, selo-dourado, trepadeira de cerca, mar-roio-branco, hissopo, espora, alcaçuz, óleo de linhaça, magnólia, mandrágora, malvaísco, artemísia, amo­reira, oliveira, caruru-de-cacho, prímula, linho pur­gante, rabanete, sabugueiro-vermelho,ruibarbo, sorveira-brava, sálvia, bolsa-de-pastor, erva-sabão, azeda, eufórbio,tamarindo, evônimo, nozes, labaça-da-água, freixo-branco, absinto.

CONTUSÕES: aloé, arnica, bálsamo-de-meca, erva-mora, vidoeiro,sabugueiro-preto, bardana, pimpinela-branca, calêndula, aipo, confrey, urtiga anã,feno-grego, figueira, linho, violeta-de-jardim, vara-doura-da, erva-roberto, língua-de-cão, hissopo, louro, perpé­tua, liabélia, manjerona, malvaísco, artemísia, urtiga, quiabo, oliveira, poejo, prímula, faia-preta, erva-de-são-joão, selo-de-salomão,catinga-de-mula-ta, tomilho, salgueiro, pírola, avelã-de-feiticeira, ab­sinto, erva-santa.

DIABETES: alcachofra, bago domirtilo, centáurea, chicória, dente-de-leão,urtiga-anã, ênula, feno-grego, linho, arruda-de-bode.juníparo, alface, núlefólio, urtiga, ce­bola, rainha-do-pântano, palmito-serra, selo-de-salo­mão, gerânio-pintado,sumagre, framboesa-vermelha silvestre, pírola.

DIARREIA' acácia, agrimônia, raiz de alume, amaranto, maçã, avenca,bérberis, manjericão, fruto do loureiro, erva-benta, betônica, bago do mirtilo,bistorta, erva- leitosa amarga, amieiro-preto, amora-preta, grose-lha-preta, nogueira-preta, calêndula, cânfora, cenou­ra, gatária, camomila, cinco-folhas, tussilagem,aquilégia, confrey, gerânio, labaça, filipêndula, alho, gengibre, vara-dourada, hera-trepadeira, erva-roberto, castanha-da-índia, menta, cauda-de-cavalo, língua-de-cão,hissope, líquen-islandês, árvore-de-judas, sanguinária, alquemila, perpétua,lisimáquia, pulmo-nária, garança, magnólia, barba-de-bode, agripalma, verbasco,amor-perfeito, hortelã-pimenta, pervinca, ficaria, tanchagem, romã (casca), alfena,rabanete, sabugueiro-vermelho, ruibarbo, sorveira-brava, sal­va, erva-de-sao-joão,segurelha, bolsa-de-pastor, er-va-prata, olmo, sumagre, tormentilho, vervena, cravoila-aquática, árvore-de-cera, casca de carvalho-branco, casca de salgueiro,erva-de-feiticeira, hama-méiis, vulnerária.

DIFTERIA: lobélia.

DISENTERIA: cravoila, fruto do loureiro, amora-preta, er-va-impigem, gatária, confrey, funcho, alteia, erva-de-são-joão.

DISTÚRBIOS ESTOMACAIS: camomila, goma, malmequer, menta, hortelã-pimenta, alecrim, olmo, azeda, vale-riana, milefólio.

DISTÚRBIOS FEMININOS: bérberis, trílio, tasneirinha, selo-dourado, milefólio, poejo,trílio-púrpura, erva-de-san-tiago, arruda, bolsa-de-pastor, erva-estrela, bico-de-cegonha, catinga-de-mulata, núlefólio.

DOENÇAS CARDÍACAS: acônito, angélica, arnica, aspargo, bálsamo, bérberis, betônica, bostorta, heléboro-preto, erva-impigem, borragem calêndula,cânfora, caiena, prímula, luva-da-raposa, espinheiro, alquemila, limão, lírio-do-vale,milefólio, visco, agripalma, artemísia, prímula, alecrim, arruda, açafrão, erva-de-são-joão, bolsa-de-pastor, erva-prata, valeriana, evônimo, as-pérula, semente de absinto.

DOR DE CABEÇA: angélica, anis, bálsamo, manjericão, betô-nica, vidoeiro, camomila, cânhamo, gafaria, centáu­rea, trevos, filipêndula, ferrugem, eufrásia(vermelha), funcho, matricária, gengibre, hera-trepadeira, hena, lúpulo, hera,alquemila, lavanda, lírio-do-vale, alteia, barba-de-bode, visco, artemísia, poejo,hortelã-pimen-ta, prünula, rosa, alecrim, arruda, sálvia, segurelha, bolsa-de-pastor,cardo, verbena, vervena, salgueiro-branco, pírola, aspérula, absinto, erva-santa.

DOR DE DENTE: angélica, bálsamo, pimpinela-branca, ca­momila, trevo,canabrás, gridélia, lúpulo, lavanda, verbasco, mirra, poejo, pervinca, freixo-espinhento, rosa, sassafrás, segurelha, mirra-doce, manjerona-doce, catinga-de-mulata, milefólio.

DOR DE GARGANTA: agrimônia, groselha-preta, estrela-bril-hante, bardana,confrey, gengibre, marroio-branco, limão, ligústica, malva, mirra, raiz de lírio, rosa, sassafrás, segurelha, olmo, frângula, sumaque, veró­nica.

DORDEOUVIDO: louro, alcaravia, camomila, alho, verbasco, cebola, gengibre-silvestre, milefólio.

DORES MENSTRUAIS: gatária, camomila, gengibre, agripal-ma, poejo, mirra-doce.

DORESMUSCULARESEDORES: folhas de arbor vitae, pimen-ta-caiena,hortelã-pimenta.

ECZEMA: babosa, folhas de alcachofra, folhas de amora-preta, erva-impigem,flores de giesta, bardana, botào-de-ouro, quelidônia (maior), chicória, dente-de-leão, ènula, amor-perfeito, marroio-branco, lavanda, mal­mequer, alteia, uva-da-montanha,urtiga, milefólio.

ENVENENAMENTO POR HERA: plantas de goma, impatiens pailida,estramônio, artemísia, feto-doce, erva-santa.

EPILEPSIA: alho, amor-perfeito, lobélia, malmequer, visco, artemísia,valeriana.

ERUPÇÕES: lúpulo, tanchagem.

FEBRE: acônito, angélica, maçã, cravoila, bálsamo-de-me-ca, bérberis,manjericão, vidoeiro, língua-de-passari-nho, groselha-preta, sabugueiro-preto,álamo-preto, abrunheiro, cardo-santo, eupatório, borragem, fava-dos-pântanos,pimpinela-branca, botão-de-ouro, ca-lêndula, carlina, gafaria, pimenta-caiena, cinco- folhas, prímula, dente-de-leão, rabo-de-cào, comiso, fílipên-dula, flores de sabugueiro, hera-inglesa, carvalho-in-glês, eucalipto, eríngio-feno, grego, violeta-de-jardim, ginseng, arruda-de-bode, marroio-branco, hissopo, ca-chimbo-de-índio,artemísia, limão, perpétua, lobélia, ligústica, magnólia, mandrágora, malmequer,impe-ratória, barba-de-bode, milefólio, agripalma, azevin-ho-das-montanhas, oliveira, maracujá, poejo, ficaria, casca de romã, faia-preta, quássia, framboesa, sabu-gueiro-vermelho, sálvia, sândalo, salsaparrilha, sas-safrás, morango, sumagre,tormentilho, raiz de cobra-da-virgínia, evônimo, carvalho- branco, casca de salgueiro, pírola, absinto, milefólio, erva-santa.

FEBRE TIFÓIDE: sálvia, olmo.

FERIMENTOS: aloé-vera, amaranto, arnica, betônia, erva-bicha, bistorta,amora-preta, botão-de-ouro, calêndu-la, carlina, amentilho, camomila, trevo,licopódio, confrey, prímula, ciclâmem, dente-de-leão, escrofulá-ria, linho, genciana,vara-dourada, selo-dourado, men­ta, cavalinha, sempre-viva-dos-telhados, alquemila, lariço, limão, tuia, pulmonária, bálsamo-da-montan-ha, cebola, cacto pountia, amor-perfeito, papaia, tan-chagem, álamo, amieiro-espinhento, erva-de-são-joão, sanícula, olmo, selo-de-salomão, goma- doce, plátano, vervena, pinheiro-branco,lírio-branco- do-lago, mar-garida-silvestre, índigo-silvestre, salgueiro, hamamé-lis,vulnerária, erva-santa.

GASTROENTERITE: cravoila, bálsamo, manjericão, palha (amarela), bago domirtilo, bistorta, groselha-preta, cálamo-azul, flores de giesta, fava-dos-pântanos,cen táurea, camomila, trevos, tussilagem, ênula, eufrásia (vermelha), cinco-em-rama, alho, hissopo, sanguiná­ria, artemísia, alquemila, alcaçuz, lisimáquia, alteia,milefólio, verbasco, hortelã-pimenta, tanchagem, sal­va, cardo-de-são-benedito, erva-de-são-joão, segure-slha, erva-prata, cálamo, tomilho, menta-da-água, morango-silvestre, segurelha-de-inverno, erva-de-feiticeira, azedinha.

GOTA: betônia, vidoeiro, dulcamara, erva-moura, mostar-da-preta, fava-dos-pântanos, bardana, aipo, camomi­la, confrey, fílipêndula, genciana, rábano silvestre,estramônio, kava-kava, açafrão-do-campo, barba-de-bode, acônito, azevinho-das-montanhas, urtiga, poejo, faia-preta, erva-de-são-joão, salsaparrilha, sassafrás,verónica, catinga-de-mulata, agrião, mostarda-bran-ca, salgueiro, erva-de-feiticeira,erva-mate.

GRIPE: bálsamo, vidoeiro, amora-preta, cardo-santo, bor­ragem, pimpinela-branca, nogueira-branca, calêndu-la, cinco-folhas, trevo, tussilagem, fílipêndula, sabugueiro, alquemila, lavanda, alteia, barba-de-bode, amor-perfeito, hortelã-pimenta, raiz de pulmo-nária, prímula, alecrim, sálvia, milefólio.

HAUTOSE (MAU HÁLITO): anis, maça, erva-benta, alcaravia, canela, trevos, endro, feno-grego, selo-dourado, tuia, ligústica, mirra, salsa, hortelã-pimenta, alecrim, sálvia.

HEMORRÓIDAS: aloé, amaranto, fruto do loureiro, vidoeiro, bardana, pimpinela-branca, camomila, sabugueiro, selo-dourado, madressilva, castanha-da-índia, cava-linha, sempre-viva-dos-telhados, limão, pulmonária, milefólio, urtiga, cebola, tanchagem, ficaria, caruru-de-cacho, álamo, selo-de-salomão, cereja-pretasilves­tre, hamamélis, labaça-amarela.

HEPATITE: agrimônia, dente-de-leão, labaça, quelidônia-maior.

HERPES: erva-impigem, calêndula.

HIDROPISIA: alho, espinheiro, mandrágora.

ICTERÍCIA: agrimônia, bardana, quelidônia, dente-de-leão, grama-da-praia,salsa, erva-de-são-joão.

INDIGESTÃO: angélica, anis-bálsamo, mostarda-preta, car-do-santo,genciana-azul, fava-dos-pântanos, alcara-via, pimenta-caiena, camomila, confrey, coentro, maisena, cubeba, dente-de-leão, endro, eucalipto, funcho, matricária, alho,selo-dourado, grindélia, lú­pulo, pimenta-de-eavalo, hissope, junípero, lavanda, tuia,ligústica, magnólia, milefólio, artemísia, noz-moscada, papaia, salsa, hortelã-pimenta, ruibarbo, alecrim, açafrão, salva, barba-de-bode, sândalo, saní-cula,segurelha, hortelã, mirra-doce, cálamo, valeria-na, gengibre-silvestre, segurelha-de-inverno, absinto, erva-boa.

INFECÇÕES RENAIS: trevo, dente-de-leão, grama-da-praia, bastão dourado,quelidônia-maior, cavalinha, rfdz de salsa.

INFLAMAÇÃO: arnica, borragem briônia, pimpinela-branca, camomila,morrião-dos-passarinhos, chicória, tussi­lagem, confrey, feno-grego, ginseng, selo-dourado, go­ma, trepadeira de cerca, lúpulo, lobélia, acônito, artemísia, verbasco,caruru-de-cacho, sândalo, salsa-parrilha, olmo, selo-de-salomão, catinga-de-mulata,salgueiro, pírola e hamamélis.

INSÓNIA: cânhamo, gafaria, camomila, trevo, dente-de-leão, endro, urze, lúpulo, raiz-nervosa, maracujá, prí-mula, alecrim, scutellaria^ aspérula.

INVEJA: camomila, gengibre, hortelã-pimenta.

LACTAÇÃO: angélica, anis, manjericão, erva-leitosa amar­ga, borragem, pimpinela-branca, funcho, fraxinela, arruda-de-bode, lúpulo, líquen islandês, lavanda, sal­sa, framboesa-silvestre.

LEPRA: olíbano, alho, mirra.

LEUCORRÉIA: bálsamo, uva-ursina, bistorta, nogueira pre­ta, centáurea, confrey, cubeba, feno-grego, selo-dou­rado, marroio-hranco, junípero, kava-kava, alquemila,perpétua, magnólia, mil-folhas, mirra, tanchagem, erva-de-santiago, sálvia, erva-de-sao- João, olmo, su-maque, catinga-de-mulata, tormentilha, árvore-de-cera, pírola,absinto.

MENOPAUSA: bálsamo, erva-bicha, espinheiro, lúpulo, al-quemila, raiz-da-vida, mil-folhas, visco, agripalma, artemísia, alecrim, arruda, bolsa-de-pastor,valeria-na, aspérula, absinto.

NÁUSEA: arnica, aspargo, bálsamo, bálsamo-de-meca, ce­vada, manjericão,cálamo, calêndula, alcaravia, ca­momila, trevo, gengibre, ginseng, selo-dourado,lúpulo, menta, lavanda, poejo, hortelã-pimenta, faia-preta, salva, segurelha, hortelã,valeriana, inhame-bravo, betônia, aspérula.

NEVRALGIA: pimenta-da-jamaica, botão-de-ouro, cânha­mo, camomila,prímula, meimendro, castanha-da-ín-dia, língua-de-cão, árvore da kola, lavanda, visco, acônito, laurel-da-montanha, rainha-do-pântano, scutellaria, selo-de-salomão,valeriana, inhame bra­vo, salgueiro, aspérula, absinto, erva-mate.

OBESIDADE: maçã, bálsamo, centáurea, morrião-dos-pas-sarinhos, trevo,filipêndula, funcho, vara-dourada, hera-trepadeira, lúpulo, líquen islandês, barba-de-bode, sementes de urtiga, erva-de-são-joão, sassafrás, cocleária, agrião, salgueiro.

PARALISIA: lavanda, acônito.

PEDRAS NA VESÍCULA: amieiro, espinheiro, alcachofra, bér-beris, chicória,dente-de-leão, filipêndula, linho, ár­vore do linho, hissope, mandrágora, barba-de-bode, asclepidácea, salsa, vervena, salgueiro, aspérula.

PLEURISIA: angélica, arruda, salva, olmo, verbena.

PNEUMONIA: acônito.

PRESSÃO ALTA: bérberis, erva-impigem, eupatório, cerefó­lio, trevo, ferrugem,violeta-de-jardim, alho, gengibre, espinheiro, visco, cebola, salsa, arruda, giesta-escoce sã, solidéu, bico-de-cegonha, catinga-de-mulata, cere-ja-preta silvestre,labaça-amarela.

PROBLEMAS MASCULINOS: carlina, licopódio, sementes de melão,sementes de abóbora, óleo de açafroa, óleo de soja, sementes de girassol, germe de trigo.

QUEIMADURAS: aloé, erva-moura, bardana, ealêndula, morrião-dos-passarinhos, amor-de-hortelã, tussila­gem, confrey, pepino, gomífera, língua-de-cão,sem-pre-viva-dos-telhados, líquen-irlandês, alquemila, linhaça, oliveira, tanchagem,choupo, abóbora, faia-preta, semente de marmelo, sálvia, erva-de-são-joão, olmo,espadana-doce, salgueiro, avelã-de-feiticeira.

RESFRIADOS: angélica, bálsamo, betônica, bago do mirtilo, vidoeiro, sabugueiro, erva-impigem, vervena-azul, eupatório, nogueira-branca, gatária,camomila, tus­silagem, comiso (casca), perpétua, matricária, figuei­ra, galangel,alho, gengibre, ginseng, vara-dourada (cinza), hera-trepadeira, goma, marroio-branco, his-sopo, erva-indiana, louro, limão, alcaçuz, lobélia, im-peratória, milefólio,poejo, hortelã-pimenta, raiz de pleuris, espinho do freixo, rosa, açafroa, sálvia,salsa-parrilha, cheiro-verde, palmeira-serra, saponária, es-picanardo, valeriana,bistorta-da-Virgínia, pinheiro-braneo, pírola, erva-de-feiticeira, absinto, mil-folhas, erva-santa.

REUMATISMO: alfafa, pimenta-da-jamaica, aspargo, erva-bicha, erva-moura,vidoeiro-preto, sabugueiro-preto, mostarda-preta, bistorta-preta, borragem, madeira-de-buxo, bardana, carlina, aquilégia, confrey, coen­tro, prímula, dente-de-leão,filipêndula, bolota do sa­bugueiro, matricária, alho, urze, meimendro, menta, rábano silvestre, imperatória, junípero, louro, mag-nólia, açafrão-do-campo, acônito, urtiga,amor-perfei-to, caruru-de-cacho, álamo, quássia, alecrim, sorveira brava, arruda,salsaparrilha, sassafrás, scutellaria,

repolho, cálamo, agrião, salgueiro, pírola, grama-de-feiticeira, absinto, erva santa, teixo.

ROUQUIDÃO', amora-preta, groselha-preta, morrião-dos-passarinhos,tussilagem, confrey, alho, selo-dourado, líquen islandês, alcaçuz, lobélia,pulmonária, feto de avenca, alteia, chá-do-pântano, verbasco, quiabo, tanchagem,sorveira-brava, sálvia, repolho, olmo, ce-reja-preta silvestre.

SANGRAMENTO NASAL: milefólio.

TONSILITE: betônia, bistorta, nogueira-preta, selo-doura­do, lobélia, malva, verbasco, chá-de-nova-jersey, hor-telã-pimenta, caruru-de-cacho, sorveira-brava, sálvia, olmo, catinga-de-mulata, pinheiro-branco, sal­gueiro, hamamélis, jasmini-amarelo.

TORCEDURA: confrey, lavanda, lobélia, manjerona, malme­quer, alteia, catinga-de-mulata, acônito (arnica).

TORPOR: lavanda, visco.

TOSSE: acácia, agrimônia, amêndoa, angélica, anis, assa-fétida, bálsamo-de-meca, bago do mirtilo, trílio, erva-leitosa amarga, sabugueiro-preto, erva-impigem,borragem, quelidônia, tussilagem, confrey, sobreiro, casca de amora-silvestre,cubeba, ênula, hera-ingle-sa, prímula, linho, alho, ginseng, hera trepadeira, urze,marroio-branco, rábano-silvestre, língua-de-cão, hissopo, iïquen islandês, raiz-indiana, Uquen-irlandês, estramônio, artemísia, limão, alface, alca­çuz, lobélia,ligústica, pulmonária, avenca-cabelo-de-vênus, malvaísco, milefólio, verbasco, mirra, quiabo, cebola, raiz de lírio, amor-perfeito, tanchagem, erva-lepuris, faia-preta,rabanete, trevo-vermelho, ale­crim, arruda, açafrão, sanícula, salsaparrilha, aça­froa, repolho, olmo, espinacárdio, drósera, cardo, vervena (azul), cravoila-da-água,pinheiro-branco, ce-reja-preta silvestre, erva-santa, teixo.

TUBERCULOSE: agave, betônia, trílio, morrião-dos-passa-rinhos, confrey, cubeba, eucalipto, feno-grego, linho, alho, hera-trepadeira, pulmonária, mil-folhas, ver­basco, raiz de pleuris, sálvia, olmo, evônimo, agrião, árvore-de-cera, cereja-preta silvestre, erva-santa, teixo.

TUMORES: hamamélis.

ÚLCERA DE ESTÔMAGO: alfafa, alteia, angélica, amaranto, copo-de-leite,bálsamo, bálsamo-de-meca, bistorta, bardana, calêndula, morrião-dos-passarinhos, confrey, urtiga-anã, ênula, feno-grego, alho, linha-dourada, lúpulo, líquen-islandês,sanguinária, alca­çuz, gnafálio, hibisco, urtiga, quiabo, poejo, tancha-gem, sálvia,catinga-de-mulata, grama-de-feiticeira, azeda, absinto.

VARÍOLA: gafaria, malmequer, açafrão.

VEIAS VARICOSAS: bérberis, erva-benta, bistorta, urtiga cega, pimpinela-branca, calêndula, pimenta-caiena, espinheiro, castanha-da-índia, malmequer,manjero-na, visco, casca de carvalho, sálvia, sassafrás, bolsa-de-pastor, catinga-de-mulata, árvore-de-cera, carva lho branco, hamamélis, azeda-silvestre.

VERTIGEM: bálsamo, betônia, gafaria, espinheiro, cachim bo-de-índio,lavanda, limão, visco, agripalma, hor telã-pimenta, rosa, arruda, sálvia, bolsa-de-pastor.

VERRUGAS: amieiro, espinheiro, calêndula, dente-de-leão, figueira, alho,quelidônia-maior, sempre-viva-dos-te-lhados, limão, mandrágora, erva-leitosa,verbasco, macho, drósera, sálvia-silvestre.

VERMES: aloé, erva-santa, erva-impigem, fava-dos-pânta^ nos, cenoura,gatária, pimenta-caiena, ciclâmem, ênula, alho, arruda-de-bode, rábano-silvestre,sem pre-viva-dos-telhados, espora, limão, perpétua, arte mísia, amora, cebola, papaia, romã, semente de abóbora, quássia, tamarindo, catinga-de-mulata, estragão, tomilho, carvalho-branco, ameixa-silvestre, semente de absinto, absinto, vulnerária.

VESÍCULA BILIAR: agrimônia, alcachofra, bérberis, barda na, quelidônia,centáurea-menor, chicória, licopódio, margarida, dente-de-leão, ênula, fumaria, alho, gen­ciana, hepática, lavanda, milefólio, artemísia, cebola, hortelã-pimenta, rabanete, alecrim, morriao-escar-late, erva-de-feiticeira, absinto, linho-bravo-amarelo.

 

ERVAS DO ZODÍACO

Segue-se uma lista de ervas e os seus regentes plane­tários e influênciasastrológicas, se existirem.

ACÁCIA9. Marte, Escorpião. ACANTO: Lua.

ACÕNITO: Saturno, Capricórnio. BOLOTAS: Terra.

RAIZ-DE-ADÃO-E-EVA: Netuno. LÍNGUA-DE-SERPENTE: Lua, Câncer.MARGARIDA-AFRICANA: Lua. VIOLETA-AFRICANA: Vénus. AGÁRICO: Mercúrio e Plutão, Leão. AGÉRATO: Vénus. AGRIMÔNIA: Júpiter, Câncer. ALEXANDRE:Júpiter, Sagitário. ALFAFA: Júpiter. ALGA: Lua, Peixes. ALCANA: Vénus.PRUNELA: Marte, Escorpião. PIMENTA-DA-JAMAICA: Urano. ALOÉ: Marte e Vénus. ALSTÔNIA: Mercúrio

AMARANTO: Saturno.

AMARÍLIS: Vénus.

ANÉMONAS: Marte.

ANGÉLICA: Sol, Leão.

ANIS: Lua, Aquário.

ARNICA: Saturno, Capricórnio.

SETA: Júpiter.

ARARUTA: Júpiter.

ALCACHOFRA: Sol.

ASSAFÉTIDA: Plutão.

ASFÓDELO: Plutão.

ASPARGO: Júpiter.

FETO DO ASPARGO: Marte, Escorpião.

CRAVOILA: Júpiter.

AZALÉIA: Mercúrio.

LÍRIO-ASTECA: Vénus.

BÁLSAMO: Júpiter, Câncer.

BÁLSAMO-DE-MECA: Vénus e Júpiter.

ERVA-CIDREIRA: Netuno.

BÉRBERIS: Marte, Escorpião.

CEVADA: Saturno, Leão.

MANJERICÃO: Marte, Escorpião.

FRUTO DO LOUREIRO: Mercúrio.

FEIJÕES: Vénus.

UVA-URSINA: Marte e Plutão, Escorpião.

BETERRABA: Saturno.

BELADONA: Saturno, Capricórnio.

BETÓNIA (AQUÁTICA): Júpiter, Câncer.

BETÔNIA (TERRESTRE): Júpiter, Aries

BAGO DO MIRTILO: Júpiter

TREPADEIRA: Saturno.

CORNICHÃO: Saturno.

PODAGRÁRIA: Vénus.

BISTORTA: Saturno.

DULCAMARA: Mercúrio.

AMORA-PRETA: Vénus, Aries.

UTRICULÁRIA: Júpiter.

ESTRELA-RESPLANDECENTE: Júpiter.

ERVA-IMPIGEM: Vénus, Escorpião.

CAMPAINHA: Saturno.

EUPATÓRIO: Vénus e Júpiter.

BORRAGEM: Júpiter, Leão.

AMOREIRA-PRETA: Vénus, Aries e Escorpião.

BROMELIÁCEAS: Sol.

SÂMOLO: Marte.

GIESTA: Marte, Escorpião.

 

BRIÔNIA: Marte.

ESPINHEIRO CERVAL: Saturno.

FAGÓPIRO: Mercúrio.

TRIGO SARRACENO: Vénus.

BÜGULA: Vénus.

BUGLOSSA: Júpiter, Leão.

BARDANA: Vénus.

PIMPINELA: Sol.

RANÜCULO: Sol.

REPOLHO: Lua.

CACTO: Marte, Aries e Escorpião.

CALAMINTA: Mercúrio.

COPO-DE-LEITE: Lua, Escorpião.

CANDELÁRIA: Saturno.

ALGARAVIA: Mercúrio.

CARDAMONO: Júpiter.

CRAVO: Júpiter.

ALFARROBEIRA: Saturno.

CENOURAS: Mercúrio, Escorpião.

CANELA: Mercúrio.

GATÁRIA: Vénus.

CAIENA: Marte, Escorpião.

QUELIDÓNIA: Sol, Leão.

AIPO: Mercúrio.

CENTÁUREA: Sol.

CAMOMILA: Sol. Leão.

ANTHRISCUS CEREFOLIUM: Júpiter.

GRÃO-DE-BICO: Vénus.

CHICÓRIA: Júpiter e Urano.

PIMENTA EMPO: Marte, Aries.

CEBOLINHA: Marte, Escorpião.

CANELA: Sol.

CINCO-FOLHAS: Júpiter e Mercúrio.

ESCLARÉIA: Lua.

AMOR-DE-HORTELÃO Lua.

CLEMATITE (Barba-de-velho, na Inglaterra): Saturno.

TREVO: Vénus.

CRAVO-DA-ÍNDIA: Júpiter.

COUVE: Lua.

TUSSILAGEM: Vénus.

AQUILÉGIA: Vénus.

CONFREY: Saturno, Capricórnio.

CORIANDRO: Marte, Escorpião.

TALO DO MILHO: Vénus e Saturno.

HORTELÃ-FRANCESA: Júpiter.

BOTÃO-DE-ALGODÃO: Vénus.

GNAFÁLIO: Vénus.

GRAMA-DE-PONTA: Júpiter.

CANABRÁS: Mercúrio.

PRÍMULA: Vénus, Aries.

CASCA DE AMORA-SILVESTRE: Saturno.

BICO-DE-CEGONHA: Marte, Escorpião.

AGRIÃO (PRETO): Marte, Escorpião.

AGRIÃO (SCATIA): Saturno, Capricórnio.

AGRIÃO (ÁGUA): Lua.

CROCOS: Vénus.

ERVA-DA-CRUZ: Saturno.

BOTÃO-DE-OURO: Marte, Escorpião.

CUBEBA: Marte, Escorpião.

PÉ-DE-BEZERRO: Marte, Escorpião.

PEPINO: Lua, Câncer e Escorpião.

COMINHO: Marte, Escorpião e Touro.

GROSELHAS: Júpiter.

NARCISO: Sol.

MARGARIDA: Vénus, Câncer.

DENTE-DE-LEÃO: Júpiter, Sagitário.

JOIO: Saturno.

BELADONA: Saturno, Capricórnio.

URTIGA: Vénus.

ENDRO: Mercúrio.

DICTAMO: Vénus.

LABAÇA: Júpiter.

ROSA-BRAVA: Lua.

GRAMA-DA-PRAIA: Júpiter.

CÃO-DE-MERCÚRIO: Mercúrio.

ERITRÔNIO: Lua, Câncer.

FIUPÊNDULA: Vénus.

LENTILHA-D^GUA: Lua, Câncer.

ÊNULA: Mercúrio e Urano.

ENDÍWA: Júpiter

ERYNJIUMMARITIMUM: Vénus.

PERPÉTUA: Vénus.

EUFRÁSIA: Sol, Leão.

FUNCHO: Mercúrio, Virgem.

FENO-GREGO: Mercúrio.

FETOS: Mercúrio.

MATRICÁRIA: Vénus, Sagitário.

ESCROFULÁRIA: Vénus, Touro.

ESPADANA: Lua.

UNHO: Mercúrio.

PULICÁRIA: Vénus.

ERVA-DE-SANTA-MARIA: Saturno.

FLOR-DE-US: Lua

DEDALEIRA: Vénus ePIutao.

OLÍBANO: Sol, Aquário.

FUMITÓRIO: Saturno, Capricórnio.

TOJO: Marte, Escorpião.

GALANGEL (Cyperus hnjus): Sol, Leão.

GARDÉNIA: Vénus.

ALHO: Marte, Aries e Escorpião.

GENCIANA: Marte, Escorpião.

GERÂNIO: Vénus, Libra.

GERMANO: Marte e Mercúrio.

GENGIBRE: Lua.

GINSENG: Urano, Escorpião.

ARRUDA-DE-BODE: Mercúrio, Leão.

VARA-DOURADA: Vénus.

SELO-DOURADO: Vénus.

GROSELHA: Vénus.

POTENTILHA: Lua.

AEJOPODIUM PODAGRARIA: Saturno.

HERA-RASTEIRA: Vénus.

TASNEIRINHA: Vénus.

ORELHA-DE-LEBRE: Júpiter.

PÉ-DE-LEBRE: Mercúrio.

AMOR-PERFEITO: Saturno.

URZE: Vénus.

HELIOTROPO: Sol.

HELÉBORO: Saturno, Capricórnio.

CÂNHAMO: Netuno e Saturno, Peixes.

MEIMENDRO: Saturno, Capricórnio.

HENA: Júpiter.

ERVA-ROBERTO: Vénus.

HIBISCO: Vénus.

AZEVINHO: Saturno.

MALVA-ROSA: Vénus.

MADRESSILVA: Mercúrio e Marte, Câncer.

LÚPULO: Marte, Aries.

MARROIO-COMUM: Mercúrio.

RÁBANO-SILVESTRE: Marte, Escorpião.

CAVALINHA: Saturno.

SEMPRE-VIVA-DOS-TELHADOS: Júpiter.

JACINTO: Júpiter.

HISSOPO: Marte, Câncer.

ÍRIS: Lua.

MUSGO-IRLANDÊS: Saturno. HERA: Saturno.

ESCADA-DE-JACO Mercúrio. JASMIM: Lua e Júpiter, Câncer.

ERVA-PRECIOSA: Vénus e Netuno.

ESTRAMÔNIO: Saturno, Capricórnio.

KAVA-KAVA: Vénus.

CONCHELO: Vénus, Libra.

CENTÜREA: Saturno. SANGUINÁRIA: Saturno.

ALQUEMILA: Vénus.

ERVA-COALHEIRA: Vénus. ORQUÍDEA: Mercúrio.

CARDAMINA: Lua. LAVANDA: Mercúrio, Virgem.

ALHO-PORRÓ: Marte, Escorpião.

CAPIM-CIDREIRA: Vénus.

LENTILHA: Vénus.

ALFACE: Lua, Câncer.

 LÍQUEN: Marte, Aries.

ALCAÇUZ: Mercúrio.

LÍRIO-DO-VALE: Mercúrio e Vénus.

HEPÁTICA: Júpiter, Câncer.

LOBÉLIA: Netuno.

LISIMÁQUIA: Lua e Câncer.

LÓTUS: Netuno.

LIGÜSTICA: Sol, Touro.

PULMONÁRIA: Júpiter.

TREMOÇO: Marte, Aries e Escorpião.

GARANÇA: Marte, Escorpião. MALVA: Vénus, Sagitário.

MANDRÁGORA: Mercúrio. MALMEQUER: Sol, Leão.

MACONHA: Saturno, Capricórnio. IMPERATÓRIA: Marte, Escorpião.

CAMOMILA: Sol.

BARBA-DE-BODE: Vénus e Mercúrio, Gémeos.

MESCAL: Marte, Saturno e Netuno.

MEZEREÃO: Saturno.

PLANTAS DE SUCO LEITOSO: Júpiter

MENTAS: Vénus.

VISCO: Sol e Júpiter.

NUMULÁRIA: Vénus e Júpiter.

ACÔNITO: Lua, Câncer.

MUSGOS: Saturno, Capricórnio e Gémeos.

ERVA-MÃE: Vénus, Leão.

ARTEMÍSIA: Lua e Vénus.

VERBASCO: Saturno.

COGUMELOS: Terra, Touro.

MOSTARDA: Marte, Aries e Escorpião.

MIRRA: Júpiter e Saturno, Aquário.

NARCISO: Netuno.

URTIGA: Marte, Aries e Escorpião.

NOZ-MOSCADA: Júpiter.

AVEIA: Plutão, Leão e Virgem.

CEBOLA: Marte, Aries.

PAPOULA-DO-ÓPIO: Lua.

ARMOLE: Lua.

ORQUÍDEA: Vénus.

ORÉGANO: Marte, Escorpião.

SEDUMTELEPHIUM: Lua.

RAIZ-DE-ÍRIS: Lua.

AMOR-PERFEITO: Saturno, Câncer.

SALSA: Mercúrio.

MARACUJÁ: Vénus e Netuno.

PATCHULI: Plutão.

TRIFÓLIO: Lua.

PARIETÁRIA: Mercúrio.

POEJO: Vénus.

PEÔNIA: Sol, Leão.

HOTELÃ-PIMENTA: Vénus.

PIMENTAS: Marte, Aries e Escorpião.

MASTRUÇO: Marte.

PERVINCA: Vénus.

PEIOTE: Marte e Saturno.

FICARIA: Marte, Escorpião.

TANCHAGEM: Marte e Vénus.

RAIZ DE PLEURIS: Júpiter.

PLUMBAGINA: Saturno.

