Valéria D' Ogum Xoroquê 
Obá
Obá

Lenda

Obá foi a primeira mulher de Xangô. Ao contrário do que muitos pensam, a lenda de que Obá cortou a orelha por causa da mentira de Oxum está incorreto, na verdade, Obá apenas cortou sua orelha para provar seu amor a Xangô. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão. Seus símbolos são espada, escudo, ofá e erukere.

Segundo suas lendas, Obá lutou contra inúmeros Orixás, derrotando vários deles. Obá teria derrotado Exú, Oxumarê, Omolú e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses, tendo sido derrotada apenas por Ogun e tornano assim sua esposa e ao lado de Ogun quando este foi enfrentar Xangô em batalha ela se encantou por Xangô e abandonou a luta ao lado de Ogun e se entregou a Xangô como mulher vivendo uma grande paixão. Obá nunca havia visto alguém como Xangô, ela via nele tudo o que sonhava para si.

Existem algumas versões do grande encontro de Xangô e de Obá, em uma dessas versões ela é a líder de todas as mulheres e a rainha de Elekô, mas em todas, as evidências dizem que o amor entre os dois era desmedido e que nada ofuscava a relação dos dois, da união dos dois nasceu Opará, Orixá confundida com Oxum.

Xangô e Obá

A união de Xangô e Obá Transcorre um culto nos arredores da cidade, é eleko. Uma sociedade restrita, onde apenas mulheres realizam o culto. Possui como matriarca a temida Obá, a fundadora desta sociedade que cultua a ancestralidade feminina individual. Nem um homem poderia sequer assistir o ritual do segredo, sendo punido por Obá com sua própria vida. Certo dia, em uma das noites de culto, Xangô caminhava alegremente e dançava ao som do batá. Quando percebe, ao longe um aglomerado de mulheres, realizando uma cerimônia sob as ordens da enérgica Obá. Xangô era muito curioso e não se conteve aproximando-se da cena, ficando a espreita. Xangô encantou-se com a rara beleza de Obá, que apesar de não ser tão jovem era a mais bela mulher que ele já vira. No momento de distração, Xangô foi percebido e cercado pelas mulheres, foi levado a presença da grande deusa, que lhe falou o preço que haveria de pagar por sua audácia em violar o culto sagrado de Elekó. Mas a própria Obá que encantou-se com a inigualável beleza de Xangõ apaixonando-se de imediato, relutou em aplicar a sentença de morte e usou de sua supremacia no culto para ditar nova regras, dando nova chance a Xangô: "Todo homem, que violar o culto, se for do agrado, da senhora do culto, deverá unir-se a ela como marido ou aceitar a pena de morte" Xangô não pensou duas vezes, seria poupado da sentença e ainda sim possuiria a grande deusa por quem havia se apaixonado. A cerimônia de união de Xangô e Obá foi realizada dentro dos limites de Elekó. Foi o inicio de uma grande paixão, nunca se viu tanto amor. A deusa guerreira e justiceira que pune os homens que maltratam as mulheres, descobriu um sentimento novo por um homem além do ódio. Descobriu todo o amor que um homem pode dar. A grande rainha de Elekó, a rainha de Xangô aprendeu a amar e ser amada. Nasce, dessa grande paixão, uma criança, uma menina, nasce Opará, nasce a mais bela, justiceira e feroz guerreira. Herdou o melhor do pai e da mãe e prosseguiu com o culto

Embora, em suas lendas, Obá tenha se transformado em um rio ela também é relacionada ao fogo e é considerada por muitos como o Xangô fêmea. Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o coronário inevitável do amor, portanto, Obá é a deusa do Amor e da Paixão incontrolável, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama. Obá é a deusa da guerra e do poder, seu culto está relacionado ao rio Obá, as águas em seu culto faz referência ao poder, a força incontrolável das águas. Seu culto no Brasil é confundido ao de Oyá, alguns chegam a insinuar que elas sejam irmãs, o que é uma inverdade, outros dizem que Obá seria uma Oyá mais velha, o que é mais absurdo ainda. Por existir esta confusão, alguns acreditam que Oyá além de ser uma divindade da água e relacionada ao vento, teria ligação com o fogo, mas Oyá não possui ligação com o fogo Obá sim.