CICUTA-VENENOSA: Saturno, Capricórnio.

CARURU-DE-CACHO: Saturno, Capricórnio.

POLIPÓDIO: Saturno.

BATATA: Saturno.

PRÍMULA: Vénus, Libra.

ALFENA: Lua.

ABÓBORA: Lua.

BELDROEGA: Lua.

LAÇO-DA-RAINHA-ANNE: Mercúrio.

RABANETE: Marte, Aries.

ERVA-DE-SANTIAGO Vénus.

TASNEIRA: Vénus.

RAPONÇO: Vénus.

FRAMBOESA: Vénus.

RUIBARBO: Marte, Escorpião.

ARROZ: Sol.

ROSA (VERMELHA): Vénus.

ROSA (BRANCA): Lua, Libra.

BOTÕES DE ROSA: Júpiter.

ALECRIM: Sol, Aries.

ARRUDA: Sol, Leão.

JUNCOS: Lua, Câncer.

CENTEIO: Plutão, Virgem e Leão.

AÇAFRÃO: Sol, Leão.

SÁLVIA: Júpiter e Vénus, Leão.

ERVA-DE-SÃO-JOÃO: Sol, Leão.

SANFIRA: (Çrithmum maritimum) Júpiter.

SÂNDALO: Júpiter.

 

SANÍCULA: Vénus.

SALSAPARRILHA: Marte e Mercúrio.

SASSAFRÁS: Mercúrio.

ZIMBRO: Marte, Escorpião.

SEGURELHA: Mercúrio.

SAXÍFRAGA: Sol.

ESCABIOSA: Mercúrio.

MORRIÃO-VERMELHO: Sol.

COCLEÁRIA: Júpiter.

AZEVINHO-MARINHO: Lua, Peixes.

PLANTAS AQUÁTICAS: Lua, Peixes.

CIPERÁRIA: Mercúrio.

AUTOCURA: Vénus.

SENE: Mercúrio

GERGELIM: Lua, Touro.

BOLSA-DE-PASTOR: Saturno.

SCUTELLARIA: Saturno.

BISTORTA: Saturno.

BOCA-DE-LEÃO: Marte, Escorpião.

SAPONÁRIA: Vénus e Netuno.

SELO-DE-SALOMÃO: Saturno.

VERÓNICA: Vénus.

ESPICANARDO: Marte, Escorpião e Aquário.

ESPINAFRE: Júpiter.

ASPLÊNIO: Saturno.

EUFÓRBIO: Mercúrio.

ALBARRÃ: Marte, Escorpião.

SAIÃO-ACRE: Lua.

MORANGO: Vénus, Libra.

DRÓSERA: Sol, Câncer.

GIRASSOL: Sol.

ERVA-PASSARINHO: Sol.

MIRRA-DOCE: Júpiter.

CÁLAMO: Lua.

ATANÁSIZ: Vénus, Touro e Gémeos.

ESTRAGÃO: Marte, Escorpião.

CHÁ: Mercúrio.

CARDO: Vénus.

CARDO-SANTO: Marte, Escorpião e Aries.

CARDO-MELANCOLIA: Saturno, Capricórnio.

CARDO-DE-NOSSA-SENHORA: Júpiter.

CARDO (SEMENTE): Vénus.

CARDO-ESTRELA: Marte, Escorpião.

ESPINHEIRO: Júpiter.

TOMILHO: Vénus, Aries.

LINÁRIA: Vénus e Marte.

TABACO: Marte, Escorpião.

TORMENTIL: Sol.

ARBUSTO-RASTEJANTE: Urano.

TULIPA: Vénus.

RAIZ DE UNICÓRNIO (FALSA): Plutão.

RAIZ DE UNICÓRNIO (VERDADEIRA): Urano.

VALERIANA: Mercúrio.

VERBENA: Vénus.

VERVENA: Vénus, Touro e Gémeos.

VINHAS: Sol.

VIOLETAS: Vénus, Libra.

TREPADEIRA-DA-VIRGÍNIA: Saturno.

GOIVO-AMARELO: Lua.

JUDEU-ERRANTE: Mercúrio.

CASTANHA-DA-ÍNDIA: Lua.

AGRIÂO-AQUÁTICO: Lua.

NENÚFAR: Lua, Câncer.

MUSGOS AQUÁTICOS: Lua, Peixes.

FLOR-DE-CERA: Saturno.

CEREJA-DE-INVERNO: Vénus.

PÍROLA: Lua.

GLICÍNIA: Netuno, Aquário.

ERVA-DE-FEITICEIRA: Júpiter

HAMAMÉLIS: Saturno.

ISATIS: Saturno.

VENENO-DE-LOBO: Saturno.

ASPÉRULA: Vénus e Marte.

AZEDINHA: Vénus.

ABSINTO: Marte e Plutão, Escorpião.

VULNERÁRIA: Saturno.

MILEFÓLIO: Vénus.

IÚCA: Plutão.

 

 

Cozinha da Bruxa

INCENSO DA DEUSA

(Prepare esse incenso na lua nova.)

Ig de óleo de cipreste

Ig de azeite de oliva

15g de pétalas de rosa secas

15g de casca de salgueiro banco

3 sorvas secas

l colher (de chá) de semente de anis

 

Numa pequena tigela misture o óleo de cipreste e o azeite de oliva. Separe. Usando um almofariz e um pilão, reduza as folhas das rosas e as cascas desalgueiro-branco, as sorvas e as sementes de anis a pó e misture. Adicione esses ingredientes ao óleo, misture e agite bem.

Consagre o Incenso da Deusa com uma bênção e queime-o num bloco de carvão em brasa para glorificar

e/OM invocar a Deusa. (Pode também ser usado nos rituais de cura, nos rituais lunares, nas divinaçoes e em todas as formas de magia do amor).

Para fazer o incenso em forma de bastão ou de cone, não adicione o óleo de cipreste nem o azeite de oliva e acrescente um pouco de goma arábica ou de acácia na mistura em pó das ervas para torná-la viscosa. Cuidado­samente coloque palha de giesta na mistura ou use as pontas dos dedos para enrolar pequenas porções da mis­tura em forma de cone. Deixe o incenso secar bem antes de queimá-lo.

 

INCENSO DO DEUS CHIFRUDO

15g de tintura de benjoim

Ig de óleo de sândalo

Ig de óleo de olíbano

Ig de óleo de mirra

salitre

30g de carvão em pó

l pitada de assafétida seca

l pitada de cardo-santo seco

l pitada de hortelã-pimenta seca

Numa pequena tigela misture o benjoim e os três óleos. Adicione uma pitada de salitre e agite bem. Usando um almofariz e um pilão, reduza a pó o carvão e as ervas secas e, então, lentamente, junte-os à mistura de óleos e salitre. Continue agitando até que se forme uma massa grossa. Espalhe a mistura num recipiente pequeno, qua­drado e bem untado, de vidro ou de cerâmica (pode ser usado também uma pequena caixa de metal ou de plástico revestida de alumínio) e deixe-a secar por 45 minutos. Usando uma faca afiada ou um punhal cerimonial de cabo branco, corte o incenso em pequenos quadrados, retire-o do recipiente e consagre-o antes de usar.

O Incenso do Deus Chifrudo pode ser queimado como poderoso incenso de altar para glorificar e/oi invocar o Deus Chifrudo (ou qualquer deus fálico pagão), afastar todas as energias negativas e ampliar os trabalhos mági­cos de todos os rituais wiccanianos.

 

INCENSO EGÍPCIO DO AMOR

(Prepare esse incenso à luz de uma vela vermelha ou rosa numa noite de lua nova.)

15g de benjoim

15g de canela

15g de galangal

15g de olíbano

30g de mirra

3 gotas de mel

3 gotas de óleo de lótus

l gota de óleo de rosa

l pitada de semente de íris seca e em pó

Usando as mãos nuas, misture o benjoim, a canela, a galangal, o olíbano e a mirra numa grande tigela não-me-tálica. Adicione o mel, os óleos de lótus e de rosa e a raiz de íris. Misture bem enquanto recita o seguinte encanta­mento mágico:

 

PELO ANTIGO E MÍSTICO PODER DE ÍSIS,

DEUSA SUPREMA DE DEZ MIL NOMES

E SÍMBOLO DA MATERNIDADE DIVINA E DO AMOR,

EU CONSAGRO E DEDICO ESTE INCENSO

COMO INSTRUMENTO PODEROSO DE MAGIA DO AMOR

PELO FOGO DO SOL,

PELO FOGO DA LUZ,

QUE ESTE INCENSO SEJA CARREGADO

NO NOME DIVINO DE ÍSIS,

SENHORA DOS MISTÉRIOS

E BELA DEUSA DA MAGIA

E DO ENCANTAMENTO.

ABENÇOADO SEJA SOB OS NOME DE AHIO, ARIAHA, ARAINAS E KHA.

QUE ASSIM SEJA!

Cubra bem a tigela com uma toalha plástica e deixe-a repousar por, pelo menos, duas semanas em local escuro e tranquilo para maturar.

Usando um almofariz e um pilão, moa os ingredientes até obter um pó fino e utilize-o em encantamentos de amor como "pó do amor" ou queime-o num bloco de carvão em brasa, como incenso mágico para atrair amor, reunir par­ceiros afastados ou invocar as deidades egípcias antigas (especialmente Ísis e Hathor.)

OLÍBANO

2 colheres (de sopa) de olíbano em pó

l colher (de sopa) de raiz de íris em pó

l colher (de chá) de trevo em pó

l colher (de chá) de óleo de limão.

 

Misture o olíbano, a raiz de íris e o trevo. Adicione o óleo de limão, agitando amisture. Coloque-a numa jarra de vidro claro, sele ou coloque uma rolha de cortiça aper­tada e mantenha num local escuro e fresco por dois ou três meses antes de usar.

O incenso de olíbano é excelente para ser usado ao realizar magia de cura. Pode também ser consagrado e queimado sob um bloco de carvão em brasa como um incenso de altar para glorificar o Deus Chifrudo e a Mãe Deusa.

 

INCENSO DE HÉCATE

3/2 colher (de chá) de folhas secas de louro

1/2 colher (de chá) de folhas secas de menta

1/2 colher (de chá) de cardo seco

l pitada de resina de mirra

l pitada de resina de olíbano

13 gotas de óleo de ciprestre

3 gotas de óleo de cânfora

Usando um almofariz e um pilão, amasse o louro, a menta e o cardo até quase reduzi-los a pó. Agite as resinas de olíbano e de mirra. Adicione os óleos de cipreste e de cânfora e misture bem. Guarde numa jarra coberta e bem tampada e deixe a mistura maturar por, pelo menos, duas semanas antes de usar.

Queime num bloco de carvão em brasa durante o Ritual de Hécate (13 de agosto) para honrar a Deusa ou nos rituais de lua cheia como poderoso incenso para previsão.

 

INCENSO DE BOM AUGÚRIO

5 pétalas de rosa

15g de mirra

30g de sangue de drago

15g de sassafrás

15g de flores de laranja

15g de juníparo

15g de salva

Ig de óleo de olíbano

 

Usando um almofariz e um pilão, reduza a pó e misture todos os ingredientes secos juntos numa noite de lua nova, enquanto visualiza as coisas de que precisa e que deseja. O incenso do Bom Augúrio pode ser queimado sobre carvões em brasa enquanto realiza encantamentos mágicos e rituais que envolvam dinheiro, sorte e oportunidade.

POTPOURRIBO SABÁ LAMMAS

l colher (de sopa) de absinto seco

3 colheres (de sopa) de noz moscada rasteira

1/2 colher (de sopa) de raiz de mandrágora em pó

13 gotas de óleo de pinho

1/4 xícara de azeite de oliva.

 

Coloque todos os ingredientes numa jarra de vidro limpa e, cuidadosamente, mexa na direção destrógira. Feche bem e deixe repousar durante 13 noites em local escuro e fresco.

Coe numa gaze e use o óleo para untar velas para magia de desejo, quebrar a má sorte e encantamentos para atrair boa sorte, dinheiro e sucesso.

 

ÓLEO DE AZAR

 

1/4 xícara de óleo de girassol

3 colheres (de sopa) de mel

3 sementes secas de abóbora

6 gotas de óleo de madressilva

3 gotas de óleo de rosa

3 gotas de óleo de patchuli

 

Quando a lua estiver cheia, amasse as sementes de abóbora com um pilão num almofariz e, então, misture todos os ingredientes junto à luz de uma vela branca nova. Utilizando um alfinete de prata esterilizado, pique o seu polegar direito e adicione três gotas de seu sangue à mistura. Cuspa duas vezes e agite por três vezes. Guarde num recipiente hermético até que você esteja pronto para usá-lo.

Use o óleo do Azar para untar velas para lançar encantamento, para divinação,comunicação com espíritos e invocação do loas Vudu.

 

ÓLEO DE ESPÍRITO

 

l colher (de sopa) de íris em pó ou de raiz de serpentária

l colher (de sopa) de selo-de-salomão seco

l colher (de sopa) de alecrim seco e triturado

l pequena pitada de jade ou turquesa em pó*

3 gotas de óleo de sândalo

3 gotas de óleo de menta

1/4 xícara de óleo de açafroa

* As pedras podem ser facilmente tutoradas, utilizando-se uma lima de metal

 

Misture todos os ingredientes e guarde num vidro bem fechado por, pelo menos, três semanas em local escuro e fresco.

Coe numa gaze e use para untar velas para exorcis-mos, sessões espíritas, anular encantamentos, rituais de purificação, proteção contra influências malignas e encan­tamentos para aumentar os poderes de clarividência.

 

RECEITAS DE UNGUENTO PARA O VOO DAS BRUXAS

Dizia-se que o conhecido "Unguento para o voo das Bruxas", poderosa mistura herbal que produz efeitos psi-codélicos, era usado pelas Bruxas na Idade Média. Consis­tia, principalmente, de salsa, cicuta, água de acônito, folhas de papoula, fuligem, sangue de morcego, beladona, meimendro e haxixe.

Num grande caldeirão sobre o fogo esses ingredientes seriam misturados junto com gordura derretida de uma criança não-batizada e, então, esfregado em várias partes do corpo da Bruxa para capacitá-la a "voar" para o Sabá.(Naturalmente as Bruxas não voavam literalmente; entre­tanto, o unguento realmente induzia a alucinações incrí­veis, visões psíquicas e projeções astrais.)

Segue-se uma receita atual de um unguento para o voo das Bruxas. É mais seguro de ser usado e muito mais fácil de preparar.

1/4 xícara de toucinho

1/2 colher (de chá) de óleo de trevo

l colher (de chá) de fuligem de chaminé

1/4 de colher (de chá) de cinco-folhas seca

 

1/4 de colher (de chá) de artemísia seca

1/4 de colher (de chá) de cardo seco

1/4 de colher (de chá) de vervena seca

1/2 colher (de chá) de tintura de benjoim

 

Com um almofariz e um pilão, triture as ervas secas até que virem pó. Num pequeno caldeirão ou panela, aqueça o toucinho em chama baixa até que dissolvacom-pletamente. Adicione as ervas, o óleo de trevo e a fuligem de chaminé ao toucinho e misture bem. Junte o benjoim como preservativo natural, misture tudo em movimento destrógiro e, então, cozinhe por 10 a 15 minutos. Coe-o numa gaze para um recipiente à prova de calor e deixe esfriar. Guarde na geladeira ou em local escuro e fresco até que esteja pronto para ser usado.

Numa noite de lua cheia, unte suas têmporas e o "Terceiro Olho" com uma pequena porção do unguento para voar antes de uma projeção astral ou sonho mágico.

NOTA: Esse unguento para voar é de uso somente externo.

 

POÇÃO DO AMOR DOS BRUXOS E CIGANOS

l colher (de sopa) de manjericão seco e triturado

l colher (de sopa) de funcho seco

l colher (de sopa) de vervena europeia seca

3 pitadas de noz moscada rasteira

1/4 xícara de vinho tinto

Coloque todos os ingredientes num caldeirão. Misture bem e leve o caldeirão ao fogo. Acenda uma vela cor-de-rosa que tenha sido untada com óleo de rosa e diga:

 

LUZ DA VELA, MORNA E BRILHANTE, ACENDA AS CHAMAS DO AMOR ESTA NOITE QUE O AMOR DA MINHA ALMA COMPANHEIRA QUEIME FORTE PORMIM. ESTA É A MINHA VONTADE, QUE ASSIM SEJA!

Após a poção ter fervido por três minutos, retire o caldeirão do fogo e deixe esfriar. Coe o líquido numa gaze limpa e coloque numa xícara. Adicione um pouco de mel para adoçar a poção e beba.

Se você deseja o amor de determinado homem ou mulher, concentre-se sobre ele ou ela enquanto prepara a bebida. Beba metade da poção e dê a outra metade para o ser amado a fim de que ele a beba logo que possível. Se ele ou ela forcarmicamente perfeito para você, a centelha do amor será instantaneamente acesa. Naturalmente, o resto ficará por sua conta.

NOTA: As melhores épocas para preparar a Poção do Amor dos Bruxos e Ciganos, como todas as poções e encan­tamentos de amor, são as sextas-feiras(regidas por Vé­nus), a Véspera de Santa Agnes (a noite de 20 de janeiro), o dia de São Valentim (14 de fevereiro), qualquer noite de lua crescente e sempre que a lua estiver nos signos regidos por Vénus, Touro ou Libra.

 

BOLO DO COMPROMISSO WICCANIANO

 

l xícara de manteiga

l xícara de açúcar

1/2 xícara de mel

5 ovos

2 xícaras de farinha

2 colheres (de sopa) de casca de limão ralada

2 1/2 colheres (de sopa) de suco de limão

l colher (de chá) de água de rosas

l pitada de manjericão

6 folhas frescas de gerânio rosa

 

Nuína tigela grande apropriada bata a manteiga e o açúcar até fícar leve e com bolhas. Adicione o mel e misture bem. Coloque os ovos, um a um, batendo bem a cada um. Adicione a farinha aos poucos, misturando bem com uma colher grande de madeira após cada porção. Bata as raspas de limão, o suco do limão, a água de rosas e a pitada de manjericão — a erva do amor. Forre uma forma untada para pão com 22cm x 12cm x 7cm com as folhas de gerânio rosa e despeje a massa. Asse o bolo em forno pré-aquecido a 350° por uma hora e 15 minutos. Retire do forno quando estiver pronto e deixe-o descansar por 20 minutos antes de desenformar. Cubra com glacê ou açúcar antes de servir.

 

SABÃO DOS BRUXOS À MODA ANTIGA

2 kg de toucinho

400g de lixívia (l caneca)

5 xícaras de água fria

l colher (de sopa) de óleo de lavanda

l colher (de sopa) de óleo de patchuli

l xícara de suco fresco de morangos

1/4 xícara de casca seca de saponária

 

Numa grande caldeira esmaltada ou de ferro dissolva o toucinho em fogo baixo. (NOTA IMPORTANTE: nunca use panelas e utensílios de alumínio quando trabalhar com um sabão que contenha lixívia.) Num pote de ferro ou esmal­tado,separado, mexa a lixívia com a água. Aqueça até que surjam pequenas bolhas. Não ferva. Retire do fogo e len­tamente despeje a solução de lixívia no toucinho. Com uma grande colher de madeira, misture os óleos de lavanda e patchuli, o suco de morango e a casca da saponária. Co­zinhe por 30 minutos, mexendo sempre. Despeje em reci­pientes de vidro ou esmaltados de 50cm e deixe esfriar por uma noite. Corte o sabão em quadrados e deixe-os no recipiente por, pelo menos, três dias antes de retirá-los Coloque as barras de sabão em papel encerado e deixe-asmaturar em local de pouco movimento por quatro a seis semanas antes de usar.

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A Magia das Arvores

CULTO A ARVORE

O culto às árvores é a primeira forma que surgiu de religião. O culto envolvia originalmente o sacrifício de seres humanos e de animais aos "espíritos das florestas" em troca de proteção contra o infortúnio. Finalmente esse costume bárbaro foi abandonado e surgiram atos mais civilizados e menos repulsivos, como o bater na madeira para afastar olho-grande, que se mantém até hoje.

DEUSES E ESPÍRITOS DAS ÁRVORES

A Arvore, símbolo fálico e sagrado para vários deuses e deusas, representa a vida e a imortalidade. Na história, existiram várias associações mitológicas entre deidades e árvores, como a de Apoio e o louro, Attis e o pinheiro, Atena e a oliveira,Osíris e o cedro, e Júpiter e o grande carvalho.

A árvore é o símbolo mais poderoso e majestoso de vegetação e teve papel importante em várias lendas da antiguidade. Acreditava-se que várias deidades, tanto do panteão grego como do romano, tinham nascido sob ár­vores, e, em vários mitos e fábulas, heróis incontáveis (e também deuses) eram magicamente transformados em árvores como resultado da pena ou da ira dos deuses poderosos.

As árvores têm sido encarnações e símbolos de várias deidades (GautamaBuda encarnou como espírito de ár­vore 43 vezes) e também serviram como residência de espíritos, ninfas e vários outros seres sobrenaturais, aos quais eram consagradas.

O génio da antiga Arábia vivia dentro de árvores e possuía poderes de mudar as formas. Na Alemanha e na Escandinávia, acreditava-se que criaturas semelhantes a duendes estranhos, conhecidas como "esposas-de-musgo" ou"mulheres-selvagens", habitavam determinadas árvo­res nas florestas. Na Rússia existem histórias de demónios de um olho só. Na América do Sul, fantasmas perigosos da floresta, que atraem os humanos para a morte, habitam as florestas. No folclore japonês, existem grotescos espíri­tos da floresta que possuem cabeça e patas de falcão, corpo de homem e um grande nariz. No antigo Egito e na Pérsia, vários deuses e deusas frequentemente habitavam ou to­mavam a forma de árvores(sicômoros sagrados em par­ticular), e, na Grécia, as três ninfas conhecidas comodríades e hamadríades tinham a vida ligada a determina­da árvore, sentindo qualquer dano a algum galho ou ramo, como um ferimento, e morrendo quando a árvore murcha­va ou morria.

Assim como havia associações mitológicas entre os deuses e as árvores, havia também associações entre elas e as ninfas; Rea e a romã; Hélica e o salgueiro; Filira e a lima; Dafne e o laurel, entre outras.

As árvores são reverenciadas na África, e acredita-se que sejam habitadas por deuses tribais e espíritos benevo­lentes que dão o sol e a chuva, fazem as sementes cres­cerem e abençoam as mulheres com a fertilidade. Entretanto, é crença comum entre o povo Basoga da África Central que um espírito da árvoreficará enraivecido se sua moradia for cortada e trará a morte para o chefe da tribo e para toda a sua família.

Os iroqueses e outras tribos nativas americanas acre­ditam que cada árvore possui o seu espírito guardião ou deus guardião, sendo costume agradecer-lhe pêlos pre­sentes que dão em forma dos frutos.

Os textos religiosos japoneses mencionam Kuku-No-Chi, um deus que habita os troncos das árvores, e Hamori, um deus que protege as folhas das árvores. Os japoneses também acreditam que cada árvore é protegida por sua própria deidade particular.

 

AS ARVORES NA RELIGIÃO ANTIGA

A árvore é um dos símbolos tradicionais mais essen­ciais, e seu culto tem sido parte importante e altamente influente na história da religião de quase todas as raças sobre a face da terra.

No culto às árvores de muitas culturas pagãs antigas, a maioria delas era tida como feminina, e sua seiva, oferecida em cálices dourados aos deuses. Acreditava-se que todas as suas partes possuíam poderes místicos, e os rebentos que nasciam sobre as sepulturas dos seres huma­nos ou dos animais sacrificados eram tidos como especial­mente sagrados.

As árvores eram símbolo essencial da religião caidéia. Símbolos em forma de árvore foram encontrados nos tem­plos antigos e em cilindros gravados, e há descrições de usos dos ramos tanto nas cerimónias religiosas como má­gicas nos textos sagrados dos caldeus.

Na antiga Ática, durante a orgia dionisíaca (o festival do deus grego do vinho,Dionísio), as árvores eram cobertas com vestes e jóias para representar o deus. Essa prática era também comum em outros festivais gregos (e também romanos).

Árvores sagradas estilizadas, cercadas de seguidores e decoradas comguirlandas aparecem em muitas escultu­ras indianas dos tempos antigos. (Outro estágio de estili-zação da árvore sagrada é sua decoração com máscara ou artigo de vestuário para simbolizar a deidade; e, por fim, a escultura do seu tronco numa estátua.)

Na Grécia, quando se honrava um deus ou uma deu­sa, eram colocadas grinaldas feitas dos galhos da sua árvore sagrada sobre a mesma, que era, então, adorada. Penduravam-se, também, várias oferendas e presentes, trofeus de caça e armas dos conquistadores para trazer boa sorte.

Mesmo após muitos pagãos terem sido convertidos aos novos caminhos do cristianismo, as pessoas continua­ram a acender velas e a oferecer pequenos sacrifícios sob árvores sagradas. (Nos tempos atuais os Bruxos ainda penduram guirlandas sobre certas árvores e dançam em torno de seus troncos.)

 

YGGDRASIL

O conceito de universo como árvore aparece repetida­mente na mitologia e nosimbolismo pagãos, sendo talvez mais bem conhecido na sua forma escandinava, onde, acredita-se, um freixo gigante sempre verde, conhecido como "Yggdrasil", é a"Arvore do Mundo", que liga o Céu ao submundo. Seu tronco sagrado passa pelo centro do mundo, e seus galhos se espalham sobre os céus e estão cheios de estrelas brilhantes. As três deusas do destino habitam suas raízes, junto com uma serpente gigantesca, semelhante a um dragão. Debaixo do Yggdrasil, os deusesteutônicos se reúnem todos os dias para julgar.

 

A ARVORE DA VIDA

O folclore e as mitologias de várias culturas diferentes em todo o mundo contêm uma gigantesca Árvore da Vida, que é a essência de todas as árvores e cujos frutos conferem a imortalidade quando comidos pêlos mortais.

A Árvore da Vida, na lenda nahua, era a piteira — uma planta tropical que se dizia ter sido descoberta pela deusa de 400 troncos Mayauel. (De acordo com a antiga religião asteca, o "leite" da piteira fora utilizado pelo deus de cabeça de cachorro, Xolotl, para nutrir o primeiro ho­mem e a primeira mulher criados pêlos deuses.)

Na Cabala, a Árvore da Vida é um diagrama místico de Deus, do homem e do universo, e até na Bíblia (Génesis, capítulo II) existe menção à Árvore da Vida que crescia no Jardim do Éden junto com a Arvore do Conhecimento do Bem e do Mal, que originou o fruto proibido.

De acordo com a lenda dos chineses, indianos e sul-americanos, as almas dos mortos ascendem ao reino do paraíso pelo tronco de uma Árvore da Vida sagrada.

A macieira era a Árvore da Vida adorada pêlos anti­gos celtas. A chinesa era tanto o pessegueiro como a tamareira. A dos semitas era também a tamareira, e Árvore da Vida na história do "Jardim do Éden", da Babi­lónia, era a palmeira.

Na Índia, a Árvore da Vida sagrada (Asvatthd) era a figueira. Como oYggdrasil, seus galhos atingiam o céu, e suas raízes desciam às profundezas do submundo.

A figueira é tida como a Árvore da Vida por muitos povos, sendo com frequência adorada como a Árvore do Conhecimento.

Os kayans do Boméu Central acreditam que se origi­naram dos ramos e das folhas de uma Árvore da Vida milagrosa que, no início dos tempos, caiu dos céus na terra.

 

BOSQUES SAGRADOS

No Antigo Testamento existem numerosas referên­cias a bosques sagrados e a altares neles erigidos.

Na mitologia grega, um oráculo do deus Zeus estava localizado num bosque sagrado de carvalhos. Um bosque sagrado em Dodona possuía o dom da profecia, e os fogos das vestais que ardiam no bosque consagrado em Nemi consistiam de varetas e galhos de carvalho.

Uma árvore grande dentro de um bosque sagrado representava a deidade masculina dentro da Deusa, tanto como filho quanto como amante, e o ato de quebrar um dos seus galhos significava o mesmo que ameaçar o deus de castrá-lo.

Nos bosques de Diana, em Nemi, os reis sagrados combatiam os inimigos que ousavam quebrar um galho das árvores sagradas. Os sacerdotes patriarcais tendam os bosques sagrados e os consideravam perigosos e maus. Aqueles que os tentavam destruir eram punidos com uma maldição da mãe-Deusa, como aparece em vários mitos moralizantes, como o de Erisichton, que foi transformado num mendigo sujo e desgraçado pela ira da deusa Demeter.

umbigo do culpado e pendurá-lo na parte da árvore que tinha sido atingida. Esse era, então, conduzido em torno do tronco várias e várias vezes ate que o lado interno do seu corpo estivesse ferido para substituir a casca retirada.

Em várias outras partes do mundo existem leis contra o corte de árvores ou de danos causados a elas, e até o século 14 o simples ato de quebrar um galho era conside­rado pecado na Láturânia.

ARVORES E VAMPIROS

 

Na Era das Trevas, os juníparos eram utilizados como proteção contra vampiros em vários países. Acreditava-se que freixos, oervinas e sorveiraspossuíam qualidades místicas e protetoras, e a madeira dessas árvores em particular era esculpida em forma de estacas e enterradas no coração dos corpos suspeitos de se transformarem em vampiros e de se levantarem das tumbas à noite em busca de sangue humano.

 

TRADIÇÕES SOBRE AS ÁRVORES

 

Desde os tempos antigos, as árvores têm desempe­nhado papel importante na medicina popular, no xama-nismo, na divinação, na magia e na superstição. Suas raízes, cascas, folhas, galhos, sementes e frutos curaram muitas doenças, protegeram casas, seres humanos e ani­mais contra o mal, a má sorte e os raios, trouxeram força para bebidas e poções mágicas e afrodisíacos, e auxiliaram Bruxos e Feiticeiros no lançamento de todos os tipos de encantamentos maravilhosos da magia.

ACÁCIA

Na índia e na Patagônia, acredita-se que a acácia seja habitada por espíritos, sendo realizadas várias oferendas e sacrifícios em troca de fertilidade, cura eproteção contra o mal e o infortúnio.

A madeira da acácia é ritualisticamente queimada nos altares sagrados dos budistas e utilizada para prepa­rar os fogos sacrificiais dos hindus.

 

AMIEIRO

Nos tempos antigos, o amieiro era usado nos ritos de idolatria em honra à deusa Astarte e nas práticas divina-tórias para diagnosticar doenças.

Segundo a lenda, o amieiro sangra, chora e começa a falar quando é cortado. Houve uma época em que era ilegal cortar um deles.

É usado, na medicina popular, no tratamento de queimaduras, coceiras ereumatismos.

 

MACIEIRA

A macieira é conhecida na Europa como ^Árvore da Imortalidade pela Sabedoria", e seu fruto tem sido assunto de inúmeros provérbios e ditos populares.

De acordo com lendas irlandesas, as macieiras (como as nogueiras, os carvalhos e as cinco árvores místicas que representam os cinco sentidos) eram produzidas pelo deus trifólio (ou trevo) Trefuilngid Tre-Eochair, que foi associa­do a São Patrício, e, também, eram conhecidas como a Árvore Tripla ou Chave Tripla (nome que se refere ao tridente, ao falo triplo, destinado a fertilizar a Deusa Tripla.)

Em várias partes da Europa planta-se uma macieira quando nasce um bebé e acredita-se que esse bebé crescerá ou definhará junto com a árvore. O costume de plantar uma "Árvore do Nascimento" é também comum na África Ocidental, naPapua, Nova Guiné, no sul dos Estados Unidos e em regiões do Bornéu holandês.

Na mitologia dos índios iroqueses, a macieira é a árvore central do Céu.

A madeira da macieira é transformada em varetas que são utilizadas para traçar círculos mágicos, e o seu futuro usado na magia do amor, nos encantamentos Vudu de amor, nos amuletos para fertilidade, nas divinaçoes e nos encantamentos para imortalidade.

Os clérigos da Idade Média acreditavam que as feiti­ceiras podiam provocar uma possessão demoníaca por intermédio'de maçãs encantadas ou envenenadas dadas as suas vítimas escolhidas.

A tradição de procurar maçãs no Halloween é rema­nescente da antigadivinação mágica druida do casamento, e, na Europa medieval, acreditava-se que uma mulher solteira poderia ver a imagem de seu futuro marido se descascasse uma maçã diante de um espelho iluminado por uma v.'Ia na noite do Halloween.

A maçã é mais conhecida como o fruto proibido comido por Adão e Eva, mas o fruto não foi identificado na Bíblia, e a maçã nunca mencionada em relação à história de Adão e Eva.

 

FREIXO

Na Irlanda, as varetas feitas de freixo eram usadas pêlos druidas nos seus rituais mágicos. Na Escócia, o freixo era usado para proteger as crianças dos feiticeiros e, na Inglaterra, como remédio popular para curar verrugas.

As crianças eram frequentemente rezadas com ramos de freixo para serem curadas de cortes e raquitismo.

Bastões de freixo eram usados para curar doenças pela magia em animais domésticos, para traçar círculos mágicos e manter longe as serpentes.

BAMBU

O bambu simboliza, na Índia, a amizade, sendo o emblema do fogo sagrado. Sua madeira é comumente usada em rituais mágicos das tribos melanésias e entre os Semang da Malaia. No Japão, é tida como sagrada e está ligada ao culto da lua e à magia lunar.

 

FIGUEIRA DE BENGALA

 

A figueira-da-índia é sagrada para os videntes e as­cetas da Índia, sendo a Árvore do Conhecimento na mito­logia indiana. O deus hindu Vishnu nasceu sob a sombra de uma figueira-da-índia, e acredita-se que aquele que duvidar e danificar ou cortar uma delas despertará a ira dos deuses e será punido com a morte.

 

LOUREIRO

 

O loureiro é tido como símbolo da ressurreição, sendo usado na cura, nadivinação e nos sonhos mágicos. Os herbalistas da antiguidade usavam suas raízes para tra­tar as enfermidades do fígado, do baço e de outros órgãos, internos. Acreditavam que os frutos da árvore podiam neutralizar o veneno das criaturas peçonhentas e auxilia­vam no tratamento das tosses e da tuberculose. As folhas eram tidas como altamente místicas, sendo usadas para proteger as casas dos raios e dos trovões, e para manter longe os feiticeiros e os demónios.

VIDOEIRO

Na mitologia escandinava, o vidoeiro simboliza o re­nascimento da Primavera.

Como uma árvore da magia, o vidoeiro é usado nos rituais de purificação e nos trabalhos com o tempo atmos­férico. A vassoura dos Bruxos (de galhos) era tradicional­mente feita de vidoeiro.

É uma antiga superstição na Terra Nova que uma vassoura de vidoeiro"limpará" a família.

Uma vassoura especial feita com galhos de vidoeiro era usada na Europa medieval como açoite para exorcizar os demónios, os duendes e os fantasmas. Em certas áreas da Rússia é costume, no domingo de Petencostes, vestir um vidoeiro com roupas de mulher.

CEDRO

 

Na Mesopotâmia, o cedro era tido tanto como deidade quanto como oráculo.

Diz-se que para revelar os que praticam as artes negras da feitiçaria basta queimar varetas de sabugueiro no fogo da noite de Natal ou cortá-las na véspera do dia de São João.

Os frutos podem ser levados nos bolsos, como amule­tos para proteger contra a inveja venenosa e também podem ser usados em torno do pescoço, como remédio mágico contra hidropisia.

As flores do sabugueiro, com seu perfume doce e acentuado, há muito são associadas à morte e aos funerais, e houve época em que se acreditava que, se um broto de sabugueiro plantado numa sepultura começasse a crescer, era sinal de que a alma de quem estivesse ali enterrado se encontrava em paz.

Antigamente penduravam-se flores de sabugueiro nas portas do estábulo para proteger os cavalos da magia negra. Guirlandas feitas com elas eram usadas pêlos drui­das para decorar altares sagrados para Beltane e para afastar as influências malignas.

Os nativos americanos chamavam o sabugueiro de "árvore da música" e faziam flautas mágicas dos seus ramos. Usavam também a casca como antídoto, sob a forma de cataplasma, nas inflamações e nos inchaços dolorosos.

Todas as partes do sabugueiro têm sido usadas pela medicina popular no tratamento de numerosos distúrbios e doenças.

Os frutos de cor púrpura escura fazem um vinho deli­cioso, e as flores secas podem ser usadas para fazer um chá relaxante. O sabugueiro tem sido usado pêlos Bruxos como afrodisíaco e pode também ser ingrediente mágico em vários encantamentos de amor, proteçào e prosperidade.

OLMO

O olmo é uma árvore frondosa que se diz possuir poder místico para proteger contra os raios. Na Inglaterra, era associado aos duendes, e os santeros da Santería o utiliza­vam no lançamento de encantamentos mágicos.

Segundo a mitologia teutônica, a primeira mulher sobre a terra foi criada de um olmo pêlos deuses.

Na medicina popular é usado para tratar de in­chações, tosses, doenças de pele e infecções venéreas.

 

FIGUEIRA

A figueira é o símbolo da paz e da plenitude. Acredi­ta-se que sua sombra seja frequentada por espíritos; sua casca e frutos são usados tanto na magia como na medicina popular para tratar vários problemas e doenças.

Segundo os Evangelhos, a figueira era "amaldiçoada com a infertilidade" por Jesus Cristo porque se recusou a dar um fruto para ele fora da estação (Marcos 2: 13-22). O Livro do Génesis testemunha que as folhas da figueira foram usadas por Adão e Eva logo que eles adquiriram o conhecimento para cobrir a nudez.

 

AVELEIRA

A aveleira sempre esteve associada aos Bruxos, e o nome "aveleira-dos-bruxos" sobrevive até hoje. A árvore tem sido associada também ao deus Thor.

É conhecida como a "Árvore do Conhecimento" (espe­cialmente nas lendas irlandesas), sendo usada nos encan­tamentos mágicos para a imortalidade,proteção e cura. Acreditava-se que os bastões de aveleira possuíam pro­priedadesdivinatórias, e há muito é usada pêlos rabdo mantos para localizar tesouros enterrados e água. São também tradicionalmente usados como varetas pêlos ma­gos brancos e para proteger os animais contra encanta­mentos das fadas ou dos demónios maldosos. Segundo o folclore galês, os ramos de aveleira tecidos em"capas do desejo" ajudam a realização dos desejos.

LOURO

O louro é símbolo da imortalidade, da vitória e da paz. Diz-se que é capaz de dotar os profetas com a visão, e está associado à inspiração poética.

Suas folhas eram mastigadas pelas devotas da Deusa Tripla para induzir o transe poético e erótico. Eram tam­bém mascadas pelas sacerdotisas do Oráculo de Delfos para inspiração oracular.

O louro é largamente usado em todas as formas de magia do amor, do desejo e da cura.

 

LIMEIRA

Na Alemanha, a limeira era sagrada. Segundo lendas populares e superstições, era habitada por duendes e pos­suía o poder de fazer os heróis dormirem um sono encan­tado.

Seus fruto é usado principalmente na magia do amor, mas, em certas partes da Índia, é o ingrediente principal em várias maldições poderosas.

Na medicina popular, a lima é usada como emplastro para ferimentos e para tratar de resfriados, dores de garganta e escorbuto.

 

BORDO

O bordo é o símbolo da reserva. Houve época em que seus galhos eramcomumente usados como bastões de adivinhação para localizar águas subterrâneas. Suas fo­lhas são usadas pêlos japoneses nos festivais da florada. Adecocçao feita com suas cascas é utilizada em várias tribos norte-americanas para provocar o vómito.

 

MURTA

A murta é uma árvore verdejante, simbolicamente associada ao amor e ao casamento, e sagrada para muitas deusas do amor. É também símbolo da autoridade, da imortalidade, da morte e da ressurreição.

Guirlandas de flores de murta eram usadas pêlos antigos noivos romanos no dia do seu casamento; mas era também o símbolo do amor ilegal ou incestuoso, e foi muitas vezes banida de várias cerimónias religiosas.

Na magia popular, a murta é usada nos encantamen­tos de amor, nos amuletos, nos afrodisíacos das paixões e nos encantamentos para atrair boa sorte.

 

CARVALHO

O carvalho é uma árvore com várias e antigas asso­ciações mitológicas e mágicas. Na tradição alexandrina de Wicca, o carvalho simboliza os aspectos crescentes do ano do Deus Chifrudo. Era tida como a "árvore do oráculo", pelo filósofo gregoSócrates, e como a mais sagrada das árvores, pêlos antigos druidas celtas, que acreditavam que as fo­lhas possuíam grandes poderes sobrenaturais para curar e renovar as forças. As bolotas (o "fruto" do carvalho) eram comidas pêlos druidas na preparação para realizarprofecias.

Os antigos romanos também acreditavam nos extra­ordinários poderes do carvalho e, para se proteger das forças do mal, eles usavam guirlandas feitas com suas folhas sobre cabeça, como coroas protetoras.

Sacrifícios humanos eram realizados ao deus fenício Baal "sob cada carvalho frondoso" (Ezequiel 6:13), e, na Estónia, o sangue dos animais sacrificados era despejado nas suas raízes, como libação aos deuses.

O carvalho é a madeira tradicional e essencial para as achas do Natal e nas fogueiras do Soistício de Verão. Seus ramos são usados nos encantamentoswiccanianos para atrair boa sorte, e a casca da árvore é transformada em incenso para glorificar deuses e deusas para os quais o carvalho é sagrado. Na medicina popular, o chá de carvalho é usado no tratamento de oxiúros, pedras da vesícula, dentes moles e doenças venéreas.

 

OLIVEIRA

O oliveira é um símbolo da paz e das bênçãos divinas. Seus ramos faziam as coroas que eram usadas pêlos noivos gregos, conquistadores romanos e deuses que viviam no topam do Monte Olimpo. Ramos de oliveira eram colocados em chaminés e sobre as portas para impedir a queda de raios e para afastar feiticeiros, demónios e fantasmas.

A oliveira e seu fruto têm sido usados em encanta­mentos para cura, na magia do amor e nos antigos ritos de fertilidade. Seu óleo é usado para untar velas de altar, abençoar estátuas religiosas e alimentar lâmpadas sagra­das de templos.

LARANJEIRA

A laranjeira é o símbolo do amor eterno, da castidade e da pureza. Suas flores eram usadas como flores de noivado, e seus frutos, pêlos praticantes de Vudu na magia do amor, e pêlos feiticeiros europeus na magia negra complacente.

PALMEIRA

A palmeira é a Árvore da Vida e local de habitação da Deusa e vários mitos antigos. É usada pêlos santeros nos rituais de fertilidade e na magia de trabalhos com o tempo atmosférico.

 

PESSEGUEIRO

Na China, o pessegueiro é emblema da longevidade e símbolo sagrado do ionida Deusa. Acreditava-se que a árvore possuísse forças espirituais fortes, e as varetas mágicas feitas dos seus galhos eram usadas pêlos chineses nos encantamentos de imortalidade, nos rituais de fertili­dade e nos ritos para manter os demónios e espíritos malévolos afastados O pessegueiro, no Japão, simboliza a fertilidade, e sua madeira é usada para bastões divinatórios pêlos rab-domantes.

Varetas de pessegueiro são usadas na medicina popu­lar para tratar problemas de estômago, abdómen inchado e dores no coração. Segundo uma antiga crença, na Itália e nas regiões do sul dos Estados Unidos, as verrugas podem ser curadas, enterrando-se folhas de pessegueiro.

 

PEREIRA

Em várias partes da Europa planta-se uma pereira quando nasce uma menina, e acredita-se que a criança crescerá ou definhará junto com a árvore.

 

PINHEIRO

O pinheiro simboliza a vida, a longevidade e a imor­talidade. A pinha é o símbolo semítico da vida.

Na mitologia japonesa, os espíritos do pinheiro são conhecidos como Jo e Ubá. Essas árvores são o símbolo da fidelidade no casamento, e existem numerosos mitos sobre amantes devotados que foram magicamente transforma­dos em pinheiros.

Os galhos do pinheiro são utilizados em várias ce­rimónias dos nativos americanos, e sua fumaça é usada pêlos indianos para tratar problemas de reumatismo, tosse e resfriados.

Elas são plantadas como "Árvores do casamento" no Tirol e usadas pêlos Bruxos na Europa e nos Estados Unidos com o objetivo de proteção, cura e encantamentos, bem como para atrair o afeto de uma pessoa. O incenso de pinho é comumente usado na magia para desfazer outra, e nos ritos de purificação.

ÁLAMO

O álamo-branco é tido como a árvore do Equinócio do Outono e da antiguidade. Na Grécia pré-helênica, o álamo-preto era usado como "árvore de funeral" e consagrado à Mãe Terra.

No antigo folclore romano, os álamos eram sagrados para o herói Hércules, e, no século 17, na Inglaterra, suas folhas constituíam ingrediente importante nos"caldos-do-infemo" e nos amuletos mágicos.

SORVEIRA

A sorveira (também conhecida como freixo-das-mon-tanhas) tem várias associações mágicas e míticas. Era uma das árvores sagradas dos druidas, e acreditava-se uma proteção contra feitiçaria e espíritos do mal na Idade Média.

Os frutos da sorveira eram usados para curar os ferimentos adquiridos nas batalhas, e acreditava-se que davam ao homem um ano extra de vida. Atualmenteos frutos secos são moídos e transformados em incenses má­gicos que são queimados ritualisticamente para invocar a Deusa, os guias espirituais familiares dos Bruxos ou espí­ritos elementais.

As folhas são usadas em divinaçoes de amar e encan­tamentos ou em rituais destinados a ampliar a criativi­dade poética.

Antigamente a sorveira do Dia dos Bruxos era cele­brada no antigo festival celta de Beltane (Véspera de Maio), que é, agora, um dos quatro grandes Sabáscelebra­dos pêlos Bruxos.

 

SALGUEIRO

O salgueiro, em geral encontrado próximo de poços sagrados, há muito tem sido associado à Bruxaria e ao culto da Deusa. Era tido como sagrado pêlos Bruxos e poetas pagãos, pois todas as suas partes são úteis na prática da magia. A madeira dá varetas excelentes para rituais de cura e magia lunar, e pode também ser usada em talismãs quando se busca a proteçào da Deusa.

Os salgueiros, que são associados tanto à cura como à Primavera, são apropriados para decorar os altares no Candiemas, pois esse Sabá (também conhecido como Imbolc) é o festival de Brígida — a deusa pagã da cura e dos poços sagrados. Eram usados pêlos druidas como amuletos protetores, e, na Idade Média, havia a crença comum de que as famílias dos Bruxos cresciam entre os salgueiros.

No norte da Europa, o salgueiro estava tão ligado à Religião Antiga que até a palavra witch (feiticeira) tem a mesma raiz de willow (salgueiro).

Na China, o salgueiro é reverenciado como a árvore da Imortalidade, e, na Europa, é o símbolo da eloquência.

 

TEIXO

O teixo, como outras coníferas, é conhecido como a "Árvore da Imortalidade"em várias partes do mundo. Era comumente usado na prática da feitiçaria medieval, sendo um dos ingredientes místicos do caldeirão da Deusa-Bruxa Hécate, na peçaMacbeth, de Shakespeare (ato IV, cena l)

Segundo uma antiga superstição popular, o homem ou a mulher que ousar dormir na sombra de um teixo certamente terá morte horrível ou cairá em sono encantado

 

CORRESPONDÊNCIAS ZODIACAIS E PLANETÁRIAS

 

Temos a seguir uma lista de árvores e de seus gover­nantes planetários, bem como de influências astrológicas correspondentes, se é que existem

AMIEIRO: Vénus, Câncer (amiei^o-preto) e Peixes (amieiro comum).

AMENDOEIRA: Sol.

MACIEIRA: Vénus, Libra e Touro.

DAMASQUEIRO: Vénus e Netuno.

FREIXO: Sol.

ÁLAMO: Mercúrio.

ABACATEIRO: Vénus.

BALSAMINA: Mercúrio.

BANANEIRA: Lua; Escorpião.

FIGUEIRA-DE-BENGALA: Júpiter.

LOUREIRO: Sol; Leão.

ÁRVORE-DE-CERA: Mercúrio.

LOURO-DE-CERA: Ver Loureiro.

FAIA: Saturno; Sagitário.

BERGAMOTA: Vénus.

VIDOEIRO: Vénus.

ÁRVORE BO: Júpiter.

BUXO: Saturno.

FRUTA-PÃO: Vénus.

CAJUEIRO: Marte; Escorpião.

CEDRO: Mercúrio.

CEREJEIRA: Vénus; Libra.

CASTANHEIRO: Júpiter.

COQUEIRO: Vénus.

CAFEEIRO: Mercúrio e Urano.

CIPRESTE: Saturno; Capricórnio.

CORNISO: Vénus e Netuno.

SABUGUEIRO: Vénus.

OLMO: Saturno; Sagitário.

EUCALIPTO: Plutão.

FIGUEIRA: Júpiter.

ABETO: Júpiter.

ESPINHEIRO: Marte.

AVELEIRA: Mercúrio

CICUTA: Saturno; Capricórnio.

CARVALHO-SAGRADO: Ver Azevinho.

CARVALHO-DA-VÁRZEA: Ver Azevinho.

AZEVINHO: Saturno; Capricórnio.

JUNÍPERO: Sol e Marte.

COLA: Urano.

LIMEIRA: Júpiter.

MAGNÓLIA: Júpiter.

MANGUEIRA: Lua.

BORDO: Júpiter.

LENTISCO: Marte; Escorpião.

NESPEREIRA: Saturno.

REIXO-DA-MONFTANHA: Lua.

AMOREIRA: Mercúrio e Júpiter.

MIRRA: Júpiter; Aquário.

MURTA: Vénus.

NOZ-MOSCADA: Júpiter e Urano.

CARVALHO: Júpiter; Sagitário.

OLIVEIRA: Sol e Júpiter.

LARANJEIRA: Vénus e Netuno; Leão.

PALMEIRA: Sol; Escorpião.

PESSEGUEIRO: Vénus e Netuno.

PEREIRA: Vénus e Netuno.

FIGUEIRA-DOS-PAGODES: Júpiter.

PINHEIRO: Saturno.

PIPAL: Ver Figueira-dos-pagodes.

PLÁTANO: Vénus e Júpiter.

AMEIXEIRA: Vénus.

ROMÃZEIRA: Vénus, Mercúrio e Urano.

CHOUPO: Saturno.

MARMELEIRO: Saturno.

SORVEIRA-BRAVA: Lua.

SORVEIRA: Saturno.

ESTORAQUE: Sol.

SUMAGRE: Júpiter.

SICÔMORO: Vénus e Júpiter.

TAMARINEIRO: Saturno.

NOGUEIRA: Sol.

SALGUEIRO: Lua.

TEIXO: Saturno; Capricórnio.

 

ÁRVORES DAS DEIDADES PAGÃS, DAS NINFAS E DOS HERÓIS

Temos a seguir uma lista de árvores que são sagradas para as deidades pagas, para as ninfas e para os heróis.

AMIEIRO: Bran.

AMENDOEIRA: Artemis, Attis, Chandra, Hécate, Júpiter, Fillis e Zeus.

 MACIEIRA: Afrodite, Flora, Hércules, as Hespérides, Frey, Idhumm, Pomona e todas as Deusas do Amor.

DAMASQUEIRO: Vénus.

FREIXO: Akka, Marte, Odin, Poseidon e Rauni.

ÁLAMO: Gaia (Mãe Terra), os Maruts, Nunu e Zeus.

ABACATEIRO: Flora e Pomona. BANANEIRA: Kanaloa.

FIGUEIRA-DE-BENGALA: Hina, Shu, Shiva, Vishnu e Zeus.

LOURO: Apoio, Adónis, Buda, Ra, Artemis, Gaia (Mãe Terra), Marte, Hélios,Esculápio e Dafae. FAIA: Baco, Diana, Dionísio e Hércules.

VIDOEIRO: Thor, Kupala e a Senhora das Florestas.

ÁRVORE BO: Buda.

FRUTA-PÃO: Pukuha Kana e Opinéia.

CEDRO: Artemis, Ea e Wotan.

CEREJEIRA: Flora, Pomona e Maya, a Virgem mãe de Buda.

COQUEIRO: Ganimede e Tamaa.

CIPRESTE: Ahura Mazda, Apoio, Artemis, Astarte, Beroth, Cupido, Dis, o Destino, as Fúrias, Hades, Hércules, Jove, Melcarth, Mitra, Ohrmazd, Plutão, Saturno eZoroastro.

CORNISO: Apoio, Consus e Marte.

SABUGUEIRO: as Dríades, Elle, Freya, Holda, Hylder-Moer, Vénus e todas asfiguras de Deusas-Mãe.

OLMO: os Devas, Embla, Ut e Vertumnus.

FICUS: Rômulo e Remo.

FIGUEIRA: Baco, Brahma, Dionísio, Flora, Jesus Cristo, Juno Caprotina, Marte,Maomé, Plutão, Pomona, Zeus e a Grande Mãe indo-iraniana.

ESPINHEIRO: Baco, Dionísio, Tapio, Biblos, Atena, Pa, Ci­bele, Artemis, Diana e outras Deusas lunares.

AVELEIRA: Thor e Chandra.

AZEVINHO: Fauno.

MANGUEIRA: Pattini.

BORDO: Nanabozho.

AMOREIRA: Flora, Minerva, Pomona, e San Ku Fu Jen.

MIRRA: Adónis, Afrodite, Cibele, Demeter, Hécate, Juno, Mara, Mirra, Ra, Rea e Saturno.

MURTA: Alcina, Afrodite, Artemis, Astarte, Dionísio, Ha-thor, Mirsine, Mirtelio e Vénus.

CARVALHO: Alá, Ares, Balder, Blodeuwedd, Brahma, Ce­res, Dagda, Demeter, Diana, Dianus, as Dríades, Hades, Har Hou, Hera, Hércules, Hórus, Janicot, Jeová,Jumala, Júpiter, Kashiwa-No-Kami, Marte, Odin, Perkunas, Perun, Plutão, Taara,Thor, Zeus e todos os Deuses do Trovão.

OLIVEIRA: Amon-Ra, Apoio, Aristeus, Atena, Brahma, Flo­ra, Ganimede,Indra, Júpiter, Minerva, Pomona, Po-seidon, Wotan, Zeus e todos os Deuses solares.

LARANJEIRA: Hera e Zeus.

PALMEIRA: Afrodite, Apoio, Astarte, Baal-Peor, Chango, Hanuman, Hermes, Mercúrio e Sarasvati.

PESSEGUEIRO: Flora, Pomona, Shou-Hsing e Wang Mu.

PEREIRA: Flora, Hera e Pomona.

PINHEIRO: Atti, Cibele, Dionísio, Pa, Poseidon, Rea, Shou-Hsing e Silvano.

PLÁTANO: Helena.

AMEIXEIRA: Flora e Pomona.

ROMÃZEIRA: Du'uzu, Hera, Kubaba, Mercúrio, Perséfone, Saturno e Urano.

CHOUPO: Brahma, Dis, as Helíades, Hércules, Perséfone, Faeton, Plutão e Zeus.

MARMELEIRO: Afrodite e Vénus.

SORVEIRA-BRAVA: todas as Deusas lunares.

ESTORAQUE: Loki, Mercúrio e Thoth.

SICÔMORO: todos os Deuses e Deusas egípcios.

TAMAREIRA: Apoio.

NOGUEIRA: Dionísio.

SALGUEIRO: Artemis, Beli, Brígida, Circe, Hécate, Hélice, Hera, Hermes,Orfeu, Osíris, Perséfone e todos os aspectos de morte da Deusa Tripla da Lua.

TEIXO: Hécate e Saturno.

 

ENCANTAMENTO DO CARVALHO PARA A BOA SAÚDE

 

Para ter boa saúde durante todo o ano, segundo um antigo costume galês, esfregue em silêncio a palma de sua mão esquerda num tronco de carvalho, no dia de São João.

 

DIVINAÇÃO DO AMOR COM AS BOLOTAS DA CARVALHO

 

Coloque duas bolotas num balde cheio com água fres­ca de chuva. Se flutuarem um contra o outro e se tocarem, indicam amor verdadeiro e casamento; se se afastarem, não haverá casamento num futuro próximo.

ENCANTAMENTO COM MURTA PARA AMOR E PAZ

 

Para trazer amor e paz à sua casa, plante uma murta em cada lado da porta de entrada quando a lua estiver no signo de Touro ou de Libra.

BÊNÇÃO PARA CASA

Para abençoar uma casa e exorcizar todas as energias negativas, pendure um galho de louro-de-cera, queime Bores de sabugueiro ou incenso de pinho, ou coloque folhas ie sorveira em cada cómodo numa noite de lua cheia.

 

 

ENCANTAMENTO PARA DAR BOA SORTE

Numa noite, quando a lua estiver na fase crescente, queime agulhas secas de junípero sobre carvão em brasa como poderoso incenso mágico para atrair boa sorte. Um amuleto feito de frutos secos de junípero pode também ser usado para trazer boa sorte.

 

10 A Magia nos Sonhos

A Magia nos Sonhos é tão antiga quanto a humani­dade e sempre desempenha papel importante na Arte Wicca. Os sonhos são vistos como o presságio em que melhor podemos confiar, e, desde os primórdios da huma­nidade, Bruxos, sacerdotes e sacerdotisas pagãos e xamãs os têm utilizado para advinharo futuro. (O termo técnico usado para a arte e a prática da divinação pêlos sonhos éQuiromancia.)

Existem vários tipos diferentes de sonhos: pesadelos ou imagens torcidas que, muitas vezes, são causadas por pressões do ambiente ou por problemas físicos, sonhos causados por emoções suprimidas, experiências fora do corpo (também conhecidas como projeçÕes astrais) e so­nhos proféticos, que são sonhos vívidos relacionados a acontecimentos futuros.

Um número significativo de sonhos é de natureza profética, especialmente aqueles que acontecem três noites seguidas, de acordo com a tradição popular. Os sonhos proféticos, quando corretamente interpretados, po dem revelar o futuro, tanto por quadros diretos como por simbolismo.

Quando aparecera imagens sagradas ou transcenden­tais num sonho, chamamos de sonho elevado.

Os sonhos telepáticos (também conhecidos como so­nhos PÉS) são experiências nas quais aquele que sonha capta as energias do pensamento de outra pessoa ou espí­rito. (Sonhos dessa natureza em geral estão ligados a acontecimentos atuais.)

Os sonhos psíquicos contêm mensagens importantes, avisos e outras comunicações. Esse tipo particular de sonho é frequentemente tão forte e profundo que acorda quem está sonhando.

O sonho lúcido é aquele no qual a pessoa que sonha está conscientementesabendo que está sonhando.

Os sonhos são altamente simbólicos, sendo impor­tante registrá-los num livro ou diário logo ao despertar para não os esquecer mais tarde. (Segundo certas supers­tições folclóricas, é considerado sorte alguém esquecer o sonho da noite anterior.) Após registrá-los (e também os pesadelos), você poderá estudá-los quanto a padrões e símbolos que se repetem e interpretá-los utilizando um dicionário de sonhos.

Existem, atualmente no mercado, vários dicionários desse tipo, como também livros que os analisam. Encon­tram-se em quase todas as livrarias. Alguns contêm inter­pretações de simbologia onírica, outros, superstições e antigas crenças, e alguns, a combinação de ambos os enfoques.

Uma das obras mais antigas e formais da interpreta­ção de sonhos é "ATreatise ofthe Interpretation ofSundry Dreams", originalmente publicada no início do século 17. Contudo, o mais antigo dicionário publicado sobre sonhos e seu significado oculto é provavelmente a obra em quatro volumes do adivinho gregoArtemidorus.

Vários sonhos de natureza profética podem ser deli-beradamente induzidos por meio de meditação, encanta­mentos mágicos, rituais e até de bebidas feitas com ervas.

Para sonhar sobre o futuro, de acordo com uma antiga crença folclórica do País de Gales, uma pessoa deve juntar brotos de visco no dia de São João e colocá-los debaixo do travesseiro antes de dormir.

Para ter sonhos proféticos, pegue uma rosa vermelha durante as primeiras horas da manhã no soistício de Verão e fumigue-a por cinco minutos sobre uma brasa de enxofre. Num pedaço de pergaminho escreva o seu nome e o nome do seu amor. Enrole a flor no pergaminho, sele três vezes com cera e enterre tudo, no mesmo local onde a rosa foi colhida. À meia-noite do sexto dia do sétimo mês, desen­terre a rosa e durma com ela sob o travesseiro por três noites seguidas.

Segundo um velho livro de magia e divinação folcló­rica, para ver o futuro esposo num sonho, pregue nove parafusos na omoplata de uma lebre e coloque-a sob o seu travesseiro numa noite de lua cheia.

Para receber um sonho do seu futuro marido ou esposa, coloque duas folhas de louro sob seu travesseiro no Dia de São Valentim antes de ir para a cama.

Numa noite de lua cheia, coloque sob seu travesseiro a carta do taroconhecida como "Os Enamorados" para provocar sonhos proféticos sobre o seu futuro amor.

Para fazer solteirões sonharem com suas futuras noivas, de acordo com um tratado medieval sobre divina­ção nos sonhos, misture pó de magneto e pó de coral com o sangue de um pombo branco até formar uma massa. Coloque-a dentro de um figo grande, enrole num pedaço de algodão azul e use-o em torno do pescoço quando dor dormir.

Para sonhar com o futuro marido, durma com uma combinação, uma liga de meia, raízes de margaridas, uma cebola ou um pedaço de bolo de casamento debaixo da cabeça. Amarre um galho do choupo em suas meias compri­das ou soquetes e coloque-as debaixo do travesseiro ou esfregue suas têmporas com algumas gotas de sangue de pomba antes de ir dormir.

Para sonhar com seu futuro casamento, segundo um antigo método irlandês de divinação por sonhos, junte em silêncio folhas de hera numa noite de Samhain.Jogue fora uma das folhas e coloque as restantes debaixo do traves­seiro antes de ir dormir.

Para sonhar com o futuro esposo ou esposa Junte nove folhas de azevinho "fêmea" ao soar da meia-noite de uma sexta-feira (dia da semana governado por Vénus). Colo­que-as num lenço de três pontas com nove nós e bote o encantamento debaixo do seu travesseiro antes de ir dormir.

NOTA: Esse encantamento não funcionará se você falar alguma coisa, até mesmo uma palavra, antes do nascer do sol seguinte.

Arranque um pouco de milefólio de um cemitério e coloque-o sob seu travesseiro à noite, antes de ir dormir. Seu amor aparecerá para você em sonho.

 

ENCANTAMENTO DO MILEFÓLIO PARA VISUALIZAR O SEU AMOR

 

Para receber a visão em sonho psíquico do seu futuro amor, costure 30g de milefólio num pequeno quadrado de flanela vermelha e coloque-o debaixo de seu travesseiro à noite antes de ir dormir. Feche os olhos e recite essas palavras mágicas:

^OH ERVA DA ÁRVORE DE VÉNUS, TEU NOME VERDADEIRO É MILEFÓLIO. QUEM SERÁ O MEU VERDADEIRO AMOR, EU TE IMPLORO QUE ME DIGAS AMANHAI

 

ENCANTAMENTO PARA SONHOS PROFÉTICOS

Para invocar um sonho profético, realize esse encan­tamento quando a lua estiver cheia e no signo de Escorpião ou Aquário. (Para resultados melhores, é aconselhável jejuar, ingerindo somente água por um dia inteiro antes de realizá-lo.)

Num caldeirão (ou numa grande chaleira) com água fervendo, coloque uma pitada de: areia branca, pó de olho-de-gato (pedra preciosa) e fuligem de uma chaminé velha. Usando um almofariz e um pilão, triture e mis­ture uma pequena quantidade de erva-de-são-joão, olí-bano, língua-de-cobra e raiz de mandrágora.Junte três colheres, das de sopa, de mistura de erva-trepadeira à água do caldeirão e mexa cuidadosamente com uma colher bem grande de madeira, enquanto recita a se­guinte reza mágica:

ERVA-DE-SÂO-JOÃO COLHIDA NA NOITE, OLÍBANO E Pó DE LÍNGUA-DE-COBRA BRANCA, E RAIZ DE MANDRÁGORA, OLHO-DE-GATO EM PÓ, E FULIGEM DE CHAMINÉ, EU MISTURO NESTE CALDEIRÃO A FERVER PARA INVOCAR UM SONHO PROFÉTICO.

Deixe a mistura ferver por alguns momentos e retire o caldeirão do fogo.

Após ter esfriado, prepare um banho e adicione algu­mas gotas na água. Acenda uma vela de cor púrpura e coloque próximo da banheira. Tire as roupas e molhe seu corpo no banho relaxante de ervas enquanto fixa o olhar na chama de vela. Abra seu coração e sua mente para a Deusa e entoe Seu nome em voz alta ou telepaticamente até sentir Sua Divina presença penetrar você.

Após o banho, envolva-se numa roupa branca ou púrpura, salpique um pouco da bebida num círculo à volta da sua cama e diga:

EU CONSAGRO ESTE CÍRCULO DE SONHO EM NOME DA DEUSA. ABENÇOADO SEJA!

Salpique, então, um pouco da bebida sobre o traves­seiro e deite-se para dormir. Antes de o sol levantar você terá um ou mais sonhos proféticos.

ERVAS PARA A MAGIA DOS SONHOS

 

Essas ervas são tradicionalmente usadas pêlos Bru­xos nos travesseiros, para ter sonhos mágicos, ou em poções para induzir visões em sonhos proféticos:língua-de-cobra       malmequer agrimônia, visco anis, artemísia, cânfora, cebola,quelidônia  (menor), hortelã-pimenta, canela, bolsa-de-pastor, margarida, rosa, azevinho, erva-de-são-joão, lúpulo, verbena, hera, vervena verbena-limão,absinto, raiz de mandrágora, milefólio

 


 

Texto Completo e Tradicional

das Ordenações Célticas

Como uma adaptação do livro original em Galês (de Gales próximo à Grã-Bretanha), intitulado Llyfr y Doethineb (o Livro da Sabedoria). Existem diversas variações deste livro, porém as interpretações da verdade Wiccaniana conduzem ao mesmo princípio fundamental. Por ser um compêndio Celta extremamente antigo, tomei a liberdade de adaptar o texto para a linguagem de nossos dias -sem mudar seu contéudo e idéia central - de forma que todos possamos entender claramente as Leis da Arte tão confundidas e às vezes desconhecidas. O Livro das Sombras nada mais é do que um álbum de anotações dos bruxos e feiticeiras, contendo registros do regulamento secreto das Ordenações Célticas. Este registro é composto por textos especiais, aceitos e que transcendem a antigüidade até os dias de hoje. O texto a seguir disposto aqui revelará a própria lei dos bruxos e não se deve confundi-lo com pactos diabólicos dos satanistas ou de magos negros. As Leis aqui mencionadas nos ajudarão a edificar o espírito e renovar nossas vidas através do bem comum. Será enfatizada uma relação pacífica de amor a todas as formas de vida e ao mundo em que residimos, a saber nas Leis dos Bruxos e Feiticeiras.



O Livro das Sombras

Texto Completo e Tradicional das Ordenações Célticas

 



I - Esta é a Lei, antiga e aceita, tal como se prescreveu.

II - Ela foi feita para os adeptos, por guia, ajuda e conselho em todas as suas aflições. 

III - Cumpre aos adeptos reverenciar os Deuses e Deusas, obedecendo-lhes a tudo que for dito, na conformidade de seus mandamentos; eis que foram propostos para esses mesmos adeptos, e isto se fez por seu bem; assim como a reverência aos Deuses e Deusas bem é de sua conveniência. Na verdade, os Deuses, assim como as Deusas, amam os que se confraternizam e chama-se irmãos, nos círculos dos iniciados. 

IV - Tal como um homem ama a sua mulher, não devem os adeptos ocupar o domínio dos Deuses e Deusas, mas sim promovam amá-los através de atos e manifestações deste sentimento. 

V - É necessário que o círculo dos adeptos, o qual templo é dos Deuses e das Deusas, seja levantado e purificado, pois assim lugar merecido será, onde estarão Deuses e Deusas em presença. 

VI - E os adeptos se prepararão, e estarão purificados, a fim de que possam ir à presença dos Deuses e diante das Deusas. 

VII - E os adeptos elevarão forças com poder, desde seus corpos, para que, repletos, tornem o poder aos Deuses e Deusas, tanto com amor quanto reverência no íntimo de seus corações.

VIII - Tal como doutrina foi estabelecida, do passado; pois tão-somente assim é possível haver comunhão entre homens e Deuses; e entre Deusas e homens; visto que nem podem os Deuses, assim como as próprias Deusas, estender seu auxílio aos homens, sem a mesma ajuda destes. 

IX - E uma haverá a Suma Sacerdotisa, a qual regerá o círculo dos adeptos, como elo de ligação dos Deuses, assim como das Deusas. 

X - E haverá um Sumo Sacerdote que a sustentará nos seus feitos, como representante dos Deuses, assim como das Deusas 

XI - E a Suma Sacerdotisa escolherá a quem bem queira, desde que baste em hierarquia, para que lhe dê assistência, na condição de Sumo Sacerdote.

XII - Atentando-se a que, tal como os próprios Deuses lhe beijaram os pés, a Arádia (deusa suprema), e por cinco vezes a saudaram, depondo seus poderes aos pés das deusas, em submissão - pois que eram elas juvenis e dotadas de toda beleza, e em si habia gentilezas como havia doçuras; sabedoria como justiça; humildade e generosidade.

XIII - Assim mesmo a ela confiaram todos os poderes divinos que eram de sua própria característica.