Obá quando em fúria transborda, agita-se; Oba é a senhora da sociedade Elekô. Tudo relacionado a Obá é envolto em um clima de mistérios.Obá nasceu do ventre rasgado de Iemanjá após o incesto de Orugan. Obá era cultuada como a grande Deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudada como Ìya Agbà e mantém estreitas relações com as Iyá-Mi.

Obá é a Iyámi Egbé, ela é a Iyá Abiku, desta forma é ela a encarregada de enviar ao mundo as crianças que nascem como castigo para seus pais. O que Xangô representa para os mortos masculinos, Obá representa para as mulheres mortas. Ela assim como Xangô é a representante suprema da ancestralidade feminina.

 

Dia: Quarta-feira

Cores: Marron raiado, Vermelho e Amarelo

Símbolos: Ofange (espada) e Escudo de Cobre, Ofá (arco e flecha)

Elementos: Fogo e Águas Revoltas

Domínios: Amor e Sucesso Profissional

Saudação: Obà Siré!

 

Obá é um Orixá ligado à água, guerreira e pouco feminina. As uas roupas são vermelhas e brancas, usa um escudo, uma espada e uma coroa de cobre. Usa também um pano na cabeça para esconder a orelha cortada.

0 tipo psicológico dos filhos de OBA, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente. Ao contrário de IANSÃ, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas.

Obá é um ORIXÁ que raramente se manifesta e há pouco estudo sobre ela.

Obá é a mulher consciente do seu poder, que luta e reivindica os seus direitos, que enfrenta qualquer homem – menos aquele que tomar o seu coração. Ela abraça qualquer causa, mas rende-se a uma paixão. Obá é a mulher que se anula quando ama.

 

Obá nasceu do ventre rasgado de Iemanjá após o incesto de Orugan. Em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa protectora do poder feminino, por isso também é saudada como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino.

Obá lutou contra todos os Orixás, venceu a batalha contra Oxalá, derrotou Xangô e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses.

Embora Obá se tenha transformado num rio, é uma deusa relacionada ao fogo.

Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o corolário inevitável do amor, portanto, Obá é um Orixá do amor, das paixões, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama.

O lado esquerdo (Osì) sempre esteve relacionado à mulher e, por uma razão muito elementar, é o lado do coração. Quando Obá é saudada como guardiã da esquerda, isso quer dizer que é a guardiã de todas as mulheres, aquela que compreende os sentimentos do coração, pois Obá pensa com o coração.

 

Como pode uma deusa ligada a esses sentimentos, dedicar-se à guerra? Toda a energia das suas paixões frustradas é canalizada por ela para a guerra, tornando-se a guerreira mais valente, que nenhum homem ousa enfrentar. Obá supera a angústia de viver sem ser amada.

Obá troca um palácio por uma cabana, troca todas as riquezas do mundo por uma frase: “Eu te amo”.

Quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a orelha esquerda, ou usa um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas. Se Oxum manifesta-se no momento, a tradição exige que as duas divindades encarnadas procurem lutar novamente e é preciso intervir energicamente para separá-las. A dança de Obá é guerreira: ela brande um sabre com uma das mãos e leva um escudo na outra. Sua cor é vermelha. É saudada com o grito "Obá xirê!". Suas oferendas consistem em cabras, patos e galinhas-d'angola.

O arquétipo de Obá é o de mulheres valorosas e incompreendidas, de tendências viris. As suas atitudes militantes e agressivas são conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se, freqüentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Para compensar suas frustrações amorosas, obtêm sucessos materiais em virtude de sua avidez de ganho e do cuidado de nada perder dos seus bens.

No Brasil é sincretizada com Santa Catarina de Alexandria, comemorada em 25 de novembro, e com Santa Joana d'Arc.

Em Cuba, é chamada Oba Nani, legitima esposa de Changó. Mulher nobre, austera e boa, filha de Pduá e Yembó. Foi ela quem ensinou a todos os Orixás a arte da guerra, e quem ensinou a Changó a manejar o machado, a Oyá o chicote e a Ogún todas as suas ferramentas. Oba tem nas mãos a chave que abre e fecha as portas de tudo que está relacionado com os humanos. Para que numa casa nunca falte dinheiro, não deve faltar o Iguaro Oba (iniciado de Oba Nani). Como é "santa" de Ile Ocu (casa dos mortos) e vive no cemitério, tem relação com tudo que é espiritual.

Mitos de Obá 

  • Por sua envergadura física, Obá venceu na luta Oxalá, Xangô, Orunmilá, Obaluaiê e Exu e então desafiou Ogum, o mais forte dos orixás masculinos. Por ser ela poderosa, hábil e destemida, Ogum usou um truque. Espalhou uma massa viscosa de milho e quiabo amassado no chão e atraiu Obá para aquele canto, onde a guerreira escorregou. Além de perder a luta, foi possuída à força por Ogum, que se tornou seu inimigo.
  • Xangô era um conquistador de terras e de mulheres, vivia sempre de um lugar para o outro. Em Kossô fez-se rei e casou-se com Obá, sua primeira e mais importante esposa, Obá passava o dia cuidando da casa de Xangô, moía a pimenta, cozinhava e deixava tudo limpo, mas Xangô se apaixonou também por Oiá e Oxum e com elas também se casou, deixando as três viverem às turras pelo amor do rei. Para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco, do qual o rei gostou muito. Tempos depois Xangô saiu para guerrear e levou Oiá consigo. Seis meses se passaram e Obá, desesperada, foi consultar Orunmilá, que a aconselheeu a oferecer em sacrifício um iruquerê, espanta-mosca feito com rabo de um cavalo e pô-lo no teto da casa. Obá encomendou a Eleguá um rabo de cavalo. Este, induzido por Oxum, cortou o rabo do cavalo branco de Xangô, mas não cortou somente os pêlos e sim a cauda toda e o cavalo sangrou até morrer. Quando Xangô voltou da guerra, não encontrou o cavalo, deparou com o iruquerê amarrado no teto da casa e reconheceu o rabo do cavalo desaparecido e soube da oferenda feita pela primeira esposa. Ficou irado e repudiou Obá.
  • Como esposa de Xangô, Obá sempre se sentiu menos desejada por seu amado que Oxum e Iansã. Esmerou-se em agradá-lo com seus pratos cada vez mais aprimorados, mas Oxum era sempre a preferida. Um dia Obá perguntou a Oxum qual o segredo de sua sedução. Oxum, que costumava usar um turbante sobre a cabeça, disse que cortara a própria orelha esquerda e a colocara no amalá (uma comida à base de quiabo) de Xangô que, ao comê-lo, por ela se perdera de paixão para sempre. Obá então cortou a própria orelha e a colocou no amalá. Ao ver Obá com um ferimento no lugar da orelha Xangô quis saber o que houvera e Obá contou. Neste momento Oxum tirou seu turbante e, mostrando as duas orelhas intactas a Obá, desatou a rir. Xangô, zangado com a insensatez de Obá e enojado por ver sua orelha na comida, expulsou-a de seu palácio e Obá tanto chorou e teve raiva que se transformou num rio revoltoso. Na África, no lugar onde se encontram os rios Obá e Oxum o estouro das águas é extremamente violento.
  • Na versão cubana do mito, porém, Oyá é a responsável pela perda da orelha de Obá e esta é amiga de Ochún (Oxum). Obá era Omoregun (amiga inseparável) de Oyá, mas esta a traiu com o amor de Changó. Diz a lenda que Oyá lhe disse que se cortasse uma orelha e fizesse comida a Changó que este não iria nunca a lado algum. Oba fez caso disso e Oyá foi contar a Changó, então surgiu a separação de Oba e Changó. Desta separação Oba e Oyá tornaram-se inimigas e nunca mais puderam viver juntas. Oba só confia em Ochún, que é sua Ocanini (tem o mesmo coração, são parte da mesma "vibração").

Obá na Umbanda 

Santa Joana d'Arc, que na Umbanda representa Obá

Adicionada por Ictoon

Segundo algumas correntes da Umbanda, Obá forma com Oxóssi a terceira linha, que rege o conhecimento. Oxóssi representa o pólo positivo, que irradia o conhecimento e Obá o pólo negativo, que o concentra e absorve. Um é a argúcia, a outra, a concentração. Outras linhas dizem que ela forma par com Ogum.