XIV - Eis que porém, a Suma Sacerdotisa deve ter em espírito que todos os seus poderes emanam dos Deuses, e das Deusas também. 

XV - E os poderes lhe são cedidos tão-somente por uns tempos, para que deles usem; com sabedoria e bom-senso que assim os usem. 

XVI - E portanto, sempre que esta Sacerdotisa vier a ser julgada pelo Conselho dos que são adeptos, a ela caberá aceitar a renunciar o poder - de boa vontade - em favor de uma mulher que seja mais jovem. 

XVII - Porque a Suma Sacerdotisa, quando legítima, há de reconhecer que uma de suas virtudes mais sublimes é ceder a honra de sua posição, em gesto de boa vontade, para aquela outra mulher que deve sucedê-la. 

XVIII - E por compensação de seu ato, ela voltará a esta posição de Suma Sacerdotisa numa vida futura, com poder e suprema beleza, sempre aumentados, pois assim é a prescrição da Lei. 

XIX - Ora, nos tempos antigos, quando a Lei entre os adeptos se estendia aos longes, vivíamos em gozo de liberdade; e nossos cultos e ritos tinham por local os mais nobres dos tempos. 


XX - Mas correm agora dias infelizes, em que precisamos celebrar em secreto os nossos sagrados e santos mistérios.

XXI - E hoje que esta seja a Lei: que ninguém que não seja adepto possa estar presente a estes nossos mistérios; porque muitos são aqueles que não nos tem afeto; e a língua do homem na tortura se desata. 

XXII - E hoje que esta seja a Lei: que nenhum dos locais de nossos círculos de adeptos sejam conhecidos pelos desafetuosos ou sejam por ali estejam.

XXIII - E nem saibam quem são nossos membros, com exceção apenas do Sumo Sacerdote e da Suma Sacerdotisa, bem como aquele que conduza as mensagens nas anunciações. 

XXIV - E não se estabelecerá relação entre um e outro círculo de adeptos; salvo por mediação daquele que faz a anunciação dos Deuses, ou leva a palavra das convocações dos círculos.

XXV - E quando tudo esteja muito a salvo, é dito aos círculos dos adeptos que se encontrem em lugar determinado, em segurança, para celebração das grandes festas. 


XXVI - E enquanto ali se acharem, nenhum dos presentes dirá de onde veio, enm seus nomes reais se farão conhecidos. 

XXVII - E isto é para que, se algum deles for torturado ou interrogado, não possa, em sua agonia, dizer o que lhe mandam, pois não o sabe.

XXVIII - E fique este mandamento: que nenhum irmão ou irmã diga a um estranho à Lei, quem são os adeptos; que não declare nomes, nem contará onde se reúnem; nem por qualquer forma ou maneira, trairá algum de nós aos que nos perseguem para a morte. 

XXIX - Nem se dirá onde fica o lugar do Grande Conselho dos Adeptos. 

XXX - Nem tampouco, a Sua Própria Sede, onde se encontram os seus companheiros Círculo, em particular. 

XXXI - Nem onde serão os encontros do Círculo que fazes parte. 

XXXII - E se alguém infringir as Leis, ainda que na sua agonia dos suplícios, sobre sua cabeça desabará a maldição da Grande Deusa, de tal modo que nem venha a renascer nestes elementos conhecidos por nós, e que sua permanência eterna seja no inferno dos que se dizem cristãos. 

XXXIII - E que, cada uma dentre as Sumas Sacerdotisas presida sobre seu próprio Círculo, distribuindo amor e justiça, com ajuda e conselho do Sumo Sacerdote, e dos mais antigos, dando ouvido em constantes ocasiões, ao que traz a mensagem dos Deuses, nas anunciações que ocorrerem. 

XXXIV - E ela dará ainda mais ouvidos às observações dos que se dizem irmãos; e todas as disputas e diferenças que haja entre eles sejam de sua responsabilidade. 

XXXV - Entretanto, força é reconhecer que haverá em todos os tempos, adeptos discutindo com rivalidade para forçar suas decisões e vontade a outros. 

XXXVI - Não que isso em si seja mau.

 XXXVII - Porque muitas vezes, se expressam boas idéias; e as que sejam boas devem ser discutidas em Conselho. 

XXXVIII - Mas havendo divergência ou incoerência quanto às idéias, no confronto dos irmãos e irmãs, ou se for dito: 


XXXIX - " Não aceitarei as ordens da Suma Sacerdotisa", 

XL - É bom que se saiba: a Lei antiga sempre foi da conveniência dos adeptos unidos, e assim se evitarão disputas. 

XLI - E quem discordar terá o direito de estabelecer um novo círculo de adeptos; e isso também é necessário quando um de seus membros precisar afastar-se, indo morar em local distante das Sedes, ou quando as vinculações ficarem perdidas entre o Círculo e esse adepto em particular.

 XLII - E qualquer um que tenha sua moradia perto das Sedes dos Círculos dos adeptos, mas se mostre desejoso de estabelecer novo Círculo, assim o dirá aos mais antigos, declarando-lhes sua intenção. E isto dito, poderá afastar-se na mesma hora, e buscar outro lugar distante. 

XLIII - Ainda assim, os que sejam membros de um Círculo antigo poderão mudar-se para o novo. Mas se o fizerem, é necessário removerem-se para sempre, do local do Círculo antigo, do qual faziam parte. XLIV - Os mais antigos, do novo e do velho Círculo, porém, decidirão em entendimento mútuo, e com amor fraterno, sobre as novos rumos em que devem se firmar, na separação dos dois Círculos de adeptos da Lei.

 XLV - E os praticantes da Arte que tenham suas moradias em local distante dessas ambas Sedes, fora de seus limites, poderão pertencer a um ou outro destes, e não aos dois no mesmo tempo.

XLVI - Entretanto todos poderão sob permissão dos mais antigos, comparecer aos festivais solenes, desde que haja paz e fraternal afeto entre os presentes. 

XLVII - Mas quem leva a desavença ao seio dos Círculos dos adeptos é réu de punição severa, e para tanto se fizeram as velhas leis: assim, que a maldição da Suprema Deusa lhe desabe sobre a cabeça, a toda Lei que desconsiderar. E tal é o mandamento. 

XLVIII - E se tu tiveres contigo um Livro Das Sombras, que este seja escrito por tua letra e de teu punho. Mas se qualquer dos irmãos ou das irmãs, for desejoso de ter uma cópia, assim será por certo; mas não deixes nunca que tal livro te saia das mãos; e nem tragas contigo, nem tenhas sob tua guarda aquilo que outra pessoa escreveu e que o seja de letra e punho deste. 


XLIX - Eis que se tal livro for encontrado com outra pessoa, e seja de tua letra, esta pessoa poderá ser levada a julgamento.

L - E que cada um tenha consigo o que seja de sua mesma escrita e próprio punho, destruindo o que deva ser destruído, toda vez que estiver sob ameaça e risco maior.

LI - E que o que aprenderes seja perfeitamente sabido; mas, passado o perigo e afastados os riscos, escreverás em teu Livro, quando houver segurança; e o que antes tiveres escrito e destruído, nessas ocasiões o reescreverás.

LII - E se for sabido que algum dos adeptos morreu, será dever a destruição deste seu Livro Das Sombras, e de semelhantes, para que não caia em mãos erradas, entre profanos.

LIII - Prova constituirá, certamente, contra aquele profano que tiver o Livro de um dos irmãos da Arte, pois não é filho da Lei.

LIV - E contra também aos profanos que nos oprimem e dizem: "Ninguém é bruxo e está sozinho". 


LV - Portanto todos os teus parentes e amigos podem se encontrar sob risco de torturas e investigações,

LVI - E isto é a razão porque tudo o que se escreveu deve ser destruído.

 LVII - Mas se teu Livro Das Sombras for achado contigo, isto se demonstrará contra ti e somente tu serás citado às cortes profanas.

 LVIII - Guarda em teu coração aquilo que se sabe da Arte. 

LIX - E se o suplício for tamanho que não possas suportar, então dirás: "Confessarei porque não sou capaz de resistir a estes tratos." 

LX - Mas que pretendes dizer? 

LXI - E se tentarem fazer com que fales sobre teus companheiros, não o faças. 

LXII - Mas se tentarem fazer com que fales de coisas impossíveis, das que não são usuais entre bruxos, tal como voar com cabos de vassouras; ter pactos com demônios, desses em que crêem os cristãos; sacrifícios de crianças,

LXIII - sacrifício de Virgens e inocentes; ou insinuações de canibalismo; poluição e profanação de hóstias; missas negras que se rezam nos ventres das mulheres devassas; poços de urina onde se profanam as coisas santas; ungüentos de invisibilidade; secar os leites das vacas; fazer cair granizo; moverem-se objetos pesados; danças em sabás presididas por Satanás, que recebe no ânus o beijo dito infame; se por fim, indagarem destas coisas,

LXIV - Dirás para que tenhas alívio dos padecimentos que te inflijam: "Sim! Acho que tive pesadelos; ou meu espírito foi arrancado; ou me parece que tive um momento de insanidade e loucura". 

LXV – Na verdade algumas autoridades têm compaixão; e se houver pretexto, poderão até agir com misericórdia. Cautela com frades e fanáticos.

LXVI - Se disseres algo, porém, que te comprometa, ou a outros companheiros, não te esqueças de negá-lo depois, desmentindo tudo, para afirmar - durante os maus-tratos - que nem saibas do que falavas. 

LXVII - E se te condenarem, não tenhas cuidado.

LXVIII - É que teus irmãos, dos Círculos dos adeptos, são gente de poder e te ajudarão a fugir, desde que não percas a firmeza nem desates a língua. Se contudo, te traíres, ou aos demais, já não te restará esperança de salvação, nem nesta vida nem na futura. 

LXIX - Não te inquietes: se em tua firmeza te conduzirem à fogueira do suplício - para o desfrute dos cristãos e de seus demônios- teus irmãos te ministrarão drogas suavizantes, e te haverá conforto, e nem sofrerás dores. Para a morte partirás tranqüilo, e para o consolo do além, que é o êxtase nos braços da Deusa Suprema. 

LXX - e teu gozo nao será o da CARNE, mas sim do ESPIRITO, que é na sua purificação, e elevação, que os adeptos se dedicam as suas obras.

LXXI - Mas para evitar que sejas descoberto, teus instrumentos de Arte serão bem simples, como os que são encontrados nas casas comuns dos profanos; e entre eles não se dirá nada.

LXXII - É bom que os pentáculos sejam feitos de cera, de modo que logo se rompam, e mais rápido sejam derretidos, como qualquer obra artesanal. 

LXXIII - Em tua casa não terás armas, nem espada, a menos que as permita tua hierarquia no Círculo. 

LXXIV - Em tua casa nao gravarás simbolos, nem sinais, nem nomes que soem estranhamente. Nem em nada os escreverás. 

LXXV - Quando for necessário seu uso, então escreverás com tinta, o que tiveres de traças e escrever, no momento das consagrações; e passadas estas, com a obra terminada, tu apagarás tudo tão logo não seja necessário continuar escrito.

LXXVI - Nos punhos das armas quando te forem permitidas, mostrarás quem és entre os adeptos, mas não o saberão os PROFANOS, nem os que te perseguem.

LXXVII - Nelas não farás gravuras, nem inscrições, para que pelos símbolos não conheçam tua condição, que assim serias traído. 

LXXVIII - Não te esqueças nunca que és um dos filhos secretos da Deusa Suprema; assim não desgraçarás a ti, nem a teus irmãos, nem a entidade divina. 

LXXIX - Seja modesto; Não uses de AMEAÇAS; não digas jamais que desejarias a PERDA ALHEIA, ou que te seria possível CAUSAR DANO a alguém. 

LXXX - E se por acaso alguém que não seja do Círculo dos adeptos, se referir à Arte, lhe dirás: "Não me fales dessas coisas, que elas me apavoram". 

LXXXI - E o motivo para que assim procedas é que os que se declaram cristãos costumam por espiões por toda parte. Eles se gostam da perda e danos alheios, e pretextam e protestam afeto. E muitos são fingidos por sentir afinidade com a Arte e desejar reverenciar os deuses antigos. 

LXXXII - Muitas vezes os propósitos cristãos são maus. Aos tais se negue sempre o conhecimento das verdades ocultas.

LXXXIII - A outros interessados na Arte porém se dirá: "Falem aos homens que feiticeiras e bruxos que voam pelos ares cavalgando vassouras é pura estupidez. E para que isto fosse possível, haveriam de ter pelo menos a leveza dos flocos que a brisa sobre das árvores. E se diz que bruxas e bruxos são feios e vesgos; sempre velhos e feios. Que prazer terá alguém em estar nas suas assembléias ou sabás, segundo o personagem criado que estes profanos dizem existir?" 


LXXXIV - E acrescente: "Os homens de bom senso sabem que tais criaturas não existem de verdade". 

LXXXV - Procura sempre ter como passageiras estas tais coisas; que algum dia hão de acabar as perseguições e a intolerância, quando voltaremos em segurança, a reverenciar os Deuses do passado. 

LXXXVI - Oremos para que venham dias mais felizes. 

LXXXVII - Que as bençãos da Suprema Deusa e dos Deuses sejam com todos aqueles que respeitam estas Leis e obedecem aos mandamentos. 

LXXXVIII - E se por acaso há alguma propriedade característica da Arte, seja ela mantida, cooperando todos a preservá-la em sua simplicidade e pureza, para bem de cada um dos adeptos. 

LXXXIX - E se algum dinheiro ou valor do bem comum for confiado a qualquer um dos adeptos, que ele cuide de agir honestamente. 

XC - E se algum dos irmãos do Círculo realizar de fato alguma tarefa, é justo que se lhe dê uma recompensa; porque não se trata aqui de receber pagamentos por obra da Arte, mas sim por recompensa de trabalho honrado.

XCI - Isto o permite a Lei, com boa-fé. E mesmo os que se dizem cristãos falam assim: "O jornaleiro é digno de seu salário", e tais palavras estão em suas Escrituras. Entretanto, se algum dos irmãos quiser trabalhar, em algum serviço para o bem da Arte, e por amor que lhe tem, sem receber qualquer recompensa, a ele e a todos do Círculo lhes recaíram grande Honra. A Lei o permite, e o mais que se ordenou. 

XCII - E havendo alguma disputa ou discussão entre os adeptos, rapidamente a Suma Sacerdotisa reunirá os mais antigos, ouvindo-se todos os fatos e partes, cada um por sua vez e ao final em conjunto. XCIII - A seu tempo se decidirá com justiça, sem que o sem razão seja favorecido.

XCIV - Sempre se reconheceu existirem aqueles que não concordam em trabalhar sob ordens dos outros.

XCV - Mas ao mesmo tempo foi reconhecido que existem os que são incapazes de julgar com justiça, ou dirigir com boa-fé.

XCVI - E quanto aos que são incapazes de obedecer, mas só cismam de mandar e dirigir, eis o que se lhes dirá:


XCVII - "Não fiquem neste Círculo, ou estejam em outro, ou ainda saim a organizar seu próprio Círculo, ou nele mandem, levando consigo os que os acompanhem".

XCVIII - E os que forem inconciliáveis, estes se retirem.

XCIX- Eis que ninguém pode estar num mesmo círculo em que se apresentem aqueles com os quais não estejam em harmonia. 

C - Os que discordem de seus irmãos não podem conviver com eles na prática da Arte, mas esta há de permanecer com a ausência dos mesmo, que tal é o nosso mandamento.

CI - Nos tempos antigos, quando éramos poderosos, nada impedia que usássemos da Arte contra todo que atentasse contra nossos irmãos e irmãs. Nestes dias, porém, quando impera o mal, não devemos agir desta sorte. Eis que nossos desafetos inventaram uma abismo onde arde o foto eterno, no qual, a seu dizer, seu próprio deus lança todos aqueles que o adoram, salvo uns muitos poucos eleitos, que são salvos por mediação de sacerdotes, por mieio de práticas, ritos, missas e sacramentos. E nisto tem muito peso o dinheiro, quando dado em abundância; e os favores dessa lei se pagam alto e caro, em ricas doações, porque a sua igreja é sempre sedenta e faminta de bens palpáveis. 

CII - Nossos Deuses, porém, nada exigem, nada pedem, requerendo, ao invés, nosso auxílio, para que sejam abundantes as colheitas, e entre os homens e as mulheres haja fertilidade, e nada lhes falte; visto que manipulam o poder que levantamos na grande obra dos Círculos dos adeptos; e como os ajudamos, na mesma medida somos ajudados.

CIII - A igreja, contudo, dos que se dizem cristãos, carece da ajuda dos seus; para que a utilize, não para algum bem, mas para nosso mal; para descobrir-nos, perseguir-nos, destruir-nos; E suas ação não tem fim. E seus sacerdotes ousam afirmar-lhes que os que buscam nosso auxílio serão prejudicados eternamente no fogo do inferno. E isto de causar temor é que induz à loucura.

CIV - Tais sacedortes acenam-lhes com uma oportunidade de salvação, fazendo-os crer que, alimentando-nos, escaparão eles a seu próprio inferno, como o chamam. Eis porque vivem todos os que se dizem dessa lei a espionar-nos, pensando em seu coração: "Basta-me apanhar um só desses bruxos, ou uma só dessas feticiceiras, para que me furte ao abismo do fogo eterno". 

CV - Assim pois temos de nos refugiar em abrigo ocultas; e os que nos buscam, e não nos acham, usam dizer: "Já não os há; ou se algum existe, seu lugar não é aqui, ou bem remoto".

CVI - Porém, quando vem a perecer algum dos que nos oprimem, seja por qualquer meio de morte ou até doenças; ou mesmo adoece, logo dizem: "Ora, trata-se de malícia dos tais bruxos". Com isto tornam à caçada. E ainda quando matem dez ou mais dos legítimos por um só verdadeiro dos nossos, isto não os preocupa. É que seu número se conta em muitos milhares. 

CVII - Mas nós sabemos o quão poucos somos, e nossa Lei é nos rege. 

CVIII - Por isto mesmo nenhum dos nossos recorrerá à Arte por VINGANÇA, nem para CAUSAR DANO a ninguém.

CIX - E por mais que nos maltratem, injuriem e ameacem, a nenhum se causará MAL. E nos dias que correm, inúmeros são os que descrêem em nossa existência. E isto é bom.


CX - Assim portanto, estaremos sempre ajudados desta Lei, em nossas dificuldades; mas ninguém dos nossos - por maiores injustiças que possa vir a receber, usará os poderes em punição dos culpados, nem causará qualquer dano. Os adeptos poderão após consulta entre seus irmãos da Arte, recorrer a esta, conforme for determinado, para resguardo contra perseguições movidas pela igreja que nos injuria, não porém, para levar castigo aos dessa que o mereçam. 

CXI – Em tal fito, o injuriado assim dirá: "Eis que surge um perseguidor combatente, e investiga nossas ações, indo em perseguição de pobres anciãs, das que estão à vontade na Arte, ou disto suspeita; ninguém entretanto lhe fez mal por esta causa, e isto mostra realmente que elas não poderiam em nada ser feiticeiras, por não praticarem malícias; ou então, na verdade não existem, ou já não existem bruxos ou bruxas.

CXII - É fato notório que muitos têm sido mortos, porque alguém lhes tinha algum ressentimento; ou então foram perseguidos por se saber que possuíam dinheiro, ou outra forma de bens passíveis de seqüestro, e nem se contavam entre os adeptos; ou ainda, não dispunham de meios para subornar os agentes da perseguição. E muitas, ainda foram mortas por serem velhas rabugentas ou resmungonas. Na verdade se diz entre os que nos perseguem, que somente as velhas costumam ser bruxas.

CXIII - E isto coopera para nossa vantagem e proveito, desviando-se de nós a suspeita do que somos. 

CXIV - Graças ao sigilo, muito tempo é passado, na Escócia, como em Gales e na Inglaterra, sem que se tenha punido de morte algum adepto. Entretanto, qualquer abuso de nossos poderes tornaria a causar as perseguições obsessivas. 

CXV - Dizemos aos nossos irmãos que não infrijam a Lei, por maior que lhes seja a tentação de fazê-lo; e jamais permitam que haja infrações destas, a mínima que seja. 

CXVI - E se alguns dos nossos vier a saber que se infrigiu a Lei, breve será a sua reação contra esse risco.

CXVII - E qualquer Suma Sacerdotisa ou Sumo Sacerdote que possa concordar com essas infrações, é réu de culpa, e a retirada de seu posto será seu castigo; visto que seu consentimento implica risco de que o sangue de nossos irmãos seja derramado, e algum deles seja levado à morte pelos eclesiásticos da igreja que nos persegue. 

CXVIII - Mas que se faça o bem, e com determinação e em segurança. 

CIX - Todos os membros dos nossos Círculos se mantenham no respeito da Lei, venerável e antiga. 

CXX - E que nenhum dos nossos aceite, NUNCA, algum pagamento por serviços da Arte, pois o dinheiro é como mancha que marca aquele que o recebe. Na verdade é coisa muito sabida que somente os MALÉFICOS - que praticam a Arte Negra, e conjuram os mortos - e os sacerdotes da igreja aceitem dinheiro pelo que fazem; e nada fazem sem que lhes haja bom pagamento. E vendem, ainda mesmo, o perdão das almas, para que os maus se furtem à punição dos pecados.

CXXI - Que nossos irmãos não sejam destes ou como eles. Se um dos adeptos aceitar dinheiro, ficará exposto às conseqüências por usar a Arte para a causa do mal. Mas se não o fizer, assim não será, certamente. 

CXXII - Todos contudo podem utilizar a Arte em seu proveito e bem próprio, ou para a glória e bem da Arte, desde que haja certeza de que NÃO CAUSARÁ MAL A NINGUÉM. 


CXXIII - Que todas estas coisas antes, entretanto, sejam conselho entre os adeptos, em seu próprio Círculo. E as resoluções serão prudentes e meditadas. Somente se usará a força da Arte havendo o acordo mútuo de opiniões de que ninguém sofrerá, ou de que não sobrevirá o mal. 

CXXIV - Mas quando não houver maneira possível de se conseguir o pretendido segundo se determinou, será talvez possível que os mesmos fins sejam alcançados de outros modos, sem que haja dano, nem aos nossos, nem aos profanos. E que a maldição da Deusa Suprema seja sobre a cabeça de todo aquele que infringir esta nossa Lei. Este é o mandamento. 

CXXV - E entre nós se considera justo e legal que, caso um dos adeptos possa estar precisando de casa ou moradia, ou terras, e ninguém queira vender-lhe, podem os adeptos usar a Arte para inclinar os corações e disposição de quem as possua, desde que não haja prejuízo sob qualquer forma, pagando-se sem maiores discussões o preço justo que for exigido. 

CXXVI - Que nenhum dos nossos menospreze os valores que pretenda adquirir, nem venha a discutir, se comprando algo por persuasão da Arte. Este é o mandamento. 

CXXVII - É velha lei, e a mais importante das nossas, que ninguém dentre os adeptos da Wicca venha a fazer coisa alguma a qual possa implicar PERIGO a seus irmãos na Arte; ou outro ato que os coloque ao alcance da lei comum da terra, ou à mercê de quaisquer perseguidores, civis ou eclesiásticos. 

CXXVIII - E passada a rivalidade, o que é lamentável, entre os irmãos, nehhum deles pode invocar alguma lei senão aquelas da Arte.

CXXIX - Ou nenhuma jurisdição ou tribunal, salvo o da Sacerdotisa ou do Sacerdote, de seu Círculo, e também dos mais antigos entre os adeptos.

 CXXX - E não se proíbe aos adeptos dizerem, como o faem os da igreja: "Há feitiços nesta terra", visto que os nossos opressores de longe e há muito tempo, nos vêem como heréticos, por mostrar-nos descrentes às suas doutrinas. 

CXXXI - Mas seja o vosso falar: "Ignoro que haja aqui algum bruxo; mas é fato que talvez isto seja verdade em lugares mais distantes; mas onde, não sei."


CXXXII - Mas se deve falar deles, os bruxos e feiticeiras, como sendo uns velhos rabugentos, que têm pactos com os demônios dos cristãos, e se movem pelo ar em vassouras. 

CXXXIII - E que se acrescente em todas essas ocasiões: "Entretanto, como lhes será possível moverem-se pelo ar, quando não se dão conta da leveza das penugens das plantas?". 

CXXXIV - Mas que a maldição da Suprema Deusa caia sobre todo o que lançar suspeitas sobre qualquer um de nossos irmãos.

CXXXV - E que assim seja, igualmente, com os que se referirem a um dos locais do encontro, e seja isto verdadeiro; ou onde morem os adeptos, e seja isto verdadeiro.

CXXXVI - E devem os Círculos da Arte manter livros com registro das plantas benéficas e todos os meios de cura, de forma que os adeptos possam aprendê-los.

CXXXVII - E que haja outro livro, para informações, inclusive dos auges astrais; e que somente os mais antigos e outras pessoas dignas de muita fé tenham conhecimento destas informações. Este é o mandamento. CXXXVIII - E que as bençãos dos Deuses e Deusas se cumulem sobre todos quantos guardarem ditas leis; e que a maldição dos Deuses e Deusas seja sobre a cabeça dos que porventura as venham a infringir. 

CXXXIX - E seja lembrado ser a Arte sigilo dos Deuses e Deusas; sendo pois, usada em ocasiões graves; nunca por mera mostra de poder e de forma imprudente. 

CXL - Os adeptos da magia negra e os que seguem os dizeres da igreja poderão importunar-vos, dizendo "Eis que não tens poder nenhum; mostra-nos se és capaz de algo. Faça uma magia diante de nós, que acreditaremos."; mas, porém, pretendem que um dos nossos venha a trair a Arte perante seus olhos.

CXLI - Não daremos ouvidos a estes, pois a arte é sagrada, e aplica-se somente quando necessário. Sobre os infratores desta Lei, recairão as maldições da Suprema Deusa.

CXLII - Sempre foi de costume dos homens assim com das mulheres que buscassem novos amores; e isto não é causa de que sejam reprovados, assim como não é de louvação.


CXLIII - Mas esta prática pode constituir prejuízo à Arte.

CXLIV - E assim, pode ser que a Suma Sacerdotisa ou o Sumo Sacerdote, por motivo de amor, siga os passos de quem lhe interessar. Com isto ele ou ela deixará o Círculo que é de sua responsabilidade. 

CXLV - E se alguma das Sumas Sacerdotisas desejar seu posto e estado por este amor, que o faça anunciando-o perante o Conselho.

CXLVI- Com tal renúncia, sua desistência tem valor entre todos os adeptos. 

CXLVII - E se alguém de posição sacerdotal parte sem dizer de suas intenções, e sem renunciar, como se saberá passado algum tempo se retornará ao Círculo?

CXLVIII - Por estas causas se estabeleceu Lei, pela qual, se a Suma Sacerdotisa deixa o círculo de seus adeptos, sem renúncia, lhe é opcional o retorno, e tudo estará como era antes.

CXLIX - E enquanto estiver ausente, se há alguém que lhe preencha as funções, esta outra assim procederá, até que a Sacerdotisa regresse, ou enquanto esteja ausente. 

CL - Mas se ela não voltar no tempo de um ano e mais um dia, é legítimo ao Círculo dos adeptos, compactuados entre si, escolher por eleição uma nova Sacerdotisa. 

CLI - Isto não se passa quando há justo e bom motivo para tanto.

CLII - Aquela que lhe fez o ofício colherá benefícios e será recompensada pelo seu trabalho, como assistente e substituta da Suma Sacerdotisa.

CLIII - Tem sido verificado que a prática da Arte estabelece vínculos de afeto entre os aspirantes e mestres; e quanto maior o afeto, tanto melhor será.

CLIV - Se entretanto por alguma causa isto for inconveniente, ou indesejável, isto se evitará facilmente, decidindo quem aprende e quem ensina, desde o princípio, mantendo-se nas relações que vinculam irmãos e irmãs, ou pais e filhos, sem qualquer relação carnal.

CLV - O aspirante a adepto do Círculo da arte só pode ser instruído por mulher; e a postulante somente por homem; e eis que duas mulheres, ou mais, não devem praticar entre si, visto que a força vem de um sexo para outro; e igualmente dois homens ou mais não devem pratiar a arte entre si - o que se opõe à Lei - e nisto vai abominação; e já dissemos a causa.

CLVI - É necessário que haja ordem e que a disciplina seja constante. 

CLVII - À Suma Sacerdotisa ou ao Sumo Sacerdote é que cabe dar castigo aos que caem em falta e isto é seu direito.

CLVIII - Portanto, todos os do Círculo dos adeptos devem receber de boa-fé o castigo que mereçam; quando o mereçam. 

CLIX - E assim, tomadas todas as providências cabíveis, deve o culpado postar-se de joelhos confessando falta para ouvir a sentença. 

CLX - Mas ao amargo deve suceder o doce; e ao desagradável o ameno; após o castigo convém que haja alegria.

CLXI - O réu confesso reconhecerá que se fez justiça, como convinha, aceitando o castigo, e beijará a mão da Suma Sacerdotisa ao passar-lhe a sentença condenatória. E, além de tanto, agradecerá ainda que tenha sido castigado, pois isto sucede por seu bem e edificação. Esta é a Lei e seu mandamento. 

CLXII - Por nossa prescrição final: que todos os adeptos guardem a Lei, segundo aqui foi escrita, e os mandamentos e ordenações da Arte essencial, venerável e antiga. Em suas mentes e corações guardem a Lei. Mas, em risco de morte, seu livro deve ser destruído, para que nada se prove, e nem haja risco maior a seus irmãos; nem venha ninguém a condenar-se por seu compromisso. Com isto se preservará em todas as condições e sob quaisquer circunstâncias, a tradição e o ensinamento da Deusa Suprema, conforme o Legado Antigo.

 

 

 

LENDA

 

A Deusa no Reino da Morte

(mito tradicional da Arte)

 

 

 

Nos tempos antigos, nosso Senhor, o Cornudo, era (e ainda é) o Consolador, o Confortador. Mas os homens o conheciam como o terrível Senhor das Sombras, solitário, inflexível e justo. Mas nossa Senhora, a Deusa resolveria todos os mistérios, até mesmo o mistério da morte; e assim ela viajou ao Mundo Subterrâneo. O Guardião dos Portais a desafiou...

"...Tira tuas vestes, põe de lado tuas jóias, pois nada tu podes trazer contigo o interior desta nossa terra."

Assim ela se despojou de suas vestes e de suas jóias, e foi amarrada, como todos od vivos que buscam ingressar nos domínios da Morte, a Poderosa, têm que ser.

Tal era a beleza dela, que a própria Morte se ajoelhou e depositou sua espada e coroa aos seus pés...

... e beijou seus pés, dizendo: "Abençoados sejam teus pés, que te trouxeram por estes caminhos. Permanece comigo, mas deixa que eu ponha minhas mãos frias sobre o teu coração.

" E ela respondeu: "Eu não te amo. Por que fazes todas as coisas que amo e nas quais me comprazo fenecerem e morrerem?"

"Senhora" – respondeu a Morte – "trata-se da idade e da fatalidade, contra as quais sou impotente. A idade, o envelhecimento, leva todas as coisas a definharem; mas, quando os homens morrem ao desfecho de seu tempo, concedo-lhes repouso, paz e força para que possam retornar. Mas tu, tua és linda. Não retornes, permanece comigo." Mas ela respondeu: "Eu não te amo.

" E então disse a Morte: "Se não recebem minhas mãos sobre seu coração, tens que te curvar ao açoite da Morte." "É a fatalidade, melhor assim..." – ela disse e se ajoelhou. E a Morte a açoitou brandamente.

E ela bradou: "Eu conheço as aflições do amor."

E a Morte se ergueu e disse: "Sejas abençoada." E lhe deu o beijo quíntuplo, dizendo: "Assim apenas pode atingir a alegria e o conhecimento.

" Então a Morte desamarra os seus pulsos, depositando o cordel no chão.

E ele a ela ensina todos os seus mistérios e lhe dá o colar que é o círculo do renascimento.

A Deusa, então, toma a coroa e a recoloca na cabeça do Senhor do Mundo Subterrâneo.

E ela ensina a ele o mistério da taça sagrada, que é o caldeirão do renascimento.

A Deusa toma o cálice em ambas as mãos, eles se entreolham, e ele coloca ambas as mãos nas dela.

Eles amaram e se tornaram um, pois há três grandes mistérios na vida do homem, e a magia os controla todos. Para realizar o amor, tendes que retornar novamente no mesmo tempo e no mesmo lugar daqueles que são os amados; e tendes que encontrá-los, conhecê-los, lembrá-los e amarrá-los de novo.

O Senhor do Mundo Subterrâneo solta as mãos da Deusa e esta recoloca o cálice no seu lugar. Ele toma o açoite em sua mão esquerda e a espada na sua mão direita e fica na posição do Deus, antebraços cruzados sobre o peito, espada e açoite apontados para cima. Ela fica na posição da Deusa, pernas escarranchadas e braços estendidos formando o pentagrama.

Mas para renascer tendes que morrer e ser preparado para um novo corpo. E para morrer tendes que nascer, e sem amor não podes nascer. E nossa Deusa sempre se inclina para o amor, e o júbilo, e a ventura; e ela protege e acaricia suas crianças ocultas na vida, e na morte ministra o caminho da comunhão com ela; e mesmo neste mundo ela lhes ensina o mistério do Círculo Mágico, que é disposto entre os mundos dos homens e dos Deuses.

Mito tradicional da Arte.

(Fonte:”Oito Sabás para Bruxas” de Janet e Stewart Farrar, Ed.Anúbis)

A MAGIA NOS SONHOS

 

A Magia nos Sonhos é tão antiga quanto a humanidade e sempre desempenha papel importante na Arte Wicca. Os sonhos são vistos como presságio em que melhor podemos confiar, e, desde os primórdios da humanidade, bruxos, sacerdotes e sacerdotisas pagãos e xamãs os têm utilizado para adivinhar o futuro. ( O termo técnico usado para a arte e a prática da divinação dos sonhos é oniromancia.)

Existem vários tipos diferentes de sonhos: pesadelos ou imagens torcidas que, muitas vezes, são causadas por pressões do ambiente ou por problemas físicos, sonhos causados por emoções suprimidas, experiências fora do corpo e sonhos proféticos, que são sonhos vívidos relacionados a acontecimentos futuros.

Um número significativo de sonhos é de natureza profética, especialmente aqueles que acontecem três noites seguidas, de acordo com a tradição popular. Os sonhos proféticos, quando corretamente interpretados, podem revelar o futuro, tanto por quadros diretos como por simbolismo.

Quando aparecem imagens sagradas ou transcendentais num sonho, chamamos sonho elevado.

Os sonhos telepáticos (também conhecidos como sonhos PES) são experiências nas quais aquele que sonha capta as energias do pensamento de outra pessoa ou espírito.

Os sonhos psíquicos contêm mensagens importantes, avisos e outras comunicações. Esse tipo particular de sonho é freqüentemente tão forte e profundo que acorda quem está sonhando.

O sonho lúcido é aquele no qual a pessoa que sonha está conscientemente sabendo que está sonhando.

Os sonhos são altamente simbólicos, sendo importantes registrá-los num livro ou diário logo ao despertar para não esquecer mais tarde. Após registrá-los você poderá estudá-los quanto a padrões e símbolos que se repetem e interpretá-los utilizando um dicionário de sonhos.

Vários sonhos de natureza profética podem ser induzidos por meio de meditação, encantamentos mágicos, rituais e até bebidas feitas com ervas.

Para sonhar sobre o futuro, de acordo com uma antiga crença folclórica do País de Gales, uma pessoa dele juntar brotos de visco e colocá-los debaixo do travesseiro antes de dormir.

Para ter sonhos proféticos, pegue uma rosa vermelha durante as primeiras horas da manhã do solstício de Verão e fumigue-a por cinco minutos sobre uma brasa de enxofre. Num pedaço de pergaminho escreva o seu nome e o nome do seu amor. Enrole a flor no pergaminho, sele três vezes com cera e enterre tudo, no mesmo local onde a rosa foi colhida. À meia-noite do sexto dia do sétimo mês, desenterre a rosa e durma com ela sob o travesseiro por três noites seguidas.

 

 

 

ERVAS PARA A MAGIA DOS SONHOS

 

Essas ervas são tradicionalmente usadas pelos bruxos nos travesseiros, para ter sonhos mágicos, ou em poções para induzir visões em sonhos proféticos.

língua-de-cobra 
malmequer 
agrimônia 
visco 
anis 
artemísia 
cânfora 
cebola 
quelidônia (menor) 
hortelã-pimenta 
canela 
bolsa-de-pastor 
margarida 
rosa 
azevinho 
verbena 
lúpulo 
hera 
verbena-limão 
absinto 
milefólio

(Fonte:  “A feitiçaria moderna” de Gerina Dunwich)

 WICCA

O MITO DA CRIAÇÃO

 

Solitária, majestosa, plena em si mesma, a Deusa, Ela, cujo nome sagrado, não pode ser jamais dito, flutuava no abismo da escuridão, antes do início de todas as coisas. E quando Ela mirou o espelho curvo do espaço negro, Ela viu com a sua luz o seu reflexo radiante e apaixonou-se por ele. Ela induziu-o a se expandir devido ao seu poder e fez amor consigo mesma e chamou Ela de "Miria, a Magnífica".

O seu êxtase irrompeu na única canção de tudo que é, foi ou será, e com a canção surgiu o movimento, ondas que jorravam para fora e se transformaram em todas as esferas e círculos dos mundos. A Deusa encheu-se de amor, que crescia, e deu à luz uma chuva de espíritos luminosos que ocuparam os mundos e tornaram-se todos os seres.

Mas, naquele grande movimento, Miria foi levada embora, e enquanto Ela saía da Deusa, tornava-se mais masculina. Primeiro, Ela tornou-se o Deus Azul, o bondoso e risonho deus do amor. Então tornou-se no Verde, coberto de vinhas, enraizado na terra, o espírito de todas as coisas que crescem. Por fim, tornou-se o Deus da Força, o Caçador, cujo rosto é o sol vermelho, mas no entanto, escuro como a morte. Mas o desejo sempre o devolve à Deusa, de modo que Ela circula eternamente, buscando retornar em amor.

Tudo começou em amor; tudo busca retornar em amor. O amor é a lei, mestre da sabedoria e o grande revelador dos mistérios.

 WICCA

 

SUMMERLAND

 

 

 

Summerland é um termo geralmente empregado na wicca como referencia ao outro mundo para o qual as almas dos mortos se encaminham após a vida física.

 

Pode ser visto como uma espécie de paraíso pagão não muito diferente dos conhecidos ALEGRES CAMPOS DE CAÇA de algumas tradições dos nativos norte americanos.

 

O summerland dos wiccanos existe no plano astral e é experimentado de modos diferentes por cada indivíduo, de acordo com a vibração espiritual que ele leve a esse plano de existência.

 

O período em que alguém permanece em summerland depende da habilidade do indivíduo de libertar e retomar o material que a alma carrega vida após vida, o que pode fazer com que essa alma renasça na dimensão física.

 

A existência em summerland permite a um indivíduo a oportunidade de estudar e compreender as lições da vida anterior e como estas se relacionam com outras vidas já passadas.

Na teologia wiccana, este é conhecido como um período de descanso e recuperação.

Uma vez encerrado este período de tempo, o plano elemental começa a atrair o indivíduo para o renascimento em qualquer dimensão que se harmonize com seu á sua natureza espiritual naquele momento. A alma a reencarnar é então submetida ao plano das forças e pode ser atraída pelo vértice de uma união sexual em curso na dimensão física.

 

Segundo os ensinamentos misteriosos, um aborto natural ou natimorto indica uma alma que não mais precisava retornar a dimensão física, necessitando apenas uma breve imersão em matéria densa para equilibrar as propriedades elementais etéreas necessárias a seu corpo espiritual.

 

A outra razão para tais ocorrências é que os pais precisavam aprender a lição da perda para a própria evolução espiritual, caso no qual isso foi possibilitado por uma alma que não necessitava mais de uma existência física.

 

Os serviços dessas almas elevadas é geralmente notado não só nesses cenários, mas também nos ensinamentos acerca da reencarnação de avatares como Jesus ou Buda.

WICCA

 

A PIRÂMIDE DAS BRUXAS

 

 

 

O Trabalho mágico de uma Bruxa ou Bruxo exige seriedade e quatro características básicas:

 

SABER

01) Conhecer a si mesmo.
02) Conhecer sua arte.
• Saber o que fazer.
• Saber como fazer.
• Saber quando fazer.
• Saber quando não fazer.
03) Saber o que você quer realizar.
• Especificar bem o que você vai fazer.
• Criar um sigilo com as palavras.
04) Saber trabalhar com moderação.

 

QUERER

01) Acreditar em você mesma.
02) Acreditar na divindade.
03) Acreditar em suas habilidades.
04) Acreditar na abundância do Universo.
05) Ter a vontade de praticar de novo e de novo.
06) Habilidades de meditação
• Praticar visualização.
• Praticar relaxamento.
• Praticar um estado alterado de consciência.
• Praticar para ser capaz de fazer rápido e certo.
07) Ter em mente com muita clareza o porque você quer realizar essa operação mágica.
08) Observar se sua vontade está corretamente direcionada.
• Observar se não vai influenciar negativamente outra pessoa.
• Observar os aspectos de não prejudicar ninguém.
• Usar uma ferramenta adivinhatória para checar se seus planos são válidos, se está numa boa hora de pô-los em prática.

 

OUSAR

01) Ter a coragem de mudar as circunstâncias.
02) Ter a coragem de controlar seu ambiente.
03) Ser responsável por suas ações.
04) Escolher o melhor curso de ação para o trabalho a ser feito.

 

CALAR


01)  Aprendera manter a boca fechada antes do trabalho.
02) Aprender a manter a boca fechada enquanto espera pelos resultados.
03) Aprender a manter a boca fechada depois do trabalho.
• Proteger sua confiança.
• Proteger sua reputação.
• Proteger sua energia.

 

WICCA

 

O 13º Signo e o Calendário Wiccano

 

 

Muita gente que está estudando Wicca se pergunta porque os pagãos têm um calendário de 13 meses com 28 dias cada. Qual seria o 13º mês? E porque 13? Porque não 12 ou 14? O que tem de especial esse número?

 

Para entendermos a simbologia do número 13, devemos voltar no tempo e analisar os mistérios que envolvem esse enigma.

 

Para os antigos praticantes de bruxaria (celtas, druidas, vikings, etc.), a divisão do calendário não era como conhecemos agora. Eles se baseavam nas estações do ano e os solstícios e equinócios de cada época correspondente. Por exemplo, se analisarmos os nomes dos dias da semana em inglês, veremos que têm uma influência tipicamente pagã:

 

«  Sunday: dia do Sol (“sun” – Sol, “day” – dia).

«  Monday: dia da Lua (“mon” - variação de “Moon”, Lua).

«  Tuesday: Toad's Day, dia do Sapo (o significado é desconhecido, se crê que as bruxas comprovavam a gravidez de uma mulher colocando um sapo vivo à vista. Se a jovem sentia náuseas a gravidez era confirmada); ou então vem de “Tui”, o saxônico Marte, ou seja, dia de Marte.

«  Wednesday: pode ser Wedding's Day (dia de casamento), Wooting's Day (Dia de Odin, deus supremo dos vikings), ou então Woden que é Mercúrio.

«  Thursday: Thor's Day, dia de Thor, o famoso deus trovão, filho de Odin.

«  Friday: Frigg's Day. Frigg (ou Frygga, - Vênus) era esposa de Odin.

«  Saturday: Sabbath's Day, dia de sabá, ou Saturn’s Day, dia de Saturno.

 

Nosso ano de 365 dias e 1/4 (que seria o ano bissexto cada 4 anos) foi adaptado por um clérigo Italiano chamado Gregorius, no século XII. Ele teve que disfarçar as festas pagãs de acordo com as festividades cristãs e é por isso que algumas são muito semelhantes, com a diferença de dois ou três dias, cada uma.

Por exemplo: Ostara é a Páscoa, Yule é o Natal, etc. Porém, ele tirou o 13 mês, já que, naquela época, as bruxas eram consideradas portadoras do mal e da má sorte. É daí que provém a superstição do azar do número 13.

Entretanto, se voltamos no tempo ainda mais, nos surpreendemos ao ver que, no Antigo Egipto, esse número não tinha nada a ver com má sorte ou o mal.

Como é sabido de todos, os egípcios foram praticamente os criadores da base para a Astrologia moderna. Seus métodos de analisar o céu até hoje impressionam os arqueólogos mais renomados.

Foi descoberto no teto do templo de Dendera, um calendário zodiacal com os 12 signos do Zodíaco moderno (Áries, Câncer, Touro, etc.) e um 13º signo chamado Ofídius, simbolizado pela serpente. Para eles, esse réptil era considerado símbolo da energia solar e de poder. No Zodíaco de hoje, Ofídius foi retirado, já que para muitos, a serpente é um animal maldito. Basta lembrar que foi ela quem "tentou" Eva no Paraíso, segundo as lendas judaico-cristãs.

Porém, para os egípcios, o calendário de 13 signos significava a perfeição do céu. Era dividido em 13 casas com suas correspondências zodiacais, formando um círculo perfeito de 360 graus, já que, este calendário era de 360 dias, simbolizando a harmonia entre o céu e a terra, a noite e o dia e os humanos com os deuses.

Entretanto, o mistério não pára aqui. Para essa cultura milenar, seu país era um espelho do céu e o Nilo equivalia à Via Láctea. De fato, como já foi observado por muitos egiptólogos e investigadores, essa ideia presidia na localização, disposição e orientação dos edifícios sagrados.

A maioria das pessoas não sabe, mas, em um determinado momento do ano, no verão, em uma específica hora da noite, o Nilo, perto da Grande Pirâmide, está perfeitamente alinhado com a Via Láctea (e as três pirâmides com a Constelação de Órion), como se fosse sua continuação. Quem presenciou esse fenómeno, conta que ficou assombrado diante de tal maravilha.

Além do mais, o Nilo é o único rio do mundo que corre de Sul à Norte (comprovado cientificamente). Para os físicos e geólogos, isso é um total mistério, já que todos os rios do planeta correm ao contrário, ou seja, de Norte a Sul. Essa peculiaridade do Nilo só poderia ter sido modificada artificialmente milénios atrás, segundo os científicos. Por quem, por quê e como, não se sabe. Os investigadores somente chegaram a uma única conclusão: que se o Nilo não "funcionasse" assim, a cultura egípcia não teria sobrevivido e prosperado, já que dependiam de suas águas para transporte e alimento.

Enfim, não seria possível atribuir ao "azar" o saber que rege o calendário solar egípcio. Pouco a pouco vamos detectando fragmentos desse legado secreto. Porém, ainda falta completar o quebra-cabeça para decifrar e desvelar o mistério que contêm. Uma mensagem transmitida por uma misteriosa fonte que, por alguma razão, sempre preferiu manter à sombra sua atividade civilizadora ao serviço da evolução do homem.

 

(Fonte: Texto por Ellora Danan)

WICCA

A MAGIA

 

(Fonte: “Guia essencial da Bruxa Solitária”, de Scott Cunnigham)

 

 

É do conhecimento comum, mesmo entre as massas, que as Bruxas praticam magia. Pode haver idéias distorcidas acerca do tipo de magia praticado, mas a Bruxa é firmemente associada, na cultura popular, às artes mágicas.

A Wicca é, como já vimos, uma religião que engloba a magia como um de seus conceitos básicos. Isto não é estranho. Na verdade, é normalmente difícil distinguir onde termina a religião e onde começa a magia, em qualquer fé.

Ainda assim, a magia tem papel especial na Wicca. Ela nos permite melhorar nossas vidas e devolver energia ao nosso tão maltratado planeta. Os Wiccanos também estabelecem relações especiais com a Deusa e com o Deus por meio da magia. Isto não quer dizer que todo encantamento é uma oração, nem são as invocações encantamentos com palavras diferentes. Ao trabalharmos com as forças que o Deus e a Deusa encarnam, nós nos aproximamos deles.

O acto de chamarmos por seus nomes e visualizarmos sua presença durante os encantamentos e ritos cria um elo entre o Divino e os humanos. Assim, na Wicca, a magia é uma prática religiosa.

Defini a magia um sem-número de vezes em meus livros. Surpreendentemente, esta é uma tarefa difícil. A minha mais recente e mais refinada definição é:

“A magia é a projecção das forças naturais para gerar efeitos necessários.”

Há três fontes principais de tal energia: o poder pessoal, o poder da Terra e o poder divino.

O poder pessoal é a força vital que sustenta nossas existências terrenas. Ela move nossos corpos. Nós absorvemos energia da Lua e do Sol, da água e dos alimentos. Liberamos essa energia durante os movimentos, os exercícios, o sexo e o parto. Até mesmo respirar libera energia, apesar de recuperarmos o que foi perdido com a inspiração.

Na magia, o poder pessoal é gerado, imbuído de um propósito específico, liberado e direccionado ao seu objectivo.

O poder da Terra é o que reside no interior de nosso planeta e em seus produtos naturais. Pedras, árvores, o vento, as chamas, a água, cristais e aromas possuem poderes únicos, específicos, que podem ser utilizados durante rituais de magia.

Um Wiccano pode mergulhar um cristal de quartzo em água salgada para limpá-lo e em seguida pressioná-lo contra o corpo de uma pessoa doente para enviar suas energias curativas. Ou, ainda, ervas podem ser espargidas ao redor de uma vela acesa para produzir um efeito mágico específico. Óleos são aplicados no corpo para efectivar alterações internas.

Tanto o poder pessoal como o da Terra são manifestações do poder divino. Esta é a energia existente na Deusa e no Deus – a força vital, a fonte do poder universal que criou tudo aquilo que existe.

Os Wiccanos invocam a Deusa e o Deus para abençoar sua magia com poder. Durante os rituais eles podem direccionar o poder pessoal às deidades, pedindo para que uma determinada necessidade seja atendida. Isto é magia verdadeiramente religiosa.

Portanto, a magia é um processo pelo qual os Wiccanos operam em harmonia com a fonte do poder universal, a qual visualizamos como a Deusa e o Deus, assim como com as energias pessoal e da terra, para que melhoremos nossas vidas e para levar energia à Terra.

Magia é um método pelo qual os indivíduos, sob predestino nenhum que não o por eles mesmo determinado, assumem o controle de suas vidas.

Ao contrário do que reza a crença popular, a magia não é sobrenatural. Na verdade, é uma prática oculta (escondida) imbuída em milénios de segredos, calúnias e desinformação, mas é uma prática natural que se utiliza de poderes genuínos ainda não descobertos ou catalogados pela ciência.

Isto não invalida a magia. Nem mesmo cientistas declaram saber tudo sobre nosso universo. Se assim o fizessem, o campo da investigação científica simplesmente não existiria. Os poderes que os Wiccanos utilizam um dia serão documentados e assim perderão seu mistério. Tal já ocorreu, em parte, com a hipnose e a psicologia, e pode em breve acontecer com a percepção extra-sensorial. O magnetismo, sem dúvida, era um aspecto firmemente estabelecido da magia até ser "descoberto" pela ciência. Mas, ainda hoje, ímãs são utilizados em encantamentos e talismãs, e tais forças despertam antigos sentimentos estranhos.

Brinque com dois ímãs. Veja as forças invisíveis resistindo-se e atraindo-se de uma maneira aparentemente sobrenatural.

A magia é similar. Apesar de aparentar ser completamente ilógica, sem embasamento em fatos, ela funciona de acordo com suas próprias regras e lógica. Só porque não é plenamente compreendida não quer dizer que ela não exista. A magia é eficaz para causar manifestações de mudanças necessárias.

Isto não é enganar-se a si mesmo. A magia praticada de modo correcto funciona, e nenhuma tentativa de explicação alterará este fato.

 

Eis aqui a descrição de um típico ritual de velas. Usarei a mim mesmo como exemplo. Digamos que preciso pagar uma conta de telefone de cem dólares, mas não tenho dinheiro. Meu objectivo mágico: meios para pagar a conta.

Decido utilizar um ritual para ajudar a direccionar minha concentração e visualização

Ao checar meu material de magia, percebo que tenho velas verdes, óleo de patchuli, uma boa quantidade de ervas que atraem dinheiro, papel-pergaminho e tinta verde.

Em meu altar, acendo as velas que representam a Deusa e o Deus, enquanto silenciosamente invoco sua presença. A seguir, ateio fogo a um pedaço de carvão e esparjo sobre ele canela e sálvia como um incenso mágico de prosperidade.

Faço um desenho da conta de telefone no papel, marcando claramente o total em números. Enquanto desenho, visualizo o papel não mais como um simples papel; é a própria conta.

A seguir, desenho um quadrado em torno da conta, que simboliza meu controle sobre ela, e faço um grande "x" em torno dela, cancelando efectivamente sua existência (o que de fato ocorrerá quando eu a pagar).

Agora passo a visualizar a conta sendo paga em sua totalidade. Posso escrever isto sobre o desenho, fazendo com que pareça ser um carimbo com essas palavras. Visualizo-me olhando para meu talão de cheques, vendo que o saldo será suficiente para cobrir o cheque, e a seguir preencho o cheque.

Então, unto uma vela verde com óleo de patchuli, das extremidades para o centro, enquanto digo algo como o que se segue:

 

“Chamo pelas forças da Deusa Mães e do Deus Pai,

Chamo pelas forças da Terra, do Ar do Fogo e da Água,

Chamo pelo Sol, pela Lua e pelas Estrelas,

Para que me tragam os fundos para pagar essa conta.”

 

Ainda visualizando, posiciono a vela em seu suporte directamente em cima do desenho da conta. Esparjo ervas ao redor da base da vela, declarando (e visualizando) que cada uma delas está enviando sua energia para meu objectivo:

 

“Sálvia, erva de Júpiter,

Envie seus poderes para meu encantamento.

Canela, erva do Sol,

Envie seus poderes para meu encantamento.”

 

Feito isto, ainda visualizando minha conta como paga em seu total, acendo a vela e, enquanto a chama brilha, libero a energia que concentrei no desenho.

Deixo que a vela se queime por dez, quinze minutos ou mais, dependendo de minha habilidade em manter a visualização. Vejo a vela absorvendo a energia que concentrei no desenho. Vejo as ervas canalizando sua energia para a chama da vela, e as energias combinadas das ervas, da vela, do óleo de patchuli e do desenho - somadas ao meu poder pessoal - fluem da chama e partem para fazer com que meu objetivo mágico se manifeste.

Quando não puder mais manter a concentração, retiro o desenho, ateio-lhe fogo com a vela, seguro-a por alguns instantes enquanto queima e em seguida atiro-a no pequeno caldeirão que fica ao lado de meu altar.

Isto feito, permito que a vela se consuma, ciente de que o ritual surtirá efeito.

Após um dia ou dois, talvez uma semana, poderei receber um dinheiro inesperado (ou atrasado), ou conseguirei saldar outras obrigações financeiras de modo que possa pagar a conta de telefone.

 

Como isso funciona? A partir do momento que decido praticar um ato de magia, estou operando magia. Pensar sobre magia põe o poder pessoal em movimento. Durante todo o processo - agrupar o material, desenhar a conta, acender a vela, visualizar – estou despertando e imbuindo o meu poder pessoal com minha necessidade mágica. Durante o próprio ritual, libero esse poder na vela. Quando finalmente queimo o desenho, a última dessas energias é liberada e inicia o trabalho para que me seja possível pagar a conta.

Posso não ser capaz de dizer exactamente como a magia funciona, mas apenas que ela de fato funciona. Felizmente, não precisamos saber disso; basta sabermos como fazê-la funcionar.

Não sou perito em electricidade, mas posso ligar minha torradeira na tomada e torrar meu pão integral. Do mesmo modo, na magia nós nos "ligamos" a energias que nos circundam e nos rodeiam.

Há muitos modos de se praticar magia. Os Wiccanos geralmente escolhem formas simples e naturais, apesar de alguns preferirem cerimoniais elaborados, emprestados de clássicos como Key of Solomon ("Chave de Salomão", ver Bibliografia). Normalmente, entretanto, envolvem ervas, cristais e pedras; a utilização de símbolos e cores; gestos mágicos, música, voz, dança e transe; projecção astral, meditação, concentração e visualização.

Há, literalmente, milhares de sistemas de magia, mesmo entre os próprios Wiccanos. Por exemplo, existem inúmeros modos mágicos de trabalhar com cristais, ervas ou símbolos, e combinando-os criam-se ainda mais sistemas.

Foram publicados muitos e muitos livros sobre sistemas de magia, alguns deles listados na Bibliografia. Em meus livros, já discuti os poderes dos elementos, dos cristais e das ervas. Nesta obra, o tema da magia de runas é explorado como um exemplo de um sistema mágico em si só, com dicas de como combiná-los com outros sistemas.

Tais sistemas não são necessários para a prática bem-sucedida de magia. Praticar magia com a mera manipulação de instrumentos como eras e cristais é ineficaz, pois o verdadeiro poder da magia está dentro de nós mesmos - o dom do Divino.

Portanto, não importa qual seja o sistema de magia, devemos infundir o poder pessoal à necessidade, e em seguida liberá-lo. Na magia Wiccana, o poder pessoal é reconhecido como uma ligação directa com a Deusa e com o Deus. A Magia, portanto, é um ato religioso com os quais os Wiccanos se unem a suas deidades para melhorarem a si mesmos e ao seu mundo.

Isto é relevante - a magia é uma prática positiva. Os Wiccanos não praticam magia destrutiva, manipulativa ou exploratória. Uma vez que reconhecem que o poder actuante na magia é, em sua essência, proveniente da Deusa e do Deus, práticas negativas constituem um verdadeiro tabu. Magia "maléfica" é um insulto a si mesmo, à raça humana, à Terra, à Deusa e ao Deus, e ao próprio universo. As consequências podem ser imaginadas.

A energia da magia é a própria energia da vida.

Qualquer um pode praticar magia - dentro de um contexto religioso ou não. Se certas palavras ou gestos surgem em sua mente durante um encantamento e parecem adequados, use-os. Se não conseguir encontrar um ritual que lhe agrade ou que seja apropriado para suas necessidades, crie um. Não é necessário escrever belas poesias ou criar coreografias para trinta dançarinos portando incenso e treze sacerdotisas cantantes.

Pelo menos, acenda uma vela, acomode-se diante dela e concentre-se em sua necessidade mágica. Confie em si mesmo.

Se realmente desejar conhecer a natureza da magia, pratique-a! Muitos temem a magia. Aprenderam (com não-praticantes) que ela é perigosa. Não tema. Atravessar a rua também é perigoso. Mas, se fizer do jeito certo, tudo bem.

Certamente, o único meio de descobrir isso é atravessando a rua. Se sua magia possuir amor, não correrá nenhum risco.

Chame pela Deusa e pelo Deus para protegê-lo e ensinar-lhe os segredos da magia. Peça a pedras e plantas que lhe revelem seus poderes - e preste-lhes atenção. Leia o quanto puder, descartando informações negativas ou perturbadoras.

Aprenda pela prática, e a Deusa e o Deus o abençoarão com tudo aquilo de que realmente necessita.

WICCA

AS DEIDADES

 

 

Todas as religiões são estruturas embaladas na reverência ao Divino, e a Wicca não é excepção. A Wicca reconhece a existência de uma força divina suprema, inestimável, absoluta, de onde surgiu todo o universo.

O conceito de tal força, muito além de nossa compreensão, quase foi perdido na Wicca devido à dificuldade que temos em nos relacionarmos a ela. Entretanto, os Wiccanos acessam essa força por intermédio de suas deidades. Conforme os princípios da natureza, a força suprema foi personificada em dois seres básicos: a Deusa e o Deus.

Toda deidade cultuada neste planeta existe como arquétipo do Deus e da Deusa. Os complexos panteões de deidades surgidos em muitas partes do mundo são simplesmente aspectos desses dois. Toda deusa reside no conceito da Deusa. Todo deus, no do Deus.

A Wicca reverencia essas duas deidades por seus elos com a natureza. Uma vez que a maior parte (mas certamente não toda) da natureza está dividida em género, as deidades que a simbolizam foram concebidas de modo similar.

No passado, quando a Deusa e o Deus eram tão reais como a Lua e o Sol, os ritos de culto e adoração eram desestruturados uma união espontânea e prazerosa com o Divino. Posteriormente, os rituais passaram a seguir o curso do Sol através do ano astronómico (daí as estações) assim como o crescer e o minguar mensal da Lua.

Actualmente, ritos similares são observados na Wicca, e sua execução regular de fato cria uma intimidade mágica com essas deidades e com as forças por trás dela.

Felizmente, não precisamos aguardar pela época dos rituais para lembrarmos da presença dos Deuses. A visão de uma flor perfeita num campo árido pode suscitar sentimentos tão fortes quanto os originados pelo mais poderoso dos ritos formais. Viver em contacto com a natureza torna cada momento um ritual. Os Wiccanos sentem-se à vontade ao comunicar-se com animais, plantas e árvores. Eles sentem a energia contida em pedras e na areia e fazem que fósseis falem sobre suas origens primitivas. Para alguns Wiccanos, observar o nascer e o pôr-do-Sol e da Lua diariamente é um ritual em si só, pois estes são os símbolos celestes do Deus e da Deusa.

Uma vez que a Wicca vê o Divino inerente à natureza, muitos de nós envolvem-se com a ecologia – salvar a Terra de uma maior destruição por nossas próprias mãos. A Deusa e o Deus ainda existem, como sempre existiram, e para honrá-los nós honramos e preservamos nosso precioso planeta.

Segundo o pensamento Wicca, as deidades não existiam antes que nossos ancestrais espirituais tomassem ciência delas. Entretanto, a energia por trás delas já existia; fomos por ela criados. Os antigos cultuadores reconheciam essa energia na forma da Deusa e do Deus, personificando-os numa tentativa de melhor entendê-los.

Os Antigos não morreram quando as antigas religiões pagãs cederam ao surgimento do cristianismo na Europa. Muitos dos ritos desapareceram, mas não eram os únicos eficazes. A Wicca está viva e bem, e as Deidades respondem a nossos chamados e invocações.

Ao visualizar a Deusa e o Deus, muitos dos Wiccanos os vêem como conhecidas deidades de religiões antigas. Diana, Pã, Ísis, Hermes, Hina, Tammuz, Hécate, Ishtar, Cerridwen, Thoth, Tara, Aradia, Ártemis, Pele, Apolo, Kanaloa, Bridget, Hélios, Bran, Lugh, Hera, Cibele, Iranna, Maui, Ea, Atena, Lono, Marduk - a lista é literalmente inesgotável. Muitas dessas deidades, com sua história, ritos e mitos correspondentes, fornecem o conceito de deidade aos Wiccanos.

Alguns sentem-se bem ao associar esses nomes e formas à Deusa e ao Deus, sentindo que possivelmente não seriam capazes de reverenciar seres divinos desprovidos de nome. Outros crêem que a falta de nomes e indumentárias representa uma confortável ausência de limitações.

Como já dito anteriormente, a Wicca descrita neste livro é "nova", apesar de construída sobre ritos e mitos estabelecidos, profundamente arraigada nos mais antigos sentimentos religiosos que a natureza fez aflorar em nossa espécie. Nestes rituais utilizo as palavras "o Deus" e "a Deusa" em vez de nomes específicos como Diana e Pã. Qualquer pessoa com uma afinidade especial com deidades em particular deve sentir-se livre para adaptar os rituais da Sessão III - O Livro de Sombras das Pedras Erguidas e incluí-las.

Caso não esteja familiarizado com as religiões politeístas não ocidentais ou não tenha desenvolvido afinidade com outras divindades que não aquelas com as quais foi educado, comece por aceitar a seguinte premissa (pelo menos no momento): o Divino é gêmeo, consistindo na Deusa e no Deus.

Eles receberam tantos nomes que passaram a ser chamados de Os Sem Nome. Sua aparência é exactamente a que desejamos que tenham, pois eles são todas as deidades que já existiram. A Deusa e o Deus são todo-poderosos, pois são os criadores de toda a existência manifesta ou não. Podemos contactá-los e comunicarmo-nos com eles, pois uma parte de nós está neles, assim como eles estão em nós.

A Deusa e o Deus são iguais; nenhum deles é mais alto ou mais reverenciável. Apesar de alguns Wiccanos centralizarem seus rituais na Deusa em completo detrimento do Deus, isto é apenas uma reacção aos séculos sob sufocante religião patriarcal e à negligência ao aspecto feminino do Divino. A religião baseada apenas na energia feminina, entretanto, é tão desequilibrada e desnatural quanto outra totalmente voltada ao masculino. Um equilíbrio perfeito entre ambas é o ideal. A Deusa e o Deus são iguais, e complementares.

 

 

A Deusa

 

A Deusa é a Mãe universal. É a fonte da fertilidade, da infinita sabedoria e dos cuidados amorosos. Segundo a Wicca, Ela possui três aspectos: a Donzela, a Mãe e a Anciã, que simbolizam as Luas Crescente, Cheia e Minguante. Ela é a um só tempo o campo não arado, a plena colheita e a Terra dormente, coberta de neve. Ela dá à luz abundância. Mas, uma vez que a vida é um presente Seu, ela a empresta com a promessa da morte. Esta não representa as trevas e o esquecimento, mas sim um repouso pela fadiga da existência física. É uma existência humana entre duas encarnações.

Uma vez que a Deusa é a natureza, toda a natureza, Ela é tanto a tentadora como a Velha; o tornado e a chuva fresca de primavera; o berço e o túmulo.

Porém, apesar de Ela ser feita de ambas as naturezas, a Wicca a reverencia como a doadora da fertilidade, do amor e da abundância, se bem que seu lado obscuro também é reconhecido. Nós A vemos na Lua, no silencioso e fluente oceano, e no primeiro verdejar da primavera. Ela é a incorporação da fertilidade e do amor.

A Deusa é conhecida como a Rainha do paraíso, Mãe dos Deuses que criaram os Deuses, a Fonte Divina, A Matriz Universal, A Grande Mãe e incontáveis outros títulos.

Muitos símbolos são utilizados na Wicca para honrá-la, como o caldeirão, a taça, o machado, flores de cinco pétalas, o espelho, colares, conchas do mar, pérolas, prata, esmeralda... para citar uns poucos.

Por governar a Terra, o mar e a Lua, muitas e variadas são suas criaturas. Algumas incluiriam o coelho, o urso, a coruja, o gato, o cão, o morcego, o ganso, a vaca, o golfinho, o leão, o cavalo, a corruíra, o escorpião, a aranha e a abelha. Todos são sagrados à Deusa.

A Deusa já foi representada como uma caçadora correndo com seus cães de caça; uma deidade celestial caminhando pelos céus com pó de estrelas saindo de seus pés; a eterna Mãe com o peso da criança; a tecelã de nossas vidas e mortes; uma Anciã caminhando sob o luar buscando os fracos e esquecidos, assim como muitos outros seres.

Mas, independentemente de como A vemos, Ela é omnipresente, imutável, eterna.

 

 

O Deus

 

O Deus tem sido reverenciado há eras. Ele não é a deidade rígida, o todo-poderoso do cristianismo ou do judaísmo, tampouco um simples consorte da Deusa. Deus ou Deusa, eles são iguais, unidos.

Vemos o Deus no Sol, brilhando sobre nossas cabeças durante o dia, nascendo e pondo-se no ciclo infinito que governa nossas vidas. Sem o Sol, não poderíamos existir; portanto, ele tem sido cultuado como a fonte de toda a vida, o calor que rompe as sementes adormecidas, trazendo-as para a vida, e instiga o verdejar da terra após a fria neve do Inverno.

O Deus é também gentil com os animais silvestres. Na forma do Deus Cornudo, Ele é por vezes representado com chifres em Sua cabeça, que simbolizam Sua conexão com tais bestas. Em tempos mais antigos, acreditava-se que a caça era uma das actividades regidas pelo Deus, enquanto a domesticação dos animais era vista como voltada à Deusa.

Os domínios do Deus incluíam as florestas intocadas pelas mãos humanas, os desertos escaldantes e as altas montanhas. As estrelas, por serem na verdade sóis distantes, são por vezes associadas a Seu domínio.

O ciclo anual do verdejar, amadurecer e da colheita vem há muito sendo associado ao Sol, daí os festivais Solares da Europa, os quais são ainda observados na Wicca.

O Deus é a colheita plenamente madura, o vinho inebriante extraído das uvas, o grão dourado que balança num campo, as maçãs vicejantes que pendem de galhos verdejantes nas tardes de Outono.

Em conjunto com a Deusa, também Ele celebra e rege o sexo. A Wicca não evita o sexo ou fala sobre ele por palavras sussurradas.

É uma parte da natureza e assim é aceito. Por trazer prazer, desviar nossa consciência do mundo quotidiano e perpetuar nossa espécie, é considerado um ato sagrado. O Deus nos imbui vigorosamente no desejo que assegura o futuro biológico de nossa espécie.

Símbolos normalmente utilizados para representar ou cultuar o Deus incluem a espada, chifres, a lança, a vela, ouro, bronze, diamante, a foice, a flecha, o bastão mágico, o tridente, facas e outros. Criaturas a Ele sagradas incluem o touro, o cão, a cobra, o peixe, o gamo, o dragão, o lobo, o javali, a águia, o falcão, o tubarão, os lagartos e muitos mais.

Desde sempre, o Deus é o Pai Céu, e a Deusa a Mãe Terra. O Deus é o céu, da chuva e do relâmpago, que desce sobre a Deusa e une-se a ela, espalhando as sementes sobre a terra, celebrando a fertilidade da Deusa.

Ainda hoje, as deidades da Wicca estão firmemente associadas à fertilidade, mas cada aspecto da existência humana pode ser associado à Deusa e ao Deus. Podem ser chamados para nos auxiliar a atravessar as vicissitudes de nossas existências e trazer prazer a nossas vidas normalmente carentes de espiritualidade.