 

Obá  

 

            Nome de um rio africano, Obá está também associada as águas doces, porém quando revoltas. Companheira de Bará é um Orixá de frente, uma guerreira, que traz consigo a navalha e o facão. Em uma das lendas mais populares das Religiões africanas, conta-se que Obá e Oxum eram esposas de Xangô, uma semana para cada uma cuidar do marido, o que Oxum fazia, Obá copiava, Oxum não aguentava mais que Obá copiasse suas receitas culinárias, o que era seu forte para segurar Xangô.  Certo dia Oxum decidiu acabar com a imitação, convidou Obá para ir até sua casa, onde a recebeu com uns panos amarrados na cabeça, na altura das orelhas. Oxum preparava um caldo para Xangô, e disse a Obá que dentro tinha colocado, para agarrar Xangô definitivamente, suas próprias orelhas, o que era mentira, eram apenas grandes cogumelos. Xangô ao chegar comeu aquele caldo como nunca, Obá ao ver tal cena, correu para casa e começou a preparar o caldo, tudo certo como Oxum teria dito, só que Obá cortou realmente sua orelha, Xangô ao comer enjoou e cuspiu tudo. Continuava então a guerra entre Oxum e Obá, só que agora muito mais séria, Xangô como não aguentava mais tanta discussão, resolve matar ambas, que saem correndo pelo mato, transformando-se em rios. E hoje nota-se que o encontro entre os rios Oxum e Obá, na África, são revoltos. Obá ao se manifestar em um Batuque dança com uma mão tapando uma de suas supostas orelhas arrancadas.

Todas as máquinas, carros e navios estão relacionados com Obá, pois a Ela pertencem a roda e o leme.

Saudação: Echô

Dia da Semana: Segunda-feira ou Quarta-feira

Número: 07 e seus múltiplos

Cor: Rosa

Guia: toda rosa

Oferenda: Feijão miúdo refogado com tempero verde e Abacaxi

Oferendas a Obá

Material: Feijão fradinho; Cebola; Camarão seco socado; Azeite de dendê; Farinha de mandióca; 1 Alguidar; Flores e velas coloridas.

Modo de fazer: Cozinha-se o feijão fradinho em água. Depois,mistura-se num refogado de cebolas raladas, camarão seco socado, azeite de dendê e água. Por cima coloca-se a farinha de mondioca, fazendo um pirão e coloca-se no alguidar. Deixe esfriar e enfeite com flores por cima do prato. Coloque nas margens de um rio e acenda as velas coloridas pedindo o que se quer a Obá. Sendo por muitos divindade interligada ao amor.

Moranga para Obá

 

Ingredientes:

- 01 moranga 

- 500g. de camarão limpo

- um maço de língua de vaca

- 01 cebola

- dendê

 

Modo de preparo: Cozinhe a moranga inteira. Depois de cozida abra um circulo em cima da moranga, tire a tampa e as sementes. Corte a língua de vaca em tiras (como se corta couve), refogue com cebola, dendê e os camarões, coloque o refogado dentro da moranga e ofereça a Obá.

 

 

 

Adjuntós: com Bará Lodê ou Lanã ou Adagui, com Xangô Agandjú, com Xapanã Jubeteí ou Sapatá

Ferramentas: navalha, timão, roda, moedas e búzios

Ave:     Galinha cinza

Quatro pé: Cabrita mocha

Sincretismo:

Obá: Santa Catarina

Gostaria de salientar que as características, animais e ferramentas podem obter uma pequena diferença conforme cada Nação, assim como os adjuntós e sincretismo, estas diferenças podem ser manifestadas, no jogo de búzios, como peculiaridades de cada Orixá

 

Características dos filhos de Obá

Os filhos de Obá não tem muito jeito para se comunicar com as pessoas, chegam a ser duros e inflexíveis. Têm dificuldade em ser gentis e estabelecer um canal de comunicação afectiva com os outros; às vezes são brutos e rudes afastando as pessoas. Isso deve-se ao fato de os filhos de Obá, na maioria das vezes, sofrerem um certo complexo de inferioridade achando que as pessoas que se aproximam querem tirar partido de alguma coisa. De facto, isso tende a acontecer com os filhos de Obá.

 

A sua sinceridade chega a ferir; expressam as suas opiniões, fazem críticas e acabam por magoar as pessoas, pois não se preocupam em ser agradáveis. Mas essa agressividade é puramente defensiva.

São bons companheiros e amigos fiéis, são ciumentos e possessivos no amor, por isso não têm muita sorte. Quando apaixonados, nunca são senhores da relação, cedem em tudo, abdicam de todas as suas convicções.

Infelizes no amor, investem todas as suas cartas nas suas carreiras e, de entre as mulheres que se destacam profissionalmente numa sociedade machista, podem-se encontrar muitas filhas de Obá. Muitas vezes despertam a inveja dos seus inimigos e podem sofrer algumas emboscadas, por isso devem vencer a tendência que possuem para a ingenuidade.

 

 

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