Isto não significa que quando ocorrerem problemas devamos deixá-los nas mãos dos deuses. Esta é uma manobra de fuga, ao evitarmos lidar com os buracos no caminho da vida. Contudo, como Wiccanos nós chamamos pela Deusa e pelo Deus para limpar nossas mentes e ajudar-nos a nos ajudar. A magia é um excelente meio para tanto.

Após sintonizar-se com a Deusa e com o Deus, os Wiccanos pedem Seu auxílio durante o rito mágico que normalmente se segue.

Além disso, a Deusa e o Deus podem nos ajudar a mudar nossas vidas. Uma vez que as Deidades são as forças criativas do universo (e não apenas símbolos), podemos chamá-las para fortalecer nossos ritos e abençoar nossa magia. Novamente, isto vai contra a maioria das religiões. O poder está nas mãos de cada praticante, e não com sacerdotes ou sacerdotisas especializados que celebram tais feitos para as massas. Isto é o que torna a Wicca um meio de vida realmente satisfatório. Temos vínculos directos com as Deidades. Não precisamos de intermediários - sacerdotes, confessores ou xamãs. Nós somos os xamãs.

Para desenvolver um relacionamento com a Deusa e com o Deus, uma necessidade para os praticantes de Wicca, podemos seguir estes rituais simples.

À noite, sente-se ou permaneça de pé olhando para a Lua, se estiver visível. Se não, imagine a Lua mais cheia que já tenha visto com seu brilho branco-prateado na escuridão, directamente acima e diante de você.

Sinta a suave luz lunar beijando sua pele. Sinta-a tocando e misturando-se a suas próprias energias, mesclando-se e formando novos padrões.

Veja a Deusa em qualquer forma que desejar. Chame-a, entoando antigos nomes, se desejar: Diana, Lucina, Selena. Abra seu coração e sua mente para o aspecto da energia da Deusa manifestado na luz da Lua.

Repita este processo diariamente por uma semana, de preferência no mesmo horário da noite.

Concomitantemente a este exercício, sintonize-se com o Deus. Ao levantar-se pela manhã, não importa o quão tarde seja, fique de pé diante do Sol (através de uma janela se necessário, ou ao ar livre se possível) e mergulhe em sua energia. Pense no Deus. Visualize-o como quiser. Pode ser um poderoso guerreiro musculoso, erguendo uma lança em uma das mãos enquanto a outra segura uma criança ou um cacho de uvas coberto de orvalho.

Pode desejar entoar nomes do Deus, como Cernunnos, Osiris, Apolo, assim como com a Deusa.

Se não desejar visualizar o Deus (pois a visualização pode impor limitações), simplesmente entre em harmonia com as energias que emanam do Sol. Mesmo se nuvens bloqueiam o céu, ainda assim as energias do Deus lhe alcançarão. Sinta-as com toda a sua imaginação mágica.

Impeça que quaisquer outros pensamentos diferentes perturbem sua reverência ao Deus. Libere seus sentimentos; abra sua consciência para coisas mais elevadas. Chame pelo Deus com quaisquer palavras. Exprima seu desejo de sintonizar-se com Ele.

Pratique estes exercícios diariamente por uma semana. Se desejar explorar os conceitos da Deusa e do Deus, leia livros sobre mitologia de qualquer povo do mundo. Leia os mitos, mas procure pelos temas fundamentais. Quanto mais você ler, mais informações terá em suas mãos; no final, você mergulhará num banco de conhecimento desestruturado mas extremamente complexo sobre as deidades. Em outras palavras, passará a conhecê-las.

Se após sete dias sentir necessidade (ou desejo), prossiga com estes exercícios até sentir-se confortável com a Deusa e com o Deus. Eles têm sempre estado em nós e ao nosso redor; precisamos apenas abrir-nos para tal consciência. Este é um dos segredos da Wicca - O Divino habita em nós.

Em sua busca pelo conhecimento dos Deuses, passeie longamente sob as árvores. Estude as flores e as plantas. Visite locais silvestres, naturais e sinta a energia da Deusa e do Deus directamente - por meio do correr de um regato, pelo pulsar de energia proveniente do tronco de um velho carvalho, do calor de uma pedra aquecida pelo sol. Familiarizar-se com a existência das Deidades fica mais fácil pelo contacto real com tais fontes de energia.

A seguir, após ter atingido tal estado, pode ser que deseje estabelecer um altar ou santuário, permanente ou temporário, para a Deusa e para o Deus. Não precisa ser mais do que uma pequena mesa, duas velas, um incensário e um prato ou tigela com frutas, grãos, sementes, vinho ou leite.

 

 

VELA DA DEUSA - FLORES - VELA DO DEUS

 

INCENSÁRIO

 

PRATO DE OFERENDAS

 

Disposição de um altar simples.

 

Posicione duas velas em seus suportes na parte de trás do altar. A vela da esquerda representa a Deusa; a da direita, o Deus. Cores são normalmente utilizadas para distingui-los; uma vela vermelha para o Deus e uma verde para honrar a Deusa. Isto confere com as associações naturais da Wicca, pois o verde e o vermelho são antigas cores mágicas ligadas à vida e à morte. Outras cores podem ser utilizadas - amarelo ou ouro para honrar o Deus, branco ou prata para a Deusa.

Posicione o incensário diante e entre essas velas, e diante deste o prato ou a tigela de oferendas. Um vaso com flores da estação pode também ser acrescentado, assim como quaisquer objectos pessoais, como cristais, fósseis e emas secas.

Para iniciar um ritual simples aos Deuses em seu altar, fique de pé diante dele com uma oferenda de alguma espécie em sua mão.

Acenda as velas e o incenso, posicionando a oferenda dentro do prato ou da tigela, e profira palavras como estas:

 

“Senhora da Lua, dos mares incessantes e da verdejante terra,

Senhor do Sol e das criaturas silvestres,

Aceitem esta oferenda que aqui deposito em sua homenagem.

Concedam-me a sabedoria para perceber sua presença em toda a natureza,

Oh, Antigos!”

 

Depois, sentado ou ainda de pé, permaneça por alguns minutos mentalizando as deidades e pensando em seu crescente relacionamento com elas. Sinta-as dentro e ao redor de você. A seguir, extinga as chamas (use seus dedos, um abafador de velas ou a lâmina de uma vela. Assoprar é uma afronta ao elemento do Fogo). Deixe que o incenso queime até o fim, e volte a suas actividades normais.

Se desejar, vá até o altar uma vez por dia em um horário determinado. Pode ser ao levantar-se, pouco antes de ir dormir, ou após o almoço. Acenda as velas, entre em sintonia e em comunhão com a Deusa e com o Deus. Isto não é necessário, mas o ritmo constante criado por este ciclo é benéfico e melhorará seu relacionamento com as deidades.

Devolva à Terra as oferendas deixadas no altar ao final de cada dia ou quando trouxer mais para lá deixar.

Se não puder montar um altar permanente, ajuste-o a cada vez que sentir a necessidade de usá-lo, guardando a seguir os instrumentos. Faça da montagem do altar uma parte do ritual.

Estes ritos simples escondem sua força. A Deusa e o Deus são entidades reais, possuidoras da força que criou o universo. Harmonizar-se com elas faz com que nossas vidas mudem para sempre. Também lança nova esperança para nosso planeta e para a continuidade de nossa existência nele.

Se este rito é formal demais para seu gosto, altere-o ou crie o seu próprio. Este é o escopo básico deste livro: faça as coisas a seu modo e não do meu, apenas porque as passei para o papel. É impossível ajustar meu pé dentro da pegada de alguém na areia. Não existe um modo único e correcto na Wicca; tal pensamento pertence às religiões monoteísticas que em sua maioria se tornaram instituições políticas e mercantis.

Descobrir as deidades da Wicca é uma experiência sem fim. Elas normalmente se apresentam por conta própria. Como dizem os xamãs, "esteja atento". Toda a natureza está-nos cantando Seus segredos. A Deusa constantemente afasta Seu véu; o Deus ilumina com inspiração e esclarecimento. Nós é que não percebemos.

Não se preocupe com o que os outros possam pensar se souberem que você esteve harmonizando-se com uma Deusa de 20.000 anos. Os sentimentos e pensamentos deles acerca de sua religião não acarretam consequências. Se sentir a necessidade de ocultar suas experiências dos outros, simplesmente faça-o, não por medo ou vergonha, mas porque realmente trilhamos caminhos diferentes. Nem todos estão prontos para a Wicca.

Alguns dirão que nós (e quaisquer outros que não sigam seus rituais ou abracem sua religião) estamos cultuando Satã. Não que nos demos conta disso, é claro, pois Satã, segundo tais peritos, é muito hábil para que percebamos.

Tais pessoas não conseguem acreditar que qualquer religião, além de sua própria, possa ser profunda, gratificante e verdadeira para aquele que nela acredita. Assim, se cultuamos o Deus e a Deusa, eles dizem, estamos negando todo o bem e cultuando Satã, a encarnação de toda a negatividade e do mal.

Os Wiccanos não são tão radicais. Presumir que uma dada religião é o único caminho para se acessar o Divino é talvez a maior das vaidades humanas. Tais crenças causaram incalculáveis derramamentos de sangue e o surgimento do odioso conceito das guerras santas.

A base de tal erro parece ser o conceito de um ser incorrupto, puro e positivo - Deus. Se essa deidade é a soma de todo o bem, seus seguidores acreditam que também deva haver um ser correspondente negativo. Temos, assim, Satã.

A Wicca não corrobora com tais idéias. Reconhecemos os aspectos obscuros da Deusa e do Deus do mesmo modo como reconhecemos os claros. Tudo na natureza é composto de opostos, e esta polaridade reside também em nós mesmos. As mais obscuras características humanas, assim como as mais brilhantes, estão guardadas em nossos inconscientes. Somente nossa capacidade de superar os desejos destrutivos, canalizando tais energias para pensamentos e actos positivos, é capaz de nos separar dos assassinos em massa e dos sociopatas.

Sim, o Deus e a Deusa têm aspectos obscuros, mas não devemos temê-los. Analise algumas manifestações de Seus poderes. Uma enchente devastadora traz solo rico no qual florescerão novas plantas. A morte traz uma maior apreciação da vida para os que ficam e repouso para o que parte. "Bem" e "mal" são geralmente idênticos em sua natureza, dependendo do ponto de vista adoptado. Ademais, de todo mal sempre surgirá um bem.

Para seus praticantes, toda e qualquer religião é real, o artigo original. Jamais haverá uma religião, um profeta ou um salvador que satisfará a todos os cinco bilhões de humanos. Cada um de nós deve encontrar nosso modo ideal para harmonizar-se com o Divino. Para alguns, este modo é a Wicca.

Os Wiccanos enfatizam os aspectos brilhantes das deidades porque isto nos dá um propósito para crescer e evoluir aos aspectos mais elevados da existência. Quando a morte, a destruição, a dor e a ira surgem em nossas vidas (o que é normal), podemo-nos voltar para a Deusa e para o Deus e saber que isso é também uma faceta deles.

Não precisamos atribuir a um demônio esses aspectos naturais da vida e apelar a um deus puro e casto que nos livre deles.

Ao compreender de fato a Deusa e o Deus, passamos a entender a vida, pois ambos estão intrinsecamente ligados. Viva sua vida terrena plenamente, mas tente também ver os aspectos espirituais de suas atividades. Lembre-se, o físico e o espiritual nada mais são do que reflexos um do outro.

Quando ministro cursos, uma questão costuma surgir com frequência: "Qual é o sentido da vida?"

Pode vir acompanhada de uma risada, mas esta é uma questão que, se respondida, satisfaz todas as outras que possamos ter. É o problema que todas as religiões e sistemas filosóficos têm lutado para resolver.

Qualquer um pode encontrar a resposta com a simples técnica de viver e observar a vida. Apesar de cada pessoa encontrar uma resposta diferente, podemos encontrar nossas respostas juntos.

A Deusa e o Deus são tanto o belo e o obscuro da natureza. Não cultuamos a natureza desse modo; alguns Wiccanos provavelmente diriam que nem sequer cultuam a Deusa e o Deus. Nós não nos curvamos para as deidades; nós trabalhamos com Eles para criar um mundo melhor.

Isto é o que faz da Wicca uma religião verdadeiramente participativa.

 

Espaço dedicado à Wicca

 

Principio Criador

 

Para a Wicca, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida.


Princípio Feminino


A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o útero de Toda Criação. é associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. é o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à Bruxa na imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal.


Princípio Masculino


Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe, todos os dias, o Deus nos mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida. Para alguns, pode parecer incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele, tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. O sentido profundo do simbolismo na Bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contato intuitivo com a energia dos Deuses.

 

 

 

Espaço dedicado à Wicca

 

A Deusa e o Deus

 

O Divino Feminino


A Deusa foi a primeira divindade cultuada pelo homem pré-histórico. As suas inúmeras imagens encontradas em vários sítios históricos e arqueológicos do mundo inteiro representavam a fertilidade - da mulher e da Terra. Por ser a mulher a doadora da vida atribuiu-se à Fonte Criadora Universal a condição feminina e a Mãe Terra tornou-se o primeiro contato da raça humana com o divino.


Mas afinal, quem é essa Deusa? Só o fato de termos que fazer essa pergunta demonstra o quanto nossa sociedade ocidental formada sob a égide da mitologia judaico-cristã se afastou de nossas origens. Fomos criados condicionados por uma cosmologia desprovida de símbolos do Sagrado Feminimo, a não ser Maria, Mãe Divina, que não tem os atributos divinos, que são reconhecidos apenas ao Pai e ao Filho e é substituida na Trindade pelo conceito de Espírito Santo. Maria é, quando muito, a intermediária para a atuação dos poderes do Deus... "peça à Mãe que o Filho concede..." Mas Maria não é a Deusa, senão um de seus aspectos mais aceitos pela sociedade patriarcal, de coadjuvante do Deus, reproduzindo o fenômeno social do patriarcado em que a mulher auxilia o homem, mas sempre lhe é inferior e, por isso, deve submeter-se à sua autoridade.


Não somos feministas nem queremos partir para discursos feministas, mas tão somente constatar que a ausência de uma Deusa nas mitologias pós-cristãs se deve ao franco predomínio do patriarcado. Predomínio esse que nos trouxe, ao final do século XX, a uma sociedade norteada pelos valores da competição selvagem, da sobrevivência do mais forte, da violência ao invés da convivência, do predomínio da razão sobre a emoção. Mas a Deusa está ressurgindo. Desde a década de 60, reafirmando-se nas últimas, a descoberta da Terra como valor mais alto a preservar sob pena de não mais haver espécie humana fez decolar a consciência ecológica e o renascimento dos valores ligados à Deusa: a paz, a convivência na diversidade, a cultura, as artes, o respeito a outras formas de vida no planeta.


Cultuar a Deusa hoje significa reconsagrar o Sagrado Feminino, curando, assim, a Terra e a essência humana. Quer sejamos homens ou mulheres, sabemos que nossa psique contém aspectos masculinos e femininos. Aceitar e respeitar a Deusa como polaridade complementar do Deus é o primeiro passo para a cura de nossa fragmentação dualística interior. A Deusa é cultuada como Mãe Terra, representando a plenitude da Terra, sua sacralidade. Sobre a Terra existimos e, ao fazê-lo, estamos pisando o corpo dela, aqui e agora, muito diferente da crença em um deus Onipotente e distante, que vive nos céus. A Deusa é a Terra que pisamos, nossos irmãos animais e plantas, a água que bebemos, o ar que respiramos, o fogo do centro dos vulcões, os rios, as cores do arco-íris, o meu corpo, o seu corpo... A Deusa está em todas as coisas... Ela é Aquela que Canta na Natureza... O Deus Cornífero seu consorte, segue sua música e é Aquele que Dança a Vida... Cultuar a Deusa não significa substituir o Deus ou rejeitá-lo. Ambos, Deus e Deusa são da mesma moeda, as duas faces do Todo. A Deusa é a criadora primordial, o Deus o primeiro criado, e sua dança conjunta e eterna, em espiral, representa a eterna dança da vida.


A Deusa também é a Senhora da Lua e, mais uma vez, a explicação desse fato remonta às cavernas em que já vivemos. O homem pré-histórico desconhecia o papel do homem na reprodução, mas conhecia muito bem o papel da mulher. E ainda considerava a mulher envolta em uma aura mística, porque sangrava todo mês e não morria, ao passo que para qualquer dos homens sangrar significava morte. Portanto, a mulher devia ser muito poderosa, ainda mais que conhecia o "segredo" de ter bebês... É fácil entender porque a mulher era identificada com a Deusa, ou, melhor dizendo, porque a primeira divindade conhecida tinha que ter caracteres femininos... Ainda mais quando as pessoas descobriram que a gravidez durava 10 lunações e a colheita e o suceder das estações seguia um ciclo de 13 meses lunares. O primeiro calendário do homem pré-histórico foi mostrado nas mãos da famosa estatueta da Vênus de Laussel, que segura em sua mão um chifre em forma de crescente, com 13 talhos que representam as lunações. Por sua conexão com a Lua e a mulher, a Deusa é cultuada em 3 aspectos: a Donzela, que corresponde à Lua Crescente, a Mãe representada na Lua Cheia e a Anciã, simbolizada na Lua Decrescente, ou seja, Minguante e Nova.


Na tradição da Deusa a Donzela é representada pela cor branca e significa os inícios, tudo o que vai crescer, o apogeu da juventude, as sementes plantadas que começam a germinar, a Primavera, os animais no cio e seu acasalamento. Ela e a Virgem, não só aquela que é fisicamente virgem, mas a mulher que se basta, independente e auto-suficiente. Como Mãe a Deusa está em sua plenitude. Sua cor é o vermelho, sua época o verão. Significa abundância, proteção, procriação, nutrição, os animais parindo e amamentando, as espigas maduras, a prosperidade, a idade adulta. Ela é a Senhora da Vida, a face mais acolhedora da Deusa.


Por fim, a Deusa é a Anciã, que é a Mulher Sábia, aquela que atingiu a menopausa e não mais verte seu sangue, tornando-se assim mais poderosa por isso. Simboliza a paciência, a sabedoria, a velhice, o anoitecer, a cor preta. A Anciã também é a Deusa em sua face Negra da Ceifeira, a Senhora da Morte. Aquela que precisa agir para que o eterno ciclo dos renascimentos seja perpetuado. Esta é o aspecto com que mais dificilmente nos conectamos, porém, a Senhora da Sombra, a Guardiã das Trevas e Condutora das Almas é essencial em nossos processos vitais. Que seria de nós se não existisse a morte? Não poderíamos renascer, recomeçar... Desta forma, é fácil compreendermos porque a Religião da Deusa postula a reencarnação. Se fazemos parte de um universo em constante mutação, que sentido haveria em crermos que somos os únicos a não participar do processo interminável da vida-morte-renascimento? Essa realidade existe no microcosmo do ciclo das estações, da colheita que tem que ser feita para que se reúnam as sementes e haja novo plantio.


É justamente por isso que aqueles que seguem o Caminho da Deusa celebram a chamada Roda do Ano, constituida pelos 8 Sabbats que marcam a passagem das estações. Ao celebrar os Sabbats cremos que estamos ajudando no giro da Roda da Vida, participando assim de um processo de co-criação do mundo. Submeter-se à sua autoridade.


Por tudo o que dissemos fica fácil entender porque os caminhos, cultos e tradições centrados na Deusa são religiões naturais, fundamentadas nos ciclos da natureza e no entendimento de seus elementos e ritmos. Estas práticas de magia natural usam a conexão e correlação dos elementos da natureza - Água, Terra, Fogo e Ar, as correspondências astrológicas (signos zodiacais, influências planetárias, dias e horários propícios, pedras minerais, plantas, essências, cores, sons) e a sintonia com os seres elementais (Devas Guardiões dos lugares, Gnomos, Silfos, Ondinas, Salamandras, Duendes e Fadas).


A Deusa e o Deus


"Todas as Deusas são uma só Deusa, todos os Deuses são um só Deus."


Conquanto a Deusa presida a pulsação vital constante do Universo, é imprescindível que entendamos o papel do Deus. Ela é a Senhora da Vida, mas Ele é o Portador da Luz; Ela é o ventre, Ele o falo ereto; Ela gera a vida, Ele é a faísca que inicia o processo, em plena harmonia, sem predomínios nem competições, mas pela completa união... Ambos parceiros no desenrolar da música e dança que criam e recriam o universo ainda hoje... Na Primavera Ela é a Donzela, Ele o Deus Azul do Amor... No verão ela é a Mãe, grávida, ele o Galhudo, o Deus da Vegetação e dos Animais, Cernnunnos... No outono ele desce para o Mundo Subterrâneo, como o Deus Negro do Mundo Inferior, do sacrifício e da Morte e Ela a Anciã que abre os portais e o acolhe durante sua transmutação. No inverno ele renasce do próprio ventre escuro da Deusa, que quase torna, assim, a um só tempo, sua consorte e sua mãe...


O Deus Cornífero


O Deus realmente é deixado de lado muitas vezes nos cultos pagãos, como se a energia da Deusa pedisse essa dedicação exclusiva. Isto é verdade em parte, porque, não é possível cultuar o Deus adequadamente enquanto não mergulharmos na Deusa e nos despirmos do Deus do patriarcado.


Quando no curso de nosso caminho - e isso demora até anos (mas vaira muito de pessoa para pessoa) - está na hora do Deus voltar, a própria Deusa nos mostra seu Filho, Consorte, Defensor, Ancião. O Deus aparece, tríplice como a Deusa.


O Deus Jovem é, antes de tudo, a Criança da promessa, a semente do sol no meio da escuridão. Depois, é o Garoto do Pólen, o fertilizador em sua face mais juvenil, e traz a energia da alegria de viver, o poder de se maravilhar ante as descobertas da vida, é o experimentador, a face mais sorridente do sol matinal.


Daí surge o Deus Azul do Amor, o rapaz que cresceu e chegou na adolescência e desabrocha em beleza e masculinidade, é o Jovem Deus da Primavera, percorre as Florestas e acorda a natureza. Ele é o Apaixonado, aquele que primeiro busca a Deusa como a Donzela e propicia o encontro... Ele é o Deus da sedução ainda inocente, que não conhece os mistérios da Senhora ainda... ele é toda possibilidade.


Depois ele é o Galhudo e o Green Man... O Deus é o macho na sua plenitude, O Senhor dos Chifres que desbancou o gamo-rei anterior, ele é força e poder, músculos e vitalidade, ele cheira a sexo e promessas. Ele é o Grande Amante, atraído irresistivelmente pela Senhora ele é o Provedor, o Sustentador, o Senhor Defensor. Ele é o Senhor das Coisas Selvagens, o Deus da Dança da Vida, O Falo Ereto, O Fertilizador. Como Green Man ele também é o Senhor da Terra e sua abundância, o parceiro da Senhora dos Grãos. O Senhor dos Brotos, aquele que cuida dos frutos e os distribui pela terra.


Mas o Deus é também O Trapaceiro, o Senhor da Embriaguez, o Desafiador e o Ancião da Justiça. Ele nos faz seguir um caminho e nos perdemos para conhecer o pânico de Pan... ele nos deixa loucos como Dionisio, ou perdidos nos devaneios de Netuno... ele é o Desafiador, seja nos duelos, seja na guerra, na luta pela sobrevivência... ele é caprichoso e insidioso, ele nos engana, nos deixa desesperados e sorri - porque esse é seu papel; estimular o novo, mostrar que nosso desespero é inútil e só nos escraviza...


Como a Deusa, Ele está na fome e no fim da fome, na vida e na doença terminal, na luz e na sombra, no que é bom para você e no que é mau... A Deusa nunca está só, ela tem sua contraparte masculina e, no entanto, Ele só existe por amor a Ela... alias, todos nós somos fruto dessa dança de amor. O Deus é o Ancião sábio, o distribuidor da Justiça, seja a que se impõe com sabedoria ou raios... Ele conhece os segredos dos oráculos, mas sabe que são Dela... ele é o repositório do conhecimento, mas a sabedoria é Dela... ele lê os sinais da natureza, mas sabe que quem os escreve é Ela.


E o velho sábio vai murchando e se transforma no Senhor da Morte... ele que é o Senhor de Dois Mundos, pois no ventre dela, de volta, ele vive sua morte e a própria ressurreição. Mistério e segredo, morte e retorno, Ele é o que atravessa os portais dos quais Ela é a Senhora. Ele, o Caçador, que também faz o papel de Ceifador... Ele que ronda o leito dos moribundos e dança a dança da morte. O Senhor dos esqueletos.


Ele que na dança da morte retoma o brilho do sol e sua face negra se ilumina, em uma explosão impossível de conter, e Lugh nasce outra vez...


Ele que é Pai, Filho, Bebê Iluminado, Amante Selvagem, Sábio Educador... ele, o Deus que se revela apenas pela Deusa.

Fonte: Templo da Deusa

 

 

Espaço dedicado à Wicca

 

Disposição de um altar simples

 

VELA DA DEUSA - FLORES - VELA DO DEUS

 

INCENSÁRIO

 

PRATO DE OFERENDAS

 

 

Posicione duas velas em seus suportes na parte de trás do altar. A vela da esquerda representa a Deusa; a da direita, o Deus. Cores são normalmente utilizadas para distingui-los; uma vela vermelha para o Deus e uma verde para honrar a Deusa. Isto confere com as associações naturais da Wicca, pois o verde e o vermelho são antigas cores mágicas ligadas à vida e à morte. Outras cores podem ser utilizadas - amarelo ou ouro para honrar o Deus, branco ou prata para a Deusa.

Posicione o incensário diante e entre essas velas, e diante deste o prato ou a tigela de oferendas. Um vaso com flores da estação pode também ser acrescentado, assim como quaisquer objectos pessoais, como cristais, fósseis e emas secas.

Para iniciar um ritual simples aos Deuses em seu altar, fique de pé diante dele com uma oferenda de alguma espécie em sua mão.

Acenda as velas e o incenso, posicionando a oferenda dentro do prato ou da tigela, e profira palavras como estas:

 

“Senhora da Lua, dos mares incessantes e da verdejante terra,

Senhor do Sol e das criaturas silvestres,

Aceitem esta oferenda que aqui deposito em sua homenagem.

Concedam-me a sabedoria para perceber sua presença em toda a natureza,

Oh, Antigos!”

 

Depois, sentado ou ainda de pé, permaneça por alguns minutos mentalizando as deidades e pensando em seu crescente relacionamento com elas. Sinta-as dentro e ao redor de você. A seguir, extinga as chamas (use seus dedos, um abafador de velas ou a lâmina de uma vela. Assoprar é uma afronta ao elemento do Fogo). Deixe que o incenso queime até o fim, e volte a suas actividades normais.

Se desejar, vá até o altar uma vez por dia em um horário determinado. Pode ser ao levantar-se, pouco antes de ir dormir, ou após o almoço. Acenda as velas, entre em sintonia e em comunhão com a Deusa e com o Deus. Isto não é necessário, mas o ritmo constante criado por este ciclo é benéfico e melhorará seu relacionamento com as deidades.

Devolva à Terra as oferendas deixadas no altar ao final de cada dia ou quando trouxer mais para lá deixar.

Se não puder montar um altar permanente, ajuste-o a cada vez que sentir a necessidade de usá-lo, guardando a seguir os instrumentos. Faça da montagem do altar uma parte do ritual.

Estes ritos simples escondem sua força. A Deusa e o Deus são entidades reais, possuidoras da força que criou o universo. Harmonizar-se com elas faz com que nossas vidas mudem para sempre. Também lança nova esperança para nosso planeta e para a continuidade de nossa existência nele.

Se este rito é formal demais para seu gosto, altere-o ou crie o seu próprio. Este é o escopo básico deste livro: faça as coisas a seu modo e não do meu, apenas porque as passei para o papel. É impossível ajustar meu pé dentro da pegada de alguém na areia. Não existe um modo único e correcto na Wicca; tal pensamento pertence às religiões monoteísticas que em sua maioria se tornaram instituições políticas e mercantis.

Descobrir as deidades da Wicca é uma experiência sem fim. Elas normalmente se apresentam por conta própria. Como dizem os xamãs, "esteja atento". Toda a natureza está-nos cantando Seus segredos. A Deusa constantemente afasta Seu véu; o Deus ilumina com inspiração e esclarecimento. Nós é que não percebemos.

Não se preocupe com o que os outros possam pensar se souberem que você esteve harmonizando-se com uma Deusa de 20.000 anos. Os sentimentos e pensamentos deles acerca de sua religião não acarretam consequências. Se sentir a necessidade de ocultar suas experiências dos outros, simplesmente faça-o, não por medo ou vergonha, mas porque realmente trilhamos caminhos diferentes. Nem todos estão prontos para a Wicca.

Alguns dirão que nós (e quaisquer outros que não sigam seus rituais ou abracem sua religião) estamos cultuando Satã. Não que nos demos conta disso, é claro, pois Satã, segundo tais peritos, é muito hábil para que percebamos.

Tais pessoas não conseguem acreditar que qualquer religião, além de sua própria, possa ser profunda, gratificante e verdadeira para aquele que nela acredita. Assim, se cultuamos o Deus e a Deusa, eles dizem, estamos negando todo o bem e cultuando Satã, a encarnação de toda a negatividade e do mal.

Os Wiccanos não são tão radicais. Presumir que uma dada religião é o único caminho para se acessar o Divino é talvez a maior das vaidades humanas. Tais crenças causaram incalculáveis derramamentos de sangue e o surgimento do odioso conceito das guerras santas.

A base de tal erro parece ser o conceito de um ser incorrupto, puro e positivo - Deus. Se essa deidade é a soma de todo o bem, seus seguidores acreditam que também deva haver um ser correspondente negativo. Temos, assim, Satã.

A Wicca não corrobora com tais idéias. Reconhecemos os aspectos obscuros da Deusa e do Deus do mesmo modo como reconhecemos os claros. Tudo na natureza é composto de opostos, e esta polaridade reside também em nós mesmos. As mais obscuras características humanas, assim como as mais brilhantes, estão guardadas em nossos inconscientes. Somente nossa capacidade de superar os desejos destrutivos, canalizando tais energias para pensamentos e actos positivos, é capaz de nos separar dos assassinos em massa e dos sociopatas.

Sim, o Deus e a Deusa têm aspectos obscuros, mas não devemos temê-los. Analise algumas manifestações de Seus poderes. Uma enchente devastadora traz solo rico no qual florescerão novas plantas. A morte traz uma maior apreciação da vida para os que ficam e repouso para o que parte. "Bem" e "mal" são geralmente idênticos em sua natureza, dependendo do ponto de vista adoptado. Ademais, de todo mal sempre surgirá um bem.

Para seus praticantes, toda e qualquer religião é real, o artigo original. Jamais haverá uma religião, um profeta ou um salvador que satisfará a todos os cinco bilhões de humanos. Cada um de nós deve encontrar nosso modo ideal para harmonizar-se com o Divino. Para alguns, este modo é a Wicca.

Os Wiccanos enfatizam os aspectos brilhantes das deidades porque isto nos dá um propósito para crescer e evoluir aos aspectos mais elevados da existência. Quando a morte, a destruição, a dor e a ira surgem em nossas vidas (o que é normal), podemo-nos voltar para a Deusa e para o Deus e saber que isso é também uma faceta deles.

Não precisamos atribuir a um demônio esses aspectos naturais da vida e apelar a um deus puro e casto que nos livre deles.

Ao compreender de fato a Deusa e o Deus, passamos a entender a vida, pois ambos estão intrinsecamente ligados. Viva sua vida terrena plenamente, mas tente também ver os aspectos espirituais de suas atividades. Lembre-se, o físico e o espiritual nada mais são do que reflexos um do outro.

Quando ministro cursos, uma questão costuma surgir com frequência: "Qual é o sentido da vida?"

Pode vir acompanhada de uma risada, mas esta é uma questão que, se respondida, satisfaz todas as outras que possamos ter. É o problema que todas as religiões e sistemas filosóficos têm lutado para resolver.

Qualquer um pode encontrar a resposta com a simples técnica de viver e observar a vida. Apesar de cada pessoa encontrar uma resposta diferente, podemos encontrar nossas respostas juntos.

A Deusa e o Deus são tanto o belo e o obscuro da natureza. Não cultuamos a natureza desse modo; alguns Wiccanos provavelmente diriam que nem sequer cultuam a Deusa e o Deus. Nós não nos curvamos para as deidades; nós trabalhamos com Eles para criar um mundo melhor.

Isto é o que faz da Wicca uma religião verdadeiramente participativa.

(fonte: “Guia essencial da Bruxa Solitária” de Scott Cunnigham)

 

 

INSTRUMENTOS DA ARTE WICCA

 

 

Assim como em outras religiões, alguns objectos são utilizados em Wicca com finalidades ritualísticas. Tais instrumentos são utilizados para evocar as Deidades, afastar a negatividade, direccionar energia por meio do toque e da intenção.

Alguns instrumentos da Bruxa (a vassoura, o caldeirão e o bastão mágico) assumiram papéis importantes no folclore e na mitologia contemporâneos. Graças à popularização das fábulas e ao trabalho dos estúdios Disney, milhões de pessoas sabem hoje que se utilizam caldeirões para preparar poções e para transformar o feio em belo.

A maioria das pessoas, no entanto, ignora a poderosa magia por trás desses instrumentos e seu simbolismo dentro da Wicca.

Para praticar Wicca, devemos possuir ao menos alguns desses instrumentos. Procure tais tesouros em antiquários, lojas de bugigangas, feiras de trocas e mercados de pulgas. Ou então escreva para fornecedores de artigos para ocultismo. Apesar de difíceis de ser encontrados, qualquer esforço é válido para a obtenção de seus instrumentos rituais.

Tais instrumentos não são necessários para a prática da Wicca. Ainda assim, eles enriquecem os rituais e simbolizam energias complexas. Os instrumentos não possuem poderes outros que não os que nós mesmos lhes conferimos.

Alguns dizem que devemos utilizar instrumentos mágicos até que não sejam mais necessários. Talvez seja melhor usá-los enquanto nos sentimos confortáveis com isso.

 

«     A Vassoura

 

 

As Bruxas usam vassouras em magia e em rituais. É um instrumento sagrado tanto à Deusa como ao Deus. Isto não constitui novidade; no México pré-colombiano uma espécie de deidade bruxa, Tlazelteotl, era representada voando nua sobre uma vassoura. Os chineses cultuam uma deusa das vassouras que é invocada para trazer bom tempo em períodos de chuva.

Além disso, provavelmente devido a seu formato fálico, a vassoura se tornou um instrumento poderoso contra pragas e praticantes de magia negra. Quando colocada no chão transversalmente à entrada da casa, a vassoura barra quaisquer encantamentos lançados contra a casa ou seus ocupantes. Uma vassoura sob o travesseiro traz sonhos agradáveis e protege a pessoa.

As Bruxas européias passaram a ser identificadas com as vassouras porque ambas eram associadas à magia pelo conhecimento popular e religioso. As Bruxas eram acusadas de voar em cabos de vassoura, e isso era considerado uma aliança com as "forças obscuras". Tal acção, se pudesse ser praticada, seria realmente sobrenatural, e assim, demoníaca a seus olhos, contrastando com as simples curas e encantos de amor realmente praticados pelas Bruxas. Obviamente, o mito foi criado pelos perseguidores de Bruxas. Alguns Wiccanos afirmam que bruxas "voavam" em vassouras pulando no solo, do mesmo modo como crianças em cavalinhos de pau, para promover a fertilidade dos campos. Acredita-se, ainda, que as lendas de bruxas voando em vassouras eram uma explicação pouco sofisticada para a projecção astral.

Ainda hoje a vassoura é utilizada na Wicca. Um Wiccano pode iniciar um ritual varrendo levemente a área (dentro ou fora de casa) com sua vassoura mágica. Após isso, o altar é preparado, os instrumentos são nele arrumados e o ritual pode assim ser iniciado.

Este ato de varrer é mais do que uma limpeza física. Na verdade, os pêlos da vassoura nem precisam tocar o chão. Enquanto varre, o Wiccano pode visualizar a vassoura eliminando os excessos astrais que surgem onde humanos vivem. Isto purifica a área, permitindo assim melhores trabalhos rituais.

Sendo a vassoura um purificador, ela é associada ao elemento da Água. Assim, é também utilizada em todos os tipos de encantamentos com água, inclusive os de amor e de trabalhos psíquicos.

Muitas Bruxas coleccionam vassouras, e sem dúvida sua infindável variedade e os materiais exóticos utilizados em sua confecção tornam este um hobby interessante.

Se desejar fazer sua própria vassoura mágica, pode tentar a velha fórmula de utilizar um cabo de freixo, galhos de bétula amarrados com ramos de salgueiro. O freixo é protetivo, a bétula purificante e o salgueiro é sagrado à Deusa.

Obviamente, um galho de qualquer árvore ou arbusto pode ser utilizado no lugar da vassoura (ao cortá-lo, agradeça à árvore pelo sacrifício, utilizando palavras como as contidas na secção "Um Guia Herbáceo" do Livro de Sombras das Pedras Erguidas, Seção III). Pode-se usar também uma pequena vassoura de folhinhas de pinho.

Nos antigos casamentos escravos na América, assim como nas núpcias Ciganas, o casal geralmente pulava ritualmente por sobre uma vassoura para solenizar sua união. Tais casamentos eram comuns até tempos recentes, e ainda hoje casamentos Wiccanos e pagãos incluem um pulo por sobre uma vassoura.

Muitos encantamentos antigos envolvem a utilização de vassouras. Em geral, a vassoura é um instrumento purificador e de protecção, utilizado para limpar ritualisticamente a área de magia ou para proteger um lar ao ser colocada na entrada, sob a cama, em peitoris de janelas ou nas portas.

A vassoura utilizada em magia, como todos os instrumentos mágicos, deve ser reservada para esse único fim. Se desejar comprar uma vassoura, tente encontrar uma arredondada; as vassouras horizontais aparentemente não possuem o mesmo efeito.

 

«     Bastão

 

O bastão é um dos instrumentos mais importantes. Tem sido utilizado há milhares de anos em ritos mágicos e religiosos. É um instrumento de invocação. A Deusa e o Deus podem ser chamados para assistirem ao ritual por meio de palavras e de um bastão erguido. Também é por vezes utilizado para direcionar energia, para desenhar símbolos mágicos ou um círculo no solo, para indicar a direcção de perigo quando perfeitamente equilibrado na palma da mão ou no braço de um Bruxo, ou mesmo para mexer um preparado em um caldeirão. O bastão representa o elemento do Ar para alguns Wiccanos, e é sagrado para os Deuses.

Há madeiras tradicionais para a confecção de um bastão, dentre elas o salgueiro, o sabugueiro, o carvalho, a macieira, o pessegueiro, a avelã e a cerejeira. Alguns Wiccanos a cortam com o comprimento da ponta de seu cotovelo até a extremidade de seu indicador, mas isto não é necessário. Qualquer peça relativamente reta de madeira pode ser utilizada; até mesmo uma cavilha comprada em uma loja de ferramentas serve, e já vi bastões maravilhosamente esculpidos ou pintados feitos a partir destas.

A consciência (e o marketing) da Nova Era resgatou o destaque dos bastões. Criações maravilhosas de prata e com cristais de quartzo estão à sua disposição numa vasta gama de tamanhos e preços. Certamente, podem ser utilizados em rituais de Wicca, apesar de os de madeira possuírem uma história mais antiga.

A princípio, não se preocupe com a busca pelo bastão ideal; ele virá até você. Utilizei um pedaço de raiz de alcaçuz como bastão por algum tempo, e obtive bons resultados com ele.

Qualquer madeira que utilizar será imbuída com energia e poder. Encontre uma que lhe seja confortável, e pronto.

 

«     Incensário

 

O incensário é um queimador de incenso. Pode ser feito de metal, de forma complexa, como o utilizado pela igreja católica, ou uma simples concha do mar. O incensário é o suporte para o incenso aceso durante os rituais Wiccanos.

Se não conseguir obter um incensário apropriado, confeccione um você mesmo. Qualquer pote ou taça cheio até a metade com areia ou sal funciona a contento. O sal ou a areia absorvem o calor do carvão ou incenso e evita que o pote se quebre. Varetas de incenso também podem ser insertas no sal, e pode-se ainda apoiar os cones em sua superfície.

A utilização de incenso em rituais e em magia é uma arte em si só e por si só. Quando nenhum incenso específico for necessário para rituais e encantamentos, use sua intuição e criatividade para determinar a combinação a ser feita.

Podem ser utilizados incensos em varetas, em cone ou em tijolinhos, mas a maioria dos Wiccanos prefere incensos crus ou granulados, do tipo que deve ser queimado sobre pedrinhas de carvão, disponíveis em fornecedores de artigos para ocultismo. Qualquer um serve.

Na magia cerimonial, por vezes pede-se a aparição visual de "espíritos" por meio da fumaça que emana dos incensos. Mesmo não sendo isto uma característica da Wicca, a Deusa e o Deus podem eventualmente ser vistos na fumaça que se enrola. Sentar-se respirando lentamente enquanto se observa a fumaça pode induzir a estados de transe, que nos leva a estados alterados de consciência.

Rituais Wiccanos, quando praticados no interior de prédios, não serão completos sem um incenso. Ao ar livre, uma fogueira pode substituí-lo, ou mesmo incensos de vareta afixados no solo.

Portanto, o incensário é uma importante peça para rituais internos. Para alguns Wiccanos, o incensário representa o elemento do Ar. É geralmente posicionado diante das imagens das Deidades no altar, se houver.

 

«     Caldeirão

 

O caldeirão é o instrumento da Bruxa por excelência. É um antigo recipiente culinário, imbuído em mistério e tradição mágica. O caldeirão é o recipiente no qual ocorrem as transformações mágicas; o cálice sagrado, a fonte santa, o mar da Criação Básica.

A Wicca vê o caldeirão como um símbolo da Deusa, a essência manifesta da feminilidade e da fertilidade. É também um símbolo do elemento da Água, da reencarnação, da imortalidade e da inspiração. As lendas Celtas acerca do caldeirão de Kerridwen tiveram grande impacto na Wicca contemporânea.

O caldeirão é geralmente um ponto central dos rituais. Durante os ritos da primavera, é por vezes cheio com água fresca e flores; no inverno, acende-se fogo dentro do caldeirão para representar o retorno do calor e da luz do Sol (o Deus) vindo do caldeirão (a Deusa). Isto está ligado a mitos agrícolas nos quais o Deus nasce no inverno, atinge a maturidade no verão e morre após a última colheita (ver Capítulo 8. Dias de Poder).

Idealmente, o caldeirão deve ser feito de ferro, apoiando-se em três pés e com a boca menor do que sua parte mais bojuda. Pode ser difícil encontrar um caldeirão, mesmo os menores, mas uma busca cuidadosa em geral nos leva a algum tipo de caldeirão. Algumas lojas por catálogo possuem caldeirões, mas não regularmente. Aconselha-se investigar esses fornecedores.

Caldeirões podem ser encontrados em vários tamanhos, desde aqueles com alguns centímetros de diâmetro até monstros com raio de cerca de meio metro. Eu coleciono alguns, inclusive um antigo, reservado para fins rituais.

O caldeirão pode-se tornar um instrumento de scrying ("contemplação") ao ser cheio com água e ter seu fundo escuro observado. Pode também servir como um recipiente no qual preparar as famigeradas bebidas Wiccanas, mas tenha em mente que um fogo forte e muita paciência são necessários para ferver líquidos em caldeirões grandes. A maioria dos Wiccanos utiliza fogões e panelas hoje.

Se tiver dificuldade em encontrar um caldeirão, persista e um acabará materializando-se. Certamente, não há mal em pedir para que a Deusa e o Deus ponham um em seu caminho.

 

«     Faca Mágica

 

A faca mágica (ou Athame) possui uma antiga história. Não é utilizada como instrumento de corte na Wicca, mas sim para direcionar a energia gerada durante ritos e encantamentos. Raramente é utilizada para invocar ou chamar as deidades, pois é um instrumento de comando e manipulação de poder. É melhor chamar pela Deusa e pelo Deus.

A faca é geralmente cega, normalmente de fio duplo e com um cabo preto ou escuro. O preto absorve poder. Quando utilizada em rituais (ver O Livro de Sombras das Pedras Erguidas) para direcionar energia, um pouco de seu poder é absorvido pelo cabo - apenas uma quantidade ínfima -, o qual pode ser evocado posteriormente. Do mesmo modo, por vezes a energia gerada em rituais Wiccanos é canalizada à faca para uso posterior. Estórias de espadas com poderes e nomes mágicos são bem comuns na literatura mítica, e espadas são simplesmente grandes facas.

Alguns Wiccanos entalham símbolos mágicos em suas facas, normalmente tirados da Chave de Salomão, mas isto não é necessário. Como em muitos instrumentos de magia, a faca se torna poderosa com seu toque e com sua utilização. Entretanto, se assim desejar, entalhe palavras, símbolos ou runas em sua lâmina ou cabo.

Uma espada é por vezes utilizada em Wicca, pois possui todas as propriedades de uma faca, mas pode ser de difícil manuseio em rituais internos devido a seu tamanho.

Graças ao simbolismo da faca, a qual é um instrumento que causa mudanças, é comumente associada ao elemento do Fogo. Sua natureza fálica a associa ao Deus.

 

«  Faca de Cabo Branco

 

A faca de cabo branco (por vezes chamada de Bolline) é simplesmente uma faca prática, de trabalho, ao contrário da puramente ritualística faca mágica. É utilizada para cortar galhos ou ervas sagradas, inscrever símbolos em velas ou na madeira, cera ou argila, e para cortar cordas a serem utilizadas em magia.

Normalmente possui cabo branco para distingui-la da faca mágica.

Algumas tradições Wiccanas rezam que a faca de cabo branco seja utilizada apenas dentro do círculo mágico. Isto, obviamente, limitaria sua utilidade. A mim parece que utilizá-la apenas para fins rituais (como colher flores no jardim para serem colocadas no altar durante rituais) confirma o aspecto sagrado desse instrumento e permite, assim, que seja utilizado fora do "espaço sagrado".

 

«     Bola de Cristal

 

Cristais de quartzo são extremamente populares hoje, mas a bola de cristal de quartzo é um antigo instrumento mágico. É extraordinariamente caro, variando de vinte a milhares de dólares, dependendo do tamanho. A maioria das bolas de cristal no mercado actualmente é de vidro, vidro temperado ou mesmo plástico. Bolas de cristal de quartzo genuínas podem ser identificadas por seu alto preço e por incrustações ou irregularidades.

O cristal vem há muito sendo utilizado na adivinhação contemplativa. O adivinho encara fixamente a bola até aflorarem as suas faculdades psíquicas, e imagens, vistas mentalmente ou projetadas no interior do cristal, revelam a informação necessária.

Em rituais de Wicca, os cristais são por vezes posicionados no altar para representar a Deusa. Sua forma (esférica) simboliza a Deusa, assim como todos os círculos e circunferências, e sua temperatura fria (outro modo de detectar cristal genuíno) simboliza as profundezas do mar, o domínio da Deusa.

Assim, o cristal pode também ser utilizado para receber mensagens dos Deuses, ou para armazenar a energia gerada no ritual. Alguns Wiccanos olham fixamente para o cristal para atrair imagens da Deusa ou de vidas passadas. É um objeto mágico tocado pelo divino. Se encontrar uma, guarde-a com cuidado.

Sua exposição periódica à luz da lua, ou o ato de esfregar artemísia fresca em sua superfície, aumentará sua habilidade de ativar nossos poderes psíquicos. Bolas de cristal podem ser o centro de rituais da Lua Cheia.

 

«     O Cálice

 

O cálice é apenas um caldeirão apoiado num pé. Simboliza a Deusa e a fertilidade, e relaciona-se ao elemento da Água. Apesar de poder ser usado para conter água (a qual está constantemente presente no altar), pode também conter a bebida ritual a ser sorvida durante o ritual.

O cálice pode ser feito de praticamente qualquer material: prata, bronze, ouro, barro, pedra-sabão, alabastro, cristal e outros materiais.

 

«     Pentagrama

 

O pentagrama consiste, normalmente, em uma peça plana de latão, ouro, prata, madeira, cera ou cerâmica, com alguns símbolos inscritos. O mais comum, e sem dúvida o único necessário, é o próprio pentagrama, a estrela de cinco pontas que vem sendo utilizada em magia há milênios.

O pentagrama foi "emprestado" da magia cerimonial. Nesta antiga arte, era geralmente usado como um instrumento de proteção, ou uma ferramenta para evocar espíritos. Na Wicca, o pentagrama representa o elemento da Terra e é um instrumento adequado à consagração ritual de amuletos, talismãs ou outros objetos. É por vezes utilizado para chamar pelos Deuses e pelas Deusas.

Pentagramas também costumam ser pendurados sobre portas e janelas para agir como protetores, ou ser manipulados em rituais para atrair dinheiro devido à sua associação com a Terra.

 

«     O Livro de Sombras

 

O Livro de Sombras é um livro de exercícios da Wicca que contém invocações, padrões de rituais, encantamentos, runas, regras de magia, e assim por diante. Alguns Livros de Sombras são passados de um Wiccano a outro, normalmente na iniciação, mas a grande maioria dos Livros atualmente é criada pelo Wiccano individual.

Não acredite nas estórias contidas em outros livros de Wicca acerca de um único Livro de Sombras que teria sido passado desde a Antigüidade, pois aparentemente cada facção da Wicca declara ser o seu o original, e todos eles são diferentes.

Apesar de até recentemente um Livro de Sombras ser escrito à mão, atualmente versões datilografadas ou mesmo fotocopiadas são comuns. Alguns Wiccanos estão até mesmo informatizando seus livros - criando, como alguns amigos costumam dizer, os "Floppy Discs das Sombras".

Para elaborar seu próprio Livro das Sombras, adquira qualquer livro em branco - disponíveis em lojas de arte e livrarias. Se não conseguir encontrar um, um caderno pautado servirá. Simplesmente escreva nele todos os rituais, encantamentos, invocações e informações acerca da magia que deseja preservar.

Lembre-se: todos os Livros de Sombras (inclusive o da Seção III) são sugestões para rituais, não "escrituras sagradas". Jamais sinta-se atado àquelas palavras. Na verdade, muitos bruxos utilizam pastas com ferragens, para permitir que alterem a ordem das páginas, acrescentando ou retirando informações de seus Livros das Sombras à vontade.

É aconselhável copiar seus encantamentos e ritos à mão. Isso não só assegura que você leia toda a obra, como também torna mais fácil a sua leitura à luz de velas. Teoricamente, todos os ritos são memorizados (nada é mais perturbador do que Ter de ler ou dar olhadelas constantes no livro) ou criados espontaneamente, mas se desejar ler seus ritos certifique-se de que as cópias são legíveis à luz bruxuleante do fogo.

 

«  Sino

 

O sino é um instrumento ritual de inestimável Antiguidade. O toque de um sino libera vibrações com efeitos poderosos de acordo com seu volume, tom e material utilizado.

O sino é um símbolo feminino e, portanto, normalmente utilizado para invocar a Deusa em rituais. É também tocado para afastar encantamentos e espíritos malignos, para interromper tempestades ou para evocar energias positivas. Sobre estantes ou acima da porta, eles protegem a morada. Sinos são por vezes tocados em rituais para assinalar seções diversas ou marcar o início ou o fim de um encantamento.

Qualquer tipo de sino pode ser utilizado.

Estes são alguns dos instrumentos utilizados em rituais de Wicca. Utilizá-los, familiarizando-se com seus poderes e imbuindo-os com sua própria energia, faz com que sua utilização passe a ser natural.

Encontrá-los pode ser um problema, mas podemos encarar isto como um teste sobre a seriedade de seu interesse pela Wicca.

À medida que encontra cada instrumento, pode prepará-lo para rituais. Se forem velhos, você deve purgá-los de quaisquer associações e energias; você não sabe quem possuiu o instrumento, nem os propósitos com os quais teriam sido usados.

Para começar este processo, limpe o instrumento fisicamente, usando o método apropriado. Quando estiver limpo e seco, enterre-o (na Terra ou num vaso de terra, areia ou sal) por alguns dias, para que as energias se dispersem. Outro método consiste em mergulhar o objecto no mar, num rio ou lago, ou mesmo em sua banheira, após purificar a água com algumas pitadas de sal.

Não arruíne uma peça de madeira molhando-a; do mesmo modo, não danifique o acabamento de outro objecto por seu contacto com o sal. Use o método mais apropriado para cada instrumento.

Após alguns dias, desenterre o instrumento, limpe-o e estará pronto para a magia. Se utilizar o método da água, deixe o objecto submerso por algumas horas e seque-o a seguir. Se desejar, repita até que o instrumento esteja limpo, fresco, novo.

WICCA

DIAS DE PODER

 

No passado, quando as pessoas viviam em conjunto com a natureza, o passar das estações e os ciclos lunares da lua tinham um profundo impacto em cerimónias religiosas. Por ser a Lua vista como um símbolo da Deusa, cerimónias de adoração e magia aconteciam sob sua luz. A chegada do Inverno, as primeiras actividades da primavera, o quente verão e a entrada do Outono também eram marcados por rituais.

Os Wiccanos, herdeiros das religiões pré-cristãs da Europa, ainda celebram a Lua cheia e observam as mudanças das estações. O calendário religioso Wiccano possui treze celebrações de Lua Cheia (esbats) e oito Sabbats, ou dias de poder.

Quatro desses dias (ou melhor, noites) são determinados pelos solstícios e equinócios, o início astronómico das estações. Traços deste antigo costume ainda são encontrados no Cristianismo. A Páscoa, por exemplo, é celebrada no Domingo que se segue à primeira lua cheia após o equinócio de primavera no hemisfério norte, uma maneira bem pagã de organizar ritos religiosos. Os outros quatro rituais baseiam-se em antigos festivais folclóricos (e, de certo modo, aqueles do Oriente Médio). Os rituais estruturam e ordenam o ano Wiccano, além de nos lembrar do infinito ciclo que perdurará muito depois que partirmos.

Quatro dos Sabbats - talvez os que há mais tempo são observados - eram provavelmente associados à agricultura e aos ciclos reprodutivos dos animais. São eles o Imbolc (2 de fevereiro), Beltane (30 de abril), Lughnasadh (1° de agosto) e Samhain (31 de outubro). Estes são nomes celtas, muito comuns entre os Wiccanos, apesar de existirem muitos outros. Essas datas referem-se ao hemisfério norte, no Hemisfério sul as datas são:

 

«  Lammas - 2 de fevereiro

«  Samahain - 30 de abril

«  Imbolc - 1 de agosto

«  Beltane - 31 de outubro

 

Quando a observação cuidadosa do céu levou a um conhecimento comum do ano astronómico, os solstícios e equinócios (por volta de 21 de março, 21 de junho, 21 de setembro e 21 de dezembro – as datas corretas variam de ano para ano) foram incorporados à estrutura religiosa.

Quem foram os primeiros a cultuar e gerar energia nesses períodos? Esta questão não pode ser respondida. Entretanto, esses dias e noites sagrados são a origem dos 21 rituais Wiccanos.

Versões altamente cristianizadas dos Sabbats também foram preservadas pela igreja católica.

Os Sabbats são rituais solares, assinalando pontos no ciclo anual do Sol, e constituem apenas metade do ano ritual Wiccano. Os Esbats são as celebrações Wiccanas da Lua Cheia. Nesta data, nós nos reunimos para cultuar Aquela Que É. Não que os Wiccanos omitam o Deus nos Esbats - ambos são normalmente reverenciados em todas as ocasiões.

Anualmente, ocorrem 12 a 13 Luas cheias, ou uma a cada 28 ¼ dias. A Lua é um símbolo da Deusa, bem como uma fonte de energia. Assim, após os aspectos religiosos dos Esbats, os Wiccanos costumam praticar magia, desfrutando do maior poder energético que, crê-se, exista nesses períodos.

Alguns antigos festivais pagãos, desprovidos de suas qualidades sagradas pelo domínio do cristianismo, se degeneraram. O Samhain aparentemente pertence agora aos fabricantes de doces nos Estados Unidos, enquanto o Yule foi transformado de um dos sagrados dias pagãos num período de grosseiro comercial. Até mesmo os ecos do nascimento de um salvador cristão são co-audíveis diante do zumbido electrónico das máquinas registradoras.

Mas a velha magia permanece nesses dias e noites, e os Wiccanos os celebram. Rituais variam enormemente, mas todos se relacionam à Deusa e ao Deus, e à nossa morada, a Terra. A maioria dos ritos acontecem à noite, por motivos práticos assim como para criar certo clima de mistério. Os Sabbats, sendo baseados no Sol, são mais normalmente celebrados ao meio-dia ou na aurora, mas hoje isto é raro.

Os Sabbats nos contam uma das estórias da Deusa e do Deus, de sua relação e de seus efeitos sobre a fertilidade da Terra. Muitas são as variações destes mitos, mas eis aqui um relativamente comum, entrelaçado a descrições básicas dos Sabbats.

As descrições dos Sabbats feitas a seguir, seguem o calendário do hemisfério norte, para nós que vivemos no hemisfério sul, as datas devem ser adaptadas ao ciclo da natureza no Sul.

A Deusa dá à luz um filho, o Deus, no Yule (por volta de 21 de dezembro). De modo algum isto é uma adaptação do cristianismo. O solstício de inverno é há muito visto como um período de nascimentos divinos. Diz-se que Mitras nasceu neste período. Os cristãos simplesmente o adoptaram a seu uso em 273 E. C. (Era Comum).

O Yule é uma época de grande escuridão e este é o menor dia do ano. Povos antigos notaram tais fenómenos e suplicaram às forças da natureza que aumentassem os dias e diminuíssem as noites. Os Wiccanos ocasionalmente celebram o Yule pouco antes da aurora, e a seguir observam o nascer do sol como um final apropriado para seus esforços.

Uma vez que o Deus é também o Sol, isto assinala o ponto do ano no qual o Sol também renasce. Assim, os Wiccanos acendem fogueiras ou velas para saudar o retorno da luz do Sol. A Deusa, inactiva durante o inverno de Sua gestação, repousa após o parto.

O Yule é remanescente de antigos rituais celebrados para acelerar o fim do inverno e a fartura da primavera, quando os alimentos voltavam a estar disponíveis. Para os Wiccanos contemporâneos, é um lembrete de que o produto final da morte é o renascimento, um pensamento reconfortante nestes dias de desassossego.

 O Imbolc (2 de fevereiro) assinala a recuperação da Deusa após dar à luz o Deus. Os períodos mais longos de luz A despertam. O Deus é um jovem desejoso, mas Seu poder é mais sentido nos dias mais longos. O calor fertiliza a terra (a Deusa), fazendo com que as sementes germinem e brotem. Assim ocorre o início da primavera.

Este é um Sabbat de purificação pelas forças renovadoras do sol, após a vida reclusa do inverno. É também um festival de luz e fertilidade, antigamente marcado na Europa por grandes queimas, tochas e fogos de todas as formas. O fogo representa nossa própria iluminação e inspiração, assim como a luz e o calor.

O Imbolc é também conhecido como festa das Tochas, Oimelc, Lupercalia, Festa de Pã, Festival do Floco de Neve, Festa da Luz Crescente, Dia de Brigit, e provavelmente muitos outros nomes. Algumas Wiccanas seguem o antigo costume escandinavo de usar coroas com velas acesas, mas muitos outros usam velas em suas invocações.

Este é um dos períodos tradicionais para as iniciações em covens e rituais de auto-dedicação (como o descrito no Capítulo 12), que podem ser praticados ou renovados neste período.

Ostara (por volta de 21 de março), o Equinócio da Primavera, e também conhecido como Ritos da Primavera e Dia de Eostra, assinala o primeiro dia da real primavera. As energias da natureza mudam subitamente do repouso do inverno para a exuberante expansão da primavera. A Deusa cobre a terra com seu manto de fertilidade, despertada de Seu repouso, enquanto o Deus se desenvolve e amadurece. Ele caminha pelos campos a verdejar, e delicia-se com a abundância da natureza.

No Ostara, as horas do dia e da noite são as mesmas. A luz está ultrapassando a escuridão; a Deusa e o Deus impelem as criaturas selvagens da Terra a reproduzir-se.

Este é um período de iniciar, de agir, de plantar encantamentos para ganhos futuros, e de cuidar dos jardins rituais.

O Beltane (30 de abril) marca a chegada da virilidade do jovem Deus. Agitado pelas energias em ação na natureza, Ele deseja a Deusa. Eles se apaixonam, deitam-se entre a relva e os botões de flores, e se unem. A Deusa fica grávida do Deus. Os Wiccanos celebram o símbolo da fertilidade da Deusa em ritual.

O Beltane é, há muito, celebrado com rituais e festas. Os Maypoles (Mastros de Maio), símbolos fálicos supremos, eram o ponto central dos rituais das antigas vilas inglesas. Muitas pessoas acordavam na alvorada para colher flores e ramos verdes nos campos e jardins, usando-os para decorar os Maypoles, seus lares e a si mesmos.

As flores e folhas simbolizam a Deusa; o Maypole, o Deus. O Beltane marca o retorno da vitalidade, da paixão e da consumação das esperanças.

Os Maypoles são por vezes utilizados atualmente por Wiccanos durante rituais do Beltane, mas o caldeirão é um ponto central mais comum da cerimônia. Representa, obviamente, a Deusa - a essência da feminilidade, o objetivo de todo desejo, o igual, mas oposto do Maypole, símbolo do Deus.

O Meio de Verão, o Solstício de Verão (por volta de 21 de junho), também conhecido como Litha, chega quando as forças da natureza alcançam seu ponto mais alto. A Terra está banhada pela fertilidade da Deusa e do Deus.

No passado, pulava-se sobre fogueiras para estimular a fertilidade, a purificação, a saúde e o amor. O fogo novamente representa o Sol, celebrado neste período de dias mais longos.

O Meio do Verão é uma época clássica para magia de todos os tipos.

Lughnasadh (1° de agosto) é a época da primeira colheita, quando as plantas da primavera murcham e derrubam seus frutos ou sementes para garantir nosso consumo e para assegurar futuras safras. Misticamente, também o Deus perde Sua força enquanto 0 Sol nasce mais longe ao Sul a cada dia, e as noites tornam-se mais longas. A Deusa observa entre lamento e regozijo ao perceber que o Deus está morrendo, ao mesmo tempo em que vive dentro dEla como Seu filho.

Lughnasadh, também conhecido como Véspera de Agosto, Festa do Pão, Lar da Colheita e Lammas, não é necessariamente observado neste dia. Originalmente, coincidia com a primeira ceifada.

À medida que o verão passa, os Wiccanos recordam seu calor e fartura no alimento que comemos. Cada refeição é um ato de sintonia com a natureza, e somos lembrados de que nada no universo é constante.

O Mabon (por volta de 21 de setembro), o equinócio de outono, é a conclusão da colheita iniciada no Lughnasadh. Mais uma vez o dia e a noite tem a mesma duração, equilibrados enquanto 0 Deus se prepara para abandonar Seu corpo físico e iniciar a grande aventura rumo ao desconhecido, em direção à renovação e ao renascimento pela Deusa.

A natureza retrocede, recolhe sua fartura, preparando-se para o inverno e seu período de repouso. A Deusa curva-se diante do Sol que enfraquece, apesar do fogo que queima dentro de Seu útero. Ela sente a presença do Deus mesmo enquanto Ele enfraquece.

No Samhain (31 de outubro), a Wicca se despede do Deus. É um adeus temporário. Ele não está envolto em trevas eternas, mas prepara-se para renascer pela Deusa no Yule.

Antigamente, o Samhain, também conhecido como Véspera de Novembro, Festa dos Mortos, Festa das Maçãs, e Todos os Santos, marcava um período de sacrifício. Em alguns lugares, esta era a época de sacrifícios animais para assegurar comida durante as profundezas do inverno. O Deus - identificado com os animais - também tombava para garantir a continuidade de nossa existência. Os Wiccanos vegetarianos talvez não aprovem este aspecto do simbolismo do Samhain, mas é tradicional. Obviamente, não sacrificamos animais em rituais. É uma simbologia da morte do Deus.

O Samhain é um período de reflexão, de análise do ano que se finda, de ajustar contas com o fenômeno da vida sobre o qual não exercemos controle - a morte.

O wiccano sente que nesta noite a divisão entre as realidades físicas e espirituais é estreita. Eles recordam seus ancestrais e todos os que já se foram.

Após o Samhain, os Wiccanos celebram o Yule, completando assim o ciclo do ano.

Certamente, há muitos mistérios enterrados aqui. Por que é o Deus primeiro o filho e posteriormente o amante da Deusa? Isto não é incesto, mas simbolismo. Na estória da agricultura (um dentre muitos mitos Wiccanos), a constante alternância da fertilidade da Terra é representada pela Deusa e pelo Deus. Este mito fala dos mistérios do nascimento, da morte e do renascimento. Celebra os maravilhosos aspectos e belos efeitos do amor, e honra as mulheres que perpetuam nossa espécie. Também indica a grande dependência que os homens têm em relação à Terra, ao Sol e à Lua, e os efeitos das estações em nossa rotina.

Para povos agrícolas, o ponto principal deste ciclo mítico é a produção de alimentos por meio da união entre o Deus e a Deusa. O Alimento - sem o qual todos morreriam - está intimamente ligado às deidades. Na verdade, os Wiccanos vêem a comida como mais uma manifestação da energia divina.

Assim, ao observar os Sabbats, os Wiccanos sintonizam-se com a Terra e com as deidades. Eles reafirmam suas raízes na Terra. A prática de rituais nas noites de lua cheia também fortalece sua conexão com a Deusa em particular.

O Wiccano sábio celebra os Sabbats e os Esbats, por serem estes períodos de poder real e simbólico. Honrá-los de algum modo - talvez com ritos semelhantes aos sugeridos no Livro de Sombras das Pedras Erguidas - é parte integral da Wicca.

 

WICCA

O Círculo Mágico e o Altar

 

O círculo, círculo mágico ou esfera é um templo bem definido, embora não-físico. Actualmente, na Wicca, rituais e trabalhos de magia acontecem dentro de tais construções de poder pessoal.

 

O círculo mágico tem origem antiga. Versões dele eram utilizadas na velha magia babilónica. Magos cerimoniais da Idade Média e da Renascença também o utilizavam, bem como muitas tribos indígenas americanas, apesar de o fazerem, provavelmente, por motivos diferentes.

 

Há dois tipos principais de círculos mágicos. Aqueles utilizados por magos cerimoniais antigos (e actuais) são criados para proteger o mago das forças que ele gera. Na Wicca, o círculo é utilizado para criar um espaço sagrado no qual os humanos encontram a Deusa e o Deus.

 

Na Europa pré-cristã, a maioria dos festivais religiosos do paganismo acontecia ao ar livre. Eram celebrações ao Sol, à Lua, às estrelas e à fertilidade da Terra. As pedras erguidas, círculos de pedras, bosques sagrados e fontes cultuadas da Europa são resquícios desses antigos dias.

Os ritos pagãos passaram ao ostracismo na época de sua proibição pela nova e poderosa igreja. Nunca mais os prados ouviram as vozes cantando os nomes dos deuses solares, e a lua passava sem adoração pelos céus nocturnos.

 

Os pagãos tornaram-se reservados quanto a seus ritos. Alguns os praticavam ao ar livre somente sob a protecção da escuridão. Outros adaptaram-nos a ambientes fechados.

 

Infelizmente, a Wicca herdou esta última prática. Entre muitos Wiccanos, rituais a céu aberto constituem uma novidade, uma agradável ruptura com os rituais domésticos. Chamo a esta síndrome de "sala-de-estar de Wicca". Apesar de muitos Wiccanos praticarem sua religião em ambientes fechados, o ideal é executar os ritos ao ar livre, sob o Sol e a Lua, em locais silvestres e isolados, longe do assédio dos humanos.

 

Tais ritos Wiccanos são difíceis de praticar hoje. Os rituais tradicionais da Wicca são complexos e normalmente requerem um grande número de instrumentos. Privacidade é também algo difícil de obter, além do simples medo de ser visto. Por que ter medo?

 

Há adultos tidos como responsáveis e inteligentes que nos prefeririam ver mortos do que praticando nossa religião. Tais "cristãos" são minoria, mas certamente existem, e mesmo hoje os Wiccanos são vítimas de agressões psicológicas e violência física nas mãos dos que não compreendem sua religião.

 

Não permita que isto o assuste. Os rituais podem ser praticados ao ar livre, se forem adaptados para atrair o mínimo de atenção. Vestir-se com um robe preto encapuzado, enquanto mexe um  caldeirão e manuseia facas no ar no meio de um parque público não é o melhor meio de evitar ser notado.

Roupas comuns são aconselháveis em rituais ao ar livre em áreas onde possa ser visto. Podemos utilizar instrumentos, mas lembre-se de que estes são acessórios, não necessidades. Deixe-os em casa se sentir que podem trazer problemas.

 

Em 1987, numa viagem a Maui, acordei-me ao nascer do sol e caminhei até a praia. O Sol estava apenas nascendo por detrás de Haleakala, tingindo o oceano de rosa e vermelho. Caminhei pela areia coral até um ponto onde a água morna batia em rochas vulcânicas.

 

Lá, depositei uma pequena pedra na areia em honra às antigas deidades havaianas. Sentado diante dela, abri-me à presença das deusas e deuses ao meu redor. A seguir, caminhei pelo mar e atirei uma plumeria lei à água, oferecendo-a a Hina, Pele, Laka, Kane, Kanaloa e todos os seus semelhantes.

Não pronunciei longos textos nem ergui instrumentos ao ar. Ainda assim, as deidades lá estavam, por toda a parte, enquanto as ondas quebravam contra minhas pernas e a aurora rompia por completo sobre o antigo vulcão, tocando o mar com uma luz esmeralda.

 

Rituais ao ar livre como este podem ser mil vezes mais eficazes por serem ao ar livre, e não numa sala repleta de aço e plástico e as engenhocas de nossa era tecnológica.

 

Quando não forem possíveis (o clima é certamente um factor), os Wiccanos transformam suas salas e quartos em locais de poder. Fazem-no ao criar um espaço sagrado, um ambiente mágico no qual as deidades são acolhidas e celebradas, e no qual os Wiccanos se dão conta dos aspectos da Deusa e do Deus interior. Pode-se também praticar magia nesse espaço. Esse espaço sagrado é o círculo mágico.

 

É praticamente um pré-requisito para trabalhos em ambientes fechados. O círculo define a área ritual, retém o poder pessoal, isola energias perturbadoras - em suma, cria uma atmosfera apropriada para os ritos. Permanecer dentro de um círculo mágico, observando o brilho das velas no altar, aspirando o perfume do incenso e entoando antigos nomes é uma maravilhosa experiência evocativa. Quando correctamente formado e visualizado, o círculo mágico executa sua função de aproximar-nos da Deusa e do Deus.

 

O círculo é construído com poder pessoal o qual é sentido (e visualizado) saindo do corpo, através do punhal mágico (athame), e rumo ao ar. Quando completo, o círculo é uma esfera de energia que engloba toda a área de trabalho. A palavra círculo é equivocada: uma esfera de energia é o que realmente se cria. O círculo simplesmente assinala o anel onde a esfera toca a terra (ou o chão) e continua através dela para formar a outra metade.

Algum tipo de marcação é feito no solo para mostrar onde o círculo secciona a Terra. Pode ser um barbante que forme um círculo, um leve círculo riscado com giz, ou objectos depositados de modo a indicar seus limites. Estes podem ser flores (ideais para ritos de primavera e verão); ramos de pinho (festivais de inverno); pedras ou conchas; cristais de quartzo e até mesmo cartas de tarô. Use objectos que activem sua imaginação e estejam em sintonia com o ritual.

 

O círculo tem normalmente nove pés de diâmetro, pois nove é o número da Deusa, se bem que qualquer medida confortável é aceita. Os pontos cardeais são em geral assinalados com velas ou com os instrumentos rituais a eles correspondentes.

 

O pentagrama e um pote com sal ou terra podem ser colocados no Norte. Este é o domínio da terra, o elemento estabilizador, fértil e nutritivo que é a base dos outros três.

 

DEUSA             OS DOIS          DEUS

 

Simbolização das áreas divinas de um altar.

 

O incensário com incenso fumegante é atribuído ao Leste, lar do elemento intelectual, o Ar. Flores frescas ou incenso de varetas também podem ser usados. O Ar é o elemento da mente, da comunicação, do movimento, da adivinhação e da espiritualidade ascética.

 

Ao Sul, uma vela normalmente representa o Fogo, o elemento da transformação, da paixão e da mudança, do sucesso, da saúde e da força. Uma lâmpada a óleo ou um pedaço de lava vulcânica também pode ser utilizado.

 

Um cálice ou pote de água pode ser depositado no Oeste do círculo para representar a Água, o último dos quatro elementos. A Água é o domínio das emoções, da mente psíquica, do amor, da cura, da beleza e da espiritualidade emocional.

Alternativamente, esses quatro objectos podem ser depositados sobre o altar, em posições correspondentes às direcções e aos seus atributos elementais.

 

Uma vez que o círculo esteja formado ao redor do espaço de trabalho, tem início o ritual. Durante os trabalhos de magia, o ar dentro do círculo pode ficar desconfortavelmente quente e fechado - o ar de fato fica diferente do mundo externo, carregado com a energia e vivo com o poder.

O círculo é um produto da energia, uma construção palpável, a qual pode ser sentida e percebida com experiência. Não é meramente um anel de flores ou barbante, mas uma barreira sólida, viável.

De acordo com a Wicca, o círculo representa a Deusa, os aspectos espirituais da natureza, fertilidade, infinidade, eternidade. Simboliza ainda a própria Terra.

 

O altar, com os instrumentos, fica no centro do círculo. Pode ser feito de qualquer material, apesar de a madeira ser melhor. Recomenda-se especialmente o carvalho, devido a seu poder e força, assim como o salgueiro, sagrado para a Deusa.

 

A Wicca não acredita que a Deusa e o Deus habitem o altar em si. É um local de poder e magia, mas não é sacrossanto. Apesar de o altar ser normalmente preparado e desmontado para cada ritual mágico, alguns Wiccanos também possuem altares permanentes. Seu altar pode tornar-se um desses.

 

O altar é por vezes redondo, para representar a Deusa e a espiritualidade, apesar de também poder ser quadrado, simbolizando os quatro elementos. Pode ser nada mais do que uma área no chão, uma caixa de papelão coberta com um pano, dois blocos com uma tábua sobre eles, uma mesa de café, um velho toco de uma árvore há muito cortada ou uma pedra grande e plana. Durante rituais a céu aberto, um fogo pode substituir o altar. Incenso em varetas pode ser utilizado para delinear o círculo. Os instrumentos usados são os poderes da mente.

 

Os instrumentos da Wicca são normalmente distribuídos sobre o altar num padrão agradável. Em geral, o altar é montado no centro do círculo, de frente para o Norte. O Norte é a direcção do poder. É associado à Terra, e uma vez que esta é nossa morada podemo-nos sentir mais confortáveis com este alinhamento. Alguns Wiccanos também montam seus altares voltados para o Leste, onde o Sol e a Lua surgem.

 

O lado esquerdo do altar é geralmente dedicado à Deusa. Seus instrumentos sagrados são ali depositados: o cálice, o pentagrama, o sino, os cristais e o caldeirão. Pode-se, ainda, colocar uma imagem da Deusa ali, e também apoiar uma vassoura no lado esquerdo do altar.

 

Se não conseguir encontrar uma imagem apropriada da Deusa (ou se simplesmente não o quiser), pode substituí-la por uma vela verde, prata ou branca. O caldeirão, por vezes, também é colocado no chão, ao lado do altar, se for grande demais para ficar em cima dele.

 

No lado direito, a ênfase é no Deus. Uma vela vermelha, amarela ou dourada, ou ainda uma figura apropriada é ali colocada, assim como o incensário, o bastão, o athame (punhal mágico) e o punhal de cabo branco.

Flores podem ser colocadas no meio, talvez num vaso ou num pequeno caldeirão. Outra possibilidade é colocar o incensário no centro, para que a fumaça seja oferecida tanto para a Deusa como para o Deus, e o pentagrama pode ser posicionado diante do incensário.

 

 

SÍMBOLO OU VELA DA DEUSA

OS DOIS

SÍMBOLO OU VELA DO DEUS

 

 

INCENSÁRIO

 

 

POTE DE ÁGUA

VELA VERMELHA

POTE DE SAL

 

TAÇA

PENTAGRAMA

 

INCENSO

BASTÃO

CALDEIRÃO (OU MATERIAL PARA O ENCANTAMENTO)

ATHAME

 

SINO

 

BOLLINE

 

Disposição sugerida para o Altar.

 

Alguns Wiccanos seguem um planejamento de altar mais primitivo, mais voltado para a natureza. Para representar a Deusa, uma pedra redonda (perfurada, se disponível), uma bonequinha de milho ou uma concha do mar funcionam a contento. Cones de pinho, pedras afiadas e bolotas de carvalho podem ser usados para representar o Deus. Use sua imaginação ao montar o altar.

 

Se estiver trabalhando magia dentro do círculo, leve todos os itens necessários para dentro dele antes de iniciar, no altar ou sob este. Nunca se esqueça de Ter fósforos à mão, bem como um pequeno recipiente no qual depositar os fósforos utilizados (não é adequado atirá-los no incensário ou no caldeirão).

 

Apesar de podermos colocar imagens da Deusa e do Deus, não somos idólatras. Não acreditamos que uma tal estátua ou pilha de pedras realmente seja a deidade representada. E, apesar de reverenciarmos a natureza, não cultuamos árvores ou pedras ou aves. Simplesmente nos deleitamos com as manifestações das forças criativas universais - a Deusa e o Deus.

 

O altar e o círculo mágico no qual ele fica é uma construção pessoal e deve ser de seu agrado. Meu primeiro mestre de Wicca preparava altares elaborados adequados à ocasião - se não pudéssemos praticar ao ar livre. Para um rito da Lua Cheia, ele cobriu o altar com cetim branco, colocou velas brancas em suportes de cristal, um cálice de prata, rosas brancas e folhagens brancas. Um incenso composto de rosas brancas, sândalo e gardênia flutuava pelo ar. O altar resplandecente inundava o ambiente com energias lunares.

 

Nosso ritual aquela noite é algo a ser lembrado. Que assim seja o seu.

WICCA

SOBRE A INICIAÇÃO

 

A maioria das religiões xamânicas e de magia utilizam algum tipo de cerimónia de iniciação pela qual uma pessoa se torna um membro reconhecido daquela religião, sociedade, grupo ou coven. Tais ritos indicam também a nova direcção que a vida do iniciado está tomando.

Muito tem sido feito, em público ou privativamente, sobre as iniciações Wiccanas. Cada tradição da Wicca utiliza suas próprias cerimónias de iniciação, as quais podem ou não ser reconhecidas por outros Wiccanos. Num ponto, contudo, a maioria dos iniciados concorda: uma pessoa só pode tornar-se um Wiccano se receber tal iniciação.

Isto gera uma interessante pergunta: Quem iniciou o primeiro Wiccano?

A maior parte das cerimónias de iniciação não passa de ritos que marcam a aceitação da pessoa por um coven, e sua dedicação à Deusa e ao Deus. Por vezes, o "poder é passado" do iniciador ao noviço.

Para um não-Wiccano, a iniciação pode parecer um ritual de conversão. Não é o caso. A Wicca não precisa de tais ritos. Não condenamos as deidades com as quais nos sintonizávamos antes de praticar a Wicca, nem precisamos voltar-lhes nossas costas.

A cerimónia (ou cerimónias, pois muitos grupos praticam três ritos sucessivos) de iniciação é considerada da mais alta importância pelos grupos que ainda praticam rituais secretos. Certamente, qualquer pessoa que deseje ingressar em um grupo do género deve passar por uma iniciação, parte da qual consiste em jurar jamais revelar seus segredos. Faz sentido, e é parte da iniciação de muitos covens. Mas não é a essência da iniciação.

Muitas pessoas me disseram precisar urgentemente de iniciações em Wicca. Parecem crer que não se pode praticar a Wicca sem este selo de aprovação. Se você leu este livro até este pronto, já sabe que isso não é verdade.

A Wicca foi, até por volta da década passada, uma religião fechada, mas não o é mais. Os componentes internos da Wicca estão disponíveis a quem quiser ler e tiver o discernimento necessário para compreender o material. Os únicos segredos da Wicca são suas formas individuais de ritos, encantamentos, nomes das deidades e assim por diante.

Isto não lhe deve incomodar. Para cada ritual ou nome da Deusa secreto na Wicca, existem dezenas (se não centenas) de outros publicados e prontamente disponíveis. Actualmente, mais informações sobre Wicca vêm sendo publicadas do que em qualquer período anterior. Se a Wicca já foi uma religião secreta, actualmente é uma religião de poucos segredos.

Mesmo assim, muitos ainda se prendem à noção de que a iniciação é necessária, provavelmente acreditando que por esse acto mágico eles receberão os segredos do universo e os poderes secretos. Para piorar, alguns Wiccanos bitolados dizem que a Deusa e o Deus não darão ouvidos a alguém que não seja membro de um coven portando seu athame. Muitos pretensos Wiccanos pensam assim.

Mas não é assim que funciona.

A iniciação real não é um ritual praticado por um ser humano sobre outro. Mesmo que aceite o conceito de que o iniciador esteja imbuído em divindade durante a iniciação, ainda assim é apenas um ritual.

Alguns grupos simplesmente escrevem seus Livros das Sombras "secretos" e restringem o acesso a eles. Isto assegura, sem dúvida, que sejam secretos, mas não mais antigos ou melhores que quaisquer outros.

A iniciação é um processo, gradual ou instantâneo, de sintonia entre o indivíduo e a Deusa e o Deus. Muitos Wiccanos admitem prontamente que a iniciação ritual é apenas externa. A verdadeira iniciação ocorre, geralmente, semanas ou meses depois ou antes do ritual físico.

Sendo assim, a "verdadeira" iniciação Wiccana pode acontecer anos antes de o estudante contactar um mestre ou coven de wicca. Seria essa iniciação menos eficaz ou menos genuína porque tal pessoa não passou por um ritual formal controlado por outro ser humano? Obviamente que não.

Tenha certeza de que é bem possível experimentar uma verdadeira iniciação Wiccana sem jamais Ter encontrado outra alma envolvida com a religião. Você pode até não Ter ciência disso. Sua vida pode mudar gradualmente de foco até que perceba estar notando as aves e as nuvens. Você pode contemplar a lua em noites solitárias e falar com plantas e animais. O pôr-do-sol pode gerar um período de silenciosa contemplação.

Ou você pode mudar conforme as estações, adaptando a energia de seu corpo à energia do mundo natural a seu redor. A deusa e o Deus podem cantar em sua mente, e você pode praticar rituais antes mesmo de se dar conta de que o está fazendo.

Quando os Modos Antigos tornarem-se parte de sua vida e sua relação com a Deusa e com o Deus estiver forte, quando estiver reunido seus instrumentos e praticado rituais e magia com prazer, você estará realmente no espírito e terá direito de chamar a si mesmo de "Wiccano".

Este pode ser seu objectivo, ou talvez deseje progredir mais, talvez prosseguindo em sua busca por um instrutor. Tudo bem. Mas, se nunca encontrar um, você terá a satisfação de saber que não ficou sentado esperando que os mistérios caíssem em seu colo. Terá sim desenvolvido as antigas magias e falado com a Deusa e com o Deus, reafirmando seu compromisso com a Terra em busca desenvolvimento espiritual, e transformado a falta de iniciação num estímulo positivo para mudar sua vida e seus conceitos. Se contactar um mestre ou coven, eles provavelmente o julgarão um estudante digno de aceitação. Mas se descobrir que não se adapta ao estilo de Wicca deles, ou se houver um confronto de personalidades, não desanime. Você ainda possui a sua própria Wicca para retornar e prosseguir em sua busca.

Este pode ser um caminho solitário, pois poucos de nós seguem os Modos Antigos. É desanimador passar seu tempo reverenciando a natureza e observar a Terra sendo sufocada por toneladas de concreto enquanto os outros parecem não se importar.

Para contactar outros de mentalidade semelhante, você pode assinar publicações Wiccanas e começar a se corresponder com outros Wiccanos. Prossiga lendo novos livros sobre Wicca e sobre a Deusa à medida que são publicados. Mantenha-se informado sobre o que ocorre no mundo da Wicca. Registre e escreva novos rituais e encantamentos. A Wicca não deve estagnar-se jamais.

Muitos desejam formalizar sua vida dentro da Wicca com uma cerimónia de auto-iniciação.

Novamente, é apenas um dos modos de fazer isso. Improvise se desejar.

Se decidir convidar amigos e pessoas interessadas em unir-se em seus ritos, não permita que fiquem afastados e assistam enquanto você brinca de "sacerdotisa" ou "bruxa". Envolva-os. Torne-os parte dos ritos e da magia. Use sua imaginação e sua experiência prática para integrá-los a seus rituais.

Quando sentir um incomensurável prazer ao observar o pôr-do-sol ou o surgir da lua, quando vir a Deusa e o Deus em árvores ao longo de montanhas ou em regatos correndo entre campos, quando sentir o pulsar das energias da Terra em meio a uma cidade barulhenta, você terá recebido a verdadeira iniciação e estará conectado aos antigos poderes e modos das deidades.

Alguns dizem: "Apenas um Wiccano pode criar um Wiccano." Eu digo que apenas a Deusa e o Deus podem criar um Wiccano. Quem está mais bem qualificado para tal?



WICCA

A ESPIRAL DO RENASCIMENTO

 

Aparentemente, a reencarnação é, na actualidade, um dos mais controversos tópicos da espiritualidade. Centenas de livros sobre o tema são publicados, como se o mundo ocidental tivesse apenas recentemente descoberto esta antiga doutrina.

A reencarnação é uma das mais valiosas lições da Wicca. A ciência de que esta vida é apenas uma entre muitas, de que não deixamos de existir quando o corpo físico morre, mas sim renascemos em outro corpo, responde a um grande número de perguntas, mas gera outras tantas.

Por quê? Por que reencarnamos? Assim como muitas outras religiões, a Wicca ensina que a reencarnação é o instrumento pelo qual nossas almas são aperfeiçoadas. Uma vida não basta para atingir tal objectivo; portanto, a consciência (alma) renasce inúmeras vezes, cada vida englobando um grupo diferente de lições, até que a perfeição seja atingida.

É impossível determinar quantas vidas são necessárias para tanto. Somos humanos e é fácil aderir a comportamentos não evolucionários. A cobiça, a ira, os ciúmes, a obsessão e todas as nossas emoções negativas inibem nosso crescimento.

Na Wicca, buscamos fortalecer nossos corpos, mentes e almas. Certamente, vivemos vidas terrenas plenas e produtivas, mas tentamos fazê-lo sem prejudicar ninguém, numa antítese à competição, à intimidação e à busca pelo primeiro lugar.

A alma não tem idade, sexo ou físico, possuindo a centelha divina da Deusa e do Deus. Cada manifestação da alma (por exemplo, cada corpo que habita a Terra) é diferente. Não existem dois corpos ou vidas exactamente iguais. Não fosse assim, a alma estagnaria. Sexo, raça, local de nascimento, classe económica e todas as outras individualidades da alma são determinadas por suas acções em vidas passadas e pelas lições necessárias à vida presente.

Isto é de suma importância para o pensamento Wiccano: nós decidimos o desenrolar de nossas vidas. Não há deus, maldição, força misteriosa ou destino sobre o qual possamos atirar a responsabilidade pelos factos de nossas vidas. Nós decidimos o que precisamos aprender para evoluir e, então, espera-se, durante essa reencarnação, trabalharmos em busca desse progresso. Caso contrário, regressamos às trevas.

Existe um fenómeno que actua como auxiliar no aprendizado das lições de cada existência, o qual é chamado de carma. O carma é geralmente mal-compreendido. Não é um sistema de recompensas e punições, mas sim um fenómeno que orienta a alma em direcção a acções evolutivas. Destarte, se uma pessoa pratica acções negativas, receberá acções negativas em troca. Obem atrai o bem. Com isto em mente, sobram poucos motivos para praticar actos negativos.

Carma significa acção, e é desta forma que actua. Como uma ferramenta, não uma punição. Não há como "apagar" o carma, assim como nem todos os eventos aparentemente terríveis de nossas vidas são um subproduto do carma.

Só aprendemos com o carma quando temos ciência dele. Muitos buscam em suas vidas passadas a descoberta de seus erros, para solucionar os problemas que estão inibindo seu progresso nesta vida. Técnicas de transe e meditação podem ser úteis, mas o verdadeiro auto-conhecimento é o melhor meio para atingir este fim.

A regressão a vidas passadas pode ser perigosa, pois envolve uma grande carga de auto-desilusão. É impossível contabilizar quantas Cleópatras, Reis Artur, Merlins, Marias, Nefertitis e outras pessoas famosas do passado já encontrei por aí usando ténis e jeans. Nossas mentes conscientes, que buscam encarnações passadas, agarram-se facilmente a esses ideais românticos.

Se isto é um problema; se não deseja conhecer suas vidas passadas, ou não tem como fazê-lo, observe esta existência. Pode descobrir qualquer dado relevante sobre suas vidas passadas ao observar esta vida. Se solveu seus problemas em vidas passadas, estes não mais lhe dizem respeito. Caso contrário, os mesmos problemas ressurgirão; portanto, concentre-se nesta vida.

À noite, analise seus actos do dia, atentando tanto para acções e pensamentos positivos, bem como para os negativos. Analise a seguir a semana que se passou, o ano, a década. Consulte agendas, diários ou antigas cartas em seu poder para refrescar sua memória. Você continuamente comete os mesmos erros? Em caso positivo, jure nunca mais repeti-los, num ritual concebido por você mesmo.

Em seu altar, você pode escrever tais erros num pedaço de papel. Podem ser inclusas emoções negativas, medos, prazeres desmedidos, permissão que outros controlem sua vida, intermináveis obsessões amorosas para com homens/mulheres indiferentes a seus sentimentos. Enquanto escreve, visualize-se agindo dessa forma no passado, não no presente.

A seguir, acenda uma vela vermelha. Segure o papel sobre a chama e atire-o num caldeirão ou em outro recipiente a prova de fogo. Grite - ou simplesmente afirme para si mesmo - que tais acções do passado não fazem mais parte de você. Visualize sua vida futura livre de tais comportamentos nocivos, limitadores, inibidores. Repita o ritual enquanto for necessário, talvez em noites de lua minguante, para levar a cabo a destruição desses aspectos de sua vida.

Se ritualizar sua determinação em progredir nesta vida, seu juramento liberará sua força. Quando sentir-se tentado a reincidir em seus velhos modos de agir ou pensar, lembre-se do ritual e sobreponha essa necessidade com seu poder.

O que acontece após a morte? Apenas o corpo fenece. A alma sobrevive. Alguns Wiccanos dizem que ela viaja para um reino conhecido como Terra das Fadas, Terra Brilhante e Terra dos Jovens. Este reino não é nem o paraíso nem o Submundo.

Simplesmente, é - uma realidade não-física, muito menos densa que a nossa. Algumas tradições da Wicca o descrevem como a terra de verão eterno, com campos gramados e doces rios, talvez como a terra antes do advento da raça humana. Outros o vêem vagamente como um local sem formas, onde fluxos de energia coexistem com as energias maiores - a Deusa e o Deus em suas identidades celestiais.

Diz-se que a alma revê a última vida, talvez de um modo misterioso, com as deidades. Isto não é um julgamento, uma pesagem da alma de uma dada pessoa, mas sim uma revisão encarnatória. Lança-se luz sobre as lições aprendidas ou ignoradas.

Após um período apropriado, quando as condições da Terra estiverem favoráveis, a alma reencarna e reinicia-se a vida.

A pergunta final: o que ocorre após a última encarnação? Os ensinamentos da Wicca foram sempre vagos quanto a isso. Basicamente, os Wiccanos dizem que após subir a espiral da vida, morte e renascimento, as almas que atingiram a perfeição liberam-se para sempre desse ciclo e coabitam com a Deusa e com o Deus. Nada é desperdiçado. A energia residente em nossas almas retorna à fonte divina da qual se originou.

Por aceitar a reencarnação, os Wiccanos não temem a morte como um mergulho no esquecimento, com seus dias de vida terrena para sempre perdidos no passado. A morte é vista como a porta para o nascimento. Portanto, nossas próprias vidas estão simbolicamente ligadas aos infindáveis ciclos das estações que moldam nosso planeta.

Não tente forçar-se a acreditar na reencarnação. Conhecer é muito superior a acreditar, pois o acreditar é próprio dos mal-informados. Não é muito sábio aceitar uma doutrina importante como a reencarnação sem estudá-la para saber se ela realmente lhe atrai.

Além disso, apesar de poderem existir fortes conexões com os que amamos, acautele-se quanto à noção de almas companheiras, como, por exemplo, pessoas que tenha amado em outras vidas e que você esteja destinado a amar novamente. Por mais sinceros que seus sentimentos e crenças possam ser, eles nem sempre se baseiam em fatos. Durante o desenrolar de sua vida você pode encontrar cinco ou seis pessoas com as quais sinta a mesma ligação, apesar de seu envolvimento actual. Será que todas são almas gémeas?

Uma das dificuldades deste conceito é a de que, se estamos todos intrinsecamente ligados às almas de outras pessoas, ao continuarmos a encarnar com elas não estaremos aprendendo absolutamente nada. Assim, anunciar que encontrou sua alma companheira tem o mesmo efeito de dizer que você não está progredindo na espiral encarnacional.

Um dia você saberá, e não só acreditará, que a reencarnação é tão real quanto uma planta que dá botões, floresce, espalha sua semente, seca e gera outra planta à sua imagem. A reencarnação foi provavelmente intuída pelos povos antigos quando estes observavam a natureza.

Até que tenha chegado a uma conclusão própria, você pode desejar reflectir sobre e considerar a doutrina da reencarnação.

 

Meditações da Lua

A Deusa da Lua possui três aspectos: crescente, é donzela; cheia, é a Mãe; minguante é a anciã. Parte do treinamento de cada iniciado implica períodos de meditação sobre a Deusa em seus vários aspectos. Abaixo segue uma meditação para cada um dos três aspectos da lua.

MEDITAÇÃO DA LUA CRESCENTE

Concentre-se e centre-se. Visualize uma lua crescente cor de prata, que se curva para a direita. Ela é o poder daquilo que inicia, do crescimento e geração. Ela é tempestuosa e indomada, como as idéias e planos antes de serem equilibrados pela realidade. Ela é a página em branco, o campo não semeado. Sinta as suas próprias possibilidades escondidas e potenciais latentes; seu poder para iniciar e crescer. Veja-a como uma menina de cabelos prateados correndo livremente pela floresta sob a lua delgada. Ela é virgem, eternamente não penetrada, a ninguém pertencendo, exceto ela mesma. Invoque seu nome, "Nimuël", e sinta poder dentro de você.

MEDITAÇÃO DA LUA CHEIA

Concentre-se e centre-se e visualize uma lua cheia. Ela é a mãe, o poder de realização e de todos os aspectos da criatividade. Ela nutre aquilo que foi iniciado pela lua nova. Veja-a abrindo os braços, os seios abundantes, o ventre desabrochando em vida. Sinta seu próprio poder de nutrir, dar, tornar manifesto o que é possível. Ela é a mulher sexual; seu prazer na união é a força motriz que sustenta toda a vida. Sinta o poder em seu próprio prazer, no orgasmo. Sua cor é o vermelho do sangue, que é vida. Invoque seu nome "Maril" e sinta sua própria capacidade de amar.

MEDITAÇÃO DA LUA MINGUANTE

Concentre-se e centre-se. Visualize uma lua minguante, que se curva para a esquerda, envolta pelo céu escuro. Ela é a anciã, a velha que ultrapassou a menopausa, o poder de terminar, da morte. Todas as coisas devem terminar a fim de suprir os seus inícios. O grão que foi plantado deve ser cortado. A página em branco deve ser destruída, para que a obra seja escrita. A vida se alimenta da morte; a morte conduz à vida e, nesse conhecimento, encontra-se a sabedoria. A velha é a mulher sábia, infinitamente velha. Sinta a sua própria idade, a sabedoria da evolução armazenada em cada célula do seu corpo. Conheça o seu próprio poder para terminar, para perder assim como ganhar, para destruir aquilo que está estagnado e decadente. Veja a velha em seu manto negro sob a lua minguante; invoque seu nome "Anul" e sinta seu poder em sua própria morte.

 

Beijo Quíntuplo ou “Blessed Be”

 

 Originariamente, o "Blessed Be" é a forma contraída de um cumprimento ritual wiccano (Gardneriano/Alexandrino, principalmente, mas usado por todos os subgrupos da Wicca), usado com formalidade e intimidade, adaptado de uma prática celta mais antiga. É também chamado de Beijo Quíntuplo (Five-fold Kiss). O cumprimento é realizado entre o Sacerdote e a Sacerdotisa do Coven, ou pelos membros do Coven entre si, mas apenas entre homens e mulheres, pois é a saudação do feminino pelo masculino e vice-versa.

A Sacerdotisa e o Sacerdote ficam frente a frente. O Sacerdote ajoelha-se diante dela, e beija seus pés, dizendo: "Abençoados sejam (Blessed be), teus pés, que te conduzem pelo Caminho". Depois, beija seus joelhos, dizendo: "Abençoados sejam teus joelhos, que se dobram diante do altar". Depois, beija a região do útero dela, dizendo: "Abençoado seja teu ventre, que propaga a vida". Depois, beija seus seios, dizendo: "Abençoados sejam teus seios, que nutrem a vida, formados em beleza". Depois, beija seus lábios e diz: "Abençoados sejam teus lábios, que referem os Nomes Sagrados". Os dois se abraçam. Então, a Sacerdotisa ajoelha-se diante dele, beijando-o nos pés, joelhos, genitais, peito e lábios, dizendo: "Abençoados sejam teus pés, que te conduzem pelo Caminho.


Abençoados sejam teus joelhos, que se dobram diante do altar. Abençoado seja teu falo, que a tudo fertiliza. Abençoado seja teu peito, formado em força. Abençoados sejam teus lábios, que proferem os Nomes Sagrados" (conforme beija cada local). Os dois se abraçam.


Ao cumprimentar outra pessoa com a forma "Blessed Be", concede-se ao outro exatamente um beijo quíntuplo. Ele não deve ser oferecido a qualquer um, mas usado criteriosamente e parcimoniosamente.


É representante de confiança, intimidade e reconhecimento sagrado.

Espaço dedicado à Wicca

 

Mito da Roda do ano

 

Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus é o Rei da Morte que guia as almas perdidas através dos dias escuros de Inverno.


Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa. Assim, o Rei das sombras transforma-se na Criança da Promessa, o Filho do sol, que deverá nascer para restaurar a Natureza.


Em Candlemas, a luz cresce, o Deus nascido em Yule se manifesta com todo seu vigor, e a Criança da Promessa cresce com a vitalidade e é festejada, pois os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança.


Em Ostara, luz e sombras são equilibradas. A luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do inverno. A Deusa é a Virgem e o Deus renascido é jovem e vigoroso. O amor sagrado da Deusa e do Deus é a promessa do crescimento e da fertilidade.


Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus é o Caçador alado. Ao ser perseguida pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo.


Chega então Litha, a Deusa é a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e virilidade. O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao País de Verão. A Deusa é pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão.


Em Lammas, a Deusa dá a luz e o Deus novamente morre pela Deusa. A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir. O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce. No ápice de sua abundância, ele retira através Dela.


Em Mabon, as luzes e as trevas se equilibram novamente; porém o Sol começa a minguar mais rapidamente. O Deus torna-se então o Ancião, o Senhor das Sombras.


Chega novamente Samhain e então o ciclo recomeça, e assim tudo retorna à Deusa. Assim sempre foi e será!

Espaço dedicado à Wicca

 

Símbolos

 

Na prática da arte da Grande-Mãe e seu Consorte, podemos acrescentar uma simbologia mágica que nos permite a melhor sintonia com os elementais. Para tanto, magos e bruxos de todo o mundo, através do conhecimento milenar puderam propagar esta simbologia que nos permite alcançar o efeito desejado em nossas práticas mágicas pessoais.


Cada símbolo com o passar dos séculos, foi incorporado na Arte Wicca, devido a sua eficácia - seja no contexto mágico ou religioso. Muitos destes símbolos são utilizados para a prática ritualísticas de bruxos e bruxas, servindo para focalizar a energia mágica bem como os instrumentos.


Na astrologia temos diversos símbolos que representam planetas e signos. A maior parte deles vem sendo também fortemente utilizados na Wicca. A seguir temos os principais símbolos e seus respectivos significados.

 

Símbolo

Descrição


Ankh

é um antigo símbolo egípico que nos lembra uma cruz encimada por um laço. O Ankh simboliza a vida, o conhecimento cósmico, o intercurso sexual e o renascimento. Devemos lembrar que o Deus e a Deusa do maior antigo panteão egípcio são representados portando sempre este símbolo. O Ankh também é conhecido por vários bruxos como "Cruz Ansata". Hoje em dia o Ankh é usado por vários bruxos contemporâneos para encantamentos e rituais que envolvem saúde, fertilidade e divinação.


Olho de Hórus

é um outro antigo símbolo egípico muito usado na feitiçaria moderna. Representa o olho divino do deus Hórus, as energias solar e lunar, e freqüentemente é usado para simbolizar a proteção espiritual e também o poder clarividente do Terceiro Olho.


Pentagrama

é um dos símbolos pagãos mais poderosos e mais populares entre os Bruxos e Magos Cerimoniais. O pentagrama (uma estrela de cinco pontas circunscrita num círculo) representa os quatro antigos e místicos elementos: fogo, água, ar e terra, superados pelo espírito. Na Wicca o símbolo do pentagrama é geralmente desenhado com a ponta para cima a fim de simbolizar as aspirações espirituais humanas. Um pentagrama voltado com duas pontas para cima é um símbolo do Deus Cornífero.


Selo de Salomão

é um antigo e poderoso símbolo mágico. Este símbolo consiste em um hexagrama de dois triângulos entrelaçados (um voltado para cima e outro para baixo). O selo de Salomão simboliza a alma humana, sendo utilizado por bruxos e magos cerimoniais para encantamentos, conjuração de espíritos, sabedoria, purificação e reforço dos poderes psíquicos.


Suástica

é um antigo símbolo religioso formado pela cruz grega com braços em ângulos retos. Antes de ter sido adotada pelo nazismo, a suástica era um símbolo sagrado de boa sorte e de saúde na Europa pré-cristã e em muitas outras culturas pagãs em todo mundo, incluindo as orientais, egípcias e tribais das Américas. A palavra suástica origina-se do sânscrito (svastika) que significa "um sinal de boa sorte". Existem milhares de símbolos da suástica pelo mundo e o mais antigo de todos data do ano 12.000 a.C.


Triângulo

é um símbolo de manifestação finita na magia ocidental, sendo usado em rituais para invocar os espíritos quando o selo ou sinal da entidade a ser invocada está no centro do triângulo. O triâgulo é equivalente ao número três - número mágico poderoso - e é um símbolo sagrado da Deusa Tripa: Virgem, Mãe e Anciã. Invertido simboliza o princípio masculino.

Lua Crescente

é um símbolo sagrado da Deusa e também um símbolo da magia, da energia feminina, da fertilidade, do crescimento abundante e dos poderes secretos da Natureza. é utilizado nas invocações à Deusa e a todas as deidades lunares (tanto masculinas quanto femininas), na magia da lua, nas celebrações dos Sabbats e nos rituais de cura das mulheres.

Tridente

é um símbolo sagrado de três falos, ostantado por qualquer deidade masculina cuja função é unir-se sexualmente à Deusa Tripla. é utilizado principalmente em Grandes Rituais, Magia Sexual e rituais de fertilidade.

Pentalfa

é um desenho mágico formado pela interseção de cinco letras A. é usado por vários bruxos e Magos Cerimoniais tanto na divinação como na conjuração de espíritos.

Círculo

Imagem altamente potente que não possui princípio e nem fim, é usado por muitos bruxos e neopagãos como símbolo sagrado de "ioni", da energia mágica, da proteção, do infinito, da perfeição e da renovação constante.

Fonte: Círculo Sagrado













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